"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".
(João 3.6)
O texto citado acima nos diz que "Deus amou o mundo de tal maneira...". Deus como amor, tem um certo contraste com outras formas de pensar e noções religiosas de pensadores e filósofos, citaremos alguns visões erradas sobre deuses versos amor:
1- Os antigos gregos imaginavam deuses tão imperfeitos como eles mesmos. Seus deuses eram invejoso, desprezíveis, destruidores, vingativos e odiosos. Desta forma incapazes de apresentar o verdadeiro amor;
2- Já Aristóteles, que foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande e viveu entre os anos de 385 a 322 a. C, fazia de Deus Impulsionador Inabalável, para ele Deus seria pensamento puro, a contemplar-se a si mesmo, porque nada haveria digno de contemplação fora dele. ele não teria amor pelo universo, e, na realidade, nem tinha consciência dele, porquanto nem merecia ser conhecido por ele, não amaria ao seu universo, mas moveria todas as coisas, sendo amado. Este também, não é o Deus de João 3.16.
3- Os gnósticos, pensavam que Deus seria um ser totalmente transcendental. Ele tinha contado com os universos somente através de uma longa linhagem de sombrias emanações angelicais ou mediadores. Deus seria elevado por demais para ter qualquer contato direto com este mundo, ou mesmo para ao menos interessar-se pela criação. O deísmo deles fazia de Deus um ser intocável, inatingível para qualquer ser mortal. Também este Deus dos gnósticos, não é o Deus que permitiu o nosso acesso a Ele através de Jesus, conforme Hebreus 10.19: "Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no santuário, pelo sangue de Jesus".
4- E por fim, o ponto de vista dos religiosos modernos, que exageram a vontade divina ou seu senso de vingança, também contradizem o quadro que o N.T. faz dele. Aqueles que crêem em " reprovação ativa" e em amor limitado; Deus amaria não ao mundo, mas exclusivamente aos "eleitos", na realidade não acreditam que Deus é amor, ignorando passagem como o primeiro capítulo da epístola aos Efésios e as passagens de 1 Pe 3.18-20: Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus; mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; No qual também foi, e pregou aos espíritos em prisão; Os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas (isto é, oito) almas se salvaram pela água.
Portanto, todas a visões já vistas anteriormente, não identifica o amor do Deus todo Poderoso. Todos os teólogos renomados são unânime ao dizer que por mais que qualquer pessoa possa se aprofundar em explicações sobre o grau e intensidade deste amor, acabaria fracassando. Há o amor do indivíduo por si mesmo, há o amor de um homem por outro ser humano, há o amor dirigido a Cristo, o Filho de Deus, porém, o amor de Deus (João 3.16), é a fonte de todos os outros amores. Sendo Deus um ser Hiper, Mega, Ultra e Super inteligente, tem consciência da existência deste mundo, dizemos isto porque existe um pensamento errôneo da minoria, que dizem que Deus é “uma energia, uma força ativa”. Deus não só tem consciência deste mundo, como foi ele mesmo quem o criou e ama a todos os homens que nele habitam.
O seu amor é a mais alta forma de amor, a mais pura, ao ponto do Apóstolo João declarar que Ele é o próprio amor, conforme lemos em 1 João 4.8, que diz: "Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor." E este amor conforme diz Champlin, em sua Enciclopédia de Bíblia e Teologia e Filosofia, volume 1, "é a força central motivadora de todas as suas ações para com os homens". O Apóstolo Paulo, chama dentre todos os dons e todos os caminhos, o amor sendo o caminho mais excelente, quando fala em 1 Coríntios 12.31, "Portanto, procurai com zelo os melhores dons; e eu vos mostrarei um caminho mais excelente", e este caminho mais excelente ele mostra em todo o capítulo 13, quando fala das características do amor Ágape.
Algum tempo atrás, uma frase mim chamou atenção, quando estava lendo uma matéria por nome de Didática Geral, do curso de Teologia da Faculdade das Assembleia de Deus sede em Campinas-SP. A frase foi a seguinte: "O QUE ACONTECERIA SE DEUS DE REPENTE DEIXASSE DE NOS AMAR?".
E o Espírito Santo, nos despertou para trazer alguns consequências, com base nas Sagradas Escrituras, se Deus não tivesse amado o mundo como fala João 3.16.
Podemos identificar no versículo conhecido como o texto áureo de toda a Bíblia, pelo menos três consequências que mudaria todo o curso da história da humanidade se Deus não tivesse amado o mundo:
1º) Ele não teria enviado Jesus Cristo;
2º) Não tínhamos conhecido Jesus para crê; e
3º) O mundo pereceria sem salvação.
Primeira consequência: Se Deus não tivesse amado o mundo, Ele não teria enviado Jesus Cristo;
- Não amando o mundo e não entregando seu filho, o Cordeiro não tinha sido morto desde a fundação do mundo, como diz Mateus 25.34 e Apocalipse 13.8, "...Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo".
- Se o Cordeiro não fosse enviado e consequentemente morto e ressuscitado e assunto a céu, não existiria ninguém digno de proporcionar salvação para a humanidade. Na carta aos Romanos no capítulo 8 e verso 34, Paulo nos fala que Jesus foi morto, e ressuscitou e estar a direita de Deus e intercede por nós, "...Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós".
- Não havia ninguém digno conforme Ap 5.3,4 "E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, podia abrir o livro, nem olhar para ele. E eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, nem de o ler, nem de olhar para ele".
- Mas, Deus amor o mundo e os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro (Ap 5.8), e cantavam com alegria um novo cântico: "E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de abrir os seus selos; porque foste morto, e com o teu sangue nos compraste para Deus de toda a tribo, e língua, e povo, e nação; (Ap 5.9).
- Sem o enviou de Jesus Cristo pelo Pai, não teríamos vidas e nem acesso ao Pai, pois, como estar escrito em João 14.6, "...Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim". O mesmo João reforça esta verdade em 1 João 4.9, quando diz que Deus manifestou o seu amor enviando Jesus para vivermos: "Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos".
Segunda consequência: Se Deus não tivesse amado o mundo, Não tínhamos conhecido Jesus para crê;
Em João 4.8, nos diz que a condição de conhecer a Deus é através do amor, por que Ele é amor, "Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor".
Desta forma, se Deus não tivesse nos amado não teria enviado a maior expressão do seu amor, Jesus Cristo, e consequentemente não teríamos conhecido Jesus para Crê.
E para crer é necessário haver fé, porque em Hebreus 11.6, fala que sem fé é impossível agradar a Deus e se aproximar Dele. Então, sem o amor de Deus e sem Jesus Cristo não agradaríamos a Deus e não nos aproximaríamos e nem receberíamos o seu galardão: "Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam"(Hb 11.6).
Richard S. Taylor em seu Comentário Bíblico Beacon, nos descrever o significado da fé, tomando por base o texto de Hb 11.1: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não vêem". A palavra fé (pistis) pode significar crença, confiança, fidelidade, persuasão firme ou convicção firme. Mas na bíblia ela sempre encontra seu propósito em Deus. Fé bíblica não é crer em si mesmo ou no homem, mas em Deus. No versículo 2 do capítulo 11, o autor nos trás a certeza da fé, através do tipo de fé que os antigos (os pais antigos) alcançaram testemunhos, "Porque por ela os antigos alcançaram testemunho" (Hb 11.2). Concluímos que sem o amor de Deus e a vinda de seu filho, não era possível crer.
Orlando Boyer, em sua Pequena Enciclopédia Bíblica, nos descreve crer como o ato de ter confiança, fé e dar crédito. Com esta definição concluímos que é impossível dar crédito a um Deus que não ama suas criaturas, e não existiria todos estes registros nas Sagradas Escrituras com relação a ter fé e acreditar no seu criador:
E o povo creu, Êx 4.31. Pedirdes em oração, credo, recebereis, Mt 21.22. Arrependei-vos e crede no evangelho, Mc 1.15. Não temas, crê somente, Mc 5.36; Lc 8.50. Tudo é possível ao que crê, Mc 9.23. Em oração pedirdes, crede que recebestes, e será, Mc 11.24. Quem crer e for batizado, Mc 16.16. Feitos filhos de Deus ... aos que creem, Jo 1.12. Todo o que nele crê não pereça, Jo 3.16. O que não crê já está julgado, Jo 3.18. Crê no filho tem a vida eterna, Jo 3.36. Creu ele e toda a sua casa, Jo 4.53. O que crê em mim, jamais terá sede, Jo 6.35. Quem crer em mim como diz as Escrituras, Jo 7.38. Quem crê em mim ainda que morra, viverá, Jo 11.25. Credes em Deus, credes também em mim, Jo 14.1. Aquele que crê em mim, fará também as obras, Jo 14.12. Todos os creram estavam juntos, At 2.44. Crê no Senhor Jesus, e serás salvo, At 16.31. Para a salvação de todo aquele que crê, Rm 1.16. Abrãao creu em Deus... imputado para justiça, Rm 4.3; Gl 3.6; Tg 2.23. O pai de todos os que creem, Rm 4.11. Que nele crê não será confundido, Rm 10.11. Sei em quem tenho crido, 2 Tm 1.12. Quem se aproxima de Deus creia, Hb 11.6. Crês ... Até os demônios creem, Tg 2.19. Não vendo ... mas crendo exultais, 1 Pe 1.8. Quem crê ... é nascido de Deus, 1 Jo 5.1.
Em um versículo destacado acima, nos mostra mais um consequência importando, se Deus não tivesse enviado o seu filho por amor a humanidade, nos diz: Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; João 1:12. Se Ele não fosse enviado não tínhamos conhecido para crer, e não crendo não eramos feito filho de Deus.
A fé é isto, mas também é uma reação favorável da alma.
é uma estrada com duas pistas: humana e a divina. O poder divino é que a cria; é um dom de Deus, é um dom e operação do Espírito Santo, vemos isto em Efésios quando nos diz: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus". Efésios 2:8. E em Colossenses nos diz que ressuscitaremos pela fé no poder de Deus: "Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos". Colossenses 2:12. E o autor aos Hebreus nos orienta para olharmos para Jesus, que é o autor e consumador da nossa fé: "Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus". Hebreus 12:2.
E por fim, quanto ao fato de que a fé é uma operação divina, o trecho de Gálatas 5.22, mostra-nos que se trata de um dos aspectos do FRUTO DO ESPÍRITO: Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Gálatas 5:22.
Terceira consequência: Se Deus não tivesse amado o mundo, o mundo pereceria sem salvação;
Na última parte do versículo de João 3.16, nos fala que com o enviou de Jesus Cristo resultaria na não condenação do mundo todo e aquele que crer tenha a vida eterna, "...não pereça, mas tenha a vida eterna"(João 3.6).
Chegamos na pior consequência se Deus não tivesse amado a humanidade, na condenação eterna.
Porém, toda a existência do que conhecemos hoje só é possível por causa do amor do nosso Deus, pois em 1 João 4.19, diz que ele nos amor primeiro, "Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro". E temos acesso a Salvação Eterna, quando cremos em seu filho, Jesus Cristo.
E mais uma vez examinando o que Champlin diz sobre salvação e vida eterna, ele nos mostra o texto de João 5.25,29:
"Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão.
Porque, como o Pai tem a vida em si mesmo, assim deu também ao Filho ter a vida em si mesmo;
E deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do homem.
Não vos maravilheis disto; porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz.
E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida; e os que fizeram o mal para a ressurreição da condenação".
E o texto introduz o conceito da vida necessária do Pai que é compartilhada com o filho, e através do filho, pelos filhos, que somos nós. Está vida é necessária e independente, porque não pode não existir, e tem a fonte de ser, dentro de si, não de uma força exterior. É a vida da natureza divina, compartilhada de modo finito com os homens. Isto concorda com o conceito declarado em II Pe 1.4,5. Para uma herança incorruptível, incontaminável, e que não se pode murchar, guardada nos céus para vós, Que mediante a fé estais guardados na virtude de Deus para a salvação, já prestes para se revelar no último tempo,
E também em João 3.15: "Para que todo aquele que nele crê tenha a vida eterna".
CONCLUSÃO:
Entendemos realmente o significado do "AMOR DE DEUS", quando
pensamos em tudo que ele faz para tornar a vida possível: "Nem tampouco é servido por mãos de
homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos
a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens,
para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes
ordenados, e os limites da sua habitação" (Atos 17. 25,26).
se Ele não tivesse amado o mundo Ele teria de negar a sua própria
existência, pois como já vimos antes que 1 João 4.8, declara que ele é amor e
Salmos 37.28, que Deus ama a justiça. Enfim, se o amor de Deus não fosse
real, não existiria amor entre os seres humanos (Ef 1.4), e o homem não
guardaria a sua palavra, aonde teria a consequência do Pai, do Filho e do
Espírito Santo não fariam morada no homem (João 14.23).
Em suma, seria um total caos na terra, "...E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre
a face do abismo" (Gênesis 1:2).
Autor
Presbítero RIVALDO ANDRADE DO
NASCIMENTO