Pr. Antônio Gilberto*, consultor doutrinário e teológico da CPAD responde:
"Eu diria que o nosso problema no Brasil é falta de patrocínio. Eu viajo bastante e vejo isso em toda parte: a falta da disposição em apoiar os ensinadores. As igrejas não apoiam, as convenções não apoiam, os empresários cristãos não patrocinam. E quem vai pagar a conta? Estudar custa caro, muito caro. Resultado disso: temos talentos maravilhosos por aí que são desperdiçados. Eu mesmo recebo um volume enorme de escritos, pela misericórdia de Deus, na Casa Publicadora onde atuo como consultor doutrinário e teológico, e até do exterior, mas não há patrocínio da igreja pentecostal no Brasil a esses talentos."
"E outra causa: o desestímulo. Muitos jovens e até velhos recebem o chamado divino para o ensino e a gente nota a falta de estímulo. Muitos nas igrejas dizem aos ensinadores que larguem tal tarefa. E dizem: - vamos buscar a Deus e deixemos isso pra lá, etc. Eu já vi casos até de pessoas chamadas ao ensino totalmente reclusas em suas igrejas. E aí vemos como a nossa igreja sofre nessa área."
Lendo essas palavras do Pr. Antônio Gilberto (onde ele não reduz o problema à falta de patrocínio para estudos acadêmicos, mas realça-o dentre muitos), eu compreendo melhor a recomendação de Paulo a Timóteo para que honre duplamente os líderes que trabalham com ensino da Palavra na igreja (1Tm 5.17-18); e a semelhante recomendação à igreja da Galácia para que os aprendentes partilhem dádivas com seus ensinantes (Gl 6.6). Assim concluo com o mestre Antônio Gilberto que a Igreja faria muito bem se honrasse os mestres e jovens postulantes ao ministério que se esmeram para oferecer-lhe ensino bíblico de qualidade. Não é oferecer luxo nem honrarias especiais, mas apenas "dar honra a quem honra" (Rm 13.7). Uma igreja que investe em seus líderes, não tem nada a perder, só a ganhar! A igreja Assembleia de Deus no Brasil já deixou pra trás, lá na década de 50, um preconceito descabido contra o estudo teológico a nível acadêmico. Creio que as novas demandas do século 21 exigem uma nova tomada de atitude: investimento maciço em novos líderes, novos pensadores, que façam ainda mais profundamente o que eruditos pentecostais no mundo já fizeram ou fazem: “acrescentem ao nosso ardente testemunho de experiência [...] esforço intelectual mais determinado a fim de expor com precisão a nossa fé. Não devemos nos deleitar com emoções profundas à custa de reflexões superficiais” (Donald Gee, teólogo pentecostal inglês).
"Lança o teu pão sobre as águas porque depois de muitos dias o acharás" (Ec 11.1), é a Palavra de Deus para as igrejas pentecostais, que jamais devem abandonar o fervor, o calor pentecostal, a experiência e defesa bíblica dos dons, mas somar - como disse Donald Gee -, somar a isso esforço intelectual para expor e defender a "fé que uma vez nos foi dada". Não nos esqueçamos de que Paulo, a despeito de todo seu cabedal teológico e secular, era um homem cheio do Espírito Santo (At 13.9).
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* As palavras aspeadas do Pr. Antônio Gilberto são um trecho de uma entrevista feita pelo jovem teólogo pentecostal Gutierres Fernandes Siqueira. A entrevista completa com o Pr. Antônio Gilberto, respeitado mestre das Assembleias de Deus no Brasil e no mundo, pode ser lida aqui: http://www.teologiapentecostal.com/…/erudicao-e-piedade-uma…
* As palavras aspeadas do Pr. Antônio Gilberto são um trecho de uma entrevista feita pelo jovem teólogo pentecostal Gutierres Fernandes Siqueira. A entrevista completa com o Pr. Antônio Gilberto, respeitado mestre das Assembleias de Deus no Brasil e no mundo, pode ser lida aqui: http://www.teologiapentecostal.com/…/erudicao-e-piedade-uma…
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