quinta-feira, 13 de agosto de 2015

SALVAÇÃO OU CONDENAÇÃO, O QUE DEUS ESCOLHEU PARA MIM?



RIVALDO NASCIMENTO



Já algum tempo, em nossos dias, tem aumentado a propagação de uma doutrina que afirma que Deus escolheu entre os homens aqueles que irão salvar-se e aqueles que vão ser condenados.  Trata-se da Doutrina da Predestinação.

Refutaremos alguns ideias errônias, a luz da Bíblia Sagrada e analizaremos alguns pontos para melhor entender a graça de Deus e o seu amor.

Utilizaremos alguns detalhes muito importantes, registrado no livro "A Bíblia Responde", publicado pela Casa Publicadora das Assembléias de Deus, em 1983.

Antes veremos como surgiu esta doutrina e quem foi o seu idealizador.

Predestinação Absoluta de João Calvino


A doutrina da predestinação está particularmente associada ao Calvinismo. A predestinação é um elemento que descende da teologia de João Calvino. Dentro do especto de crenças quanto à predestinação, é no Calvinismo que possui sua forma mais enfática entre cristãos. Ensina que a predestinação de Deus é fruto de sua onisciência, como presciência, cuja qual, Ele rege de acordo com a Sua vontade e absoluta soberania, em relação as pessoas e acontecimentos. E numa forma insondável, por muitas vezes não compreensível ao nosso entendimento, Deus age continuamente com liberdade total, de forma a realizar a sua vontade de forma completa.
Por outras palavras, o Calvinismo baseia a sua doutrina da predestinação na perspectiva de que Deus predestina previa e absolutamente a humanidade, escolhendo entre os homens aqueles que irão salvar-se e aqueles que vão ser condenados. Esta doutrina tira ao Homem qualquer possibilidade de rejeitar ou aceitar livremente a graça divina.
Tanto para o Calvinismo quanto para o catolicismo-romano agostiniano, não há livre-arbítrio. Para ambos, a soberania de Deus prevalece. O cristão escolhido não pode rejeitar sua eleição, pois Deus há de curvá-lo até que ele aceite a Sua graça.

Desta forma, surgi duas perguntas:
1) Na sua onisciência, Deus predestinaria um número exato de pessoas para ser condenado e outro para descansar eternamente?; e 

2) Teria cada homem seu destino traçado?"

Acreditamos que Deus, na sua onisciência, por meio de leis científicas e matemáticas, sabe quantos vão vencer a batalha da fé e terminar triunfantes na eterna glória, porém, isso nada tem a ver com a predestinação fatalista: Jo 17.5.
No que tange à predestinação, ela se baseia, em essência, no "conhecimento anterior" de Deus, no sentido de que o seu "amor eterno" e preocupação e interesse pelos crentes é que está em foco. Aqueles sobre quem fixou seu coração de antemão, portanto, são aqueles que se tornaram o alvo de seu decreto determinador.

Esse decreto determinador não é um mero pronunciamento judicial, mas é, sem dúvida, acompanhado por um poder orientador e criador, através do Espírito Santo, que garante o cumprimento do propósito de Deus. O grande alvo da predestinação é a chamada dos crentes dentro do tempo, e o resultado de ambas as coisas é a transformação do crente segundo a imagem de Cristo, tanto moral (no que tange à participação do crente na própria santidade de Deus, tal como Cristo dela participa), como metafísica (no que convence a natureza essencial de Cristo).
Não existe, portanto, predestinação para a condenação. Por exemplo: O caso do endurecimento do coração de Faraó, por dez vezes consecutivas, a Bíblia diz que ele mesmo se endureceu contra a ordem de Deus (Êx 7.13; 8.15,19,32; 9.7,34,35; 13.15; 14.22), e dez vezes lemos que Deus o endureceu: Êx 4.21; 7.3; 9.12; 10.20,27; 11.10; 14.4,8,17.
Theodoret assim explica o caso: "O sol, pelo seu calor, torna a cera mole e o barro duro, endurecendo um, amolecendo outro, produzindo pela mesma ação resultados contrários. Assim a longanimidade de Deus faz bem a alguns e mal a outros; alguns são amolecidos e outros endurecidos". Contudo, cremos que esse amolecimento ou esse endurecimento vêm daquilo que o homem apresenta a Deus: um coração contrito, ou orgulhoso.  
Deus não endurece o coração de um indivíduo, necessariamente com uma intervenção sobrenatural; o endurecimento pode ser produzido pelas experiências normais da vida, operando através dos princípios e do caráter da natureza humana, que são determinados por Ele. Esta verdade é profundamente hebraica. Um exemplo semelhante desta forma hebraica de pensamento encontra-se em Marcos 4.12, onde Jesus apresenta sua razão para ensinar a verdade sob a forma de parábola. Em outras palavras, apesar de a Bíblia declarar que Deus predestina para a vida, para a transformação segundo a imagem de Cristo e para a santidade, isso não quer dizer que Ele predestine algumas pessoas para a condenação conforme os teólogos calvinistas mais radicais têm imaginado. Deus predestina segundo a sua presciência: 1 Pe 1.2.
As Escrituras denominam tão somente os crentes de eleitos, chamados, escolhidos e predestinados, mas sempre relacionados com a sua posição em Cristo, como as varas na videira. "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo", 2 Co 5.17; "Todo aquele que crer em Jesus, e pela fé permanece nele tem a vida eterna e não entrará em condenação", Jo 15; Rm 8.28-30.  

O fatalismo e a predestinação absoluta nunca fizeram parte da doutrina e tradição apostólica, e são comuns às seitas heréticas que se consideram favoritas da divindade e responsáveis pelo desinteresse, frustração e miséria de muitos indivíduos, povos e igrejas.
Analisando a idéia do destino na linguagem popular, vemos que significa uma forma sobrenatural, indomável e irresistível, da qual não podemos fugir e que limita a nossa liberdade e vontade. Por ser uma maneira muito cômoda de pensar e de agir, é ela perfilhada por várias religiões e filosofias (fatalismo) e até por confissões religiosas (predestinação absoluta), mas sem base no ensino das Sagradas Escrituras.  
Desde épocas imemoriais o homem tem tido o hábito de acumular na lembrança, através da sua agitada existência, pequenos fracassos, desventuras e fatalidades, e com elas construiu um monstro a que deu o nome de "destino", que compreende como uma determinação imutável, esquecendo as inúmeras bênçãos, vantagens e vitórias alcançadas sobre a adversidade. Sendo o destino o fim para que tende qualquer ação, o lugar a que se dirige a pessoa ou objetivo em causa, está ele sujeito às leis espirituais e materiais que regem o universo.
Assim, a vida é composta de bons e maus sucessos, em conformidade com o tempo, o local, o ambiente, a experiência e a atitude do indivíduo em relação a esses elementos. Cada homem tem, pois, que procurar, na prática de uma boa consciência, o caminho da verdade e do dever, sejam quais forem as conseqüências da sua determinação.
Está escrito na Bíblia que só Deus é realmente bom, não pode ser melhor do que é visto ser a personificação do Amor: Lc 18.19; 1 Jo 4.8. Como pessoa livre, perfeita e justa, criou o homem à sua imagem e tornou-se o alvo de toda a dedicação: Gn 1.26,27; SI 8. Como podia Deus fazer acepção dentre as suas criaturas e determinar-lhes destinos diferentes, senão aqueles que eles próprios como seres livres e feitos a semelhança da mesma divindade, desejarem de "motu próprio" trilhar? Rm 2.11-16; 10.12-17.
Deus não apenas seria imperfeito, mas também a encarnação da matéria e maldade, se nos induzisse a acreditar no Evangelho para nossa salvação, quando afinal já determinara que nos havíamos de perder ou salvar.
Portanto, nenhum homem, grupo ou organização tem privilégios diante de Deus, a não ser aquele que aceita Jesus como Salvador. Porque Deus não faz acepção de pessoas, e muito menos predetermina, para certos grupos, um juízo, um destino cruel na eternidade. Sobre o assunto a Bíblia diz: "Vivo eu, diz o Senhor Jeová, que não tenho prazer na morte do ímpio mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva: convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois por que razão morrereis?" Ez 33.11a; 

"Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais", Jr 29.11.

Quem nunca fez a pergunta: Os que morrem na primeira infância vão para o céu?
Para vermos alguns ideias a este respeito, examinaremos o que o Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e Contradições da Bíblia, Publicado por Norman Geisler e Thomas Howe. 


 
Em 2 SAMUEL 12.23, o rei Davi diz: "Porém, agora que está morta, por que jejuaria eu? Poderei eu fazê-la voltar? Eu irei a ela, porém ela não voltará para mim".
Com este versículo, surgi uma pergunta: 
Os que morrem na primeira infância vão para o céu? 

As Escrituras ensinam que todos nasceram em pecado (Sl 51:5) "porque todos pecaram [em Adão]" (Rm 5:12). Contudo, Davi deu a entender que seu filho, uma criança recém-nascida que morreu, teria ido para o céu, ao dizer: "Eu irei a ela" (1 Sm 12:23).

SOLUÇÃO: Há três posições com relação às crianças que morrem antes da idade da responsabilidade, isto é, antes de atingirem maturidade suficiente para responder moralmente por seus próprios atos.

Somente as crianças eleitas vão para o céu. Alguns calvinistas extremados acreditam que apenas as crianças da primeira infância que são predestinadas é que vão para o céu (Ef 1:4; Rm 8:29). As que não são eleitas vão para o inferno.  Com essa doutrina a nossa mente não consegui ver justiça, pois, como uma criança não nasceu e não teve a oportunidade de escolher o certo ou o errado, e já foi condenada. 
Eles (os Calvinistas) não vêem maiores problemas com respeito à predestinação de crianças como tampouco veêm com a de adultos. Insistem que todos merecem o inferno, e que é apenas pela misericórdia de Deus que alguém é salvo (Tt 3:5-6).

Somente as crianças que viriam a crer vão para o céu. Outros declaram que Deus sabe o fim desde o princípio (Is 46:10) e sabe também o que é potencial bem como o que é real. Assim, ele sabe quais as crianças que teriam crido em Cristo, caso tivessem vivido. Argumentam que, em caso contrário, haveria pessoas no céu que não teriam crido em Cristo, o que vai de encontro às Escrituras (Jo 3:36). Todas as crianças que Deus sabe que não teriam crido, caso tivessem tido uma vida mais longa, vão para o inferno.
Todas as crianças vão para o céu. Ainda outros crêem que todas as crianças que morrem antes da idade da responsabilidade vão para o céu. Eles baseiam essa afirmação nas seguintes passagens. 
Primeiro, Isaías 7:16 refere-se a uma idade após a qual uma criança torna-se moralmente responsável: "antes que este menino saiba desprezar o mal e escolher o bem...".
Segundo, Davi acreditava na vida após a morte e na ressurreição (Sl 16:10-11), de forma que ao referir-se ao dia em que se encontraria com o seu filho que morrera após o nascimento (2 Sm 12:23), deu a entender que aqueles que morrem na primeira infância vão para o céu.
Terceiro, o Salmo 139 fala de um feto como sendo uma criatura de Deus cujo nome está escrito no "livro" de Deus no céu (vv.14-16).
Quarto, Jesus disse: "Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus" (Me 10:14), indicando assim que até mesmo as criancinhas estarão no céu. 
Quinto, alguns veêm suporte para a criança em anjos da guarda na afirmação de Jesus de que os "pequeninos" têm "seus anjos no céu" (Mt 18:10). 
Sexto, o fato de a morte de Cristo ter sido para todos faz com que as criancinhas possam ser salvas, mesmo antes de crerem (Rm 5:18 l9).
Finalmente, a afirmação de Jesus quanto àqueles que não sabiam que não eram moralmente responsáveis (Jo 9:41) é usada para dar suporte à crença de que há céu para aqueles que por ora não podem crer, muito embora não haja céu para aqueles que, tendo idade, recusam-se a crer (Jo 3:36). "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece".

Destacamos que quando o versículo diz "não verá a vida", esta se referindo a vida eterna.
Cada vez mais, tenho a convicção do absurto das teorias da Doutrina da Predestinação.

Fiquem na Paz.
Rivaldo Nascimento

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