domingo, 31 de julho de 2016
sábado, 16 de julho de 2016
quinta-feira, 26 de maio de 2016
Lição 9 - A Nova Vida em Cristo - 29 de Maio de 2016
O Ensinador Cristão nos diz que chegamos à seção bíblica em que o apóstolo Paulo passa a tratar sobre a aplicabilidade da doutrina. Os capítulos 12 a 16 de Romanos é a aplicação da mensagem que o apóstolo desenvolveu ao longo de toda a epístola (Rm 1-11).
Vivemos num tempo em que tudo o que se conhece o ser humano deseja aplicar na vida prática sem fazer uma reflexão sobre as implicações da aplicabilidade desse conhecimento. O tema das doutrinas bíblicas não foge desta ordem. É natural, após de havermos estudado, que se pergunte: qual o efeito prático que a doutrina da justificação pela fé tem para a vida?
O apóstolo começa a responder a pergunta a partir do assunto da santificação: "Mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento" (Rm 12.2). Ora, a base da santificação do crente é a sua união com Cristo, pois a partir dessa união foi que o crente rompeu com o pecado e andou em novidade de vida conforme a eficácia da ressurreição do nosso Senhor (Rm 6.4,10-11). Como o Espírito Santo é aquele com quem nós andamos; por intermédio dEle, somos instados a viver somente para Deus segundo a sua imperiosa vontade. Aqui, ocorre a vocação e o chamado para vivermos uma vida de santidade.
No culto racional e nas virtudes cristãs
Deste modo, o crente nascido de novo tem uma ética fundamentada na obra da redenção. A partir desta, somos chamados a cultuar o nosso Deus com entendimento e sabedoria (Rm 12.1), sendo instrumento disponível de Deus para abençoar a vida dos nossos irmãos por intermédio do uso dos dons (Rm 12.6-8). De modo que o amor suplanta e se torna a grande medida dessa instrumentalidade. Ou seja, fomos separados para amar sem fingimento; amar cordialmente uns aos outros; sermos intensos no cuidado com o outro e fervorosos no espírito; alegrando-se na esperança, sendo paciente na tribulação e perseverando em oração; comunicando a nossa necessidade ao outro; sendo unânime naquilo que importa; não ambicionando as coisas altas; não desejando o mal do outro; dando de comer e de beber ao inimigo; não devolvendo o mal com o mal, mas com o bem (Rm 12.9-21).
Viver esta santidade do amor não é fácil. Isto requer anular o nosso orgulho, soberba e prepotência. Mas não foi assim que Deus agiu para conosco e fomos justificados gratuitamente pela fé em Jesus Cristo? Então, como pagaremos o mal na mesma moeda?
Em Cristo, somos chamados e convocados a ser amorosamente santos!
TEXTO ÁUREO
"Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional".
(Rm 12.1)
A nova vida em Cristo consiste em viver fervorosamente a vitória da cruz.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Jo 3.16
O Reino de Deus é para todos aqueles que creem, não somente para o judeu
Quinta - Jo 3.5,6
A regeneração pela água e pelo Espírito nos torna novas criaturas
Terça - Jo 3.3
Para fazer parte do Reino é necessário nascer de novo
Sexta - Cl 2.6,7
Receber a Jesus como salvador é o início da vida cristã
Quarta - 2 Co 5.17
Se alguém está em Cristo é uma nova criatura e tudo se fez novo
Sábado - Cl 2.11
Como novas criaturas fomos circuncidados em Jesus Cristo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 12.1-12
1 - Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 - E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
3 - Porque, pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não saiba mais do que convém saber, mas que saiba com temperança, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.
4 - Porque assim como em um corpo temos muitos membros, e nem todos os membros têm a mesma operação,
5 - assim nós, que somos muitos, somos um só corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros.
6 - De modo que, tendo diferentes dons, segundo a graça que nos é dada: se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
7 - se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino;
8 - ou o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade; o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria.
9 - O amor seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem.
10 - Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros.
11 - Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
12 - alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
OBJETIVO GERAL
Mostrar que a nova vida em Cristo consiste em viver em santidade.
HINOS SUGERIDOS: 3,115,600 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Apontar que precisamos viver a nova vida de maneira que agrade a Deus;
Explicar a necessidade de se usar os dons com sabedoria e humildade;
Compreender que como novas criaturas precisamos exercitar o amor, o serviço cristão e resistir a todo o mal.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, desejamos que o estudo da Epístola aos Romanos contribua para o seu crescimento e de seus alunos. Esta é a mais importante Carta de Paulo. Segundo Lawrence Richards, Romanos é "a pedra angular da teologia do Novo Testamento".
Na lição de hoje estudaremos o capítulo doze. A partir desse capítulo o apóstolo Paulo passa a tratar de questões mais práticas. Como novas criaturas precisamos evidenciar a nossa fé mediante as nossas ações. Paulo mostra que depois de experimentar da graça divina não é mais possível viver segundo as normas ou a maneira de pensar deste mundo pecaminoso (Rm 12.1,2). O apóstolo também mostra que como novas criaturas, pertencemos a um corpo, o "Corpo de Cristo". Cada membro desse Corpo recebeu dons e talentos e estes precisam ser usados com humildade, amor, sabedoria, contribuindo para o bem-estar de todos.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A conexão entre tudo o que Paulo escreveu anteriormente (capítulos 1 a 11) e o capítulo 12 de Romanos é feita por intermédio do uso da partícula grega oun, traduzida em português como portanto, pois. Nesse contexto, o uso dessa partícula pode se referir a tudo aquilo que o apóstolo havia escrito anteriormente ou pode também se referir àquilo que ele escreveu na seção que compreende somente os capítulos 9 a 11. O fato é que esse texto não está fora de lugar. Paulo havia tratado em detalhes sobre a justificação pela fé e como Deus, em sua soberania, tratou com os gentios e judeus nesse processo. Agora ele quer que os crentes tomem consciência de que tudo isso tem implicações práticas na nova vida em Cristo.
PONTO CENTRAL
A nova vida em Cristo deve ser evidenciada mediante as nossas ações.
I - EM RELAÇÃO A MORDOMIA DA ADORAÇÃO CRISTÃ (Rm 12.1,2)
1. Uma exortação em forma de apelo. "Rogo-vos", conforme aparece na versão Almeida Revista e Corrigida, traduz o verbo grego parakaleo. Essa palavra tem, no original, o sentido de admoestar, encorajar e exortar. Os léxicos destacam que esse termo era usado no contexto militar quando um oficial queria exortar as tropas. As palavras introdutórias de Paulo são, portanto, um apelo exortativo. Os crentes deveriam levar em conta tudo o que ele havia ensinado até então e procurarem se ajustar à nova vida em Cristo. As doutrinas bíblicas, mesmo aquelas mais complexas, não devem promover apenas especulações teológicas, mas fomentar no crente a piedade cristã.
2. Uma palavra concernente ao corpo. O apóstolo solicita aos crentes romanos [...] "que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional" (Rm 12.1). Três coisas são ditas aqui sobre o corpo como instrumento de adoração. Em primeiro lugar, o corpo deve ser oferecido em sacrifício. A palavra grega usada aqui pelo apóstolo é thüsia, que significa sacrifício ou oferta. O paralelo é feito com o sistema de sacrifícios levítico do Antigo Testamento. Em segundo lugar, esse sacrifício, ao contrário daquele da Antiga Aliança, deve ser apresentado vivo e não morto. Em terceiro lugar, esse sacrifício deve ser santo. A ideia de algo que foi separado exclusivamente para o serviço de Deus. Assim fazendo, o crente terá a garantia que estará agradando a Deus na sua adoração.
3. Uma palavra concernente à mente. Assim como o nosso corpo deve ser ofertado em sacrifício vivo a Deus, da mesma forma a nossa mente também precisa ser (Rm 12.2). Para que a adoração seja verdadeira ela precisa ser realizada por pessoas com a mente transformada. Essa transformação, como mostra o original metamorphousthe, de onde vem o vocábulo metamorfose, significa ser transformado em nossa mais profunda natureza interior.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Deus deseja que vivamos cada dia da nova vida para Ele.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Até o capítulo 11, Paulo desenvolveu uma argumentação teológica acerca de algumas doutrinas pertinentes à Soteriologia Bíblica. A partir do capítulo 12, ele disseca essas doutrinas sobre a salvação em uma realidade prática. É o Cristianismo vivido e experimentado. É a vida cristã demonstrada através das relações pessoais com Deus, com os irmãos na fé, com as pessoas de fora, com as autoridades constituídas e com as responsabilidades para com a igreja. Não basta conhecer a Teologia do Pecado, da Justificação, da Santificação, teoricamente. É preciso ter experimentado isso tudo, para poder viver vitoriosamente no Espírito. Nos capítulos anteriores, Paulo apresenta o pecado e suas consequências, bem como, o plano de salvação. Já, a partir do capítulo 12, temos o plano da salvação na prática. O Evangelho não é apenas poder para salvar o homem dos seus pecados, mas é também, poder para viver diariamente uma vida vitoriosa e poderosa contra o pecado, contra o mundo e contra o Diabo. Uma vez justificado pela fé, o crente é também capacitado para tornar-se na prática, um vitorioso contra o pecado" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.133).
CONHEÇA MAIS
* "Conformeis (12.2)
J. B. Phillips captou o significado dessa exortação numa paráfrase poderosa. 'Não permita que o mundo ao seu redor o bitole de acordo com o seu molde'. O mundo exerce toda a sorte de pressão para nos forçar a adotar sua maneira de pensar. Os crentes, no entanto, não são manipuláveis. Não temos que nos conformar. Podemos ser transformados por Deus em nosso interior".
Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 748.
II - EM RELAÇÃO À MORDOMIA DO EXERCÍCIO DOS DONS (Rm 12.3-8)
1. Exercitá-los com moderação e humildade. A palavra dons (gr. charismata) que aparece no versículo 6, é a mesma palavra usada por Paulo em 1 Coríntios 12.4 em referência aos dons espirituais. O mesmo amor de 1 Coríntios 13, que regulamentou o uso dos dons, deve ser aqui praticado. Paulo já havia falado muito sobre a graça (gr. charis) e é em nome dessa graça, que a ele foi dada, que pede moderação e humildade na mordomia dos dons espirituais. Ninguém que exercitasse os dons espirituais deveria achar que era alguma coisa independente da graça. É exatamente isso o que significa o vocábulo grego yperphroneo, traduzido aqui como "pensar de si mesmo além do que convém".
2. Exercitá-los respeitando sua diversidade. Paulo lembra aos romanos que a moderação e a humildade são indispensáveis no exercício dos dons. Ele também os faz recordar que Deus não quer exclusivismo no exercício dos dons (Rm 12.4). A individualidade deve ser respeitada, porque o Espírito usa pessoas, mas o individualismo deve ser rejeitado. Os dons são diversos, assim como diversos são os membros do corpo (Rm 12.5). Não existe um corpo formado somente por um membro, da mesma forma o Senhor não quer que os dons operem através de uma única pessoa (Rm 12.6). Todos têm seu lugar no corpo de Cristo.
3. Exercitá-los com esmero e regularidade. Paulo escreve aqui no contexto de uma igreja local, e não tem a preocupação de separar os dons espirituais dos dons ministeriais. Aqui, os crentes, quer sejam leigos quer sejam clérigos, são convidados à prática dos dons espirituais (Rm 12.6-8). Os dons, portanto, devem ser exercidos com dedicação e regularidade. Eles são dádivas de Deus e precisam ser desempenhados no contexto da igreja.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Os dons são resultado da graça divina e devem ser usados com amor e humildade, beneficiando todo o Corpo de Cristo.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Paulo usou o exemplo do corpo humano para ensinar como os cristãos devem viver e trabalhar juntos. Assim como os membros do corpo funcionam sob o comando do cérebro, também os cristãos devem trabalhar juntos sob o comando e a autoridade de Jesus Cristo.
Deus nos dá muitas habilidades e dons para que possamos edificar a sua igreja. Para usá-los eficientemente, devemos: (1) entender que todas as nossas habilidades e todos os nossos dons vêm de Deus; (2) entender que nem todos são dotados das mesmas habilidades e dos mesmos dons; (3) saber quem somos e o que fazemos melhor; (4) dedicar nossas habilidades e nossos dons ao serviço de Deus, não para alcançar sucesso pessoal; (5) estar dispostos a empregar as habilidades e os dons que temos com todo o nosso coração, colocando tudo à disposição da obra de Deus, sem reter coisa alguma.
Os dons de Deus diferem quanto à sua natureza, poder e eficiência, de acordo com sua sabedoria e bondade, não conforme a nossa fé (12.6). Deus deseja conceder-nos o poder espiritual necessário para desempenharmos cada uma de nossas responsabilidades. Mas não podemos obter mais habilidades e dons mediante nosso esforço e nossa determinação para nos tornarmos servos ou mestres mais eficientes. Deus concede os dons à sua igreja, distribui a fé e o seu poder conforme a sua vontade. Nossa tarefa é sermos fiéis e procurarmos formas de servir aos outros com aquilo que Cristo nos dá" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. Rio de Janeiro: CPAD, p.1572).
III - EM RELAÇÃO À MORDOMIA DA PRÁTICA DAS VIRTUDES CRISTÃS (Rm 12.9-21)
1. Exercitar o amor. Socialmente a palavra amor está muito desgastada e quase sempre é associada apenas a sentimentos. Todavia, não é esse o significado de ágape no Novo Testamento. O amor cristão é algo que brota de dentro, do caráter de uma pessoa regenerada e passa a moldar o seu comportamento (Rm 12.9,10). Dessa forma, o amor jamais pode ser algo fingido, isto é, praticado com hipocrisia. Ele é algo autêntico. Vê o outro antes de si mesmo.
2. Exercitar o serviço cristão. Paulo aconselha os crentes em Roma a viverem a vida cristã com intensidade. Nada de apatia ou vagarosidade: "Não sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor" (Rm 12.11). A palavra vagarosos traduz o termo grego okneros, que possui também o sentido de preguiçoso, descuidado e indolente. Ser fervoroso não significa ser fanático, mas ser alcançado pela graça e andar segundo ela. A expressão "no espírito" tanto pode estar no caso locativo grego, significando nosso espírito humano, como no instrumental, se referindo ao Espírito Santo. Independentemente do caso que Paulo tenha usado, o sentido é do Espírito Santo incendiando a vida do cristão fervoroso.
3. Exercitar a resistência ao mal. Fechando essa seção, o apóstolo aconselha: "Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem" (Rm 12.21). Em Romanos, encontramos o apóstolo Paulo se referindo ao mal (gr. kakos) quatorze vezes. Em Romanos 7.19,21, ele apresentou esse mal como sendo sinônimo da natureza adâmica pecaminosa e má, que quer conduzir o crente a fazer aquilo que ele desaprova. Essa é a razão da guerra interior. Em Atos 16.28 Paulo fala desse mal como um dano irreparável que uma pessoa pode causar a si mesma. Aqui esse mal aparece como uma força oposta ao bem, que procura impedir o viver cristão vitorioso. A recomendação bíblica é: "vença o mal com o bem".
SÍNTESE DO TÓPICO III
Como novas criaturas, o amor precisa moldar nosso comportamento e ser a razão do nosso serviço.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"O serviço cristão em relação aos nossos irmãos na fé (12.9-21)
Nestes versículos está a base do serviço cristão que é o amor. Os deveres mencionados e todas as exortações devem estar debaixo do princípio do amor.
12.9 - 'O amor seja não fingido'. A palavra 'fingimento' fica melhor traduzida por hipocrisia, que no grego é anupokritos. Na Versão Inglesa do Rei Tiago a expressão é: 'sem dissimulação'. Portanto, o sentido real é que, a demonstração de qualquer sentimento para com as pessoas seja puro e 'com toda a sinceridade'.
12.9 - 'Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem'. Aborrecer o mal é negar tudo que possa prejudicar a outrem.
Podemos servir aos nossos irmãos na fé tendo uma atitude, não só de amor (v. 9), mas pelo espírito fraterno desenvolvido entre todos (v. 10), pelo favor do espírito e serviço a Deus (v.11), pela esperança e paciência (v.12), pela hospitalidade e a generosidade entre os domésticos da fé (v. 13), pela participação sincera dos sentimentos dos outros (v. 15), pelo perdão aos inimigos (v. 16), pela retribuição do mal com o bem (v. 17) e por viver em paz com todos (v. 18).
12.9 - 'Não vos vingueis a vós mesmos'. Em outras palavras, a vingança pertence a Deus, por isso, devemos deixar com Deus a vingança para com aqueles que nos maltratam. Somos frágeis e incapazes de fazer vingança com justiça. A expressão 'daí lugar à ira' não deve ser entendida como o dar razão à manifestação da ira, mas sim com o sentido de dar tempo à ira para que ela se extinga, isto é, deixá-la passar. Também tem o sentido de 'dar lugar à ira de Deus', à vingança divina, uma vez que a 'vingança pertence a Deus" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.137).
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos que o capítulo 12 de Romanos forma um conjunto de exortações a respeito do viver a nova vida em Cristo. Como observamos, essas exortações estão relacionadas a vários aspectos do viver cristão e envolvem a mordomia da adoração cristã, onde é mostrado o valor do corpo e da mente no serviço de Deus. Atenção é dada à mordomia dos dons espirituais, onde Paulo combate a apatia e o individualismo. A Igreja é o corpo de Cristo e como corpo ela deve viver. Por último o apóstolo exorta a respeito do exercício das virtudes cristãs, destacando a prática do viver cristão vitorioso.
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
Qual o sentido original da palavra "rogo-vos"?
Essa palavra tem no original o sentido de admoestar, encorajar e exortar.
O que são as palavras introdutórias de Paulo?
As palavras introdutórias de Paulo são um apelo exortativo.
Segundo a lição, o que é necessário para que a adoração seja verdadeira?
Para que a adoração seja verdadeira ela precisa ser realizada por pessoas com a mente transformada.
Segundo Paulo, o que é indispensável no uso dos dons?
A moderação e a humildade são indispensáveis no exercício dos dons.
Segundo a lição, o que significa ser fervoroso?
Ser fervoroso significa ser alcançado pela graça e andar segundo ela.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 66, p40.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição. São artigos que buscam expandir certos assuntos.
RIVALDO NASCIMENTO
domingo, 17 de abril de 2016
Lição 4 Os Benefícios da Justificação - 24 de Abril de 2016
TEXTO ÁUREO
“Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.”
(Rm 5.8)
VERDADE PRÁTICA
A justificação pela fé em Cristo nos libertou de Adão, símbolo do velho homem, para nos colocar em Cristo, onde fomos feitos uma nova criação.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Co 15.21
O pecado entrou no mundo mediante a Queda de um único homem
Quinta - Rm 5.15
A suprema eficiência da redenção em Jesus Cristo
Terça - 1 Co 15.22
Todos morreram em Adão e só podem ser vivificados em Jesus
Sexta - Rm 5.17
O pecado trouxe morte, mas Cristo trouxe a graça divina
Quarta - Rm 5.13
O pecado só pode ser imputado havendo a lei
Sábado - Rm 5.21
A graça e a justiça reinam por intermédio de Cristo
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 5.1-12
1 - Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo;
2 - pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus.
3 - E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência;
4 - e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança.
5 - E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado.
6 - Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios.
7 - Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
8 - Mas Deus prova o seu amor para conosco em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.
9 - Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.
10 - Porque, se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida.
11 - E não somente isto, mas também nos gloriamos em Deus por nosso Senhor Jesus Cristo, pelo qual agora alcançamos a reconciliação.
12 - Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.
OBJETIVO GERAL
Esclarecer que a justificação pela fé em Cristo nos libertou da lei do pecado e nos fez novas criaturas.
HINOS SUGERIDOS: 90,310,400 da Harpa Cristã
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
Apresentar as bênçãos decorrentes da justificação;
Mostrar as bênçãos do amor trinitário;
Explicar as bênçãos decorrentes na nova criação.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Professor, você já parou para refletir a respeito das bênçãos decorrentes da justificação pela fé? Pare e pense no que Cristo fez por você. Louve ao Salvador. Adore-o pela sua graça e redenção. O Filho de Deus assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa condenação. Na cruz Cristo cumpriu a nossa pena nos justificando perante o Pai e fazendo de nós novas criaturas. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé temos paz com Deus (Rm 5.1) e acesso à graça (Rm 5.2). Como pecadores jamais poderíamos pagar a nossa dívida para com o Pai. Quando pela fé recebemos o perdão de Deus, a culpa que perturbava as nossas consciências foi substituída pela graça e misericórdia divina.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nos quatro primeiros capítulos da Epístola aos Romanos, Paulo já havia escrito a respeito das origens e das bases da nossa justificação. Faltava agora falar dos resultados dessa justificação. Que benefícios ela nos trouxe? Quais seriam as bênçãos a ela associada? Paz, alegria, esperança são algumas dessas bênçãos associadas à justificação. Todavia, Paulo vai além, ele mostra que tudo isso só foi possível porque Deus nos fez participante de uma bênção maior - sermos parte da nova criação. Esse fato será mostrado através do contraste feito entre Adão, símbolo da velha criação e Cristo, o segundo Adão, cabeça de uma nova criação
PONTO CENTRAL
A justificação pela fé nos concede muitos benefícios.
I - A BÊNÇÃO DA GRAÇA JUSTIFICADORA (Rm 5.1-5)
1. A bênção da paz com Deus. No capítulo cinco de Romanos, Paulo mostra os benefícios da justificação pela fé logo no primeiro versículo: "Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo". O uso que Paulo faz da palavra paz aqui é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo significando era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar.
Embora os manuscritos mais aceitos do original grego tragam a palavra tenhamos em vez de temos, os teólogos concordam que o argumento de Paulo aqui é a paz como efeito imediato dessa justificação. Assim sendo essa paz deve ser desfrutada aqui e agora. Robertson, erudito em grego bíblico, traduz essa expressão como gozemos de paz com Deus. Portanto, uma paráfrase das palavras de Paulo ficaria da seguinte forma: "Já que fomos justificados por meio da fé, desfrutemos, pois, dessa paz com Deus". Deus tem paz para todos os que foram justificados em Cristo Jesus e deseja que desfrutemos dela.
2. A bênção de esperar em Deus. Antes de falar da bênção de esperar em Deus, Paulo fala como se deu esse acesso: "Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus" (Rm 5.2). A fé no Cordeiro de Deus nos abriu a porta da graça. Observe o comentário que William Barclay faz a respeito desse texto: "O próprio Jesus nos introduz na presença de Deus; nos abre a porta de acesso à presença do Rei dos reis. E quando se abre essa porta o que encontramos é a graça; não condenação, nem juízo, nem vergonha; senão o intocado e imerecido amor de Deus". A porta se abriu para a esperança. No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro. O futuro não é algo mais desconhecido, porque a fé em Jesus nos tornou participantes do seu reino.
3. A bênção de sofrer por Jesus. Na lista dos benefícios ou bênçãos vindos da cruz encontramos uma que, no contexto atual, escandaliza muita gente. Paulo tem no sofrimento uma motivação para se gloriar! "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência; e a experiência, a esperança" (Rm 5.3,4). A palavra grega thlipsis, traduzida em português como tribulação, significa pressões, dificuldades e sofrimentos. Que tipo de fé era essa que se alegrava no sofrimento? Era a fé pura, sem os resquícios da Teologia da Prosperidade, sem os paliativos espirituais criados para entreter os cristãos modernos.
SÍNTESE DO TÓPICO I
Com a justificação pela fé recebemos a bênção da paz com Deus.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Inicie o tópico fazendo a seguinte indagação: "Quais são as bênçãos decorrentes da justificação?" Incentive a participação de todos e ouça os alunos com atenção. Em seguida copie no quadro o esquema abaixo. Utilize-o para mostrar aos alunos algumas das bênçãos decorrentes da justificação. Leia e discuta as referências bíblicas com os alunos.
OS BENEFÍCIOS DA JUSTIFICAÇÃO (5.1-21)
Paz com Deus (5.1).
Acesso à graça, pela fé (5.2).
Esperança da glória de Deus (5.2).
Alegria nas tribulações (5.3-5).
O amor divino derramado em nós (5.5b).
O amor de Deus demonstrado a nós através da morte de seu Filho (5.6-11).
Adaptado de: CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.50.
CONHEÇA MAIS
*"Dois Adãos (Rm 5.11-21)
Os teólogos se encantam com essas passagens e discutem exatamente sobre como a morte foi transmitida a todos os homens através do pecado de Adão. Essa questão para Paulo é de ordem prática. A nossa herança racial de Adão é de pecado, morte, alienação. Agora, no entanto, pertencemos a Cristo, o fundador de uma nova raça. Nossa herança nele é de justiça e vida."
Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 741
II - AS BÊNÇÃOS DO AMOR TRINITÁRIO (Rm 5.5-11)
1. O amor que o Pai outorga. A visão que Paulo possui a respeito do Senhor é muito diferente da do judaísmo dos seus dias. O Deus que Paulo está revelando em suas epístolas é amor. Por isso, muito diferente daquele que os judeus conheciam. A expressão amor de Deus, que aparece em Romanos 5.5, no original está no caso genitivo, indicando origem ou posse. Deus é a origem e a fonte do amor. Embora o antigo Israel houvesse quebrado a aliança, sendo digno de punição, Deus em seu amor infinito o procura para uma reconciliação. Esse é o amor que perdoa. O Deus da teologia paulina ama suas criaturas e como prova maior desse amor enviou seu Filho para morrer por elas (Jo 3.16). A justificação pela fé nos dá uma nova percepção da pessoa de Deus e seus atributos, e essa percepção mostra que Ele é amor.
2. O amor que o Espírito distribui. Deus é a fonte do amor e o Espírito Santo é quem o instrumentaliza na vida do crente. Paulo diz que o amor de Deus está "[...] derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado" (Rm 5.5b). O apóstolo tem em mente a profecia de Joel 2.28 e o evento de Pentecostes em Atos dos Apóstolos 2.4, onde há a infusão do Espírito Santo sobre os crentes. Há alguns fatos interessantes com o tempo verbal grego (tempo perfeito) da palavra ekchéo, traduzida aqui como derramar. Esse verbo enfatiza uma ação passada, mas que continua com os efeitos no presente. É como se ele dissesse, "o amor de Deus foi derramado em nossos corações no passado quando cremos no Senhor, mas seus efeitos continuam vivos no presente". Temos, pois, razão para amarmos porque o Espírito Santo faz-nos viver esse amor.
3. O amor que o Filho realiza. O amor é originário do Pai, operacionalizado pelo Espírito e realizado pelo Filho. Cristo é a manifestação suprema do amor de Deus (Rm 5.6-8). Se quisermos conhecer o amor de Deus, basta olharmos para Cristo, o bendito Filho de Deus.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Com a justificação pela fé recebemos a bênção do amor trinitário.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"O amor divino derramado em nós (5.5b)
Temos a força que energiza a nossa esperança que é 'o amor de Deus derramado em nossos corações pelo Espírito Santo'. Esse amor só é derramado sobre um coração justificado. O interessante desse versículo é o destaque ao amor que Deus tem por nós, e não o amor que temos para com Ele. Descobrimos também neste versículo a participação das três Pessoas da Trindade na nossa justificação. Clifton J. Allen, em seu Comentário aos Romanos, escreve sobre isto: 'As três Pessoas da Trindade têm sua parte na nossa salvação. Deus nos justifica por causa da nossa fé. Sua justiça se torna possível por causa da redenção dada por Cristo. O Espírito Santo nos torna cônscios da nossa necessidade, faz com que exerçamos a fé, e faz transbordar os nossos corações com o amor de Deus. O amor de Deus satisfaz a terna afeição do coração ou corresponde ao desejo do coração'. Portanto, recebemos o amor de Deus em nossos corações e somos transbordados de alegria, graça, poder e vida nova" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.64,65).
III - AS BÊNÇÃOS DA NOVA CRIAÇÃO (Rm 5.12-21)
1. O homem em Adão. Os efeitos e as bênçãos da justificação são agora ilustrados por Paulo com as figuras de Adão e Cristo. Primeiramente Paulo fala do "homem em Adão", em Romanos 5.12-14. Existem várias interpretações a respeito deste texto bíblico, mas a ideia mais aceita pelos intérpretes é que Adão, como cabeça da raça humana, representava toda a humanidade. Nesse aspecto, todos pecaram, pois, todos descenderam de Adão. Para Paulo, o "homem em Adão", símbolo da velha criação, está condenado; em desobediência; dominado pelo pecado e vencido pela morte. O homem em Adão é, portanto, um projeto falido. Não há nenhuma esperança para ele.
2. O homem em Cristo. O contraste entre Adão e Cristo é feito com cores vivas pelo apóstolo em Romanos 5.15-17. O "homem em Cristo", símbolo da nova criação de Deus, é justificado, obediente, dominado pela graça e dominado pela vida com Deus. O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida. É exatamente isso que o apóstolo ensina em outro lugar aos cristãos de Éfeso. Em Cristo, somos abençoados com toda sorte de bênçãos espirituais; escolhidos nEle antes da fundação do mundo para sermos santos; fomos feitos filhos de Deus; temos a redenção dos nossos pecados pelo seu sangue e fomos selados com o Espírito Santo (Ef 1.1-13).
SÍNTESE DO TÓPICO III
Com a justificação pela fé recebemos a bênção do novo nascimento.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Reproduza o quadro da página seguinte. Leia com os alunos Romanos 5.15-21 e em seguida, utilizando o quadro faça um contraste entre Adão e Cristo.
ADÃO
CRISTO
1. Pela ofensa de um só, morreram muitos (v. 15).
1. Pelo dom da graça de um só homem, a graça foi abundante sobre muitos (v. 15).
2. Uma só ofensa e todos foram condenados (v. 16).
2. A graça de um só homem transcorre de muitas ofensas (v. 16).
3. Pela ofensa de um, reinou a morte sobre todos (v. 17).
3. Pela justiça de um só reinou a vida (v. 17).
4. Por uma só ofensa veio o juízo sobre todos (v. 18).
4. Por um só ato de justiça, veio a graça sobre todos (v. 18).
5. Pela desobediência de um homem, todos se fizeram pecadores (v. 19).
5. Pela obediência de um homem, muitos se tornaram justos (v. 19).
6. Pela ofensa de um só, abundou o pecado (v. 20).
6. Pela justiça de um só, superabundou a graça (v. 20).
7. O pecado reinou pela morte (v. 21).
7. A graça reinou pela justiça (v. 21).
(CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p.67).
CONCLUSÃO
O capitulo cinco de Romanos mostra de que forma Deus amou os homens. Ele os encontra pecadores, ímpios, e indiferentes ao seu propósito. Mas, mesmo assim os ama. Numa demonstração inimaginável de amor, Ele os justifica pela fé na pessoa bendita de Jesus Cristo e os abençoa com todas as bênçãos espirituais. No capítulo 5 de Romanos o amor de Deus parece romper todos os limites. Não é pelo que fazemos, mas pelo que Cristo fez por nós! Como disse certo autor: "Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais e não há nada que eu possa fazer para Ele me amar menos".
PARA REFLETIR
A respeito da Carta aos Romanos, responda:
Qual era o significado da palavra paz no Antigo Testamento?
O uso que Paulo faz da palavra paz é diferente daquele usado no mundo antigo. No geral, o termo significava ausência de guerra. Porém, Paulo se refere ao vocábulo paz conforme ele aparece no Antigo Testamento e cujo significado era a salvação dos piedosos, prosperidade e bem-estar.
Qual o primeiro benefício da justificação?
A paz com Deus.
Qual o significado da palavra esperança no contexto de romanos?
No contexto de Romanos, esperança significa enfrentar o tempo presente, com todos os seus desafios, porque se tem certeza quanto ao futuro.
Quem é a origem, fonte do amor?
Deus é a origem e a fonte do amor.
Faça um contraste entre Adão e Cristo.
O primeiro Adão é alma vivente, o segundo Adão é Espírito vivificante; o primeiro Adão é da terra, o segundo Adão é do céu; o primeiro Adão é pecador, o segundo Adão é justo; o primeiro Adão é morte, o segundo Adão é vida.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 65, p38.
Você encontrará mais subsídios para enriquecer a lição.
domingo, 3 de abril de 2016
Lição 2 - A Necessidade Universal da Salvação em Cristo - 10 de Abril de 2016
TEXTO ÁUREO
“Como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.”
(Rm 3.10)
VERDADE PRÁTICA
O pecado manchou toda a raça humana e somente o sangue de Cristo é suficiente para purificá-la.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Romanos 1.18-20,25-27; 2.1, 17-21
Rm 1.18 - Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça;
19 - porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou.
20 - Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
25 - pois mudaram a verdade de Deus em mentira e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém!
26 - Pelo que Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
27 - E, semelhantemente, também os varões, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, varão com varão, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
Rm 2.1 - Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas a outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo.
17 - Eis que tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
18 - e sabes a sua vontade, e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei;
19 - e confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas,
20 - instruidor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei;
21 - tu, pois, que ensinas a outro, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o pecado manchou toda a raça humana, por isso, todos necessitam de salvação.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apontar a necessidade de salvação dos gentios;
Mostrar a necessidade de salvação dos judeus;
Explicar a necessidade de salvação da humanidade.
Adão e Eva pecaram ao desobedecer a Deus. O pecado deles afetou toda a humanidade, por isso, as Escrituras afirmam que "todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus" (Rm 3.23). O castigo para o pecado é a morte, porém Deus por sua infinita graça, amor e misericórdia, enviou seu filhos Jesus Cristo ao mundo para morrer por nossos pecados. O Filho de Deus morreu pelos judeus e gentios, pois ambos necessitam de salvação. Somente Jesus Cristo pode salvar o homem libertando-o do pecado. A salvação não pode ser alcançada pelo cumprimento da Lei ou por qualquer tipo de esforço ou sacrifícios humanos. Somos libertos do poder do pecado unicamente pela graça de Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
Na lição de hoje teremos a oportunidade de compreender que o pecado, em sua universalidade, atingiu os gentios, os judeus e toda a raça humana. Todos ficaram debaixo do impiedoso jugo do pecado. A necessidade de uma salvação universal, na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo é um tema bastante claro na argumentação do apóstolo Paulo em Romanos 1.18 a 3.20.
Paulo nos mostra em Romanos que tanto os pagãos, que estavam nas trevas do pecado, quanto os judeus, que se orgulhavam de possuir a Lei divina entregue a Moisés no Sinai, estão sob o domínio do pecado. Veremos nesta lição que somente a revelação da justiça de Deus em Cristo Jesus é suficiente para salvar tanto os judeus quanto os gentios.
O Ensinador Cristão nos diz que é fundamental que a organização da estrutura da epístola esteja bem clara em sua mente, sobre:
Sobre os gentios
Na seção de Romanos 1.18-32 é demonstrada com muita clareza a situação dos gentios diante de Deus. Eles não reconheceram a Deus, que se manifestou por intermédio da criação, fazendo que o Pai Celestial os entregasse "aos desejos dos seus corações, à impureza". Esta expressão é uma das mais importantes no desenvolvimento da explicação de Paulo em relação à situação dos gentios. Os principais estudiosos dessa epístola concordam que a expressão "Deus os entregou" não tem o sentido de uma condição "decretada" por Deus para que os gentios jamais se arrependessem, mas, pelo contrário, seria uma deliberação divina permitindo que o gentio seguisse o seu próprio caminho de futilidade de vida, aprofundando mais no pecado e na imundícia, pois na verdade esta seria uma consequência natural de escravidão do pecado. Segundo o estudioso, C.E.B Cranfield, esta condição não seria um "privilégio" só dos gentios, mas de toda a humanidade, mostrando assim que a sessão 1.18-32 também engloba a realidade dos judeus, que de maneira oculta, repetia o caminho dos gentios (Rm 2.1). Ou seja, ainda assim Deus não perderia de vista a possibilidade do mais vil pecador de se arrepender, pois Ele quer que todo homem seja salvo (1 Tm 2.4).
Sobre os judeus
Ora, a eleição dos judeus como povo de Deus deveria lhes trazer humildade, gratidão e quebrantamento. Mas aconteceu o contrário. A soberba, a ingratidão e a dura cerviz fizeram com que esse povo vivesse de maneira hipócrita perante Deus. Enquanto criticava os gentios, ocultamente vivia os caminhos do ser humano escravo do pecado. Por isso, o homem judeu não tinha a desculpa de ser filho de Abraão, pois na prática era filho do pecado: "Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Porque, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por causa de vós" (Rm 2.23,24 cf. vv.17-22).
Postarei um artigo muito interessante do grande Evangelísta John Wesley, que tem como título: "O Caminho Bíblico da Salvação"
'Porque pela graça sois salvos,
por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus'. (Efésios 2:8)
É facilmente discernido
que essas duas pequenas palavras - quero
dizer fé e salvação - incluem a substância de toda a Bíblia; a medula, como se
diz, de todas as Escrituras. Tanto mais devemos tomar todo cuidado possível
para evitar todo engano, concernente a elas, e formar um julgamento verdadeiro
e correto, concernente a uma, tanto quanto a outra.
3. Permita-nos
inquirir seriamente:
I.
O que é salvação?
II. Qual é está fé, por meio da qual, somos salvos? E...
III.
E como podemos ser salvos por ela?
I
1.
Primeiro, nós vamos inquirir, o que é salvação? A salvação, de que aqui se
fala, não é o que é freqüentemente entendido por esta palavra, o ir para o céu,
e para a felicidade eterna. Não é o ir da alma para o paraíso, denominado por
nosso Senhor, 'Seio de Abraão'. Não é uma bênção que se estende do outro
lado da morte; ou, como nós usualmente falamos, do outro lado do mundo. As
mesmas palavras do texto colocam isto além de toda questão: 'Vocês estão
salvos'. Não é alguma coisa distante: é uma coisa presente; uma bênção que,
através da livre misericórdia de Deus, vocês agora têm posse dela. Mais ainda,
as palavras podem ser interpretadas, e isto com igual propriedade, 'Vocês
têm sido salvos': de modo que a salvação de que falamos aqui, pode ser
estendida para a inteira obra de Deus; desde o primeiro amanhecer da graça na
alma, até que seja consumada na glória.
2. Se
nós tomamos isto em sua extensão extrema, ela irá incluir tudo o que é forjado
na alma, pelo que é freqüentemente denominado 'consciência natural',
mas, mais propriamente, 'graça preventiva'; -- todas as delineações do
Pai; os desejos, em busca de Deus, que, se nós nos rendermos a eles, aumentam
mais e mais; -- toda aquela luz, por meio da qual, o Filho de Deus 'iluminou
todo aquele que veio ao mundo'; demonstrando para cada homem como 'fazer
corretamente; amar a misericórdia, e caminhar humildemente com seu Deus';
-- todas as convicções que Seu Espírito, de tempos em tempos, opera em todo
filho do homem – embora, seja verdade que a generalidade deles as reprime, tão
logo quanto possível, e, depois de algum tempo, esqueça, ou, pelo menos, negue
que as teve, afinal.
3.
Mas, no momento, nós estamos apenas preocupados com aquela salvação, do qual o
Apóstolo está falando diretamente a respeito. E esta consiste em duas partes
gerais, justificação e santificação.
Justificação é uma outra palavra
para perdão. É o perdão de todos nossos pecados; e, o que necessariamente
implica nisto, nossa aceitação com Deus. O preço, por meio do qual, isto tem
sido buscado para nós (comumente denominado 'a causa meritória de nossa
justificação'). É o sangue e retidão de Cristo; ou, para expressá-la, mais
claramente, tudo o que Cristo tem feito
e sofrido por nós, até que Ele despejou Sua alma pelos transgressores'. Os
efeitos imediatos da justificação são, a paz de Deus; 'a paz que ultrapassa
todo entendimento', e um 'regozijar-se na esperança da glória de Deus',
'com alegria inexprimível e glória completa'.
4.
E, ao mesmo tempo em que somos justificados, sim, naquele mesmo momento, a
santificação começa. Naquele instante, somos nascidos novamente; nascido alto;
nascido do Espírito: Existe uma mudança real, assim como relativa. Nós somos
interiormente renovados pelo poder de Deus. Nós sentimos 'o amor de Deus,
espalhando-se pelo nosso coração, através do Espírito Santo, que é dado junto a
nós'; produzindo amor a toda humanidade, e mais especialmente, aos filhos
de Deus; expelindo o amor ao
mundo; o amor ao prazer, à comodidade; à honra; ao dinheiro; juntos, com o
orgulho, a ira, a obstinação, e todos os outros temperamentos pecaminosos; em
uma palavra, mudando da mente terrena, sensual, perversa, para a 'mente que
estava em Jesus Cristo'.
5.
Quão naturalmente, estes que experimentam tal mudança, imaginam que todos os
pecados se foram,; que eles estão inteiramente arrancados de seus corações, e
que têm não mais lugar nele! Quão facilmente, eles esboçam esta conclusão: 'Eu
não sinto pecado; portanto, eu não tenho pecado algum: ele não mais perturba;
por conseguinte, não existe: ele não tem movimento; assim sendo, não tem vida!'
6. Mas, raramente, é muito tempo
antes que eles não sejam enganados, certificando-se que o pecado estava tão
somente suspenso e não destruídos. As tentações retornam, e o pecado revive;
mostrando que estavam apenas adormecidos anteriormente, e não mortos. Eles
agora sentem dois princípios, em si mesmos, claramente contrários, um ao outro:
'a carne cobiçando contra o Espírito'; a natureza opondo-se à graça de
Deus. Eles não podem negar que, apesar de ainda sentirem poder para crer em
Cristo, e amar a Deus; e, embora Seu 'Espírito' ainda 'testemunhe com seus
espíritos que eles são filhos de Deus'; ainda assim, eles sentem, em si
mesmos, algumas vezes, orgulho, ou obstinação; algumas vezes, ira ou descrença.
Eles encontram um ou mais desses, freqüentemente agitando seus corações, embora
que não conquistando; sim, talvez, 'causando ferida neles para que possam
cair'; mas o Senhor é o socorro deles.
7.
Quão exatamente Macário, cento e quatorze anos atrás, descreve a presente
experiência dos filhos de Deus: 'O inábil', ou inexperiente, 'quando
a graça opera, presentemente imagina que ele não tem mais pecado. Enquanto que
aqueles que têm prudência não podem negar que, mesmo nós que temos a graça de
Deus, podemos ser molestados novamente. Porque nós temos freqüentemente tido
exemplos de alguns, entre os irmãos, que têm experimentado tal graça, como a
confirmar que eles não têm mais pecados neles; e, ainda assim, depois de tudo,
quando eles se acreditaram inteiramente livres dele, a corrupção que espreitava
interiormente, levantou-se renovada, e eles quase foram destruídos'.
8.
Do momento de nosso nascer de novo, o trabalho gradual da santificação toma
lugar. Nós somos habilitados 'através do Espírito, a mortificar as ações do
corpo'; de nossa natureza pecaminosa; e, quanto mais estamos mortos para o
pecado, mais e mais, estamos vivos para Deus. Nós seguimos, de graça em graça,
enquanto cuidamos de 'nos abstermos de toda a aparência do mal', e somos
'zelosos das boas obras', quando temos oportunidade, fazendo o bem a
todos os homens; enquanto caminhamos, em todas as Suas ordenanças, sem culpa;
neste sentido, adorando a Ele, em espírito e em verdade, enquanto tomamos nossa
cruz, e negamos, a nós mesmos, todo o prazer que não nos conduz a Deus.
9.
É assim que nós esperamos pela santificação inteira; porque uma salvação
completa de todos os nossos pecados, -- do orgulho, obstinação, ira, descrença;
ou, como o Apóstolo expressa isto, 'buscar a perfeição'. Mas o que é
perfeição? A palavra tem vários sentidos: aqui ela significa amor perfeito. É o
amor eu exclui o pecado; amor preenchendo o coração, dedicando-se a toda capacidade
da alma. É o amor 'regozijando-se, sempre mais; orando, sem cessar; e em
todas as coisas dando graças'.
II
Mas
o que é a fé, por meio da qual somos salvos? Este é o segundo ponto que deverá
ser considerado.
1.
A fé, em geral, é definida pelo Apóstolo como uma evidência; a evidência e
convicção divina (a palavra significa ambas) das coisas que não são vistas; não
visíveis; não perceptíveis, tanto pelas vistas, quanto por qualquer outro
sentido externo. Isto implica ambas em uma evidência de Deus, e das coisas de
Deus; uma espécie de luz espiritual, exibida para a alma, e um panorama ou
percepção supernatural disto. De acordo com o que as Escrituras falam de Deus,
fornecendo, algumas vezes, luz; algumas vezes, poder de discerni-la. Assim, Paulo
diz: 'Deus que ordenou que a luz brilhasse na escuridão, tem brilhado em
nossos corações, para nos dar a luz do conhecimento da glória de Deus, na face
de Jesus Cristo'. E, em outra parte, o mesmo Apóstolo fala a respeito dos 'olhos'
de nosso 'entendimento sendo abertos'. Através da dupla operação do
Espírito Santo, tendo os olhos de nossa alma, ambos abertos e iluminados, nós
vemos as coisas que 'os olhos' naturais 'não vêem, nem os ouvidos ouvem'. Nós
temos um prospecto das coisas invisíveis de Deus; nós vemos o mundo espiritual,
que está em volta de nós, e ainda assim, não mais discernido, através de nossas
faculdades naturais, do que se ele não tivesse existido. E nós vemos o mundo
eterno; penetrando, através do véu que se estende entre o tempo e a eternidade.
Nuvens e trevas, então, não mais repousam sobre ele, porque agora já podemos
ver a glória que deverá ser revelada.
2. Tomando
a palavra, em um sentido mais particular, a fé é uma evidência e convicção
divina, não apenas de que 'Deus está em Cristo, reconciliando o mundo para
Si Mesmo', mas também, que Cristo me amou, e deu a Si Mesmo por mim. É
através da fé (quer nós a denominemos essência, ou antes, uma propriedade
desta) que nós recebemos Cristo; que recebemos a Ele, em todos os Seus ofícios;
como nosso Profeta, Sacerdote e Rei. É, através disto, que 'Deus O faz
sabedoria, retidão, santificação e redenção, junto a nós'.
3. 'Mas
esta é a fé da convicção, ou fé da lealdade?'.
As
Escrituras não mencionam tal distinção. O Apóstolo diz, 'Existe uma fé, e
uma esperança de nosso chamado'; um cristão, uma fé salvadora; 'assim
como existe um Senhor', em quem acreditamos, e 'um Deus e Pai de todos
nós'. E é certo que essa fé implica necessariamente uma convicção (que aqui
é apenas uma outra palavra para evidência, ficando difícil dizer a diferença
entre elas) de que Cristo me amou, e deu a Si Mesmo por mim. Porque 'aquele
que crê', com a verdadeira fé viva, 'tem testemunho em si mesmo': 'O
Espírito Santo testemunha com seu espírito que ele é filho de Deus'. 'Porque ele é um filho, Deus enviou o
Espírito de Seu Filho, ao seu coração, clamando, Aba, Pai'; dando a ele uma convicção de que ele é assim,
e uma confiança inocente Nele. Mas que seja observado que, pela mesma natureza
da coisa, a convicção vem antes da confiança. Porque um homem não pode ter uma confiança pueril em
Deus, até que ele saiba que ele é filho de Deus. Portanto, convicção,
confiança, esperança, lealdade, ou o que mais possa ser chamado, não é a
primeira, como alguns supõem, mas a segunda ramificação ou ato da fé.
4.
Através da fé, somos salvos, justificados, e santificados; tomando a palavra em
seu sentido mais sublime. Mas como nós somos justificados e salvos por ela?
Esta é nossa terceira indagação. Sendo o ponto principal na questão, e um ponto
de extraordinária importância; e não será impróprio dar a ela a mais distinta e
particular consideração.
III
1.
E, primeiro, como nós somos justificados pela fé? Em que sentido isto deve ser
entendido? Eu respondo, a Fé é a condição; a única condição da justificação. É
a condição: ninguém é justificado, a não ser aquele que crê: sem a fé, nenhum
homem é justificado. E é a única condição: esta, tão somente, é suficiente para
a justificação. Todos os que crêem são justificados, o que quer que tenham ou
não tenham. Em outras palavras: nenhum homem é justificado, até que creia;
todos os homens, quando crêem, são justificados.
2.
'Mas Deus não nos ordena que nos arrependamos também? Sim, que produzamos os frutos do arrependimento –
cessando, por exemplo, de fazermos o mal, e aprendendo a fazermos o bem? E,
tanto um quanto o outro, da mais extrema necessidade; considerando que, se nós
negligenciamos, prontamente um, nós não podemos razoavelmente esperar sermos
justificados, afinal? E, se for assim, como podemos dizer que a fé é a única
condição de justificação?'.
Deus,
indubitavelmente, nos ordena a tanto nos arrependermos, quanto a produzirmos os
frutos do arrependimento; o que se prontamente negligenciamos, nós não
poderemos razoavelmente esperar sermos justificados, afinal: Conseqüentemente,
o arrependimento e os frutos produzidos por ele são, em algum sentido,
necessários para a justificação. Mas eles não são necessários, no mesmo
sentido, para a fé; não no mesmo grau; porque esses frutos são apenas
necessários, condicionalmente; se existe tempo e oportunidade para eles. Por
outro lado, um homem pode ser justificado, sem eles, como foi o caso do ladrão
na cruz (se nós podemos chamá-lo assim; porque um recente escritor descobriu
que ele não era um ladrão, mas uma pessoa muito honesta e respeitável!), mas
ele não poderia ser justificado, sem fé; isto é impossível; já que a fé é
imediatamente necessária para a justificação. Permanece que a fé é a única
condição, imediatamente e proximamente necessária para a justificação.
3. 'Mas
você acredita que nós somos santificados pela fé? Nós sabemos que você acredita
que somos justificados pela fé; mas você não acredita, e, portanto, ensina que
nós somos santificados pelas nossas obras?'.
E
assim tem sido redondamente e veementemente afirmado, durante esses vinte e
cinco anos: mas eu tenho constantemente declarado justamente o contrário, e
isto, de todas as maneiras possíveis. Eu tenho continuamente testificado, em
público ou privado, que nós somos santificados, assim como justificados,
através da fé. E, de fato, uma dessas grandes verdades, ilustra grandemente a
outra. Exatamente como nós somos justificados pela fé, nós somos santificados
pela fé. A fé é a condição; e a única condição da santificação, exatamente como
é da justificação. É a condição: ninguém, é santificado, a não ser aquele que
crê; sem a fé, nenhum homem é santificado. E esta é a única condição: apenas
esta é suficiente para a santificação. Todos que crêem são santificados, o que
quer que tenham ou não. Em outras palavras, nenhum homem é santificado, até que
ele creia: todo homem que crê é santificado.
4.
"Mas não existe um conseqüente arrependimento sobre isto, tanto quanto
um arrependimento prévio para a justificação?
E não é incumbência de todos que são justificados, serem 'zelosos das
boas obras?'. Sim, e essas não são assim necessários, de modo que se um homem
prontamente negligenciá-las, ele não poderá razoavelmente esperar que possa
ser, alguma vez, santificado, em seu sentido completo; ou seja, perfeito no
amor? Mais do que isto, ele pode crescer, afinal, na graça, no conhecimento
amoroso de nosso Senhor Jesus Cristo? Sim, pode reter a graça que Deus já deu a
ele? Pode continuar na fé, que recebeu, ou no favor de Deus? Você mesmo não
admite e continuamente afirma tudo isto? Mas, se assim for, como se pode dizer
que esta é a única condição de santificação?".
5. Eu
admito tudo isto, e mantenho continuamente, como a verdade de Deus. Eu admito
que exista um arrependimento, como conseqüência, tanto quanto o arrependimento
prévio para a justificação. É incumbência de todo aquele que é justificado ser
zeloso das boas obras. E existe tal necessidade, porque, se um homem
prontamente as negligencia, ele não poderá razoavelmente esperar que seja,
alguma vez, santificado; ele não poderá crescer na graça, na imagem de Deus; na
mente que estava em Jesus Cristo; mais ainda, ele não poderá reter a graça que
recebeu; ele não poderá continuar na fé; no favor de Deus. Qual é a inferência
que devemos traçar, daqui a diante? Uma vez que tanto o arrependimento,
corretamente entendido, quanto a prática de todas as boas obras, -- obra de
devoção, assim como obras de misericórdia
(agora, propriamente assim chamada, já que elas brotaram da fé) são, em
algum sentido, necessários à santificação.
6.
O arrependimento conseqüente à justificação, é largamente diferente daquele que
a antecede. Isto implica, em nenhuma culpa, no sentido de condenação; nenhuma
consciência da ira de Deus. Ele não admite qualquer dúvida do favor de Deus, ou
algum 'temor de ter tormento'. É uma convicção razoável, forjada pelo
Espírito Santo, do pecado que ainda permanece em nossos corações; da mente
carnal, que 'ainda perdura' (como nosso igreja fala) 'mesmo naqueles
que são regenerados'; embora ela não reine por muito tempo; ela não tenha
agora domínio sobre eles. É uma convicção de nossa predisposição ao mal;
de um coração inclinado à apostasia; da tendência ainda contínua da carne de
cobiçar contra o espírito. A menos que vigiemos e oremos continuamente, ela se
entrega ao orgulho; algumas vezes, à ira; algumas vezes, ao amor do mundo, ao
amor às facilidades; ao amor à honra; ao amor ao prazer, mais do que amor a
Deus. Trata-se de uma convicção ou tendência de nosso coração à obstinação, ao
ateísmo, ou à idolatria; e, acima de tudo, à descrença; por meio da qual, por
milhares de caminhos, e debaixo de milhares de pretextos, nós estamos sempre
partindo, mais ou menos, do Deus vivo.
7. Com
esta convicção do pecado, permanecendo em nossos corações, existe uma clara
convicção do pecado remanescendo em nossas vidas; ainda aderindo-se a todas as
nossas palavras e ações. No melhor desses, nós agora discernimos uma mistura do
mal no espírito, tanto no conteúdo, quanto na maneira deles; alguma coisa que
não poderia resistir ao julgamento reto de Deus, fosse ele extremado para
marcar o que é feito erroneamente. Onde menos suspeitamos, nós encontramos uma
faísca de orgulho ou obstinação; de descrença ou idolatria; de maneira que
estamos agora mais envergonhados das nossas melhores obrigações, do que
anteriormente de nossos piores pecados: e conseqüentemente, nós não podemos
deixar de sentir que esses estão longe de terem alguma coisa meritória neles;
sim, tão longe de serem capazes de permanecer na vista da justiça divina, que,
por causa desses também seríamos culpados diante de Deus, não fosse pelo sangue
do redentor.
8. A
experiência mostra que, junto com esta convicção do pecado, permanecendo em
nossos corações, e aderindo-se a todas as nossas palavras e ações; tanto quanto
a culpa que, por causa disto, nós poderíamos incorrer, não fôssemos
constantemente borrifados com o sangue redentor; uma coisa mais é subtendida
neste arrependimento; ou seja, a convicção de nosso desamparo; de nossa extrema
incapacidade de termos um bom pensamento; ou formamos um bom desejo; e muito
menos, falarmos uma palavra correta; ou executarmos alguma boa ação, a não ser,
através da Sua graça Onipotente; primeiro nos prevenindo, e, então, nos
acompanhando todo momento.
9. 'Mas
que boas obras são essas, cuja prática você afirma ser necessária para a
santificação:'.
Primeiro,
todas as obras de devoção; tais como oração pública; oração familiar; e orando
em seus aposentos; recebendo a Ceia do Senhor; buscando as Escrituras; ouvindo,
lendo, meditando, e usando tal medida de jejum ou abstinência, como nossa saúde
corpórea permite.
10.
Em Segundo Lugar, todas as obras de misericórdia, quer se refiram aos corpos ou
às almas dos homens; tais como alimentar o faminto; vestir o despido; entreter
o estranho; visitar aqueles que estão na prisão, ou doentes, ou afligidos de
maneira variada; tais como se esforçar para instruir o ignorante; acordar o
pecador estúpido; estimular o desinteressado; confirmar o oscilante; confortar
o fraco de espírito; socorrer o tentado; ou contribuir, de alguma maneira, para
salvar as almas da morte. Este é o arrependimento, e esses são 'os frutos
encontrados nele', e que são necessários para a completa santificação. Este
é o caminho que Deus tem indicado aos Seus filhos, em sua busca pela salvação
completa.
11.
Conseqüentemente, pode aparecer o extremo absurdo daquela opinião,
aparentemente inocente, de que não existe pecado em um crente; que todo pecado
está destruído, raiz e ramificação, no momento em que o homem é justificado.
Não existe lugar para o arrependimento naquele que crê que não existe pecado,
quer em sua vida, ou em seu coração: assim sendo, não existe lugar, para que
ele seja perfeito no amor, para o qual aquele arrependimento, é
indispensavelmente necessário.
12.
Por esta razão, pode igualmente aparecer, que não existe possivelmente perigo
nesse esperar pela salvação completa. Porque, supondo-se que estejamos
enganados; supondo-se que tal bênção nunca foi, ou nunca poderá ser obtida,
ainda assim, nós não perdemos coisa alguma; mais do que isto, esta mesma
expectativa nos estimula a usar todos os talentos que Deus nos tem dado; sim, a
aperfeiçoá-los; de modo que, quando nosso Senhor vier, Ele receberá o que é seu
com crescimento.
13.
Mas para retornar: Embora seja permitido que ambos esse arrependimento e seus
frutos sejam necessários para a completa salvação; ainda assim, eles não são
necessários, tanto no mesmo sentido, quanto no mesmo grau, para a fé:
--
Não, no mesmo grau; porque esses frutos são apenas necessários,
condicionalmente, se houver tempo e oportunidade para eles; se, por um lado um
homem pode ser santificado, sem eles; por outro, ele não poderá ser
santificado, sem a fé. Ou seja, um homem tenha muito desse arrependimento, ou
muito das boas obras, ainda assim, isto tudo não será de proveito algum,
afinal: porque ele não será santificado até que creia. Mas, no momento em que
crer, com ou sem esses frutos; sim, com, mais ou menos, desse arrependimento,
ele será santificado.
--
Não, no mesmo sentido; porque esse arrependimento e esses frutos são apenas
remotamente necessários, -- necessários, com o objetivo da continuidade de sua
fé, assim como, do crescimento dela; considerando que a fé é imediatamente e
diretamente necessária para a santificação. Assim sendo, a fé é a única
condição que é imediatamente e proximamente necessária para a santificação.
14. 'Mas
que fé esta, por meio da qual somos santificados, --salvos do pecado, e
perfeitos no amor?'.
É
a evidência e convicção, divinas; primeiro, do que Deus tem prometido nas
santas Escrituras. Até que estejamos totalmente satisfeitos com isto, não
teremos movido um passo adiante sequer. E alguém poderia imaginar que não seria
necessária uma única palavra mais, para convencer um homem razoável disto, do
que a promessa antiga: (Deuteronômio 30:6) "E o Senhor
teu Deus circuncidará o teu coração, e o coração de tua descendência, para
amares ao Senhor teu Deus com todo o coração, e com toda a tua alma, para que
vivas". Quão claramente, isto expressa o ser perfeito no amor! – quão
fortemente, implica o ser salvo de todo pecado! Porque, por quanto tempo o amor
tomar todo o nosso coração, que espaço existirá para o pecado, nele?
15. Em
Segundo Lugar, é a evidência e convicção, divinas, de que o que Deus tem
prometido, Ele é capaz de realizar. Admitindo, portanto, que 'com os homens
é impossível extrair coisa limpa da sujeira'; purificar o coração de todo o
pecado, e cultivá-lo com toda santidade;
ainda assim, isto não cria dificuldade no caso, vendo que 'com Deus, todas
as coisas são possíveis'. E, certamente, ninguém imaginou que isto fosse
possível a qualquer outro poder menor do que aquele do Altíssimo! De maneira
que, se Deus fala, isto deverá ser feito. Deus diz: 'Haja luz; e houve luz!'
16.
Em Terceiro Lugar, é uma evidência e convicção de que Ele é capaz e está
disposto a fazer isto já. E por que não? Um momento para Deus, não é o mesmo
que mil anos? Ele não pode querer mais tempo, para executar qualquer que seja a
vontade Dele. E não pode necessitar ou esperar por mais merecimento ou aptidão
nas pessoas, as quais Ele se agradou de honrar. Nós podemos dizer, por
conseguinte, a qualquer tempo, 'Agora é o dia da salvação!'. 'Hoje,
se você ouvir a voz Dele, não endureça seu coração!'. 'Observe que todas as
coisas já estão prontas; venha para o casamento!'.
17.
Para esta confiança de que Deus é tanto capaz, quanto de boa vontade nos
santifica agora, é necessário que acrescentemos uma coisa mais, -- a evidência
e a convicção, divinas, de que Ele faz isto. De que naquela hora é feita: Deus
diz, no mais profundo da alma: 'De acordo com tua fé, que ela seja junto a
ti!'. Então, a alma é purificada de toda mancha do pecado; é limpa 'de
toda iniqüidade'. O crente, então, experimenta o profundo significado
daquelas palavras solenes: 'Se caminharmos na luz, como Ele está na luz, nós
teremos camaradagem, um com o outro, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos
limpará de todos os pecados'.
18.
'Mas Deus opera está grande obra em nossa alma, gradualmente ou
instantaneamente?'. Talvez, em alguns, ela possa ser forjada gradualmente;
eu quero dizer, neste sentido, -- eles não atentam para o momento particular,
em que o pecado cessa de existir. Mas seria infinitamente desejável, fosse da
vontade de Deus, que isto pudesse ser feito instantaneamente; que o Senhor
pudesse destruir o pecado, 'através do respirar de Sua boca'; de
repente, num piscar de olho. E assim, Ele geralmente faz; um fato claro de que
existe evidência suficiente para satisfazer qualquer pessoa sem preconceito.
Portanto, busque por ela, todo momento! Busque por ela, no caminho acima
descrito; em todas essas boas obras, para o que você 'foi renovado em Jesus
Cristo'. Não existe nisto, então, perigo: você não poderá ser pior, se você
não for melhor, para esta espera. Porque mesmo que você fosse desapontado em
sua esperança, ainda assim, não teria perdido coisa alguma. Mas você não será
desapontado em sua esperança: ela virá, e não tardará. Busque por ela, então,
todos os dias, todas as horas, todos os momentos! Por que não nesta hora, neste
momento? Certamente você pode buscá-la agora, se você acredita que é, através
da fé. E, através desse sinal, você pode certamente saber, se você a está
buscando pela fé, ou pelas obras. Se pelas obras, você necessita que alguma
coisa seja feita, primeiro, antes que você seja santificado. Você pensa: eu
devo primeiro ser ou fazer assim e assim. Então, você a está buscando, através
das obras, até o momento. Se você a busca pela fé, você pode esperar por ela,
como você está; e esperá-la agora. É importante observar que existe uma conexão
inseparável entre esses três pontos, -- esperá-la pela fé; esperá-la, como você
está; e esperá-la agora! Negar um deles, é negar a todos eles; permitir um deles,
é permitir a todos. Você crê que nós somos santificados pela fé? Então, seja
verdadeiro para com seus princípios; e busque por essa bênção, exatamente como
você é, nem melhor, nem pior; como um pobre pecador, que, ainda assim, não tem
coisa alguma a pagar; nada a pleitear, a não ser a 'Cristo morto'. E se
você buscar por isto, como você é, então, aguarde por ela agora. Por nada mais;
por que você deveria? Cristo está pronto, e Ele é tudo que você necessita. Ele
está esperando por você: Ele está à porta! Consinta que o mais profundo de sua
alma clame:
Entra, entra, convidado
celestial!
Não se remova daqui novamente;
Mas ceia comigo, e que o banquete
Seja o amor eterno.
PONTO CENTRAL
O pecado afetou toda a raça humana, por isso, todos precisam de salvação.
I - A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DOS GENTIOS (Rm 1.18-32)
1. A rejeição. Ao dar início a sua argumentação em Romanos 1.18-32, o apóstolo tem em mente a triste situação na qual se encontra o mundo gentílico. Esse estado de insensibilidade frente à realidade das coisas espirituais foi proporcionado pela ignorância na qual eles viviam. O pecado os havia lançado para longe de Deus. Quanto mais distante do Criador, mais o pecado manifesta os seus tentáculos e ganha força. Essa atitude de rebelião contra Deus culmina na idolatria, ou seja, coloca a criatura em lugar do Criador. O homem, com suas paixões e concupiscências, e não Deus, se torna o centro da existência: "E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis" (Rm 1.23). A ignorância espiritual conduz à idolatria religiosa.
2. A revelação. Se o mundo está em trevas, Deus não pode ser responsabilizado por isso. Esta é a argumentação de Paulo aos romanos. Deus sempre se revelou aos homens ao longo da história. Aqui fica evidente que o Senhor se deu a conhecer através das coisas criadas (Rm 1.20). Essa revelação natural, também denominada na teologia bíblica de "revelação geral", é uma testemunha contra a falta de sensibilidade da criatura diante do seu Criador. Embora o homem não possa conhecer a Deus perfeitamente através da revelação natural ou geral, conhecimento que só se torna possível através da revelação especial de Deus, Jesus Cristo, todavia ele deveria se sentir despertado para a realidade espiritual através das coisas criadas (Rm 1.21).
3. A punição. Os versículos 22 até o 32 do capítulo primeiro de Romanos revelam as consequências do pecado na vida dos homens. Eles tiveram a oportunidade de glorificar a Deus, mas não o fizeram (Rm 1.21), e agora colhem os maus frutos dessa obstinação. A expressão "Deus os entregou" não tem o sentido de causalidade, o que demonstra que Deus não é o responsável por essa obstinação humana. Ele apenas permitiu que os homens, como consequência de suas próprias ações e escolhas, andem nos seus próprios caminhos. Todavia, precisam saber que serão responsabilizados por isso. E de fato o foram. Paulo destaca que essa atitude reprovada cegou os homens, lançando-os na insensatez da idolatria, pois trocaram o Criador pela criatura (Rm 1.23). Depois os levou ao desvio da sexualidade (Rm 1.26,27) e, por último, fez com que eles adotassem uma diversidade de vícios morais e sociais (Rm 1.28-32).
SÍNTESE DO TÓPICO I
Os gentios necessitam de salvação, pois também foram afetados pela Queda.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Paulo retratou claramente a inevitável decadência em direção ao pecado. Primeiro, as pessoas rejeitaram a Deus; em seguida, elaboraram seu conceito de como Ele deveria ser; depois cedem a toda espécie de iniquidades: ganância, ódio, inveja, crimes, lutas, engano, malícia; finalmente, chegam a odiar a Deus e a encorajar os outros a fazerem o mesmo. Mas Ele não é o agente dessa progressão em direção ao mal. Quando as pessoas o rejeitam, Deus permite que elas vivam como desejam. Permite que experimentem as consequências naturais dos pecados que praticam. Uma vez preso nesse movimento descendente rumo ao pecado, ninguém poderá libertar-se por suas próprias forças. Os pecadores devem confiar somente em Cristo para libertá-los da destruição" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, Rio de Janeiro: CPAD, p. 1553).
CONHEÇA MAIS
*A comunidade da aliança do Antigo Testamento
"Todo menino judeu era circuncidado ao 8º dia de nascimento. Assim, estava unido à comunidade da aliança do Antigo Testamento, a quem Deus concedera a sua Lei. Possuir a Lei, entretanto, era inexpressivo, salvo se a pessoa a guardasse. Em breve Paulo irá demonstrar que não há quem possa cumprir às exigências de sua própria consciência, quanto mais as mais elevadas obrigações determinadas pela Lei de Deus". Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 738.
Era uma alta honra ter sido escolhido dentre todas as nações para ser despenseiro dos mistérios de Deus.
II - A NECESSIDADE DE SALVAÇÃO DOS JUDEUS (Rm 2.1-3.8)
1.Os judeus em relação aos gentios. Paulo valeu-se do método de diatribe na carta aos Romanos, pois tal recurso permitia que ele dialogasse com os leitores. É de imaginar que um judeu, quando lesse o que Paulo dissera anteriormente sobre o mundo gentílico, ficasse eufórico pelo tom duro adotado no discurso de Paulo. Os gentios, de fato, encontravam-se numa situação deplorável diante de Deus. Entretanto, os judeus moralistas não estavam em melhor situação (2.1-16). Eles também eram igualmente condenáveis diante de Deus (Rm 2.1-3). Eles condenavam os gentios, mas praticavam pecados semelhantes. Por isso, eram carentes da graça de Deus da mesma forma.
2. Os judeus em relação à Lei. Outro aspecto da argumentação do apóstolo em relação aos judeus encontra-se nos versículos 17-29 do capítulo 2 de Romanos. Paulo sabia que todo judeu se orgulhava da Lei que lhes fora outorgada no Sinai (Rm 2.17,18). Ao contrário dos gentios que possuíam apenas a revelação natural, a eles fora dado também a Lei. Contudo, havia uma incongruência entre o conhecer a Lei e o praticá-la. Apenas o conhecimento da letra da Lei, sem a devida interiorização das suas normas e preceitos, conduziu o judaísmo a um moralismo estéril e farisaico. Nesse aspecto, de nada adiantava conhecer a Lei e não vivê-la (Rm 2.28,29). O judeu se tornara tão culpável quanto o gentio. Infelizmente, é ainda exatamente assim que muitos cristãos agem.
3. Os judeus em relação à aliança. A pergunta que todo judeu faria Paulo fez para logo depois dar a resposta: "Qual é, logo, a vantagem do judeu? Ou qual a utilidade da circuncisão? Muita, em toda a maneira, porque, primeiramente, as palavras de Deus lhe foram confiadas" (Rm 3.1,2). Mesmo tendo afirmado anteriormente que o que vale mesmo é a circuncisão do coração, o apóstolo não nega os privilégios de pertencer ao povo de Deus (Israel). Isso é mostrado no privilégio que eles tiveram de serem os despenseiros dos mistérios de Deus. A palavra grega logion, traduzida aqui como "palavras de Deus", significa oráculo. A expressão refere-se é a revelação da Lei que Deus deu a Israel no Sinai. Era uma alta honra ter sido escolhido dentre todas as nações para ser despenseiro dos mistérios de Deus. Todavia, como bem observou F. F. Bruce, essa alta honra levava consigo uma grande responsabilidade. Se se mostrassem infiéis à confiança depositada neles, seu caso seria pior do que o das nações as quais Deus não se tinha revelado.
SÍNTESE DO TÓPICO II
Os judeus, embora fosse o povo escolhido de Deus, também necessitam de salvação.
A humanidade em seu estado natural, separada de Cristo, portanto, sob o domínio do pecado, é incapaz de libertar-se por si mesma.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade" (Rm 2.2). Que podemos entender nessa declaração? O julgamento de Deus é instituído aqui em razão dos pecados do paganismo e do falho moralismo dos judeus em condenar os gentios. A questão da condenação do pecado é uma só para todos. Uma vez que tenha pecado, qualquer um incorre na condenação de Deus. Paulo declara que os gentios pecaram (1.18-32) e os judeus também pecaram (2.17-3.8). Portanto, uma vez que, tanto judeus como gentios pecaram, todos carecem da justiça de Deus (3.9-20).
O judeu cria que possuía privilégio especial, e por isso poderia escapar do juízo já conhecido para os gentios, mas a realidade era que o juízo seria 'segundo a verdade'. Esta expressão 'segundo a verdade' significa que o julgamento divino seria conforme a culpa de cada um, baseada nos pecados cometidos por cada um. O judeu interpretava erradamente a misericórdia, pois imaginava como um ato de tolerância divina com o pecado.
[...] Deus demonstrou aos judeus sua 'bondade, tolerância e longanimidade', a fim de que eles deixassem o pecado e se arrependessem. Mas não fizeram caso dessa 'riqueza' (2.4) e, por isso, por sua 'dureza e impenitência' (falta de arrependimento), e por julgarem negativamente o propósito divino, entesouraram para si 'ira para o dia da ira' (2.5). Qual é o dia da ira? É o dia do ajuste de contas. É o dia quando a balança julgadora de Deus vai pesar nossos atos e, mediante seu peso, serão julgados. É o dia da retribuição ao pecado e da sua inevitável punição" (CABRAL, Elienai. Romanos: O Evangelho da Justiça de Deus. 5.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, pp.39-40).
III - A NECESSIDADE DA SALVAÇÃO DA HUMANIDADE (Rm 3.9-20)
1. A universalidade e o jugo do pecado. A argumentação de Paulo em Romanos 3.9-20 é que tanto os gentios como os judeus sem Cristo estão debaixo da condenação do pecado (Rm 3.9). A raça humana sem Cristo está sob o domínio do pecado. A expressão grega hüpo hamartían, traduzida como "debaixo do pecado", tem o seguinte sentido: no poder de, debaixo da autoridade de. Essa mesma construção gramatical ocorre em Mateus 8.9. Nessa passagem encontramos o centurião dizendo: tenho soldados hüpo emautón (por debaixo de mim), que em português tem o sentido de às minhas ordens. A ideia de Paulo é mostrar que a humanidade em seu estado natural, separada de Cristo, portanto, sob o domínio do pecado, é incapaz de libertar-se por si mesma.
2. Valores e comportamentos. Outras duas verdades que podemos perceber na argumentação de Paulo em Romanos 3.10 a 18, estão relacionadas com o caráter e a conduta. O pecado distorceu valores e comportamentos na sociedade. Valores invertidos são marcas de uma humanidade caída. Somente em Cristo eles podem ser reorientados.
SÍNTESE DO TÓPICO III
Todos, judeus e gentios, pecaram e necessitam da salvação que só pode ser encontrada em Jesus Cristo.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Não há um justo, nem um sequer (3.9-18). Paulo havia argumentado que tanto os judeus quanto os gentios haviam pecado, e não alcançaram a glória de Deus. Agora ele prova essa observação citando vários Salmos. Seus leitores judeus poderiam rejeitar seu argumento, mas dificilmente rejeitariam o veredicto das palavras que eles sabem que são palavras de Deus.
'Tudo o que a lei diz aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus' (3.19,20). A palavra bupodikos foi usada no sentido legal de 'passível de punição'. A lei moral, na qual esperam o judeu e o gentio de boa moral, provou não ser uma fonte de esperança, e sim o padrão pelo qual foi estabelecido o insucesso deles. Assim, a lei não é marco de estrada nos direcionando à recompensa divina, mas espelho que, quando usado corretamente, nos revela nossos pecados" (RICHARDS, Lawrence. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 292).
CONCLUSÃO
A universalidade do pecado, isto é, que todos os homens estão debaixo da condenação eterna, é uma doutrina claramente demonstrada na Epístola aos Romanos. Por outro lado, o universalismo, doutrina herética que afirma que todos os homens, independentemente se acreditam em Cristo ou não, no fim de tudo, serão salvos, é claramente rejeitada nessa mesma carta.
Cabe a nós, portanto, conhecedores desses fatos, viver essa bendita salvação e compartilhá-la com quem ainda não a possui.
RIVALDO NASCIMENTO
- Ensinador Cristão Nº 66 do 2º trimestre de 2016
- Ensinador Cristão Nº 66 do 2º trimestre de 2016
- O texto bíblico aqui empregado é o da "Bíblia de Estudos", tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Revista e Corrigida, publicada por Editora Vida.
- Imagens: www.escola-dominical.com.br
- O Caminho Bíblico da Salvação - Editado por Anne-Elizabeth Powell, Bibliotecária na Point Loma Nazarene College, com correções por George Lyons para a Wesley Center for Applied Theology.]
Assinar:
Postagens (Atom)