quarta-feira, 7 de outubro de 2015

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 2 - A CRIAÇÃO DOS CÉUS E DA TERRA - EBD - 4º Trimestre de 2015








TEXTO ÁUREO

"Pela fé, entendemos que os mundos, pela palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente."
(Hb 11.3)





VERDADE PRÁTICA



A primeira grande verdade da Bíblia é que Deus criou os Céus, a Terra e o ser humano.


INTRODUÇÃO:



O subsídio do Ensinador Cristão nos diz que "Se Deus criou o mundo, então parte de sua sabedoria e de Sua beleza está refletida na ordem da criação. Vemos a glória do Criador na beleza da criação. A ordem criada é de Deus, não nossa. Temos de aprender a respeitá- -la como o lugar onde vivemos e cujo cuidado nos foi confiado" (Alister McGrath, "Criação"). 

Hoje vivemos um caos no meio ambiente. Um caos que o apóstolo Paulo já havia exposto nestas linhas: "Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, [...] Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm 8.20,22). Este caos da criação se deve ao pecado, e não só no sentido dos efeitos diretos da Queda na criação, mas também da falta de cuidado que a humanidade caída tem com a criação de Deus. 

Deus é o Criador do mundo e nós, os seres humanos, somos os responsáveis pela destruição do planeta, seja não honrando a Deus como o Supremo Criador do mundo, seja, em outros casos, usando a fé para legitimar uma prática predatória do meio ambiente. Quando estudamos o livro do Gênesis para reconhecer nEle, Deus, o Criador do mundo e do ser humano, isso deve trazer um sentimento de humildade e temor, pois habitamos um mundo criado por Deus pelo qual fomos nomeados seus mordomos e guardadores. De modo que quando não honramos tal condição, pecamos contra Ele e o próximo. 

Martinho Lutero compreendeu bem as implicações de reconhecermos Deus como o Autor da Criação: "Creio que Deus me criou, junto com todas as criaturas. Ele me deu corpo e alma, olhos, ouvidos e todas as outras partes do meu corpo, minha mente e todos os meus sentidos, como também os preserva. Ele me deu as roupas e os sapatos, o alimento e a bebida, a casa e a terra, o cônjuge e os filhos, os campos, os animais e tudo que tenho. Todos os dias, Ele provê abundantemente tudo que preciso para alimentar meu corpo e minha vida. Protege-me contra todos os perigos, serve de escudo e defende-me de todo o mal. Faz tudo isso por causa de Sua bondade e misericórdia puras, paternais e divinas, e não porque conquistei ou mereço isso". 
Crer que Deus é o Criador do mundo é aceitar resignadamente a Sua vontade e, invariavelmente, assumir que é da Sua vontade que cuidemos da criação, pois é a partir desta que nos alimentamos, vestimos e vivemos: tudo como bênção de Deus para nós. 


                                                       PONTO CENTRAL


Pela fé cremos que Deus criou os céus e a Terra.


Após examinarmos alguns comentaristas, eruditos e teólogos renomados, traremos alguns ideias e teorias com relação do pouco que se pode compreender, sobre a criação dos Céus e a Terra. 



SÍNTESE DO TÓPICO I

O criacionismo bíblico é a teoria que nos ajuda a entender que Deus criou os céus e a Terra.


O criacionismo é a crença religiosa de que a humanidade, a vida, a Terra e o universo são a criação de um agente sobrenatural (Deus). 
A maioria das religiões supõe que o mundo, conforme o que conhecemos, foi produzido por alguma forma cósmica ou divina, com base em um estado anterior. Esse estado anterior poderia ser o caos, embora com os elementos já existentes, inteiramente desorganizado, ou poderia ser o vácuo, de onde foram extraídos os mundos, mediante o poder divino (Deus).
É lógico pensar que se a criação teve começo em Deus, então deverá continuar e ter cumprimento em Deus. 

O NT define essa questão ao dizer que tudo foi criado da parte de Deus, por Deus e para Deus, de tal maneira que, em todos os estágios, enfatiza-se a dependência da criação a Deus.  Em Romanos 11.36 diz "Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém", esse versículo enfatiza o mistério maior  do que o da criação divina.  Assim sendo, não podemos esperar que qualquer ideia nossa, dos seres humanos, a respeito das profundezas do ato da criação de Deus, sejam mais do que meras sugestões.

A fé, a razão e a revelação concordam entre si que Deus é a causa da criação. Porém, quando o homem começa a abordar os detalhes, descobrimos inúmeros mistérios, para os quais não encontramos solução. A teologia explica melhor o porquê da criação, e não como. E a ciência, por sua vez, não faz ideia certa sobre esse como da criação. Lembramos que nem todas as perguntas são questões de físicas e que não devemos esperar solucionar o dilema da criação somente através da ciência.

Em meio ás controvérsias e debates que obscurecem a exposição do primeiro capítulo do gênesis, não podemos esquecer as grandes lições morais e espirituais que a bíblia nos apresenta ali. Por mais importantes que sejam as questões de historicidade e de ciência, o debate sobre tais coisas não nos deveria fazer olvidar o que é mais importante.

Pelo menos veremos 10 Lições Morais e Espirituais do Capítulo 1 de Gênesis:

1. Teísmo.  Deus criou, mas Ele também estar presente em Sua criação.  Ele recompensa e pune. Ele se importa.  Em contraste com isso, o Deísmo afirma que a força ou pessoa criativa abandonou o seu universo às leis naturais.

2. Não há caos que o poder de Deus não possa pôr em boa ordem, sem importar se esse caos seja cósmico ou pessoal.

3. O universo tem sentido? A Bíblia informa-nos que as negras forças do caos não lograram a vitória. Deus impôs a ordem no mundo: ordem e significado.

4. Há bondade no mundo? O trecho de Gn 1.31 revela que tudo está na dependência desse poder.

5. Este mundo é um mundo de causa e efeitos, a começar pela Primeira Causa, que deu início a reação em cadeia. Por meio da fé, podemos sondar essa Causa benévola. Novas misericórdias, a cada nodo dia, pairam por sobre nós, quando oramos. 

6. Deus é bem mais compreendido. As antigas cosmogonias babilônicas alicerçavam-se sobre mitos acerca de atividades de muitas divindades. A fé dos hebreus trouxe-nos o monoteísmo, aprimorando o nosso conhecimento de Deus. 

7. Desígnio. A vontade e bondade de Deus garantem o bom resultado da criação, apesar do caos e da miséria.

"Um remoto evento divino, para onde caminha a criação toda". (Tennyson).

8. O Gênesis dá início ao Pentateuco; e essa coletânea mostra-nos como a vontade divina atuou através de uma nação preparada para transmitir a mensagem divina. O Êxodo promete a redenção. O grande propósito foi sendo gradualmente desvendado.

9. Significado da Criação. Nos trás pelo menos sete significado:

1) Exige a magnificência de Deus e o seu poder infinito, mostrando que essas qualidades também residem no filho.

2) A criação exige a existência de Deus. Aquele que é a causa da criação física também é a causa e a origem de todo o bem-estar humano; e assim como Deus é eficaz em uma dessas dimensões, assim também o é na outra.

3) Assim como existe uma vida física, também deve haver uma vida espiritual. A criação original (física) foi feita de maneira que dela emergisse a criação espiritual (João 1.4). 

4) A vida espiritual é extraída da criação física, mediante a "iluminação" (Ef 1.18,19). A transição que há em João 1.4, da vida para luz, subentende a mesma coisa.

5) Deus é a única fonte originária de todo o bem-estar, e Cristo é o mediador (Cl 1.16).

6) A vida inteira, portanto, deve ser dirigida na direção de Deus (1 Co 8.6).

7) A Doutrina da Criação não foi revelada para satisfazer à nossa curiosidade, e sim, visa nossa instrução espiritual. Fala-nos do mundo eterno e do Deus eterno do qual se originou essa criação (Hb 11.1). 

10. Reverência. Tornamo-nos humildes quando vemos a grandiosa mensagem e suas implicações.

Teologia evolucionista

Alguns teólogos têm procurado conciliar os textos bíblicos com a Teoria da Evolução.
Teilhard de Chardin foi um padre jesuíta, teólogo, filósofo e paleontólogo francês que logrou construir uma visão integradora entre ciência e teologia. Através de suas obras, legou-nos uma filosofia que reconcilia a ciência do mundo material com as forças sagradas do divino e sua teologia. Disposto a desfazer o mal entendido entre a ciência e a religião, conseguiu ser mal visto pelos representantes de ambas. Muitos colegas cientistas negaram o valor científico de sua obra, acusando-a de vir carregada de um misticismo e de uma linguagem estranha à ciência. Do lado da Igreja Católica, por sua vez, foi proibido de lecionar, de publicar suas obras teológicas e submetido a um quase exílio na China.


Papa Francisco, o líder mundial dos católicos romanos, afirmou que o evolucionismo e a teoria do Big Bang são linhas de pensamento corretas e que não entram em conflito com o catolicismo.



Em 2014, o Papa Francisco afirmou que:

A evolução da natureza não contrasta com a noção de criação, como a evolução pressupõe a criação de seres que evoluem.

- Em última análise, a espiritualidade é uma questão de experiência, e não de argumentação. "Sei em quem tenho crido" (2 Tm 1.12).




                                                    SÍNTESE DO TÓPICO II


Deus criou o tempo, o espaço  e a própria luz.


Deus nos deu cinco sentidos: tato, olfato, paladar, visão e audição.

Como explicar o som ao que não ouve?
Como explicar o que é ver, ao cego?
Como explicar o olfato, tato, paladar a quem não sente?

Como explicar o tempo, a quem está preso ao tempo que Deus criou para o homem?

A verdade é que há um tempo que nos limita, mas Deus não está preso ao nosso tempo limitado, sendo possível até Ele manipular o tempo, por exemplo, avançar ou retroceder.




A própria luz

Magno Paganelli de Souza, em seu livro "Ciência e Fatos Bíblicos".

"E disse Deus: Haja luz"

"E houve luz. E viu Deus que era boa a luz; e fez separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã: o dia primeiro." Gênesis 1:3-5).
Não há nada de errado com nenhuma passagem bíblica, nem com o Hino da Criação (Gênesis 1 e 2). Mas, como Deus criou a luz antes dos luzeiros ou luminares, isto é, antes de criar os astros, estrelas e planetas? Não são eles os geradores e refletores da própria luz? Como a luz foi criada no primeiro dia (Gênesis 1:3-5) e os luminares somente no quarto dia (Gênesis 1:14-19)?

Considere o seguinte: Deus é onipresente, está em todos os lugares, em todos os tempos, de eternidade em eternidade. João escreveu que Deus é luz (do grego foos): "Deus é luz, e não há nele trevas nenhumas" (I João 1:5). Não seria o caso de uma interpretação não científica, mas espiritualizada do texto bíblico? 
 
Ora, a Bíblia foi inspirada pelo próprio Deus, e não seria errado considerar muitas de suas passagens de forma espiritual. Quando disse "Haja luz", Deus não estaria manifestando a Si mesmo no cosmo? A manifestação de Sua presença nas trevas (já que Deus é luz) não estaria marcando o início da criação feita por Ele mesmo? Ou a presença do Seu Espírito foi tão marcante e poderosa que até mesmo chegou a afetar o mundo físico produzindo campos eletromagnéticos, ou campos de luz? 


Dicionário da Bíblia de Almeida


LUZ        
1) Claridade; luminosidade (Gn 1.3).

2) Figuradamente refere-se a Deus (Sl 104.2; Tg 1.17); a Jesus

 (Jo 1.4-6); à Palavra de Deus (Sl 119.105); e aos discípulos de

 Jesus (Mt 5.14).

3) Cidade cananéia que foi chamada de Betel (Gn 28.19) e, 

depois, formou a fronteira norte da tribo de Benjamim

 (Js 18.13).

 


                                                   SÍNTESE DO TÓPICO III


O Espírito Santo estava presente na criação e ordenação do universo.    

No livro "Bom Dia Espírito Santo",  Benny Hinn nos diz que
Desde o início dos tempos, Deus tornou clara a Sua pessoa e o poder do Espírito Santo. De fato, o Espírito Santo é a primeira manifestação da divindade na escritura. “E o Espírito de Deus pairava sobre as águas” (Gn. 1.2).
Quando Deus criou a Adão do pó da terra, Ele começou moldando o barro. Este barro estava absolutamente morto até que recebeu o sopro da vida. A bíblia diz que Deus “lhe soprou nas narinas o fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente”. (Gn. 2.7).
O sopro de Deus é o Espírito Santo. Jô fez esta descrição: “O Espírito de Deus me fez, e o sopro do Todo Poderoso me dá vida” (Jô 33.4).
No momento em que Deus soprou sobre ele, Adão viveu. Quando  Adão abriu os olhos, o primeiro contato que ele teve foi com o Espírito Santo. Pois ele era o sopro que fluiu pelo corpo de Adão e permaneceu pairando sobre ele. Adão levantou-se, completamente cheio com a presença de Deus.
A escritura me diz que Deus Espírito Santo era o poder da criação.
“Pelo seu sopro (Espírito) aclara os céus” (Jô 26.13).     

Champlin diz que "o autor do Gênesis usou a figura do Espírito Santo como o poder divino que produziu vida dentre a massa aquosa".

John Gill diz que "Esse mesmo Espírito movia-se sobre a superfície das  águas, impregnando-as, como uma galinha choca os seu ovos"                  


George Herbert livingston, em seu Comentário Bíblico Beacon, volume 1, nos diz que "Embora feita por Deus a terra não estava pronta para o homem. Ainda estava em desordem, sem forma e vazia, e não havia luz. Contudo, havia atividade. O Espírito de Deus se movia continuamente sobre a face das águas. 




SÍNTESE DO TÓPICO IV


Deus  no primeiro dia de sua obra criou a luz.

                                








Disse Deus: Haja luz; e houve luz. No relato do Gênesis temos essa luz antes da criação do sol (vs. 14), o que só teve lugar no quarto dia da criação. As cosmogonia babilônica, indiana, grega e fenícia falam sobre essa luz primeva. Muita especulação estéril cerca a descrição dessa luz. Alguns supõem que a luz vinha do sol, que já existiria, mas que ainda não tinha sido posto como centro da órbita terrestre, conforme sucedeu mais tarde.
outros lembram a coluna de fogo e de nuvem da história posterior de Israel, pensando então que havia algo parecido com isso.  porém, sempre será especulações.

A Luz e as Trevas. Apesar do ser humano não entender bem a declaração do autor sacro, as lições morais e espirituais são óbvias. É preciso o Espírito de Deus para que o caos escuro da vida de um homem seja iluminado.
As escrituras prevêem que a obra de Deus culminará na era futura em que não haverá mais trevas (Ap 22.5). Deus é luz; os homens são luzes quando são piedosos. Jesus é a luz do mundo. Israel seguia a luz de Deus ao ser libertado do Egito (Êx 13.21; Is 45.7).




SÍNTESE DO TÓPICO V


Deus criou e fez separação das águas que se achavam abaixo e acima do firmamento.


                                               

Firmamento é um nome para a abóbada celeste, geralmente usada no contexto das religiões baseadas nas escrituras. hebraicas (judaísmo, cristianismo e islamismo). O termo vem do latim clássico firmamentum, usado na Vulgata, que significa "suporte". O termo original hebraico, raqiya', designa uma placa rígida, ampla e sólida, possuindo uma de certa espessura. O termo deriva-se da raiz raqa', designando a ação de expandir (um metal) batendo-o com um martelo, o processo de se fazer uma placa metálica, motivo pelo qual algumas traduções bíblicas usam a palavra "expansão" em vez de "firmamento".
Segundo a cosmologia bíblica, visão judaica o Universo era repleto de água. O firmamento fora colocado por Deus para "separar as águas", dando espaço para a atmosfera da Terra. O firmamento na cosmologica bíblica. Posteriormente, no firmamento foram colocados o Sol, a Lua e as estrelas, percebidos como objetos relativamente pequenos em comparação com a Terra.

É importante observar que existe na citação da criação do firmamento a ausência das palavras "e viu Deus que isso era bom", que se vê no fim da descrição de todos os outros dias da criação.  Alguns acreditam que foi apenas omissão propositada do autor. Mas outros intérpretes antigos exploravam essa omissão para indicar que "foi então que os anjos caíram", o que não deve ter sido coisa boa.





   SÍNTESE DO TÓPICO VI


No terceiro dia Deus criou o reino vegetal.



Com relação ao VI tópico, veremos um artigo publicado pela Revista Criacionista:

“E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. e assim foi. E chamou Deus à porção seca terra; e ao ajuntamento das águas chamou mares. E viu Deus que era muito bom. E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nela sobre a terra. E assim foi. E a terra produziu capim e ervas, dando semente conforme a sua espécie, e árvores frutíferas, cuja semente está nelas conforme a sua espécie. E viu Deus que era bom. Então veio a tarde, e então veio a manhã - o dia terceiro.”
Aparecera a luz, a atmosfera estava livre do nevoeiro, e agora no terceiro dia o tehom ou abismo ressonante recebe atenção. As águas em cima nos céus já estavam reunidas em uma camada de nuvens, espêssa e contínua, e agora as “águas debaixo dos céus”, isto é, as águas sobre a superfície da terra, são reunidas em “um lugar”. Em vez de indicar o oceano, esta expressão “um lugar” sem dúvida significa os grandes corpos coletivos de água. As evidências que existem em nossa terra na forma de fósseis de corais e plantas sub-tropicais nas regiões antártica e ártica, indicam que toda a sua superfície, incluindo o polo, desfrutou uma vez de um clima sub-tropical, e sugere que estes corpos dágua podem de fato ter constituido um corpo único muito ramificado, cuja circulação do equador ao polo e vice-versa, tenderia a igualar o clima em todas as regiões.
A maneira do aparecimento da hayyabbashah, “a porção seca”, pode ser descrita para nós em Salmo 104:5-9. “Lançou os fundamentos da terra, para que não vacile em tempo algum. Tu a cobres com o abismo, como com um vestido: as águas estavam sobre os montes. À Tua repreensão fugiram, à voz do Teu trovão se apressaram. Sobem aos montes, descem aos vales, até ao lugar que para elas fundaste. Limite lhes traçaste, que não ultrapassarão, para que não tornem mais a cobrir a terra.” Naturalmente, é de igual modo muito possível que Davi, quando fez o seu poema na encosta da montanha, falava da superfície da terra como a via então. Neste caso a descrição se aplicaria ao tempo do dilúvio e não à condição original.
É observado que a usual aprovação do Criador ao Seu trabalho no fim de cada dia foi omitida ao fim do segundo dia. A explicação disto pode ser o fato de que o trabalho da separação das águas ocupou o segundo dia e parte do terceiro. No segundo dia o nevoeiro da superfície se ergueu para formar uma camada de nuvem, e no terceiro as águas da terra barrenta foram separadas na “porção seca” e no yammim, ou mares, termo aqui usado em sentido amplo, para que incluísse grandes mares, como nós os conhecemos e também lagos e rios. Depois, quando a separação de todas as águas foi completada no segundo dia e parte do terceiro, o Criador colocou sua aprovação: “Eis que era bom”.
O resto do trabalho do terceiro dia consistiu na formação das plantas. A ordem foi dirigida à terra. A palavra usada no verso 11, dasha, literalmente significa: “Brote da terra!” O verso 12 registra que a terra fez as plantas “saírem” (yatsa). A indicação é de que as plantas aparecem como resultado do crescimento que foi acelerado como para ocupar um momento apenas. Tal produto podia possivelmente ser indistinguível das plantas que cresciam naturalmente. À luz destes fatos, não precisamos perguntar o que veio primeiro, se as plantas ou as sementes. As plantas vieram primeiro.
Assim a substância da planta foi a substância da terra. Nos nossos dias as plantas ainda são um produto da terra. Os elementos minerais fornecem os materiais de construção dos quais partes do protoplasma e as paredes das células são construidas; eles influenciam a pressão osmótica das células das plantas; influem na acidez; eles influem na hidratação das células coloidais; influenciam a permeabilidade das membranas e servem como catalisadores. As plantas aparentemente requerem do pó da terra e sua atmosfera pelo menos carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio, enxofre, fósforo, cálcio, magnésio, potássio, ferro, boro, manganês, cobre, zinco, sódio, silício e cloro - que constituem o pó da terra.
Os três grupos de plantas mencionados, capim (deshe, palavra cujo radical significa “estar úmido”), ervas (esebh, “herbáceos”), e árvores (ets peri, “árvores frutíferas”), evidentemente têm em mira abranger toda a vegetação. O primeiro grupo talvez não inclua o capim como o conhecemos, mas pode referir-se a formas como os musgos, líquens e outras espécies que tapetizam o chão. Que os membros do segundo grupo são distintos daqueles do primeiro, é evidente pelas passagens de II Reis 19:26 e Isaías 37:27, onde eles são mais uma vez mencionados separadamente numa enumeração. Também os membros do segundo grupo são descritos como mazria zera - “plantas que dão semente”. Dir-se-ia assim que os membros deste grupo sejam destacados como “tendo semente”. É este grupo, esebh, mencionado no verso 29, como dado ao homem juntamente com frutos e nozes para o seu alimento. A tradução “erva do campo”, que é usada em Gênesis 3:18 para descrever parte do alimento dado ao homem depois do pecado, é esta mesma esebh . Esebh é também usada em Deuteronômio 11:15 para descrever o alimento dos animais. Assim, este segundo grupo parece incluir tudo entre musgos, líquens, fetos e outras plantas que não têm semente, e árvores e arbustos. O termo ets peri, que abrange o terceiro grupo, é um coletivo singular que se emprega para as plantas lenhosas que produzem nozes e pinhas, e frutos carnosos como amoras, pêssegos, maçãs, etc. Estes três grandes grupos não coincidem com a moderna classificação das plantas, não obstante são muito próprios porque são ainda visíveis os tipos rudimentares, os herbáceos mais altos e os arbustos e árvores.
Estes versos determinam muito claramente que no simples intervalo de um dia constituido de um período de trevas e de um período de luz, isto é, um dia solar, o Criador formou todas as diversas plantas. É importante notar que esta vegetação inclui plantas com sementes, que os evolucionistas consideram ser as formas mais elevadas e recentemente evoluidas. Não é um quadro da formação de algumas formas simples, unicelulares, que evoluiram gradualmente para formas complexas, portadoras de semente, durante muitos milhares de anos. Em vez disso, sabemos que cada espécie distinta de planta que tem vivido sobre a terra foi formada no terceiro dia.
A declaração de que o Criador ordenou que a terra produzisse plantas “segundo a sua espécie”, aparentemente significa, em parte, que Ele mesmo formou estes organismos segundo um plano bem ordenado. É testemunha deste fato a presente classificação lógica das plantas do mundo. Sobre uma surpreendente variedade de caracteres morfológicos é possível edificar numerosos grupos extremamente interessantes. O taxonomista no seu trabalho está aparentemente pensando os pensamentos de Deus, após Ele, quando descobre os grupos naturais das plantas.
Uma questão extremamente importante é focalizada nos versos 11 e 12 de Gênesis 1. Esta questão se relaciona primariamente com a fisiologia das plantas e não com a sua morfologia. Isto é verdade porque a forma e estrutura de uma planta procedem do funcionamento de suas unidades hereditárias (genes), sob as influências do ambiente. O dogma da evolução determina que as espécies de organismos deram (e, às vezes, estariam dando) origem a outros organismos que são morfológica e fisiologicamente de espécies diferentes das dos seus progenitores. Todavia, estes versos declaram que uma flora completa apareceu em todas as suas espécies básicas no terceiro dia.
Surge naturalmente a pergunta: Apareceram novas espécies de plantas depois da semana da criação? A seguinte declaração do falecido geneticista da atualidade, Thomas Hunt Morgan, representa o pensamento de todos os evolucionistas que estão na posse dos fatos:
“Dentro do período da história humana não conhecemos nenhum simples exemplo da transformação de uma espécie em outra ... Pode-se afirmar, portanto, que a teoria da descendência está em falta no aspecto mais essencial que se necessita para colocar a teoria em bases científicas. Isto deve ser admitido”.


Sem nenhuma evidência para a origem de novas espécies após o começo da história humana, perguntamos naturalmente: Há evidência do aparecimento de novas espécies no “tempo geológico” - o único registro natural que temos do passado? Os evolucionistas mesmos dirigem a nossa atenção aqui a um fato de suma importância, que, num passado tão remoto quanto os organismos podem ser achados como fósseis nas rochas, nenhuma série de elos pode ser descoberta como ponte que transponha o abismo morfológico entre as espécies. Portanto, deve-se concluir que nenhuma nova espécie de organismos surgiu por processos naturais após a semana da criação.
Outra questão que surge aqui é esta: A declaração “segundo a sua espécie” refere-se simplesmente à prossecução de um plano ordenado na mente do Criador, em estabelecer a morfologia das plantas, para que espécies separadas fossem criadas, ou isto compreende um estado morfológico e também, ao mesmo tempo, uma habilidade inata para reproduzir somente segundo suas espécies? Autoridades bíblicas concordam unanimemente que o comportamento reprodutivo é também descrito aqui. Exemplos de opiniões de autoridades neste ponto são os seguintes:
“A par das várias espécies e sementes, a par da propagação determinada das plantas, cada uma segundo a sua espécie, ali entra clara e distintamente a concepção da natureza que já é anunciada nos grandes contrastes”.
“Cada gênero (espécie) permanece fixo e se reproduz segundo a sua espécie, isto é, as várias espécies que eles abrangem”.
“Fruto segundo a sua espécie”. Que diria o Sr. Darwin sobre isto? Não é isto uma refutação de sua elaborada teoria sobre a origem das espécies? O produto será sempre da mesma espécie da semente. Pode haver variação na direção e expressão da vida germinal, mas sua espécie original é imutável”.
“Dois outros sinais, entretanto, estão apensos a esta classe: primeiro, estes frutos trazem fruto segundo a sua espécie, limitação peculiar e definida, que entendem melhor os que têm visto como a 'espécie' estabelece limitações sobre tudo que as poderia misturar e cruzar. A natureza mesma aqui é vista tendo definidos limites fixos, que aparecem como leis constantes ou como barreiras intransponíveis”.
É uma lei de reprodução hoje estabelecida que a planta que se propaga de uma anterior é sempre da mesma espécie que seus ancestrais. Todas as evidências até aqui encontradas demonstram que em todos os casos trigo tem vindo de trigo, rosas de rosas, maçãs de maçãs, etc. Os evolucionistas declaram que tal nem sempre tem sido o caso, pelo contrário, que, em muitos exemplos, apareceram plantas que eram de espécie diferente que a dos seus ancestrais. Entretanto, não o podem provar.
É indiscutível que espécies extremamente diversas de plantas não podem cruzar-se hoje e nunca se conheceu o seu cruzamento, por exemplo: abóboras e rosas. Parece muito razoável para todos os criacionistas supor que tais espécies diversas não possam e nunca puderam cruzar-se. Por exemplo, o rabanete e o repolho cruzam-se e produzem uma nova semente fértil. São eles membros de duas espécies diferentes ou da mesma espécie?
Alguns criacionistas crêem que o rabanete e o repolho devem pertencer a espécies diferentes. Em verdade a aparência superficial das partes vegetativas das plantas pode indicar isto. Mas quando consideramos
1) a íntima semelhança de seus órgãos reprodutores, 

2) a semelhança química, isto é, sua compatibilidade fisiológica, evidenciada pelo fato de que elas se cruzam, e
3) o fato de que os taxonomistas as colocam em seus tratados de taxonomia como gêneros em justaposição,
não é desarrazoado considerá-los como membros de uma simples espécie original. Esta mesma semelhança sempre existe entre dois indivíduos, tendo ocorrido a hibridação. Por esta razão muitos criacionistas mantêm a opinião de que existe a impossibilidade de hibridação, e que sempre existiu, entre membros de duas espécies diferentes.

Se os versos 11 e 12 declaram que as plantas foram formadas de tal maneira que 

1) elas podiam reproduzir-se unicamente segundo a sua espécie, ou se 
2) eles simplesmente declaram que as plantas foram feitas morfologicamente de acordo com o plano na mente do Criador,
a conclusão é essencialmente a mesma. De acordo com a opinião anterior, estes versos declaram que as plantas foram formadas de tal modo que cada vez que uma espécie se reproduzia, trazia indivíduos adicionais, semelhantes a ela. De acordo com o último ponto de vista, estes versos declaram que as plantas foram formadas em toda a multiplicidade de espécies que a terra já viu; isto é, eles não se referem diretamente ao comportamento reprodutivo das plantas mas simplesmente à sua morfologia. Todavia, a declaração da formação de diferentes espécies morfológicas refere-se indiretamente ao comportamento reprodutivo. Diferentes morfologias, particularmente com respeito às partes reprodutivas, surgem de propriedades fisiológicas diferentes e as indicam. Para ilustrar, a estrutura química da abóbora é diferente da da rosa, tão diferente que nenhuma fertilização ocorre quando se tenta a hibridação. Isto, pode-se supor, é devido à incompatibilidade entre eles. Assim, qualquer que seja o ponto de vista mantido, é possível que o fim lógico seja o mesmo. As plantas foram formadas de tal modo que nenhuma erradicação das espécies originais pode ser executada por hibridação, dando como resultado formas intermediárias. A ausência de formas intermediárias, isto é, “elos de ligação”, entre todas as espécies do Gênesis, fósseis ou vivas, constitui a maior prova de que a evolução das plantas não ocorreu.



                                                 SÍNTESE DO TÓPICO VII


Deus criou no quarto dia o Sol, a Lua e as estrelas.


1. A criação do Sol, da Lua e das estrelas. No quarto dia, Deus criou o Sol, a Lua e as estrelas (Gn 1.14-19). Dessa forma, o tempo será dividido não apenas em dia e noite, como acontecia até ao terceiro dia, mas também em semanas, meses, estações e anos (Gn 1.14).

2. A perfeição do sistema solar. Deus criou o sistema solar para funcionar perfeitamente, conforme declarou o profeta Jeremias: "Assim diz o Senhor, que dá o sol para a luz do dia e as leis fixas à lua e às estrelas para a luz da noite, que agita o mar e faz bramir as suas ondas; Senhor dos Exércitos é o seu nome. Se falharem estas leis fixas diante de mim, diz o Senhor, deixará também a descendência de Israel de ser uma nação diante de mim para sempre" (Jr 31.35,36 - ARA). Não há máquina tão perfeita quanto o sistema solar (Is 40.26).


Paul Hoff, tomando por base uma das teoria cita no Pentateuco, nos diz que "Surge uma discrepância entre esta teoria e o relato bíblico quanto ao dia da criação dos luminares. Criou Deus no princípio (Gênesis 1:1) todo o universo, inclusive o sol, a lua e as estrelas, ou foram criados os luminares no quarto dia? (Ver Gênesis 1:14-19.) E se foram criados no quarto dia, como se explica a existência de luz desde o princípio da criação? Os que crêem que os dias da criação foram períodos de vinte e quatro horas dizem que era luz cósmica, ou seja, luz criada por Deus à parte dos luminares. Deve ter existido como energia. Contudo, encontram dificuldade em explicar como começou o ritmo do dia e da noite (Gênesis 1:5), que, em sua forma atual resulta da rotação da Terra sobre seu eixo e da posição do sol. Alguns estudiosos supõem que Deus teria criado um foco de luz próximo da Terra que servisse provisoriamente até à criação do sol no quarto dia. Em contraposição à explicação de um foco provisório de luz, os que aceitam a teoria progressiva da criação crêem que a descrição da criação no primeiro capítulo do Gênesis apresenta-se do ponto de vista de uma pessoa colocada sobre a Terra. Os corpos celestes foram criados no primeiro dia (primeiro período da criação) mas não eram visíveis até à quarta era geológica. De modo que esta teoria interpreta poeticamente Gênesis 1:14-19 como referindo-se ao aparecimento dos luminares aos olhos de um ser terrestre".


VIII. A CRIAÇÃO DO REINO ANIMAL

Somente depois de o ambiente natural estar devidamente aparelhado é que Deus criou, no quinto e sexto dias, os animais aquáticos, alados e terrestres. O Criador agiu de forma sábia em seus intentos.
1. Quinto dia. No quinto dia, Deus criou os grandes animais marinhos e os peixes; em seguida, as aves (Gn 1.20,21). Ato contínuo, ordenou-lhes: "Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei as águas nos mares; e as aves se multipliquem na terra" (Gn 1.22).



2. Sexto dia. No sexto dia, Deus criou os animais selvagens e os domésticos (Gn 1.24,25). No que tange aos animais, há uma espantosa variedade de espécies entre eles e, ao mesmo tempo, uma cadeia maravilhosa que os identifica (Sl 104.24). Observemos, por exemplo, a família dos felinos. Vai desde o gatinho até ao leão, rei dos animais. No sexto dia, Deus criou também o homem, e assim deu início à humanidade.



Vejamos o que o livro "A Bíblia Responde" publicada pela CPAD, em 1983 nos ensina sobre a criação do homem:


IMAGEM E SEMELHANÇA

"Como explicar a expressão "imagem e semelhança de Deus, em Gn 1.27?"
Inicialmente, temos de entender que se trata da parte imaterial, e não material. "Imagem e semelhança" se manifesta no ser imaterial (espiritual), através da parte material. Lembremos o seguinte: a repre­sentação da parte imaterial do homem representa a parte espiritual.
A Bíblia declara que o corpo (parte ma­terial) do homem foi feito pelo ato direto e imediato de Deus, como o próprio texto alude em Gênesis 2.7: "então Deus formou o homem do pó da terra". Entretanto, no texto anterior (Gn 1.26,27), a Bíblia diz que Deus o criou "à sua imagem e seme­lhança; à imagem de Deus o criou". Este texto não declara que a parte imaterial foi criada, pois a parte espiritual foi outorga­da ao homem através do sopro divino, tor­nando a parte criada em "alma vivente". A parte imaterial se originou do homem mediante um "ato de transmissão", e não, por um "ato de criação".
É esta parte imaterial que dignifica o homem e o torna superior no universo. Quando a Bíblia declara: "Façamos o ho­mem à nossa imagem e semelhança", a colocação plural do verbo indica o nome do Criador, que no original hebraico aparece como "Elohim" e significa literalmente "deuses". Mas como a Trindade celestial não se apresenta no plural, mas no singu­lar, entendemos que "Elohim'' indica a Trindade em ação, isto é, os três em um só. As três pessoas da Trindade não são três deuses, mas um só Deus em três pes­soas. As três pessoas da Trindade toma­ram parte da criação do homem, e cada uma das pessoas, suficientemente em si mesma, deu a sua parte nessa criação. Por isso, Deus Pai é "Elohim" e Deus Espírito Santo é "Elohim" e Deus Filho (Jesus) é "Elohim".
A criação do homem é o apogeu da obra criadora. É a Trindade quem declara, sem qualquer intervenção ou consulta feita aos anjos: "a nossa imagem, conforme a nossa semelhança: v.26. São sinônimos os subs­tantivos, e se compreendem em face do pa­ralelismo da poesia hebraica. Trata-se de uma semelhança natural e moral, "e domine...", v.26. É desta semelhança com Deus que deriva todo o domínio do homem sobre as criaturas.


O pecado manchou essa imagem no ho­mem. Somente a obra expiatória de Cristo pode recuperá-la mediante arrependimen­to dos pecados e a aceitação da obra expia­tória de Cristo. Assim, quando o homem se torna "uma nova criatura em Cristo", pelo arrependimento (2 Co 5.7), essa "imagem e semelhança divina", que estava manchada pelo pecado (1 Jo 1.7), é recuperada integralmente em Cristo Jesus, mediante a obra remidora do Calvário.








TEORIAS ACERCA DA CRIAÇÃO 

Que dizem as Escrituras, e que dizem os cientistas modernos acerca da antigüidade da Terra? Os geólogos, os arqueólogos e os demais cientistas tiram suas conclusões calculando o tempo exigido para a carbonificação da crostra terrestre, para a acumulação de sal no oceano e para a formação de rochas sedimentares. Os cientistas cristãos, na busca de uma explicação, formularam várias teorias reinterpretando o relato bíblico em termos científicos que o não violentem. Consideremos algumas: 

1.  Teoria do vazio ou arruinamento e nova criação: 

Segundo esta teoria, houve uma criação perfeita em passado distante (Gênesis 1:1) seguida de uma grande catástrofe ocorrida entre Gênesis 1:1 e 1:2 a qual deixou a terra desolada e em caos. (Jeremias 4:23-26; Isaías 24:1 e 45:18.) A ruína da Terra foi o resultado do juízo divino quando Satanás e seus anjos caíram (Ezequiel 28:12-15; Isaías 14:9-14; II Pedro 2:4 e Judas 6). A frase "sem forma e vazia" (Gênesis 1:2) poderia ser traduzida "veio a ser algo caótico e vazio". O caos mencionado em 1:2 terminaria com um vasto período de tempo no qual ocorreram os fatos pré-históricos. Depois deste cataclismo, a terra foi criada de novo em seis dias literais. Esta teoria calcularia a antiguidade da terra e permitiria a interpretação literal dos seis dias da criação. 
Não obstante, defronta-se com sérias dificuldades: Ensina realmente a Bíblia que a queda de Satanás provocou uma catástrofe universal? Têm algo que ver as descrições de Jeremias 4:23-26 e de Isaías 24:1 com a época pré-adâmica? Parece que estas profecias se referem a um futuro posterior ao momento da profecia. Jeremias referiu-se à invasão babilônica, e Isaías ao juízo final das nações. Consideremos a frase de Isaías 45:18b, a respeito da terra: "não a fez para ser um caos, mas para ser habitada" (Almeida, Edição Revista e Atualizada). Refere-se ao caos resultante de uma catástrofe, ou antes a uma fase no processo da criação primitiva? Seria estranho que o relato Bíblico dedicasse apenas um versículo à criação e dois capítulos à recriação. Ademais, as referências no restante da Bíblia parecem aceitar que os seis dias criativos se referem à criação original. Deste modo, esta teoria pode ser considerada altamente especulativa, e carente de sólidas evidências bíblicas. 

2. Teoria da criação progressiva: 

Alguns julgam o primeiro capítulo do Gênesis como uma "descrição poética dos passos sucessivos da criação". Os dias da criação representariam eras de tempo indefinido, ou seja, épocas geológicas, nas quais Deus paulatina e progressivamente levou a cabo sua atividade criadora. "Manhã" e "tarde" referem-se ao começo e fim de cada período. Os dias de criação nos proporcionam "quadros majestosos vertidos no conhecido molde bíblico do número sete".1 Mostram que o mesmo termo "dia" se usa em Gênesis 2:4 para resumir o período completo da criação. Argumenta-se que é lógico que Deus tenha empregado uma forma poética para descrever o processo da criação, pois sua revelação acomoda-se ao entendimento do homem. Os homens do Antigo Testamento não teriam compreendido uma descrição literal. Na opinião dos que aceitam esta teoria não existe problema algum em crer que os dias da criação representavam vastos períodos de tempo, visto que Deus é eterno e "um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia" (II Pedro 3:8). Também esta teoria pode harmonizar-se bem com muitas das teorias correntes de determinados cientistas, mesmo contemplando a idéia de que poderiam ter sido desenvolvidas as diferentes formas dos animais dentro dos gêneros criados por Deus. Surge uma discrepância entre esta teoria e o relato bíblico quanto ao dia da criação dos luminares. Criou Deus no princípio (Gênesis 1:1) todo o universo, inclusive o sol, a lua e as estrelas, ou foram criados os luminares no quarto dia? (Ver Gênesis 1:14-19.) E se foram criados no quarto dia, como se explica a existência de luz desde o princípio da criação? Os que crêem que os dias da criação foram períodos de vinte e quatro horas dizem que era luz cósmica, ou seja, luz criada por Deus à parte dos luminares. Deve ter existido como energia. Contudo, encontram dificuldade em explicar como começou o ritmo do dia e da noite (Gênesis 1:5), que, em sua forma atual resulta da rotação da Terra sobre seu eixo e da posição do sol. Alguns estudiosos supõem que Deus teria criado um foco de luz próximo da Terra que servisse provisoriamente até à criação do sol no quarto dia. Em contraposição à explicação de um foco provisório de luz, os que aceitam a teoria progressiva da criação crêem que a descrição da criação no primeiro capítulo do Gênesis apresenta-se do ponto de vista de uma pessoa colocada sobre a Terra. Os corpos celestes foram criados no primeiro dia (primeiro período da criação) mas não eram visíveis até à quarta era geológica. De modo que esta teoria interpreta poeticamente Gênesis 1:14-19 como referindo-se ao aparecimento dos luminares aos olhos de um ser terrestre Os que se opõem a esta teoria consideram que ao interpretar poeticamente o relato bíblico da criação se está procurando conciliar o ensino claro do Gênesis com as idéias errôneas de alguns cientistas. Temem eles que estes cientistas cristãos estejam inclinados (talvez inconscientemente) a atribuir uma vasta antiguidade à Terra para poder admitir a teoria da evolução. Alegam que as teorias científicas tendem a ter uma breve idéia e se substituem amiúde por outras idéias contraditórias. Confiam em que cedo ou tarde a interpretação literal de Gênesis 1 será comprovada pelos experimentos científicos. 

3. Teoria da catástrofe universal causada pelo dilúvio: 

Os que aceitam esta teoria interpretam literalmente os dias da criação, mas explicam que as grandes modificações geológicas, a estratificação das rochas e as jazidas carboníferas e petrolíferas podem ser atribuídas ao cataclismo universal do dilúvio. Rejeitam a teoria do "uniformismo", que considera a formação de rochas sedimentares como resultado de um processo uniforme e extremamente lento de depósito de minerais. De acordo com esta teoria, seriam necessários mil anos para acumular 30,5cm de rocha estratifiçada. De modo que estes cientistas, medindo a rocha sedimentar, chegam à conclusão de que a Terra tem milhões de anos. Por outro lado, os que atribuem o depósito de minerais ao cataclismo do dilúvio apresentam alguns argumentos dignos de consideração. Dizem que foram encontrados fósseis animais intactos nas estratificações das rochas e, inclusive, troncos de árvores de três metros de altura, em pé, em jazidas carboníferas. Este fenômeno indica que nesses casos, pelo menos, a rocha estratificada e as jazidas de carvão não se formaram paulatinamente, mas da noite para o dia. De outro modo, os animais e as árvores ter-se-iam desfeito no processo de apodrecimento. Como se pode explicar esse fenômeno? Parece que houve um cataclismo que os sepultou, depositando minerais no caso da rocha, e resíduos no caso de jazidas carboníferas. Não poderia ser conseqüência do dilúvio descrito pela Bíblia? Na Sibéria, ao norte da Rússia, encontraram-se mamutes em perfeita preservação congelados na neve. Morreram tão repentinamente que alguns ainda tinham alimento na boca. Como explicar estes fatos? Acham os cientistas que pode ter havido uma mudança tão drástica e repentina das condições climáticas que fez com que os mamutes morressem de frio e se congelassem quase instantaneamente. Então seus corpos foram cobertos de gelo e preservados até hoje. É possível que Deus efetuasse o cataclismo do dilúvio em parte alterando a posição do eixo da Terra. Desse modo teria havido mudanças abruptas de clima em determinadas áreas; ter-se-iam produzido enormes marés que depositariam massas de vegetação em certos lugares para formar as jazidas de carvão e de petróleo, e também se teriam formado, com depósitos de sedimentos, as rochas sedimentares. Ao mesmo tempo, os terremotos produziriam grandes alterações na crosta da terra. É interessante notar que alguns cientistas e pensadores modernos tendem a abandonar o princípio do uniformismo e crer que houve uma catástrofe universal que provocou repentinamente muitas das alterações geológicas. Se eles estiverem com a razão, esfumar-se-á o problema de harmonizar o relato bíblico com o que parece ser a grande antigüidade do globo terráqueo.


CONCLUSÃO


Deus não se limitou a criar os Céus, a Terra, os animais e o ser humano. Fazendo-se presente em sua obra, mas sem confundir-se com esta, Ele se mostra presente e soberano em todas as coisas. Não estamos sozinhos neste mundo. O Pai Celeste zela por nós.


Rivaldo Nascimento

8 comentários:

  1. Olá tudo bem, sou uma curiosa na palavra de Deus, tenho aprendido muito estudando por mim mesmo e creio que o Espírito Santo tem me orientado. Você fez um questionamento interessante sobre a criação da luz no primeiro dia, antes do sol, lua e estrelas. Essa luz, não é a luz que dá claridade, mas são as autoridades (bem e mal). Eu já li que há um erro na tradução de "haja luz", mas seria "Seja luz". Como sabemos, Deus criou todas as coisas inclusive o mal, e no primeiro dia ele separou essas autoridades (bem e mal/ luz e trevas) nelas não há comunhão. "Deus viu que a luz era boa e a separou da escuridão."Gênesis 1:4

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    1. Olá. se Deus criou o mal ele então é um ser falso do qual cria algo para depois destruir e nos usa como marionetes de um plano para sua própria glória, sem se importar de fato com sua criação. Me recuso a crer que Deus é originador do mal. E a Bíblia mostrar que o mal, de uma forma que nossa mente limitada não consegue entender, originou se no coração de um ser outrora criado chamado Lúcifer. Que decidiu se opor ao governo de Deus. Trazendo o pecado para toda a humanidade.

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  2. Além de descansar Deus abençoou e Santificou o sétimo dia Dando o exemplo para seus filhos e mostrando que o sábado é um dia separado dos outros. E em Êxodo capítulo 20 a partir do verso 8 ele dá um nome para esse dia. Aliás é o único dia na Bíblia que possuem nome os demais são denominados primeiro dia, segundo dia e assim sucessivamente.

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