domingo, 23 de agosto de 2015

SEGUNDO CREDO DAS ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL


 

















Cremos:
2) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17; 2 Pe 1.21; Isaías 51.15);



Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;
Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído  para toda a boa obra.

2 Timóteo 3:16,17


Vimos que o primeiro credo, nos traz a apresentação de um Deus Uno, subsistente em três pessoas divinas.  O segundo credo, por sua vez, nos apresenta a palavra deste Deus, sendo soprada pelo Espírito Santo ao homem.

Este credo nos mostra três declarações, que são:

1-  Cremos na inspiração verbal da Bíblia Sagrada;
2- A Bíblia Sagrada é a única regra infalível de fé normativa para a vida; e
3- A Bíblia Sagrada é a única regra infalível de fé normativa para o Caráter Cristão.
   
 A Bíblia apresenta algumas provas, que o quer os santos profetas de Deus escreveram, é a Palavra de Deus.  
Veremos estas provas não para crermos que ela é divina, mas porque cremos que ela é divina. É uma satisfação para nós, crentes na Bíblia, podermos apresentar evidências externas daquilo que cremos internamente, no coração.  Pois acreditamos que a pessoa que tem o Espírito de Deus, deposita toda a confiança nela, como sendo sa Palavra de Deus, sem exigir provas nem argumentos.

1-  Cremos na inspiração verbal da Bíblia Sagrada;

"Toda a Escritura é divinamente inspirada..."
  
Por que a Bíblia continua sendo o livro mais vendido nos últimos 50 anos, com uma média de quase  6 bilhões de exemplares vendidos em todo o planeta? O que diferencia a Bíblia de todos os demais livros do mundo?  Só existe uma resposta para estas duas perguntas:
O que difere a Bíblia dos demais livros, é a sua "inspiração divina".  Em Jó 32.8, diz: "Na verdade, há um espírito no homem, e o sopro do Todo-Poderoso o faz sábio". (2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21). É devido à inspiração divina que ela é chamada a Palavra de Deus.
   
O que vem a ser "inspiração divina"?

Para compreendermos  o sentido de inspiração divina, devemos saber que o termo tem origem na palavra grega "theópneustos", "sobrada de Deus", é traduzida como "inspirada por Deus", em nossa versão portuguesa, em II Timóteo 3.16.

O teólogo Carl F. H. Henry, em seu livro "Inspiração", publicado em 1960, pela BDT, diz: 



"Segundo é aplicado às Escrituras, o vocábulo "inspiração" tem sido muito bem definido como "uma influência sobrenatural, exercida pelo Espírito Santo, sobre homens divinamente escolhidos, em virtude da qual seus escritos tornam-se fidedignos e autoritários".



      O pastor Antônio Gilberto da Silva, em seu livro, A Bíblia através dos séculos, publicado pela CPAD, em 1986 nos diz:


"inspira­ção divina é a influência sobrenatural do Espírito Santo como um sopro, sobre os escritores da Bíblia, capacitando-os a receber e transmitir a mensagem divina sem mistura de erro".

No  Life Application New Testament Commentary (Comentário do Novo Testamento Aplicação Pessoal), 1ª edição, publicada em 2009 pela CPAD e traduzida por Degmar Ribas, nos fala a respeito da inspiração divina que:

"Uma tradução mais próxima do texto original grego seria: "Toda Escritura tem o sopro de Deus".

 

Isto nos diz que cada palavra da Bíblia foi "soprada" por Deus.  As palavras da Bíblia vieram de Deus e foram escritas por homens.  O apóstolo Pedro afirmou isto quando disse que "os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pe 1.21).

   

A própria Bíblia reivindica a si a inspiração de Deus, pois a expressão "Assim diz o Senhor", como carimbo de autenticidade divina, ocorre mais de 2.600 vezes nos seus 66 livros; isso além de outras expressões equivalentes. Foi o Espírito de Deus quem falou através dos escritores. (Ver 2 Crônicas 20.14; 24.20; Ezequiel 11.5). 

Deus mesmo dá tes­temunho da sua Palavra. Em Salmo 78.1, "Escutai a minha lei, povo meu; inclinai os vossos ouvidos às palavras da minha boca". (ver Isaías 51.15,16; Zacarias 7.9,12). 

Os escritores, por sua vez, evidenciam ter inspiração divina, conforme 2 Reis 17.13, "E o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas. (Ver Neemias 9.30; Mateus 2.15; Atos 1.16; 3.21; 1 Coríntios 2.13; 14.37; Hebreus 1.1; 2 Pedro 3.2.). 

 

Teorias falsas da inspiração da Bíblia

Quanto à inspiração da Bíblia, há várias teorias falsas, Veja­mos as principais teorias falsas da inspiração da Bíblia.
a. A teoria da inspiração natural, humana.

 Ensina que a Bíblia foi escrita por homens dotados de gênio e força inte­lectual especiais, como Milton, Sócrates, Shekespeare, Camões, Rui, e inúmeros outros. Isto nega o sobrenatural. 
É um erro fatal de conseqüências imprevisíveis para a fé. Os escritores da Bíblia reivindicam que era Deus quem fa­lava através deles (2 Sm 23.2 com At 1.16; Jr 1.9 com Ed 1.1; Ez 3.16,17; At 28.25, etc.).

b. A teoria da inspiração divina comum.

 Ensina que a inspiração dos escritores da Bíblia é a mesma que hoje nos vem quando oramos, pregamos, cantamos, ensinamos, an­damos em comunhão com Deus, etc. 
Isto é errado, porque a inspiração comum que o Espírito nos concede: 
1) Admite gradação, isto é, o Espírito Santo pode conceder maior co­nhecimento e percepção espiritual ao crente, à medida que este ore, se consagre e procure a santificação, ao passo que a inspiração dos escritores na Bíblia não admite graus. O escritor era ou não era inspirado, 
2) A inspiração comum pode ser permanente (1 Jo 2.27), ao passo que a dos escri­tores da Bíblia era temporária. Centenas de vezes encon­tramos esta expressão dos profetas: "E veio a mim a pala­vra do Senhor", indicando o momento em que Deus os to­mava para transmitir a sua mensagem.

c. A teoria da inspiração parcial.

 Ensina que algumas partes da Bíblia são inspiradas, outras não; que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas apenas contém a Palavra de Deus.
Se esta teoria fosse verdadeira, estaríamos em grande confusão, por que quem poderia dizer quais as par­tes inspiradas e quais as não-inspiradas? 
A própria Bíblia refuta isso em 2 Timóteo 3.16 (ARA). Também em Marcos 7.13, o Senhor aplicou o termo "A Palavra de Deus" a todo o Antigo Testamento. 
Quanto ao Novo Testamento, no livro do Apocalipse 22.18,19, nos diz: "Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, e da cidade santa, e das coisas que estão escritas neste livro".

d. A teoria do ditado verbal.

 Ensina a inspiração da Bíblia só quanto às palavras, não deixando lugar para a atividade e estilo do escritor, o que é patente em cada li­vro. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa investigação de fa­tos conhecidos (Lc 1.4). 
Esta falsa teoria faz dos escritores verdadeiras máquinas, que escreveram sem qualquer no­ção de mente e raciocínio. Deus não falou pelos escritores como quem fala através de um alto-falante. Deus usou as faculdades mentais deles. 



e. A teoria da inspiração das idéias.

  Ensina que Deus inspirou as idéias da Bíblia, mas não as suas palavras. Es­tas ficaram a cargo dos escritores. 
 Ora, o que é a palavra na definição mais sumária, senão "a expressão do pensa­mento"? 
Tente o leitor agora mesmo formar uma idéia sem palavras... Impossível! 
Uma idéia ou pensamento inspira­do só pode ser expresso por palavras inspiradas. Ninguém há que possa separar a palavra da idéia. A inspiração da Bíblia não foi somente "pensada"; foi também "falada". 
Veja a palavra "falar" em 1 Coríntios 2.13: "As quais também falamos, não com palavras que a sabedoria humana ensina, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais". (Hebreus 1.1; 2 Pedro 1.21).
De um modo muito maravilhoso, vemos a inspi­ração das palavras da Bíblia, não só no emprego da pala­vra exata, mas também na ordem em que elas são empre­gadas; no original, é claro. Apenas três exemplos: Jó 37.9 e 38.19 (a palavra precisa); 1 Coríntios 6.11 (ordem das pala­vras no seu emprego).


A teoria correta da inspiração da Bíblia é a chamada Teoria da Inspiração Plenária ou Verbal. 


Ela ensina que todas as partes da Bíblia são igualmente inspiradas; que os escritores não funcionaram quais máquinas inconscientes; que houve cooperação vital e contínua entre eles e o Espíri­to de Deus que os capacitava. 

Afirma que homens santos escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, po­rém sob uma influência tão poderosa do Espírito Santo, que o que eles escreveram foi a Palavra de Deus.  

Explicar como Deus agiu no homem, isso é difícil! Se, no ser huma­no, o entrosamento do espírito com o corpo é um mistério inexplicável para os mais sábios, imagine-se o entrosamen­to do Espírito de Deus com o espírito do homem! Ao acei­tarmos Jesus como Salvador, aceitamos também a Palavra escrita como a revelação de Deus. Se o aceitamos, aceita­mos também a sua Palavra. A inspiração plenária cessou ao ser escrito o último livro do Novo Testamento. Depois disso, nem os mesmos escritores, nem qualquer servo de Deus pode ser chamado inspirado no mesmo sentido.
 
   A autenticidade da Bíblia
      

Veremos o que o Manual de Doutrinas das Assembleia de Deus no Brasil, elaborado pelo Conselho de Doutrinas da CGADB e publicado pela CPAD, em sua 6ª edição, em 2004, nos diz sobre a autenticidade da Palavra de Deus.
A autenticidade da Bíblia baseia-se na sua infalibilidade  e inerrância, ou seja, que não comete erros, que nunca se engana ou se confunde. Os atributos da divindade são por ela revelados. Ela é autêntica em tudo, pelo fato de o próprio Deus ser o seu Autor, e o Espírito Santo, o seu Inspirador. Nela são autênticas e inerrantes as revelações e os fatos narrados.
Uma das principais afirmações da autenticidade da Bíblia é sustentada por Jesus, quando diz aos judeus que as Escrituras dão testemunho dEle (Jo 5.39). Ora, se Jesus já existia antes da fundação do mundo e as Escrituras falam a respeito dEle, isso de fato prova a autenticidade da Bíblia Sagrada.
Devamos ter cuidado para não pensar a inspiração como psicografia — que, aliás, é de origem maligna —, não podemos negar o fato inextirpável de que só o sopro criativo e inteligente de Deus (graphê theopneustos, 2 Tm 3.16), pôde preservar a estrutura, a lógica e a coerência que a Bíblia possui.
As Escrituras tanto falam da inspiração do escritor quanto da inspiração do escrito: um é o agente, o outro é o efeito. Por exemplo, o texto de 2 Timóteo 3.16 ("Toda a Escritura é divinamente inspirada") faz referência ao escrito como inspirado. Já 2 Pedro 1.21 ("Homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo") fala do escritor.
A inspiração plenária da Bíblia é fato incontestável porque assuntos vitais como expiação, salvação, ressurreição, recompensa e castigo futuros requerem a direção de um Espírito infalível a fim de se evitarem informações que levem ao erro.
Quantos livros suportam sucessivas leituras? Quantos conseguem ser lidos todos os dias da vida? A Bíblia pode ser lida não só muitas vezes, mas todos os dias e em todas as horas da vida. A Bíblia tem o seu lugar reservado em todas as bibliotecas do mundo, em cada casa e no coração do homem. Ela pode ser lida centenas de vezes, sem que se possam sondar as suas profundezas e sem que se perca o interesse pela sua leitura.



Diferença entre "revelação" e "inspiração" (no tocante à Bíblia)

Revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconhecidas, o que o homem, por si só, não podia saber. Exemplos: Daniel 12.8; 1 Pedro 1.10,11. 
A inspiração nem sempre implica em reve­lação. Toda a Bíblia foi inspirada por Deus, mas nem toda ela foi dada por revelação. Lucas, por exemplo, foi inspira­do a examinar trabalhos já conhecidos e escrever o Evan­gelho que traz o seu nome. (Ver Lucas 1.1-4). O mesmo se deu com Moisés, que foi inspirado a registrar o que presen­ciara, como relata o Pentateuco.

Exemplos de partes da Bíblia que foram dadas por re­velações:

a.  Os primeiros capítulos de Gênesis. Como escreveria Moisés sobre um assunto anterior a si mesmo? Se não foi revelação, deve ter lançado mão de escritores existentes. Há uma antiga tradição hebraica que declara isto.

b.  José interpretando os sonhos de Faraó (Gn 40.8; 41.15,16,38,39).

c.  Daniel declarando ao rei Nabucodonosor o sonho que este havia esquecido, e em seguida interpretando-o (Dn 2.2-7,19,28-30).

         d.  Os escritos do apóstolo Paulo. Ora, Paulo não andou com o Senhor Jesus. Ele creu por volta do ano 35 d.C, po­rém, em suas epístolas, conduz-nos a profundezas de ensino doutrinário sobre a Igreja, inclusive no que tange à es-catologia. Assuntos de primeira grandeza sobre a regenera­ção, justificação, paracletologia, ressurreição, glorificação, etc, são abordados por ele. - Como teve Paulo conheci­mento de tudo isso? Ele mesmo no-lo diz em Gálatas 1.11,12 e Efésios 3.3-7: por revelação! Nos seus escritos, há passagens onde essa revelação é bem patente, como em 1 Coríntios 11.23-26, onde ele diz: "Porque eu recebi do Se­nhor o que também vos ensinei..." Por sua vez, o capítulo 15 de 1 Coríntios, também por ele escrito, é a passagem mais profunda e completa da Bíblia sobre a ressurreição. 

 

Por que Deus nos deu a Bíblia?


Em Dt 29.29 há uma distinção entre as coisas encobertas que somente Deus sabe, e aquelas coisas que Ele optou por revelar ao homem mediante as ações e as palavras divinas. Aquelas coisas que Deus quis revelar estão na Bíblia.

 
Imagine só, procurar servir a Deus sem a sua Palavra escrita! Seus atos de redenção seriam conhecidos por nós, no decurso de muitas eras, como mero disse-que-disse. Suas características seriam desconhecidas e cada místico teria uma opinião diferente a respeito da personalidade de Deus. Os meios da salvação seriam tão diversificados como as pessoas que os proclamassem.
 

Não há dúvida que Deus se revela indiretamente através da natureza, dos atos de redenção e dos milagres divinos. Se, porém, a revelação que a humanidade possuísse da parte de Deus fosse limitada a essas coisas, a tendência seria negligenciar, distorcer ou deturpar as ações divinas. Em resumo: sem uma revelação escrita que registre e explique os atos de Deus, que revele a Sua Pessoa, e que descreva a Sua vontade, nossa fé seria reduzida às advinhações dos místicos. E cada um adoraria a Deus a seu próprio modo.  

Para dar ao homem uma revelação específica da sua vontade, Deus se mostrou mediante a inspiração. A inspiração é o milagre através do qual Deus registra e explica seus atos e revela seu caráter e pensamentos ao homem. Em outras palavras, é o processo mediante o qual os pensamentos de Deus vieram a ficar à nossa disposição na forma escrita: “As quais também falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais”.
 



   
    Vejamos agora a segunda parte do credo, que afirma que a bíblia é a única regra de fé para a vida do cristão e para formar e moldar o caráter cristã.









"Toda a Escritura é inspirada por Deus útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça,a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" 

(2 Tm 3.16,17).



Caráter é um conjunto das qualidades boas ou más de um individuo, a ética do juiz é a lei e a de Deus é a bíblica, a Bíblia nos ensina a não ser conivente com o erro, mesmo que ele esteja protegido por leis. O caráter determina a conduta do ser humano com relação a Deus e a ele mesmo e também com o próximo. A pessoa não é apenas definida por aquilo que ela é, mas também pelo seu estado moral que a distingue em seu grupo (Pv 11.17;12.2;14.14;20.27).

Champlin diz que o "alvo do caráter cristão é a perfeição absoluta".  Os crentes se encontram em muitos pontos variados, ao longo desse caminho, mas todos os crentes autênticos estão seguindo no caminho da perfeição.  
O caráter, uma vez completado, será semelhante ao de Cristo, pois os remidos haverão de participar de seu ser essencial e de sua natureza moral, até que, finalmente compartilhem de sua natureza metafísica. 2 Pedro 1.4 nos diz, "Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo".


As bem-aventuranças(Mt 5:3-12) enfatizam oito sinais principais da conduta e do caráter cristãos, especialmente em relação a Deus e aos homens, e as bênçãos divinas que repousam sobre aqueles que externam estes sinais.

Ao aceitar a Cristo como Salvador e Senhor, o ser humano passa a ser uma nova criatura.  Então a sua vida passa a ser moldada pelas normas e regras da palavra de Deus, que é a regra infalível e normativa da vida e caráter cristão.  Ela usa os frutos do Espírito Santo, revelado pelo o apóstolo Paulo em Gálatas 5.21, que são: "Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança". 

O apostolo Pedro negou a Jesus pela sua inconstância, mas como pode um sanguíneo como ele se tronar constante?  Pedro se tornou corajoso e cheio de fé, dormia em uma prisão sabendo que seria morto, somente Deus pode mudar uma pessoa com temperamento impulsivo dando lhe calma, um homem controlado (At 4.19,20). Com tudo vemos um Pedro humilde, amoroso e com maturidade.

Ao ver o apostolo Paulo falando em paz, mansidão, amabilidade ou bondade, dá para imaginar um cabeça dura, obstinado, falar em bondade ou agradecendo seus cooperadores pelos serviços prestados? 



O Espírito Santo com seu poder transformador transforma o caráter doentio, a insensibilidade moral no que concerne aos princípios e valores morais, onde até alguns denominados evangélicos estão corrompidos em suas naturezas e consciências cauterizadas entristecendo a Deus o Criador. Observemos os limites da Palavra de Deus e vivamos de modo digno da fé que professamos. Sem que a permissividade, a mentira, a malicia, a concupiscências, a cobiça, a ambição  e outras coisa semelhantes encontrem em nós guarida. Que sejamos transformados e consigamos viver a nova vida em Cristo. (1Co 5.17).

Em suma: 

 

A Escritura Sagrada é a segurança para caminharmos no mundo de trevas: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho" (SI 119.105). Muitos andam em trevas por não conhecerem a luz gloriosa de Deus. 

A Bíblia é a maravilhosa biblioteca de Deus com seus sessenta e seis livros. É acima de tudo a verdade para o fatigado peregrino; é hábil, eficaz e vigoroso cajado. Para os sobrecarregados e oprimidos pelos fardos da vida, ela é suave descanso; para os que foram feridos pelos delitos e pecados, é um bálsamo consolador. Aos aflitos e desesperados, sussurra uma alegre mensagem de esperança. Para os desamparados e arrastados pelas tormentas da vida, é uma âncora segura; para a solidão, é uma mão repousante que acalma e tranqüiliza suas mentes (Eleanor, L. Doan). Amém!!!

 

Rivaldo Nascimento

Bibliografia:

[1] Bíblia de Estudo Pentecostal. Flórida, EUA: CPAD, 1995.

[2] Champlin, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. volume 6, 11ª edição, São Paulo, Hagnos, 2013. 

e são elas que de mim testificam
João 5:39

[3] Silva, Antônio Gilberto da, A Bíblia através dos séculos, Rio de Janeiro, Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1986.


[4] Ferreira, Raimundo Oliveira, Doutrinas Bíblicas, uma Introdução à Teologia, 4ª edição, São Paulo, EETAD, 1999.

[5] Conselho de Doutrina da CGADB, Manual de Doutrinas das Assembleia de Deus no Brasil6ª Edição, Rio de Janeiro, CPAD, 2004.

[6] SILVA, Eliezer Lira – lição n. 1, 3º trimestre de 2007 – CPAD

[7] Gibbs, Carl B. Princípios de interpretação bíblica, Manual de Estudo Independente por Carl Gibs; Global University; desenvolvimento de instrução Carl B. Gibs; ilustrações Gunar Berg de Andrade; tradução para o português Godon Chown. -- Campinas, SP : FAETAD, 2012







 

sábado, 15 de agosto de 2015

PRIMEIRO CREDO DAS ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL


PRIMEIRO CREDO DAS ASSEMBLEIA DE DEUS NO BRASIL



Já algum tempo, senti uma necessidade de preparar um material mais detalhado sobre o credo da Assembleia de Deus no Brasil.  Tenho certeza que será útil para o nosso conhecimento e crescimento espiritual.  Pois, servirá de pesquisa para membros e obreiros da casa do Senhor (2 Tm 2.15), aonde estarei publicando neste blog, cada detalhamento dos 14 credos publicado pela CPAD (Casa Publicadora das Assembleia de Deus). 

"Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor".
Deuteronômio 6.4







CREMOS:

1) Em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19 e Mc 12.29);
Em nenhuma parte da Bíblia Sagrada os escritores bíblicos se empenham para provar a existência de Deus. Eles partem do pressuposto básico de que Deus existe e ocupam-se em descrever tão somente as ações de Deus e o seu caráter (Gn 1.1; Hb 11.3).
Mas a Bíblia dá testemunho de Deus em ação no mundo físico, na história e na vida particular dos indivíduos. Esses testemunhos despertam, aperfeiçoam e fortalecem a fé na Pessoa de Deus.
O primeiro credo não poderia ser outro, pois, este credo, assim como este versículo de Deuteronômio 6.4, é a base do nosso credo e a base da proibição da adoração a outros deuses (Êx 20.2).
Este versículo juntamente com os versículos 5-9; 11.13-21; Nm 15.37-41 - ensina o monoteísmo.  Esta doutrina afirma que Deus é o único Deus verdadeiro (unicidade), e não uma teogonia (conhecida por Genealogia dos Deuses, mitologia grega) ou grupo de diferentes deuses; o nosso Deus é onipotente entre todos os seres e espíritos do mundo, conforme cantou Moisés e os filhos de Israel em um cântico: "Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu glorificado em santidade, admirável em louvores, realizando maravilhas? (Êx 15.11).  Este Deus deve ser o objeto exclusivo do amor e obediência de Israel (vv. 4,5) e também da igreja do Senhor.
O ensinamento de Deuteronômio 6.4 não contradiz a revelação no Novo Testamento, de Deus como um ser trino, que sendo uno em essência, é manifesto como Pai, Filho e Espírito Santo.  Entraremos em detalhes sobre a doutrina "trinitária" a seguir: 

Antes de falarmos sobre a "trindade" em si, gostaria de informar que o termo "trindade" não se acha no NT, e nem em qualquer documento há uma definição clara de "trindade".  Contudo, o conceito da trindade é algo que se faz necessário pelo aspecto "total" da divindade, segundo esta  exposta nas páginas do N.T.

O vocábulo "trindade" evidentemente foi pela primeira vez usado por Tertuliano, na última década do século II d.C., mas não encontrou lugar na teologia formal da igreja até o século IV d.C.  Essa doutrina recebeu ampla expressão, pela primeira vez, em resultado da obra de pais capadócios da igreja (meados do século IV d.C.), e mais tarde, a saber, Basílio, Gregório de Nissa e Gregório Nazianzeno.  Eles formularam as ideias de distinção hipostática, também conhecido como União hipostáticaunião mística ou dupla natureza de Cristo, é a doutrina clássica da cristologia que afirma ter Jesus Cristo duas naturezas, sendo homem e Deus ao mesmo tempo.  

Devemos tomar muito cuidado quando uma pessoa for tentar explanar sobre a natureza de Cristo, para não cair na ideia da definição "triteísta".  Triteísmo é um conceito sobre a doutrina cristã da Trindade (cristianismo) que pode ser vista como uma espécie de politeísmo, visa Deus como três deuses iguais e distintos. Em outras palavras, haveria três pessoas e, por conseguinte, três deuses, pois cada pessoa é vista dotada de existência separada das outras duas.  A doutrina trinitária, entretanto, não contempla pessoas distintas.  Não há três deuses, nem meramente três modos de manifestações divina.  Antes, todas as pessoas são coextensivas, coiguais e coeternas.  Contudo, independente de qual tipo de analogia ou argumento usemos, a fim de demonstrar essa doutrina, em algum ponto não conseguiremos explicar-nos devidamente, pois simplesmente não sabemos como pode haver três, e, ao mesmo tempo, um só, porquanto a mente dos homens terrenos não se presta muito bem para entender a matemática celeste.  

Porém, como eu sempre falo, nada melhor para falar dos mistérios de Deus do que sua própria Palavra escrita. 
Assim como o Antigo Testamento, o NT, esta recheado de declarações a respeito da trindade.  Antes de vermos provas bíblicas, devemos saber que o conceito da trindade repousa sobre duas verdades:  1. O monoteísmo é uma verdade; e 2. A divindade do pai, do Filho e do Espírito Santo, também é uma verdade.  Desta forma, temos um único Deus, mas três pessoas divinas.  Entretanto, não podemos interpretar isso em termo de triteísmo (três deuses diferentes), pois, contradiz o monoteísmo bíblico.

A natureza de Deus
Veremos o monoteísmo, Deus como o único Deus; prova da divindade de Jesus Cristo, através do testemunho das Escrituras, que é contrário à voz da apostasia,  pois, o próprio Jesus falou em João 5.39 "...e são elas(a palavra) que de mim testificam", veremos atributos inerentes a Deus Pai que relacionam-se harmoniosamente com Cristo, provando a Sua divindade; e provas da divindade do Espírito Santo, veremos claramente que as Escrituras revelam ser o Espírito Santo uma pessoa divina, Ele é um como Deus Pai e Jesus Cristo, fazendo parte da Santíssima Trindade. Isso quer dizer que Ele é co-eterno, co-iguais e consubstancial com o Pai e com o Filho.  Veremos abaixo este mistério maravilhoso, que um dia será revelado em sua totalidade, como o Apóstolo falou em 1 Co 13.12, "Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido":

O Monoteísmo

Em Deuteronômio 4.35 e Isaías 45.5, nos fala respectivamente:     "A ti te foi mostrado para que soubesses que o Senhor é Deus; nenhum outro há senão ele". " Eu sou o Senhor, e não há outro; fora de mim não há Deus...".  Estes dois textos fazem parte do A.T., porém, o próprio Jesus no N.T., em Marcos 12.29 nos diz a mesma coisa, corroborando com o que foi revelado, "E Jesus respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor". Jesus estava citando o texto que foi usado como base para este primeiro credo, a passagem que foi citada em Deuteronômio 6.4, podemos também ver igualmente os trechos de I Co 8.4 e 1 Tm 2.5.

E este Deus único, é Eterno; conforme Isaías 40.28, "Não sabes, não ouviste que o eterno Deus, o Senhor, o Criador dos fins da terra, nem se cansa nem se fatiga? É inescrutável o seu entendimento",  e Romanos 16.26  "... segundo o mandamento do Deus eterno, a todas as nações para obediência da fé"; (Dt 33.27; 1Tm 1.17).

Este Deus único, é Infinito; este termo é um adjetivo que denota algo que não tem início nem fim, ou não tem limites, ou que é inumerável. É também um nome que representa o que não tem limites.  Em Mateus 19.26, diz que para Deus tudo é possível, ou seja, não tem limites para Deus operar e usar a sua soberania. "E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível, mas a Deus tudo é possível";  assim como em Lucas 1.37, o anjo Gabriel fala para Maria, mãe de Jesus, aquilo que ele sabe e o que ele percebe por viver na presença do Altíssimo, que não existe nada impossível para o seu Criador. "Porque para Deus nada é impossível".


A bíblia também, nos diz que este Deus único, é dotado de sabedoria infinita; conforme Salmos 147.5, "Grande é o nosso Senhor, e de grande poder; o seu entendimento é infinitoLucas em Atos 15.18, registra outra verdade sobre a sabedoria de Deus, "Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.  Contemplamos aqui que a sabedoria do Senhor é infinita, ela não estar sendo construída, ela já existia desde o princípio de tudo.  Além de sabedoria infinita,  Ele é infinito em bondade (Gn 1.31; Sl 31.51; 36.1).

Veremos o que o Manual de Doutrinas das Assembleia de Deus no Brasil, elaborado pelo Conselho de Doutrinas da CGADB e publicado pela CPAD, em sua 6ª edição, em 2004, nos diz sobre a Natureza de Deus.

 ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. Colossenses 1:16,17

Deus é apresentado na Bíblia como infinitamente perfeito (Dt 18.13; Mt 5.48). Logo, a sua obra é perfeita (Dt 32.4), e também os seus caminhos (SI 18.30). Todas as características de sua Pessoa e de sua natureza não são apenas expressões de alguma atitude que demonstra ou possui, mas constituem a própria substância de sua divindade.
Não se pode explicar a natureza de Deus, mas somente crer nEle. Podemos basear a nossa doutrina sobre Deus nas pressuposições já citadas e nas evidências demonstradas nas Escrituras. Alguns textos bíblicos atribuem à pessoa de Deus qualidades que os seres humanos não possuem, ao passo que outros textos o descrevem em termos de atributos morais compartilhados pelos seres humanos, ainda que de forma limitada. Por exemplo, Deus é santo por natureza, e o homem, por participação (Rm 1.4; 2 Co 7.1; 1 Ts 3.13).
O Antigo Testamento usa o termo "santo" em sentido absoluto apenas quando se refere à majestade incriada e inteiramente inacessível de Deus, sendo que tudo o mais, em comparação a Ele, é o absolutamente não-santo (Êx 15.11).
Em comparação a Deus, ninguém e nada é santo ou puro, e homem nenhum pode se atrever a chamar-se santo ao lado de Deus (Jó 4.17; 15.4; 25.4-6). Só Deus santifica, e, só Ele faz o homem participar de sua santidade; é de Deus que vem a santidade de Israel.
A esse princípio segue imediatamente o seu aspecto ético, que é realçado, sobretudo pelo contraste com a pecaminosidade do homem.
A natureza de Deus é identificada com mais frequência por aqueles atributos que não possuem analogia com o ser humano. Deus existe por si mesmo, sem depender de outro ser. Ele é a fonte originária da vida, tanto ao criá-la quanto ao sustentá-la. Deus é espírito; Ele não está confinado à existência material e é imperceptível ao olho físico. 
Sua natureza é imutável, já mais se altera. Posto que o próprio Deus é o fundamento do tempo, Ele não pode ser limitado pelo tempo. Ele é eterno, sem começo nem fim. Deus é totalmente consistente dentro de si mesmo. O espaço não pode limitá-lo, pois Ele é onipresente. Deus também é onipotente, pois é poderoso para fazer tudo que esteja de acordo com a sua natureza e segundo os seus propósitos. Além disso, é onisciente; conhece efetivamente todas as coisas — passadas, presentes e futuras. Em todos esses atributos o cristão pode achar o consolo e a confirmação da fé, ao passo que o incrédulo é advertido e motivado a crer.
De acordo com Cari Braaten, Deus tanto é contínuo como tem um ser contínuo, tudo o mais é temporário.
É preciso ressaltar ainda que não existe contradição entre a natureza perfeita de Deus e o seu poder ilimitado. Porque Deus jamais fará coisa alguma incompatível com a sua perfeita santidade. Ele, que tudo pode (Jó 42.2), só faz o que lhe apraz (SI 115.3). Porém, existem coisas que o Onipotente não pode fazer: Ele não pode mentir (Nm 23.19; Tt 1.2; Hb 6.18), não pode negar-se a si mesmo (2 Tm 2,13) e não pode fazer injustiça (Jó 8.3; 34.12). Ele é sempre santo em todas as suas obras (SI 145.17). Deus também não faz acepção de pessoas (2 Cr 19.7; Rm 2.11).
Os atributos de Deus
Atributo é aquilo que qualifica um ser. Ao conhecer os atributos de um objeto, buscamos a essência de sua natureza. Quando conhecemos a Deus, descobrimos os seus atributos e o reconhecemos como um ser infinito.
Encontramos nas Escrituras os atributos de Deus. Elas declaram o que Ele é e o que Ele faz. É verdade que, como criatura, desvendá-los ou relacioná-los no seu todo é tarefa difícil, se não de todo impossível para nós.
O apóstolo, escrevendo sobre a glória de Deus, declara: "Aquele que tem, ele só, a imortalidade e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno" (1 Tm 6.16).
Encontramos nas Escrituras os atributos absolutos de Deus: vida, personalidade, imutabilidade, unidade, verdade, amor, santidade, bondade, misericórdia e justiça.
Os atributos naturais de Deus são: onipresença, onisciência e onipotência.
Onipresença. Deus relaciona-se com tudo e todos ao mesmo tempo. Está presente em toda a sua personalidade. Não há como fugir da presença de Deus. 
"Para onde me irei do teu Espírito ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, tu aí estás; se fizer no Seol a minha cama, eis que tu ali estás também; se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá" (SI 139.7-10).
Onisciência. Deus é onisciente porque conhece todas as coisas. Nada há que se esconda de sua onisciência. "E até mesmo os cabelos da vossa cabeça estão todos contados" (Mt 10.30). Na onisciência de Deus, o futuro também está presente: 
"Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade: que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim; que anuncio o fim desde o princípio e, desde a antiguida¬de, as coisas que ainda não sucederam" (Is 46.9,10). 
A onisciência de Deus garante-nos que todos os futuros julgamentos serão de acordo com a verdade.
Onipotência. O apóstolo João, na ilha de Patmos, assim descreve parte de sua visão apocalíptica: 
"Depois destas coisas, olhei, e eis que estava uma porta aberta no céu; e a primeira voz, que como de trombeta ouvira falar comigo, disse: Sobe aqui, e mostrar-te-ei as coisas que depois destas devem acontecer. E logo fui arrebatado em espírito, e eis que um trono estava posto no céu, e um assentado sobre o trono"           (Ap 4.1,2).
Quando Deus apareceu a Abrão, em Gênesis 17.1, disse-lhe: "Eu sou o Deus Todo-poderoso [...]". Entendemos que o mundo físico ou material e o mundo espiritual dependem de seu poder e por ele são controlados. É do trono que emana toda ordem para o mundo visível e para o invisível. Deus não está sujeito a nenhuma força exterior ou contrária à sua vontade. É soberano em todo o Universo: "Ele é o que está assentado sobre o globo da terra, cujos moradores são para ele como gafanhotos; ele é o que estende os céus como cortina e os desenrola como tenda para neles habitar" (Is 40.22; cf. vv. 12-15).
A Trindade
Ainda que não se encontre nas Escrituras a palavra "Trindade", é bíblico, no entanto, o fundamento dessa doutrina, presente nos ensinos proferidos por Jesus Cristo e seus apóstolos.
Encontramos no Antigo Testamento a doutrina da Trindade: 

a) na criação e formação do homem (Gn 1.1,26); 
b) na dispersão dos rebeldes de Babel (Gn 11.1-7);
c) na chamada do profeta Isaías (Is 6.3) e em tantas outras passagens.

OPINIÕES DE IMPORTANTES FILÓSOFOS E TEÓLOGOS:

1. Orígines, no século III d.C. Ele brindou-nos com uma formulação ortodoxa da trindade, antes dela torna-se generalizada da igreja cristã.  Em sua opinião, o Filho e o Espírito Santo, embora da mesma essência do Pai, são-lhe subordinados quanto à posição.


2. Plotino, advogava uma doutrina trinitariana segundo a qual concebia o Um, o Nous e a Alma do Mundo, como seus três elementos. Emanações seriam a explicação para o problema da manifestação e das relações existentes na criação.  Algumas de suas declarações anteciparam fórmulas cristãs posteriores.



3. Sabélio acreditava em uma forma de unitarismo, dizendo que o Pai, o Filho e o Espírito Santo seriam sucessivas manifestações desse ser, cumprindo os diferentes papéis de Criador, Redentor e Doador da Vida.





4. Ário (Arianismo), rejeitava o conceito que afirma que o Filho é da mesma natureza do Pai (homoousia), mas promovia a ideia de que o Filho era de natureza similar (homoiousia) à do Pai.







5. O concílio de Nicéia declarou-se oficialmente a favor da ideia da "mesma Natureza", o que fez o trinitarianismo tornar-se a posição ortodoxa. Isso ocorreu em cerca de 325 d.C.




6. Os capadócios, Gregório de Nissa e Gregório Nazianzeno trabalharam em fórmula ortodoxas da Trindade, e a declaração resultante foi oficializada pelo concílio de Constantinopla, em 381 d.C. Essa declaração asseverava que os membros da Trindade são três hipóstases (substância) de uma só e de uma mesma essência divina.



7. Agostinho, ensinava que a Trindade é refletida no ser humano, porque o homem foi criado à imagem de Deus.  A contraparte humana de Deus ele via no ser, no conhecimento e no amor, bem como em atributos humanos particulares, que imitam os atributos divinos.



8. Anselmo, dizia que a mente racional do homem é a imagem da Trindade do homem.  Com base nisso, todas as formas de verdades podem ser conhecidas, sem qualquer investigações empírica.






9. Gilberto de Poitiers falava acerca da Unidade de Deus em um Ser Puro, mas também dizia que Deus é Triúno, em uma espécie diferente de análise.





10. Tomás de Aquino, aceitava a noção da trinitarismo ortodoxo, afirmando, porém, que essa noção só pode ser aceita pela fé, visto que não há qualquer explicação racional para a mesma.


 
Este Deus é o Criador e o Preservador de tudo; a origem, o Gênesis, atribui este feito a nenhum outro, o feito da criação do mundo.  "No princípio criou Deus o céu e a terra" (Gn 1.1)Em Colossenses 1.16,17, o apóstolo Paulo faz uma equiparação do Deus Pai com o Filho, quando diz: "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele". Desta forma, comentaremos a seguir sobre a Divindade de Jesus Cristo, a segunda pessoa da trindade.

Prova da Divindade de Jesus Cristo 


Mas é no Novo Testamento que encontramos de forma mais explícita essa doutrina. No início do ministério de Jesus, por ocasião do seu batismo em águas, o Espírito Santo desce sobre Ele e o Pai lhe diz: "Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3.17). Observa-se nesse episódio a Trindade em cena, ratificando assim a sua realidade no Novo Testamento. Vemos também, em João 14.16, que Jesus roga ao Pai para que envie aos discípulos o Espírito Santo.
Findando o seu ministério, Jesus ordena aos discípulos que preguem e ensinem o Evangelho a todas as nações, "batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo" (Mt 28.19). Essa é mais uma clara referência à Trindade.
Nos ensinos de Paulo, há referências cabais sobre a Trindade. Aos irmãos da Igreja em Corinto ele diz: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com vós todos. Amém!" (2 Co 13.13).
Diante do exposto, é impossível que se negue a doutrina da Trindade nas Escrituras, visto que a encontramos não somente nos textos considerados por alguns como simples inferências, mas também, e principalmente, nos textos que são referências reais, e não somente verbais.
Paulo cita, em Efésios 1.3, a obra da Trindade na salvação dos homens, referindo-se ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo: "Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo".

O Filho referido nas Escrituras, também é divino, Isaías 9.6,  "Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz". Ver também Cl 2.9; Hb1.10.

O Filho os mesmo atributos de divindades exercidas pelo Pai: Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade; Colossenses 2:9.

Ele é o Alfa e o Ômega: Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso. Apocalipse 1:8.  Ver também, Ap 1.17; 21.6; 22.13.

Ele é o Criador e Preservador da criação (Cl 1.16,17; João 1.1); e Ele tem uma só substância com o Pai (João 10.30). 

O que diremos pois ainda sobre a Divindade de Jesus Cristo?

Ele é:
1- O Primeiro e o Último (Is 41.4; Cl 1.15. 18; Ap 1.17; 21.6);
2- Senhor dos senhores (Ap 17.14);
3- Rei do reis (Is 6.1-5);
4- Juiz (Mt 16.27; 25.31,32);
5- Pastor (Sl 23.1; Jo 1.11,12);
6- Cabeça da Igreja (Ef 1.22);
7- Verdadeira Luz (Lc 1.78,79; Jo 1.4,9);
8- Fundamento da Igreja (Is 28.16);
9- Caminho (Jo 14.6);
10- A Vida (Jo 11.25);
11- Perdoador de Pecados (Sl 103.3)
12- Preservador de tudo (Hb 1.3);
13- Doador do Espírito Santo (Mt 3.11);
14- Onipresente (Ef 1.20-23);
15- Onipotente (Ap 1.8);
16- Onisciente (Jo 21.17);
17- Santificador (Hb 2.11);
18- Mestre (Lc 21.7);
19- Restaurador de si mesmo (Jo 2.19);
20- Inspirador dos profetas (2 Pe 1.21);
21- Supridor de ministros à igreja (Ef 4.11); e
22- Salvador (Tt 3.4-6).

Prova da Divindade do Espírito Santo

A divindade do Espírito Santo aparece de forma mais clara na Bíblia do que até mesmo a sua personalidade:

1- Ele é chamado de Deus (At 5.3,4);
2- Ele é chamado de Senhor (2 Co 3.18); e
3- O batismo só é autêntico com o uso do seu nome (Mt 28.19).

Nomes divinos são dados ao Espírito Santo:

1- Espírito de Deus (1 Co 3.16);
2- Espírito de Cristo (Rm 8.9);
3- Espírito de Vida (Rm 8.2);
4- Espírito de Adoção ( Rm 8.15); e
5- Espírito Santo (At 1.5).

O Espírito Santo possui atributos divinos:

1- Onipresente (1 Co 2.10,11);
2- Onipotente (Sl 139.7);
3- Onisciente (Gn 1.2);
4- Santidade (Lc 11.13); e
5- Sabedoria (Is 40.30).

O espírito Santo realiza trabalhos divinos:
1- Ele atuou na criação (Gn 1.2; Jó 33.4; Sl 104.30);
2- Ele é o autor da profecia bíblica (2 Pe 1.21; 2 Sm 23.2,3);
3- Ele é o transmissor da vida (Rm 8.11; Jo 3.5-8; Gn 2.7);
4- Ele intercede (Rm 8. 26,27);
5- Ele consola (Jo 14.16); e
6- Ele santifica (2 Ts 2.13).

Chegamos a uma conclusão que uma vez que o nome do Espírito Santo está associado tanto ao Pai como ao Filho, garante a sua posição divina co-existente com os demais membros da Trindade. Ele está associado ao nome do Pai e do Filho na comissão apostólica (Mt 28.19), no governo da igreja (1 Co 12.4-11), e na bênção apostólica (2 Co 13.13). 

Por tudo isto e por muito mais que não conseguimos explicar é que cremos em um só Deus, eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Amém!





Rivaldo Nascimento

Bibliografia:
[1] Bíblia de Estudo Pentecostal. Flórida, EUA: CPAD, 1995.

[2] Champlin, R.N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. volume 6, 11ª edição, São Paulo, Hagnos, 2013. 



e são elas que de mim testificam
João 5:39

[3] Melo, Inácio Donizete, 101 Mensagens e Esboços de Edificação. volume 3, Maceió, Ingraf, 1969. 

[4] Ferreira, Raimundo Oliveira, Doutrinas Bíblicas, uma Introdução à Teologia, 4ª edição, São Paulo, EETAD, 1999.

[5] Conselho de Doutrina da CGADB, Manual de Doutrinas das Assembleia de Deus no Brasil6ª Edição, Rio de Janeiro, CPAD, 2004.