sábado, 29 de julho de 2017

Lição 5 - A Identidade do Espírito Santo - 30 de Julho de 2017






Vejamos o que o Ensinador Cristão nos fala a respeito da Identidade do Espirito Santo:

 A concepção milagrosa de Jesus de Nazaré é uma demonstração maravilhosa da divindade do Espírito Santo: “Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus” (Lc 1.35). Conforme afi rma o Credo Niceno-Constantinopolitano, o “Espírito Santo é Senhor, doador da vida, procedente do Pai. O qual com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado, o qual falou pelos profetas”. Logo, não se trata de uma
energia, ou emanação de alguma força ativa, mas de uma pessoa divina que age de maneira maravilhosa na vida do ser humano: “E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado” (Jo 16.8-11). O Espírito Santo é uma pessoa que confronta o ser humano a fim de convencê-lo a crer em Jesus; que atua no sentido de gerar nele uma disposição para a retidão, integridade e santidade; e traz a consciência de que todas as pessoas prestarão contas a Deus de todos os atos que praticaram no mundo.

O Espírito promove santidade

Não por acaso a expressão “Espírito Santo” consta nas Escrituras. Ora, a palavra “santo” significa “puro”, “limpo”. Tudo o que é santo significa que foi separado por Deus para fazer a Sua vontade, pois se torna propriedade exclusiva de Deus. Nesse sentido, o Espírito é chamado “Santo” porque Ele é mencionado também nas Escrituras como o Espírito de Deus, o Espírito do Senhor, o Espírito de santifi cação (Rm 1.4) para direcionar e guiar a nossa vida. Assim, pelo Espírito Santo, somos conduzidos a vivermos uma vida de santidade e pureza. Nele não há mentira, pois revela a verdade sobre Jesus (Jo 16.14) e sobre nós mesmos (Sl 51.16). Não podemos mentir ao Santo Espírito, Ele conhece tudo em nossa vida e discerne o desejo do nosso coração (At 5.1-6). Ele é Santo e Verdadeiro!

Atuação do Espírito em nossa consciência

Quão imensuráveis são as maldades humanas?! Sem o auxílio divino, é impossível que a pessoa retroceda em suas maldades. Mas o Espírito Santo não descansa em trabalhar em nossa consciência, procurando que ela não se cauterize, isto é, fi que indiferente aos seus apelos (1 Tm 4.1-3). O Santo Espírito age para nos purificar e, assim, experimentarmos o maravilhoso perdão de Deus, fruto do seu amor por nós.


TEXTO ÁUREO

"Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?"
(1 Co 3.16)

VERDADE PRÁTICA

Cremos que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, Senhor e Vivificador, que convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo, regenera o pecador, e que falou por meio dos profetas.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 14.15-18,26

15 - Se me amardes, guardareis os meus mandamentos.
16 - E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre,
17 - o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós.
18 - Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós.
26 - Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito.

OBJETIVO GERAL

Mostrar que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade ?e que Ele convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

Compreender quem é o Espírito Santo;
Mostrar a divindade do Espírito Santo à luz da Bíblia;
Apresentar os atributos da divindade;
Analisar a personalidade do Espírito Santo.

COMENTÁRIO





INTRODUÇÃO

As Escrituras Sagradas revelam a identidade do Espírito Santo, sua deidade absoluta e sua personalidade, sua consubstancialidade com o Pai e o Filho como Terceira Pessoa da Trindade e suas obras no contexto histórico-salvífico. Todos esses dados da revelação só foram definidos depois do Concílio de Niceia. A formulação da doutrina pneumatológica aconteceu tardiamente na história da Igreja, na segunda metade do século IV. A presente lição pretende explicar e mostrar como tudo isso aconteceu a partir da Bíblia.

PONTO CENTRAL

Cremos que o Espírito Santo é a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.



I - O ESPÍRITO SANTO

1. A revelação divina. A Bíblia mostra que a revelação divina foi progressiva, como disse um dos pais da Igreja no século IV: "O Antigo Testamento manifestou claramente o Pai e, obscuramente, o Filho. O Novo manifestou o Filho e, obscuramente, indicou a divindade do Espírito Santo. Hoje, o Espírito habita entre nós e se dá mais claramente a conhecer" (Gregório de Nazianzo). O Senhor Jesus revelou o Pai (Jo 1.18), e o Espírito Santo é quem revela o Filho (Jo 16.14; 1 Co 12.3).



2. O esquecimento. Há abundância de detalhes na Bíblia sobre a identidade do Espírito Santo no que diz respeito à sua personalidade e divindade, bem como ao seu relacionamento com o Pai e o Filho. Ele aparece, literalmente, em toda a Bíblia desde o Gênesis, na criação (Gn 1.2), até o Apocalipse (22.17). Mas esses dados da revelação precisavam ser definidos, daí a necessidade de formulações teológicas exigidas pela nova realidade cultural em que a Igreja vivia e pelas demais civilizações em que o evangelho havia penetrado. Essa difícil tarefa levou séculos para ser concluída, e as várias tentativas resultaram também em heresias.



3. O Espírito Santo e os primeiros cristãos. À luz do Novo Testamento e comparando com a literatura patrística dos séculos II e III, fica claro que os cristãos da Era Apostólica conheciam mais sobre a identidade do Espírito Santo do que os pais da Igreja do referido período. A verdadeira identidade do Espírito Santo, com base bíblica, só aconteceu a partir de Atanásio e dos três grandes capadócios. Antes disso, a conceituação sobre o Espírito Santo era quase sempre inadequada.

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Reproduza o quadro abaixo e utilize-o para mostrar aos alunos algumas das verdades a respeito do Espírito Santo extraídas do evangelho de João:

Ele nunca nos deixará (Jo 14.6).
O mundo não pode recebê-lo (Jo 14.7).
Ele vive em nós e conosco (Jo 14.17).
Ele nos ensina (Jo 14.26).
Ele nos lembra as palavras de Jesus (Jo 14.26).
Ele nos convence do pecado, nos mostra a justiça de Deus, e anuncia seu juízo contra o mal (Jo 16.8).
Ele nos guia na verdade, e nos dá conhecimento de eventos futuros (Jo 16.13).
Ele glorifica a Cristo (Jo 16.14). 
(Extraído da Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal, CPAD, p. 1472.)


* Credo Niceno-Constantinopolitano
"Entre 361-81, a ortodoxia trinitariana passou por mais refinamentos, mormente no tocante ao terceiro membro da Trindade, o Espírito Santo. Em 381, em Constantinopla, os bispos foram convocados pelo Imperador Teodócio, e as declarações da ortodoxia de Niceia foram reafirmadas. Além disso, houve menção explícita do Espírito Santo em termos de deidade, como o 'Senhor e Doador da vida, procedente do Pai e do Filho; o qual, com o Pai e o Filho juntamente é adorado e glorificado; o qual falou pelos profetas." Para conhecer mais, leia Teologia Sistemática, uma perspectiva pentecostal, CPAD, p.177.




II - A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO À LUZ DA BÍBLIA

1. A divindade declarada. O Espírito Santo é chamado de Senhor nas Escrituras Sagradas: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17; ARA). Os nomes "Deus" e "Espírito Santo" aparecem alternadamente na Bíblia: "Por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do preço da herdade? [...] Não mentiste aos homens, mas a Deus" (At 5.3,4b). Deus e o Espírito Santo aqui são uma mesma divindade. O apóstolo Paulo também emprega esse tipo de linguagem: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16). Isso vem desde o Antigo Testamento: "O Espírito do SENHOR falou por mim, e a sua palavra esteve em minha boca. Disse o Deus de Israel, a Rocha de Israel a mim me falou" (2 Sm 23.2,3). É nessa linguagem que a Bíblia diz que o Espírito Santo é Deus.



2. A divindade revelada. O relacionamento do Espírito Santo com o Pai e com o Filho revela a sua divindade e a sua consubstancialidade com Eles. Isso está claro nas construções tripartidas do Novo Testamento (Mt 28.19, 1 Co 12.4-6; 2 Co 13.13; Ef 4.4-6; 1 Pe 1.2). Em relação ao Pai, o Espírito penetra todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11); é igualmente chamado de "Espírito de Deus" (Gn 1.2) e de "o Espírito que provém de Deus" (1 Co 2.12). Concernente ao Filho, Ele é chamado por Jesus de "outro Consolador" (Jo 14.16). O termo grego para "Consolador" aqui é parácleto, que significa "ajudador, advogado" e é aplicado ao Senhor Jesus como Advogado (1 Jo 2.1). Ele é chamado de "Espírito de Jesus" (At 16.7), "Espírito de Cristo" (Rm 8.9) e ainda "Espírito de seu Filho" (Gl 4.6).



3. Obras divinas. A divindade do Espírito Santo é vista não apenas na declaração direta das Escrituras, nem somente pelo relacionamento dEle com o Pai e o Filho, mas também nas obras de Deus. O Espírito Santo é o Criador do Universo e dos seres humanos (Jó 26.13; 33.4; Sl 104.30). Ele gerou Jesus (Mt 1.20; Lc 1.35) e o ressuscitou dentre os mortos (1 Pe 3.18); e ressuscitará os fiéis (Rm 8.11). Ele é o Senhor da Igreja (At 20.28); autor do novo nascimento (Jo 3.5,6); dá a vida (Ez 37.14), regenera o pecador (Tt 3.5) e distribui os dons espirituais (1 Co 12.7-11). Assim, o Credo Niceno-Constantinopolitano declara: "E no Espírito Santo, o Senhor e Vivificador, o que procede do Pai e do Filho, o que juntamente com o Pai e o Filho é adorado e glorificado, o que falou por meio dos profetas". A confirmação bíblica dessa verdade é abundante (2 Co 3.17; Rm 8.2; Jo 15.26; Fp 3.3; 2 Pe 1.21).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"O divino Consolador tem pleno poder sobre todas as coisas. Ele tem poder próprio. É dEle que flui a vida, em suas dimensões e sentidos bem como o poder de Deus (Sl 104.30; Ef 3.16). Isso é uma evidência da deidade do Espírito Santo. Ele tem autoridade e poder inerentes, como vemos em toda a Bíblia, máxime em o Novo Testamento.
Em 1 Coríntios 2.4, na única referência (no original) em que aparece o termo traduzido por 'demonstração do Espírito Santo', designa-se literalmente uma demonstração operacional, prática e imediata na mente e na vida dos ouvintes do evangelho de Cristo. E isso ocorre pela poderosa ação persuasiva e convincente do Espírito, cujo efeitos transformadores foram visíveis e incontestáveis na vida dos ouvintes de então, confirmando o evangelho pregado pelo  apóstolo Paulo (1 Co 2.4,5)" (GILBERTO, Antonio. Teologia Sistemática Pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2008, p. 175).

III - OS ATRIBUTOS DA DIVINDADE



1. Alguns atributos incomunicáveis. A divindade do Espírito Santo é revelada também nos seus atributos divinos. Aqui apresentamos apenas alguns, devido à exiguidade do espaço. O Espírito é onipotente (Rm 15.19) e a fonte de poder e milagres (Mt 12.28; At 2.4; 1 Co 12.9-11). Ele é onipresente, está em toda parte do Universo (Sl 139.7-10); e é onisciente, pois conhece todas as coisas, desde as profundezas de Deus (1 Co 2.10,11), passando pelo coração humano (Ez 11.5), até alcançar as coisas futuras (Lc 2.26; Jo 16.13; 1 Tm 4.1). Assim a Bíblia ensina que o Espírito Santo é eterno (Hb 9.14). 



2. Alguns atributos comunicáveis. A santidade de Deus é o atributo mais solenizado nas Escrituras (Is 6.3; Ap 15.4). O termo "santo" é aplicado ao Espírito como consequência direta de sua natureza e não como resultado de uma fonte externa. Ele é santo em si mesmo; assim, não precisa ser santificado, pois é Ele quem santifica (Rm 15.16; 1 Co 6.11). A bondade é outro atributo divino, por isso, Jesus disse: "Ninguém há bom senão um, que é Deus" (Mc 10.18 e passagens paralelas de Mt 19.17; Lc 18.19); no entanto, a Bíblia ensina que o Espírito Santo é bom (Ne 9.20; Sl 143.10). O Espírito é a verdade (1 Jo 5.6) e sábio (Is 11.2).



3. O Espírito Santo e a Trindade. O Espírito Santo iguala-se ao Pai e ao Filho, tendo também um nome, pois o Senhor Jesus determinou que os seus discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Isso significa ser o Espírito Santo objeto de nossa fé, pois em seu nome somos batizados, indicando reconhecimento igual ao do Pai e do Filho. A expressão "comunhão com o Espírito Santo" (2 Co 13.13) mostra que Ele é não apenas objeto de nossa fé, mas também de nossa oração e adoração. Há uma absoluta igualdade dentro da Trindade e nenhuma das três Pessoas está sujeita à outra, como se houvesse uma hierarquia na substância divina. Existe, sim, uma distinção de serviço, e o Espírito Santo representa os interesses do Pai e do Filho na vida da Igreja na terra (Jo 16.13,14).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“O Espírito Santo é Deus
O Espírito Santo não é simplesmente uma influência benéfica ou um poder impessoal. É uma pessoa, assim como Deus e Jesus o são. 
O Espírito Santo é chamado Deus e Senhor - (At 5.3,4; 2 Co 3.18). Quando Isaías viu a glória de Deus escreveu: 'Ouvi a voz do Senhor, ... vai e diz a este povo' (Is 6.8,]). O apóstolo Paulo citou essa mesma palavra e disse: 'Bem falou o Espírito Santo a nossos pais pelo profeta Isaías dizendo: Vai a este povo' (cf. At 28.25,26). Com isso, Paulo identificou o Espírito Santo com Deus" (BERGSTÉN, Eurico. Introdução à Teologia Sistemática. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 97).


IV - PERSONALIDADE DO ESPÍRITO SANTO



1. As faculdades da personalidade. A personalidade do Espírito Santo está presente em toda a Bíblia de maneira abundante e inconfundível e tem sido crença da Igreja desde o princípio. Há nEle elementos constitutivos da personalidade, tais como intelecto, pois Ele penetra todas as coisas (1 Co 2.10,11) e inteligência (Rm 8.27). Ele tem emoção, sensibilidade (Rm 15.30; Ef 4.30) e também possui vontade (At 16.7; 1 Co 12.11). As três faculdades intelecto, emoção e vontade caracterizam a personalidade.



2. Reações do Espírito Santo. Outra prova da personalidade do Espírito Santo é que Ele reage a certos atos praticados pelo ser humano. Pedro obedeceu ao Espírito Santo (At 10.19,21); Ananias mentiu ao Espírito Santo (At 5.3); Estêvão disse que os judeus sempre resistiram ao Espírito Santo (At 7.51); o apóstolo Paulo nos recomenda não entristecer o Espírito Santo (Ef 4.30); os fariseus blasfemaram contra o Espírito Santo (Mt 12.29-31); os cristãos são batizados em nome do Espírito Santo (Mt 28.19).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"É difícil sugerir que um dos títulos ou propósitos do Espírito Santo seja mais importante que outro. Tudo o que o Espírito Santo faz é vital para o Reino de Deus. Há, no entanto, um  propósito, uma função essencial do Espírito Santo, sem a qual tudo que se tem dito a respeito dEle até agora não passa de palavras vazias: o Espírito Santo é o penhor que garante a nossa futura herança em Cristo: 'Em quem [Cristo] também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o senhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória' (Ef 1.13,14)" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 401).




CONCLUSÃO

A frase que se refere ao Espírito Santo como "terceira Pessoa da Trindade" se deve ao fato de seu nome aparecer depois do Pai e do Filho na fórmula batismal. Não se trata, pois, de hierarquia intratrinitariana, porque o Pai, o Filho e o Espírito Santo são um só Deus que subsiste em três Pessoas distintas.

- Revista Digital Lições Bíblicas Mestre - 3º Trimestre de 2017 Tema:  A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos 
Comentário: Esequias Soares Consultores Doutrinários e Teológicos: Pr. Antonio Gilberto e Pr. Claudionor de Andrade.

Ensinador Cristão Nº 71 do 3º trimestre de 2017 - Por Marcelo Oliveira de Oliveira.

EV. RIVALDO NASCIMENTO

















sexta-feira, 21 de julho de 2017

Lição 4 - O Senhor e Salvador Jesus Cristo - 23 de Julho de 2017




Vejamos o que o Ensinador Cristão nos fala a respeito do Senhor e Salvador Jesus Cristo:

Jesus de Nazaré é a pessoa mais importante que existiu no mundo. Ele veio em forma de uma criança, cresceu na graça e no conhecimento, diante de Deus e dos homens. Jesus iniciou o seu ministério com doze discípulos, pregando o Reino de Deus por toda a Antiga Palestina. É impossível alguém ficar indiferente em relação ao seu ministério. Se os nossos alunos o conhecerem como descrevem as Escrituras, “rios de águas vivas fluirão do seu interior”.

Jesus chamado “Cristo”
    Jesus (que quer dizer “o salvador”) é o “Messias” de Israel, isto é, o ungido de Deus Pai para redimir o povo de Israel e o “Cristo” para redimir o mundo: “Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo” (At 2.36). Jesus Cristo é o evento anunciado por João Batista: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Nele, a condenação eterna é apagada, as prisões psicológicas e emocionais são abertas. Nossa natureza humana pecaminosa, egoísta e perversa é completamente transformada.

O “Logos”

     O Evangelho afi rma que só há verdadeira vida por intermédio do verbo vivo de Deus: Jesus Cristo, a vida eterna que pulsa de Deus para nós. É vida verdadeira que dá conta de todas as interrogações, questionamentos e dúvidas humanas. Mas o mundo não compreendeu o significado dessa vida, desse verbo e desse sentido último (Jo 1.5).
Para descrever esse evento extraordinário o apóstolo João usou um termo bem peculiar em o Novo Testamento, Logos, que quer dizer “verbo” ou “palavra”. O apóstolo escreveu assim o primeiro versículo no seu Evangelho: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo 1.1). Esse versículo descreve Jesus como o início de todas as coisas e o signifi cado último da vida: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.3,4). Segundo o Evangelho, só há verdadeira vida por intermédio do verbo vivo de Deus: Jesus Cristo, a vida que pulsa de Deus para nós. Só ele quem pode doar vida verdadeira. Só Ele quem dá conta de todas as interrogações, questionamentos e dúvidas humanas. Mas o mundo não compreendeu o significado dessa vida, desse verbo e desse sentido último (Jo 1.5). Mas para nós, os que cremos, o servo Jesus é Senhor e Cristo. Sejamos servos disponíveis no serviço, olhando sempre para o autor e consumador da nossa fé.

Vejamos também o que PORTA, Paul; Teologia do Novo Testamento: manual de estudos independente por Paul Porta; Ilustrações Gunar Berg de Andrade. - Campinas, SP : FAETAD, 2009, nos fala sobre o Logos de Deus:

Jesus é o Logos de Deus 

O conceito do Logos de João foi uma de suas maiores contribuições à Teologia do NT. Por causa da controvérsia associada com esse termo nos tempos modernos, precisaremos examinar o fundo histórico deste termo. Examinaremos em primeiro lugar o contexto filosófico grego, e após o contexto teológico no AT.

O Logos na filosofia grega 

Seiscentos anos antes do nascimento de Cristo, um filósofo grego chamado Heráclito empregou a ideia de um logos para descrever o princípio ou poder que dá estabilidade e ordem a um mundo em mudança. Heráclito considerava que o mundo estava em uma condição de mudança constante. Entre as coisas que permaneciam iguais havia o sol que se levantava todas as manhãs, e as estações que se seguiam na sua sequência apropriada. O que causava esta estabilidade e ordem no meio de todas as mudanças? Para Heráclito, a resposta era o logos.

Não podemos, no entanto, identificar sua ideia do logos com o Logos do Evangelho de João. De acordo com Heráclito, o logos não pode ser identificado com personalidade. O logos era meramente um princípio ou força, e nunca uma pessoa. Em nenhum momento Heráclito identificou o logos com um Deus Transcendente. Suas ideias foram adotadas por filósofos gregos posteriores.

Perto do tempo do começo do NT, uma nova dimensão fora acrescentada a essa ideia do logos. Heráclito ensinava que o logos era o princípio regulador do mundo material. A isto acresceu-se a ideia de que o logos também era o princípio regulador do mundo moral e racional. Os filósofos gregos acreditavam que, de certa maneira, o princípio do logos residia em toda pessoa e que ele era, na realidade, a base de uma vida moral racional. O logos, portanto, veio a ser considerado o princípio da ordem e da estabilidade que permeia tanto o mundo moral quanto o mundo material.

Além disso, precisamos ressaltar o fato de que em nenhum momento os filósofos gregos consideraram que o logos possuia uma personalidade. Por isso, embora João tenha utilizado o mesmo termo nas observações da abertura de seu Evangelho, não pretendia relacionar sua ideia do Logos com o conceito grego.

O Logos no AT 

Os filósofos gregos pensavam no logos como uma força sustentadora que mantinha junto este mundo. O AT usava o mesmo termo, Logos, para descrever uma Pessoa. Além disso, o AT identifica o logos com Deus. Já passamos, portanto, da ideia do logos como simples princípio, para a verdade do logos possuindo uma personalidade divina.

O AT começou com a revelação da atividade de Deus na criação. A expressão “e Deus disse” foi repetida várias vezes em Gn 1.3,6,9,11,20,24,26,29. Séculos mais tarde, o Salmista escreveu: “Pela palavra [logos] do Senhor foram feitos os céus” (Sl 33.6 e 9). Sendo assim, a “Palavra [Logos] de Deus” foi o agente ativo de Deus na criação do universo.

Em conjunto com esse fato da criação, a Palavra de Deus é o fator sustentador e estabilizador na criação. Assim acontecia no sentido material e também moral. O Salmista, por exemplo, reconhecia a influência da Palavra de Deus na natureza: “Fogo e saraiva, neve e vapores, e vento tempestuoso que executa a sua palavra” (Sl 148.8) e, no âmbito moral: “Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel” (Sl 147.19).

Mais tarde, o profeta Isaías faria uma identificação adicional entre a Palavra e o próprio Deus: “Assim será a palavra [logos] que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia” (Is 55.11).

A identidade da Palavra [logos] com uma Pessoa recebe tratamento adicional na Teologia paralela da Sabedoria de Deus. Este fato é visto especialmente no Livro de Provérbios, onde a Sabedoria de Deus é identificada com o próprio Deus. A sabedoria de Deus não foi apresentada simplesmente como princípio ou influência moral. Considere estas palavras de Provérbios:

O Senhor me possuiu no princípio de seus caminhos, e antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade, fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra [...] Quando ele preparava os céus, aí estava eu [...] Então eu estava com ele e era seu aluno: e era cada dia as suas delícias. (Pv 8.22-30).

A diferença principal, portanto, entre a ideia grega do logos e a revelação do logos no AT, era que os gregos ensinavam que o logos era um princípio ao passo que o AT identificava o Logos com a Pessoa de Deus.

O Logos no Evangelho de João 

De modo contrário àquilo que alguns teólogos modernos querem que creiamos, o uso por João do Logos ia além das ideias filosóficas do logos que então estavam em voga. Pelo contrário, João foi diretamente ao AT. Levou a revelação da Palavra de Deus e da Sabedoria de Deus no AT ao seu cumprimento lógico na vida e no ministério de Jesus, o Cristo “E o Verbo se fêz carne [...]” (Jo 1.14). Nosso estudo do Logos no Evangelho segundo João concentrar-se-á nos primeiros quatorze versículos do capítulo 1.

João começou seu Evangelho com as palavras: “No princípio era o Verbo [Logos]”. Essas palavras têm sido parafraseadas da seguinte maneira: “Antes de existir um início, o Verbo já existia”. O Logos de Deus, portanto, existia antes da criação e não pode ser identificado como uma parte da criação. Aqui temos uma diferença importante com a ideia grega do logos, que entendia que o logos fazia parte da criação. De acordo com João, nunca houve um tempo quando o Logos não existia.

Tem sido sugerido que a expressão “no princípio” tem um duplo sentido. Pode se referir, por exemplo, ao começo com relação ao tempo, bem como ao começo em relação à causa. No primeiro caso, veríamos o Logos existente antes do tempo, e, no segundo caso, sendo a causa do tempo.

Os filósofos gregos identificavam o logos com um princípio ou poder. João, por outro lado, identificou o Logos com a Pessoa do Próprio Deus: “e o Verbo [Logos] estava com Deus e o Verbo [Logos] era Deus” (Jo 1.1). Não disse que meramente havia algo divino na Palavra. Ele disse que Jesus, o Verbo ou Logos, era Deus.

Examinando essas palavras de João um pouco mais minuciosamente, notamos um comentário muito importante a respeito do relacionamento entre a Palavra (o Verbo) e Deus. João disse que o Verbo era Deus, mas não disse que Deus era o Verbo. João disse, ainda: “[...] e o Verbo estava com Deus [...]”. Por que fazer esta distinção? Porque João reconhecia que o Verbo fazia parte da Deidade, mas que não era a totalidade da Deidade. Na sua clara disposição de colocar Jesus no mais alto nível possível, João não perdeu de vista a verdade da pluralidade de Pessoas na Deidade.

A Criação pelo Logos 

João fez a declaração enfática que: “Todas as coisas foram feitas por ele [o Logos]” (Jo 1.3). Está fora de dúvida que João atribuía o ato da Criação à obra de Jesus, o Verbo de Deus. Podemos, com segurança, relacionar esta verdade com a narrativa da Criação em Gn 1 (Gn 1.3; Sl 33.6 e 9).

A preservação pelo Logos 

Assim como o Logos foi ativo na Criação, Ele também está ativo na preservação da Criação. Conforme disse João: “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1.4). A vida não existe, nem continuará a existir, sem o ministério do Logos de Deus. João está rigorosamente em harmonia com a verdade do AT. O Salmista disse: “Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz” (Sl 36.9). Os filósofos gregos reconheciam que havia algo que mantinha coeso o universo. Mas, na sua recusa de aceitar a verdade de um Deus soberano, optaram por identificar a estabilidade da ordem criada com um princípio, que em si mesmo, fazia parte da ordem criada. João, assim como os escritores do AT, reconhecia que esta estabilidade provinha da presença ativa de uma Pessoa, o Logos de Deus por meio de cujo poder a Criação veio a existir.

A encarnação do Logos 

De acordo com João: “[...] o Verbo se fez carne” (Jo 1.14). João empregou uma palavra muito comum para descrever a maravilha e a majestade da encarnação do Logos. Ele não disse que o Verbo se fez um homem, mas que ele “se fez carne”. Mediante o emprego deste termo, João estava dizendo que a encarnação não era meramente o caso do Logos assumir a forma ou a aparência de um homem. O Logos tomou sobre si a verdadeira carne humana, com todas as suas características e limitações físicas.

Essa verdade vital foi mencionada de novo por João na sua primeira carta: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida” (1Jo 1.1). Você percebe o progresso na revelação da verdade da encarnação neste versículo?

João começou com a verdade da eternidade do Logos (“O que era desde o princípio [...]”) usando a mesma expressão da abertura de seu Evangelho. Depois, passou adiante para três verbos relevantes que se relacionam com o aparecimento e a manifestação do Logos na história da humanidade. Estes verbos são: ouvir, ver e tocar. João entendia que a encarnação era um evento histórico real, em que o Logos de Deus se tornou homem. Resumindo, pois: embora João reconhecesse que o Logos era uma das Pessoas da Deidade, não deixou de equilibrar este fato com a verdade da realidade da Encarnação. O Logos tomou sobre si a carne humana, e não simplesmente a aparência humana.

TEXTO ÁUREO

"Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, ?e a verdade, e a vida. Ninguém vem ?ao Pai senão por mim."
(Jo 14.6)


VERDADE PRÁTICA

Cremos no Senhor Jesus Cristo, o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus, plenamente Homem e o único Salvador do mundo.


OBJETIVO GERAL

Explicar porque cremos que Jesus é o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus e plenamente homem.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

João 1.1-14

1 - No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2 - Ele estava no princípio com Deus.
3 - Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
4 - Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens;
5 - e a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
6 - Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era João.
7 - Este veio para testemunho para que testificasse da luz, para que todos cressem por ele.
8 - Não era ele a luz, mas veio para que testificasse da luz.
9 - Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo,
10 - estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu.
11 - Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12 - Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome,
13 - os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus.
14 - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.





INTRODUÇÃO

Há inúmeros pontos da cristologia dignos de ocupar a mente e o coração de todos os seres humanos. O nosso espaço aqui é exíguo para um estudo completo. Temos de nos contentar com alguns pontos relevantes sobre a verdadeira identidade de Jesus. A provisão do Antigo Testamento sobre a obra redentora de Deus em Cristo é rica em detalhes. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença e a obra de Cristo na história da redenção, nas suas instituições e festas. O nosso enfoque aqui é a verdadeira identidade Jesus.

PONTO CENTRAL

Cremos que Jesus é o Filho Unigênito de Deus, plenamente Deus e plenamente homem.

I - O FILHO UNIGÊNITO DE DEUS



1. O Filho de Deus. O apóstolo João explica o motivo que o levou a escrever o seu evangelho com as seguintes palavras: "Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (Jo 20.31). Temos aqui dois pontos importantes. O primeiro é sobre a identidade de Jesus: Ele é o Cristo e o Filho de Deus; o outro é o motivo dessa revelação, a redenção de todo aquele que crê nessa verdade. É de toda importância saber o significado do título "Filho de Deus". A profecia de Isaías anuncia: "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu" (Is 9.6). Note que o menino nasceu, mas o Filho, segundo a palavra profética, não nasceu, mas "se nos deu". O nascimento desse menino aconteceu em Belém, mas o Filho foi gerado desde a eternidade (Jo 17.5, 24), pois transcende a criação: "E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17). É como disse Atanásio, em resposta aos arianistas, referindo-se à eternidade de Jesus: "o Pai não seria Pai se não existisse o Filho".



2. Significado. O significado do termo "filho" nas Escrituras é amplo, e uma das acepções diz respeito à mesma natureza do pai (Jo 14.8,9). Quando Jesus se declarou Filho de Deus, Ele estava reafirmado sua divindade, e os judeus entenderam perfeitamente a mensagem (Jo 5.17,18). O Mestre disse: "Eu e o Pai somos um" (Jo 10.30). E, mais adiante, no mesmo debate com os judeus, Jesus esclareceu o que significa ser Filho de Deus: "àquele a quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Blasfemas, porque disse: Sou Filho de Deus?" (Jo 10.36). Alegar que Jesus não é Deus, mas o Filho de Deus, como fazem alguns, é uma contradição.



3. Significado de "unigênito" (v.14b). A etimologia do termo "unigênito", monogenés, em grego, indica a deidade do Filho. Essa palavra só aparece nove vezes no Novo Testamento, sendo três em Lucas (7.12; 8.42; 9.38), uma em Hebreus (11.17) e as outras cinco em referência a Jesus nos escritos joaninos (Jo 1.14,18; 3.16,18; 1 Jo 4.9). O vocábulo vem de monós, "único", e de genés, que nos parece derivar de genós, "raça, tipo", e não necessariamente do verbo gennao, "gerar". Então, unigênito, quando empregado em relação a Jesus, transmite a ideia de consubstancialidade. É exatamente o que declara o Credo Niceno: "E [cremos] em um só Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, o Unigênito do Pai, que é da substância do Pai, Deus de Deus, Luz de Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não feito, de uma só substância com o Pai".

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Unigênito
Monogenes é usado cinco vezes, todas nos escritos do apóstolo João, acerca de Jesus como o Filho de Deus; em Hebreus 11.17 é traduzido por 'unigênito', sobre a relação de Isaque com Abraão.
Com referência a Jesus, a frase 'o Unigênito do Pai' (Jo 1.14), indica que, como o Filho de Deus, Ele era o representante exclusivo do Ser e caráter daquele que o enviou. No original, o artigo definido está omitido tanto antes de 'Unigênito' quanto antes de 'Pai', e sua ausência em cada caso serve para enfatizar as características referidas nos termos usados. O objetivo do apóstolo João é demonstrar que tipo de glória ele e seus companheiros apóstolos tinham visto. Sabemos que ele não está fazendo somente uma comparação com as relações terrenas, pela indicação da preposição para, que significa 'de, proveniente de'. A glória era de uma relação única e a palavra 'Unigênito' não implica um começo de Sua filiação. Sugere, de fato, a relação, mas esta deve ser distinguida da geração conforme é aplicada aos homens.
Podemos apenas entender corretamente o termo 'unigênito' quando usados para se referir ao Filho, no sentido de relação não originada. 'A geração não é um evento no tempo, embora distante, mas um fato independente do tempo. O Cristo não se tornou, mas necessariamente é o Filho. Ele, uma Pessoa, possui todos os atributos da deidade pura. Isto torna necessário a eternidade, o ser absoluto; sobre este aspecto Ele não é 'depois' do Pai'" (Dicionário Vine: O significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento. 14.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011, p. 1045).

II - A DEIDADE DO FILHO DE DEUS



1. O Verbo de Deus (Jo 1.1). O "Verbo" é a Palavra, do grego Logos. O termo "Deus" aparece duas vezes nessa passagem, uma delas em referência ao Pai: "e o Verbo estava com Deus". Aqui temos uma indicação do relacionamento intratrinitariano, ou seja, entre a Trindade, antes mesmo da fundação do mundo. A preposição grega pros, usada para "com" nessa segunda cláusula, diz respeito ao plano de igualdade e intimidade, face a face, além de mostrar a distinção entre o Pai e o Filho, um golpe mortal contra o sabelianismo. A segunda referência,"e o Verbo era Deus", aponta para o Filho. Não se trata de acréscimo de mais um Deus aqui, posto que ao apóstolo foi revelado, pelo Espírito Santo, que o Verbo divino está incluído na essência una e indivisível da Deidade, embora seja Ele distinto do Pai (Jo 8.17,18; 2 Jo 3). Da mesma forma, o apóstolo Paulo transmitiu essa verdade, ao dizer que "para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele" (1 Co 8.6). Trata-se do monoteísmo cristão.



2. Reações à divindade de Jesus. É digno de nota que os apóstolos João e Paulo, como os demais, eram judeus e foram criados num contexto monoteístico. Portanto, não admitiam em hipótese alguma outra divindade, senão só, e somente só, o Deus Javé de Israel (Mc 12.28-30). Observemos que, a cada fala do Senhor Jesus a respeito de sua divindade, de sua igualdade com o Pai, o próprio apóstolo João registra a reação dos judeus como protesto (Jo 5.18; 8.58,59; 10.30-33). Mesmo assim, esses apóstolos não hesitaram em declarar, com ousadia e abertamente, a deidade absoluta de Jesus (Jo 20.28; Rm 9.5; Cl 2.9; Tt 2.13; 1 Jo 5.20).



3. O relacionamento entre o Pai e o Filho. Os pais da Igreja perceberam também que, além das construções tripartidas, do relacionamento intratrinitariano e histórico-salvífico revelado nas Escrituras Sagradas, havia ainda as construções bipartidas que identificam a mesma deidade no Pai e no Filho. O Pai e o Filho aparecem no mesmo nível de divindade (Gl 1.1; 1 Tm 6.13; 2 Tm 4.1). Essas expressões bipartidas provam que o Pai e o Filho são o mesmo Deus, possuindo a mesma substância, mas são diferentes na forma e na função, não em poder e majestade. Veja o seguinte exemplo: "Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (Rm 1.7). Os primeiros cristãos não precisavam de explicações adicionais para compreender a divindade de Jesus em declarações como essas (2 Pe 1.1).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"A deidade de Cristo inclui sua coexistência no tempo e na eternidade, com o Pai e o Espírito Santo. Conforme indica o prólogo de João, o Verbo é eternamente preexistente. O uso do termo 'Verbo' (no grego, Logos) é significativo, visto que Jesus Cristo é a principal expressão da vontade divina. Ele não é somente o único Mediador entre Deus e a humanidade (1 Tm 2.5), mas foi também o Mediador na criação. Deus, falando, trouxe o Universo à existência, através do Filho, a Palavra Viva. Porquanto, 'sem ele nada do que foi feito [na criação] se fez' (Jo 1.3). Colossenses 1.15 diz que Cristo é a 'imagem do Deus invisível'. E a passagem  de Hebreus 1.1,2 também proclama a grande verdade: Cristo é a mais completa e melhor revelação de Deus à humanidade. Desde o começo, o Verbo foi a própria expressão de Deus, e continua a demonstrá-lo. E então, 'vindo a plenitude dos tempos' (Gl 4.4), o 'Verbo se fez carne e habitou entre nós...' (Jo 1.14).
Antes de manifestar-se à humanidade dessa nova maneira, o Verbo esteve eternamente em existência como aquEle que revela a Deus. É bem provável que as teofanias do Antigo Testamento fossem, na realidade, 'cristofanias', visto que em seu estado preexistente, os encontros com várias pessoas, pode revelar a vontade de Deus, estaria de pleno acordo com seu ofício de Revelador" (MENZIES, William; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblica: Os fundamentos da nossa fé. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 50).

III - A HUMANIDADE DO FILHO DE DEUS



1. "E o Verbo se fez carne" (Jo 1.14a). O prólogo do Evangelho de João começa com a divindade de Jesus e conclui com a sua humanidade. O Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem. A sua divindade está presente na Bíblia inteira, de maneira direta e indireta, nos ensinos e nas obras de Jesus, com tal abundância de detalhes que infelizmente não é possível mencioná-los aqui por absoluta falta de espaço. A encarnação do Verbo significa que Deus assumiu a forma humana. A concepção e o nascimento virginal de Jesus (Is 7.14; Mt 1.123) são obra do Espírito Santo (Mt 1.20; Lc 1.35). Tal encarnação do Verbo é um mistério (1 Tm 3.16).


2. Características humanas. Assim como as Escrituras revelam a deidade absoluta de Jesus, da mesma forma elas ensinam que Ele é plenamente homem: "Jesus Cristo, homem" (1 Tm 2.5). Há abundantes e incontestáveis provas de sua humanidade, ou seja, de que Ele nasceu, cresceu e viveu entre nós. Seu nascimento é contado com detalhes nos dois primeiros capítulos de Mateus e de Lucas. Ele cresceu em estatura física e intelectual (Lc 2.52); e sentiu fome, sede, sono e cansaço (Mt 4.2; 8.24; Jo 4.6; 19.28).


3. Necessidade da encarnação do Verbo. Jesus foi revestido do corpo humano porque o pecado entrou na humanidade por meio do casal Adão e Eva, seres humanos, e pela justiça de Deus o pecado tinha de ser vencido também por um ser humano (Rm 5.12, 17-19). Jesus se fez carne. Fez-se homem sujeito ao pecado, embora nunca houvesse pecado, e venceu o pecado como homem (Rm 8.3). A Bíblia mostra que todo o gênero humano está condenado; que o homem está perdido e debaixo da maldição do pecado (Sl 14.2,3; Rm 3.23). Todos são devedores, por isso, ninguém pode pagar a dívida do outro. A Bíblia afirma que somente Deus pode salvar (Is 43.11). Então, esse mesmo Deus tornou-se homem, trazendo-nos o perdão de nossos pecados e cumprindo Ele mesmo a lei que promulgara (At 4.12; 1 Tm 3.16; Cl 2.14).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Jesus Cristo não somente era pleno Deus, como pleno ser humano. Ele não era em parte Deus e em parte homem. Antes, era cem por cento Deus, e, ao mesmo tempo, cem por cento homem. Em outras palavras, Ele exibia um conjunto pleno tanto de qualidades divinas quanto de qualidades humanas, numa mesma Pessoa, de tal modo que essas qualidades não interferiram uma com a outra. Ele há de retornar como 'esse mesmo Jesus' (At 1.11). Numerosas passagens ensinam claramente que Jesus de Nazaré tinha um corpo verdadeiramente humano e uma alma racional. Eram características de seres humanos não-caídos (isto é, Adão e Eva), que nEle podiam ser encontradas. Ele foi, verdadeiramente, o Segundo Adão (1 Co 15.45,47). As narrativas dos evangelhos aceitam automaticamente a humanidade de Cristo. Ele é descrito como um bebê, na manjedoura, e sujeito às leis  humanas do crescimento. Ele aprendeu, sentia fome, sentia sede e se cansava (Mc 2.15; Jo 4.6). Ele também sofreu ansiedade e desapontamentos (Mc 9.19); sofreu dor física e mental, e sucumbiu diante da morte (Mc 14.33,37). Na epístola aos Hebreus há grande cuidado em se mostrar sua plena identificação com a humanidade (2.9,17; 4.15; 5.7,8 e 12.2).
A verdade, pois, é que na pessoa única do Senhor Jesus Cristo habitam uma natureza plenamente divina e outra plenamente humana, sem se confundirem. Ele é, verdadeiramente, pleno Deus e pleno ser humano, Céu e Terra juntos na mais admirável de todas as pessoas" (MENZIES, William; HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblica: Os fundamentos da nossa fé. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 51).


CONCLUSÃO

O Senhor Jesus Cristo é a mais controvertida de todas as personagens da História porque é o único que é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem, e a sua verdadeira identidade só é possível pela revelação (Mt 16.17; 1 Co 12.3). Isso revela a sua divindade.


EV. RIVALDO NASCIMENTO

sábado, 15 de julho de 2017

Lição 3 - A Santíssima Trindade: um só Deus em três Pessoas - 16 de Julho de 2017





Vejamos o que o Ensinador Cristão nos fala sobre a Trindade:

Os maiores equívocos em relação à doutrina da Trindade se dão quando se relativiza a natureza da relação trinitária, pois “as distinções entre os membros da Deidade não se referem à sua essência ou substância, mas ao relacionamento. Noutras palavras: a ordem de existência na Trindade, no tocante ao ser essencial de Deus, está espelhada na Trindade salvífi ca. ‘São, portanto, três, não na posição, mas no grau; não na substância, mas na forma; não no poder, mas na sua manifestação” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. CPAD, p.177). Dessa forma a Santíssima Trindade se manifesta em perfeita comunhão ao longo de todo o plano de salvação provido por Deus.

Uma natureza amorosa

     Deus é amor! Devemos destacar que o Pai provou o seu amor pelo mundo quando enviou o seu Filho em nosso lugar (Jo 3.16). O Filho provou o seu amor por nós quando, espontaneamente, obedeceu ao Pai e doou-se para a humanidade, morrendo em nosso lugar para nos redimir, regenerar, justifi car e salvar (Rm 8.1-11). O Espírito Santo prova o seu amor por nós quando convenceu-nos do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.7-11). A Santíssima Trindade opera
amorosamente em nossa vida.

Uma natureza servidora

     Concomitantemente a pessoa do Espírito Santo, é necessário destacar também que a natureza do ministério de Jesus Cristo é servidora: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos, a darvista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). O Deus Trino trabalha de maneira servidora em favor das pessoas. Não podemos jamais esquecer esse aspecto de serviço pelo qual aprendemos com a operação das pessoas da trindade em nossa vida.

Uma natureza de comunhão


Logo, a Santíssima Trindade é por natureza comunitária porque as pessoas trinitárias não vivem separadamente, pois são inseparáveis, indivisíveis. O Pai, o Filho e o Espírito Santo vivem em profunda comunhão. Por isso, somos encorajados a vivermos uma comunhão verdadeira com os nossos irmãos, a ajudar o outro, a chorar com o outro, a cantar com o outro, orar com e pelo outro. Portanto, como parte dessa comunidade de santos, a Igreja de Deus, somos chamados a expressar essa comunhão trinitária e multiforme no mundo.

TEXTO ÁUREO

"Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo."
(Mt 28.19)


VERDADE PRÁTICA

Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo iguais em substância, glória, poder e majestade.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Coríntios 12.4-6; 2 Coríntios 13.13

1 Co 12.4 - Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
5 - E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
6 - E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
2 Co 13.13 - A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!

OBJETIVO GERAL

Saber que cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1-Explicar as construções bíblicas trinitárias;
2-Mostrar que Deus é trino e único;
3-Conhecer algumas crenças inadequadas a respeito da Trindade;
4-Apresentar algumas respostas às objeções acerca da Trindade.  





INTRODUÇÃO

A doutrina da Trindade é a verdade mais crucial do pensamento cristão, mas como conciliar o monoteísmo revelado no Antigo Testamento com a divindade de cada pessoa da Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.

PONTO CENTRAL

Cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas.



I - CONSTRUÇÕES BÍBLICAS TRINITÁRIAS

1. A unidade na Trindade (1 Co 12.4-6). Uma leitura superficial dessa passagem pode levar alguém a argumentar que o texto não diz que cada uma dessas pessoas é Deus, como costumam fazer determinados grupos tidos como cristãos. O apóstolo Paulo se refere à Trindade usando outra linguagem. Ele afirma a unidade de Deus, uma só essência e substância, em diversidade de manifestações de cada Pessoa distinta. E declara que o Espírito é o mesmo, o Senhor é o mesmo e o Deus Pai é o mesmo. É a unidade na diversidade.



2. A bênção apostólica (2 Co 13.13). Há aqui certo paralelismo com a bênção sacerdotal (Nm 6.24-26). Essa saudação final não é comum nas epístolas paulinas. Não parece haver aqui intenção de explicar a doutrina da Trindade. Trata-se do pronunciamento habitual do ministro de culto ao despedir os fiéis no fim das reuniões nas primeiras décadas da história da Igreja. Se isso puder ser confirmado, significa que os cristãos já estavam conscientes dessa realidade divina desde muito cedo na vida da Igreja. A fonte da graça do Senhor Jesus é o amor de Deus no Espírito Santo. É uma saudação trinitária.



3. O Deus trino e uno revelado (Ef 4.4-6). Temos aqui a diversidade de operações e funções na unidade de Deus. É Deus quem nos chama por meio do Espírito Santo. Jesus é o nosso Senhor, a fonte de nossa fé e esperança. O Pai, o Filho e o Espírito Santo são iguais em poder, glória e majestade, que subsistem desde a eternidade em uma só substância indivisível, mas manifestos na história salvífica em formas pessoais e funções distintas (1 Pe 1.2).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"O conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como certa (Ef 1.1-14; 1 Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos três membros da Deidade. 
As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22.42; 1 Co 12.11). O Pai fala ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: 'Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido' (Hb 9.14). Declara que veio 'não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou' (Jo 6.38)" (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 162-3).


II - O DEUS TRINO E UNO



1. Uma questão crucial. A Bíblia mostra com clareza meridiana a divindade do Filho: "e o Verbo era Deus" (Jo 1.1). Trata-se de uma divindade plena e absoluta: "porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade" (Cl 2.9). As Escrituras afirmam também que o Espírito Santo é Deus: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16); e é também Senhor: "Ora, o SENHOR é o Espírito" (2 Co 3.17, ARA). Como conciliar essa verdade com o monoteísmo ratificado pelo próprio Senhor Jesus? (Mc 12.29,30). Tal não se trata de triteísmo, isto é, "três deuses", pois existe um só Deus e Deus é um só (1 Co 8.6; Gl 3.20). A única explicação é a Trindade.



2. A Trindade. A Trindade está presente na Bíblia desde o Antigo Testamento (Gn 1.26; 3.22; Is 6.8). O Senhor Jesus apresenta o Pai e o Espírito Santo num tipo de relacionamento "eu, tu ele" (Jo 16.7-16). Antes de sua ascensão ao céu, Jesus mandou que os discípulos batizassem "em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Essa é a passagem bíblica mais contundente em favor da Trindade. Temos aqui um conceito trinitário muito claro e vívido. Trata-se de um resumo da realidade divina ensinada durante seu ministério acerca de si mesmo e do Pai (Mt 11.27) e do Espírito Santo (Mt 12.28). A Igreja, desde a antiguidade, resume essas passagens bíblicas na fé em um só Deus que subsiste eternamente em três pessoas distintas.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Trindade
[Do grego trias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas] Doutrina segundo a qual a Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e nos atributos absolutos, metafísicos e morais.
Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a doutrina são, tanto no Antigo, como no Novo Testamento, incontestáveis.
A palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma  grega, por Teófilo; e , em sua forma latina, por Tertuliano.
O Credo Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade: 'Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 279).

III - AS CRENÇAS INADEQUADAS




1. Os monarquianistas dinâmicos. Trata-se de um movimento que surgiu após a metade do segundo século em torno do monoteísmo cristão. Tertuliano, um dos líderes cristãos daquela geração, polemizou com eles, chamando-os de monarquianistas (do grego, monarchia, "governo exercido por um único soberano"). Eles ensinavam que Jesus recebeu a dynamis, "poder", em grego, por ocasião do seu batismo no rio Jordão; outros afirmavam que Jesus se tornou divino por ocasião de sua ressurreição. Todas as ideias do movimento negavam a deidade absoluta de Jesus e contrariavam a crença desde a Era Apostólica, que considerava Jesus "o verdadeiro Deus e a vida eterna" (1 Jo 5.20). Eles são os ancestrais do arianismo.



2. Os monarquianistas modalistas. Esses são assim identificados porque ensinavam que Deus aparece de modos diferentes. Para eles, Deus aparece com a máscara de Pai na obra criadora, com a máscara de Filho no seu nascimento e na ascensão, e a partir daí aparece com a máscara de Espírito Santo. Pai, Filho e Espírito Santo não são três pessoas, mas três faces, semblantes ou máscaras. É a doutrina unicista que nega a Trindade. Trata-se de um erro teológico crasso, pois a Bíblia é clara na distinção dessas pessoas (Mt 3.16,17; Jo 8.17,18; 2 Jo 3). O bispo Sabélio foi o principal expoente dessa doutrina, por isso ela é conhecida como sabelianismo. Seus herdeiros espirituais ainda estão por aí. O resumo teológico deles é o seguinte: Deus é Jesus; no entanto, a Bíblia ensina que Jesus é Deus.





3. O arianismo. É o nome da doutrina formulada por Ário e do movimento que ele fundou em Alexandria, Egito, no ano 318. Sua doutrina contrariava a crença ortodoxa seguida pelas igrejas desde o período apostólico. Ário ensinava que o Senhor Jesus não era da mesma substância do Pai; era criatura, criado do nada, uma classe divina de natureza inferior, nem divina nem humana, uma terceira classe entre a deidade e a humanidade. A palavra de ordem de seus seguidores era: "Houve tempo em que o Verbo não existia". Mas o ensino bíblico sustentado pelas igrejas desde o princípio afirma que o Filho é eterno (Is 9.6), pois transcende a criação: "E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele" (Cl 1.17).

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Arianismo
Heresia fermentada por um presbítero do 4º século chamado Ário. Negando a divindade de Cristo, ensinava ele ser Jesus o mais elevado dos seres criados. Todavia, não era Deus. Por este motivo, seria impropriedade referir-se a Cristo como se fora um ente divino.
Para fundamentar seus devaneios doutrinários, buscava desautorizar o Evangelho de João por ser o propósito desta Escritura, justamente, mostrar que Jesus Cristo era, de fato, o Filho de Deus. Os ensinos de Ário foram condenados no Concílio de Niceia em 325" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 52).

IV - RESPOSTA ÀS OBJEÇÕES ACERCA DA TRINDADE




1. Esclarecimento. Os unicistas modernos pregam que a doutrina da Trindade é uma invenção do Concílio de Niceia, por ordem de um imperador romano pagão. Mas esses movimentos estão equivocados, pois mais de cem anos antes Tertuliano já havia formulado a doutrina da Trindade. Além disso, o tema do referido Concílio, o Filho, reafirma a deidade de Jesus e a sua consubstancialidade com o Pai. O Credo não traz informação alguma sobre o Espírito Santo. O documento aprovado em Niceia tornou-se ponto de partida, ao invés de ponto de chegada. A controvérsia prosseguiu por duas razões principais: a volta do arianismo e a indefinição sobre o Espírito Santo.



2. A definição de Tertuliano. Ele foi o neologista da Igreja que criou o termo "Trindade", na seguinte declaração: "Todos são um, por unidade de substância, embora ainda esteja oculto o mistério da dispensação que distribui a unidade numa Trindade, colocando em sua ordem os três, Pai, Filho e Espírito Santo; três contudo, não em essência, mas em grau; não em substância, mas em forma; não em poder, mas em aparência; pois eles são de uma só substância e de uma só essência e de um poder só, já que é de um só Deus que esses graus e formas e aspectos são reconhecidos com o nome de Pai, Filho e Espírito Santo (Contra Práxeas, II). Um só Deus, portanto, a essência, a substância e o poder são um só; mas a diferença está no grau, na forma e na aparência que chamamos de "pessoas" (Mt 28.19). 




3. Formulação definitiva da Trindade. Isso só aconteceu no Concílio de Constantinopla em 381, com base nos trabalhos de Atanásio que combateram os arianistas e também os grupos contrários à doutrina do Espírito Santo, como os pneumatomacianos e os tropicianos; e com base nas obras dos chamados pais capadócios: Basílio de Cesareia, Gregório de Nissa e Gregório de Nazianzo. O Credo Niceno-Constantinopolitano reafirma o Credo de Niceia e define a divindade do Espírito Santo, estabelecendo de uma vez por todas a doutrina da Santíssima Trindade. 

SÍNTESE DO TÓPICO IV

Na Bíblia Sagrada encontramos as respostas às objeções acerca da Trindade.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Concílio de Niceia e de Constantinopla
Primeiro concílio ecumênico da história. Convocado pelo imperador Constantino, em 325, teve como objetivo solucionar os problemas que dividiam a cristandade. Problemas esses causados pelo arianismo. Buscando reafirmar a unidade da Igreja, os participantes do concílio redigiram uma confissão teológica, confirmando a ortodoxia doutrinária do Cristianismo.
Em 381, reuniram-se em Constantinopla 150 bispos, a pedido do imperador Teodócio I, com o objetivo de confirmar a unidade da igreja no Oriente. Terminado os trabalhos, aquele segmento da cristandade livrava-se de mais de meio século de domínio ariano" (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, pp. 88,89).




CONCLUSÃO

Diante do exposto, está claro que a doutrina da Trindade é bíblica e está presente desde o Gênesis até o Apocalipse.


Ev. RIVALDO NASCIMENTO