domingo, 27 de setembro de 2015

COMENTÁRIO DA EBD - LIÇÃO 1 - GÊNESIS, O LIVRO DA CRIAÇÃO DIVINA - 4º Trimestre de 2015




4 de Outubro de 2015

Gênesis, o Livro da Criação Divina


  LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 1.1-10,14,26

PONTO CENTRAL


O livro de Gênesis responde as grandes pergunta da vida: "Quem criou o universo?" e "De onde viemos?".




INTRODUÇÃO:

Iremos procurar trazer alguns subsídios da lição, tomando por base as sínteses de cada tópicos, que é resumido nos seus objetivos. Nesta introdução citarei uma síntese do livro do Gênesis, bem elaborada, pelos editores do Ensinador Cristão. Em seguida, traremos sobre o título do livro, seu propósito e o assunto geral do Gênesis, já que o tema, data, autoria e local já estão na lição. E depois, acho importante fazer um analise do tema central (Gn 1.1).  










O livro de Gênesis se divide em quatro partes principais: 
(1) a Criação; 
(2) a narrativa pré-patriarcal; 
(3) os patriarcas na Palestina; e 
(4) os patriarcas no Egito. 

Os 50 capítulos de Gênesis darão conta desse esboço, do desenvolvimento da história do povo de Deus. 
Tecnicamente, pode-se dizer que o gênero literário predominante no livro de Gênesis é o da narrativa. As narrativas variam entre antes e depois da Era do Patriarcado na Palestina. Esse gênero literário nos permite perceber que as histórias ali narradas foram elaboradas de maneira a prender a atenção do leitor a ponto de levá-lo ao clímax da história: a saga do povo de Deus rumo à Terra Prometida. 

A partir dessa percepção, podemos inferir o propósito do livro de Moisés: contar a maneira e motivo de o Deus de Israel escolher a família de Abraão e fazer uma eterna aliança com ela. Para os cristãos, essa aliança tem uma importância preponderante, pois foi a partir da aliança de Deus com Abraão que Jesus de Nazaré foi feito o Messias prometido: o Messias seria judeu, da família de Davi, descendente direto da casa de Abraão. De modo que também a Igreja de Cristo foi pensada sob a aliança estabelecida entre Deus e Abraão. Por isso, o apóstolo Paulo escreve convictamente: "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, então, sois descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa" (Gl 3.28,29). 

Portanto, há razão suficiente para dedicarmo-nos ao estudo do livro de Gênesis. Ele apresenta o início da história da salvação. Em Gênesis, somos convidados a compreender como começou a história do povo de Deus que culminou na revelação de Jesus Cristo, a fi m de que hoje fôssemos alcançados pela graça de Deus em Cristo Jesus, o nosso Senhor.







I - TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL

Na própria lição, já nos traz informações bibliológicas sobre o primeiro livro da Bíblia Sagrada, com relação a tema, data, autoria e local aonde o livro foi revelado. Abaixo citaremos alguns informações importantes registradas por Paul Hoff, no livro O Pentateuco:


1. Título: O nome Gênesis vem da Septuaginta (Versão dos Setenta), antiga versão grega. Significa "princípio", "origem" ou "nascimento". Os hebreus lhe chamavam "No princípio", pois designavam os livros da lei de acordo com sua primeira palavra ou frase. 

2.  Propósito: O livro do Gênesis é a introdução à Bíblia toda. É o livro dos princípios, pois narra os começos da criação, do homem, do pecado, da redenção e da raça eleita. Tem sido chamado de "viveiro ou sementeiro da Bíblia" porque nele estão as sementes de todas as grandes doutrinas. 

Na opinião de Christian Gillis, sem o Gênesis a Bíblia "é não só incompleta, mas incompreensível". Conquanto o Gênesis esteja estreitamente ligado aos demais livros do Antigo Testamento, relaciona-se mais ainda, em certo sentido, com o Novo Testamento. 

Alguns temas do Gênesis mal voltam a aparecer até que sejam tratados e interpretados no Novo Testamento. Incluem-se aí:

1. A queda do homem;
2. A instituição do casamento;
3. O juízo do dilúvio;
4. A justiça que Deus imputa ao crente;
5. O contraste entre o filho da promessa e o filho da carne; e
6. O povo de Deus como estrangeiros e peregrinos.

O livro do Apocalipse, em particular, narra o cumprimento dos grandes temas iniciados no Gênesis. A "antiga serpente", que "engana todo o mundo", está derrotada; cai Babel (Babilônia), e os redimidos são levados de novo ao paraíso e têm acesso à árvore da vida, o que foi negado a Adão, por causa do pecado. 

O Gênesis narra como Deus estabeleceu para si um povo. Relata a infância da humanidade, porém o autor não pretende apresentar a história da raça toda; destaca apenas os personagens e sucessos que se relacionam com o plano de redenção através da história. 

Traça a linhagem piedosa, que transmite a promessa de 3:15, e vai descartando as linhas colaterais, não lhes dando importância. A história da humanidade vai-se restringindo, cada vez mais, até que o interesse se concentra em Abraão, pai do povo escolhido. 
A partir daí, toda a história do Antigo Testamento trata, em grande parte, da história de Israel. Fala de outras nações, porém o faz incidentalmente e apenas no que se refere a suas relações com Israel. 

Podemos dizer, em síntese, que o Gênesis foi escrito principalmente para relatar como o Senhor escolheu um povo que levaria a cabo os propósitos divinos. 
Não obstante, este Deus não o é somente de Israel, mas do mundo inteiro. Chamou a Abraão, estabeleceu uma aliança com ele e prometeu-lhe multiplicar sua descendência até convertê-la em uma nação, a qual seria instalada em Canaã. 

Qual era o motivo divino ao fazer tudo isto? Que Israel se constituísse em uma fonte de bênção para "todas as famílias da terra" (12:3). Isto é, Deus abençoa um povo para que, depois, este seja o veículo de bênção universal.  
3. Assunto: O assunto geral é "o princípio de todas as coisas". Porém à luz do tema da Bíblia toda, seu tema é: DEUS COMEÇA A REDENÇÃO ESCOLHENDO UM POVO. 

4.  Conteúdo: O livro do Gênesis abrange uma época muito longa; desde as primeiras origens das coisas até ao estabelecimento de Israel no Egito. 
Divide-se em duas seções claramente distintas: 

1. A história primitiva (1-11), que é como um "pátio anterior" para a história da redenção; e 
2. história patriarcal (12-50), que evoca a figura dos grandes antepassados de Israel.


Síntese do tópico I

No princípio criou Deus o céus e a terra (Gn 1.1).

"No princípio".  Há várias interpretações quanto a essa simples declaração:

1. Estaria em pauta o começo absoluto do tempo, o momento do ato criativo que trouxe à existência qualquer coisa fora de Deus;

2. O começo da criação física; e

3. O momento quando Deus começou a agir sobre o caos, a fim de produzir dali ordem e beleza.

Existem neste versículo duas ideia com relação ao princípio da criação. A primeira é que Deus manipulou matérias já existentes, que estavam em estado de caos, a fim de organizar em boa ordem, caos este, que se tornou após a rebelião no céu. Segundo é que antes só Deus existia, porém, diante de Sua mera palavra proferida "haja", coisas vieram à existência, absolutamente do nada. Isso é através do poder de Deus.
Desta forma a palavra "criou" no hebraico, "bara", termo usado exclusivamente acerca do ato divino criativo, que, segundo já vimos, envolve a organização do caos existente, ou, mais provavelmente, envolve algo que foi trazido à existência, ainda que antes nada existisse.

Os Céus e a Terra

1. Alguns vêem nessas palavras um começo absoluto de todas as coisa (fora de Deus).  Supõem que elas formem um coletivo para indicar "tudo exceto Deus". Nesse caso, o trecho de Gn 1.1 também incluiria a criação espiritual, os anjos, o céu da presença de Deus.

2. Outros creem que está em pauta a criação material;

3. Alguns limitam a questão ao sistema solar, mas por certo não era isso que o autor sagrado tinha em mente;

4. Quase certamente, a expressão "os céus e a terra" refere-se ao universo organizado e adornado que conhecemos.

A preexistência, uma crença comum entre os judeus, que houve uma criação espiritual antes da criação física.  A história de Lúcifer (Is 14.22) quase sem dúvida indica que a queda de Satanás ocorreu em algum passado remoto, antes da criação física.


II - OBJETIVOS DO GÊNESIS


SÍNTESE DO TÓPICO II


Um dos objetivos de Moisés ao escrever o livro de Gênesis, era fortalecer a fé da geração do êxodo mostrando que Deus é o grande criador dos céus, da Terra e do homem.

 O Criador: Qual é a idéia mais importante que encontramos no relato da criação? Não é a descrição do processo de criar, nem a dos detalhes acerca do homem, por mais interessantes que sejam. Tal idéia é: há um Deus, e por ele foram feitas todas as coisas. 

A frase "No princípio . . . Deus. . ." é a resposta aos erros do politeísmo, do materialismo, do panteísmo e do dualismo. Além do universo, há um ser eterno que é superior à sua criação. 

A figura de Deus domina o primeiro capítulo da Bíblia. Seu nome aparece trinta e cinco vezes nos trinta e quatro versículos. O termo traduzido por Deus é Elohim, forma plural. Não obstante, quando se faz referência a Deus, sempre se usa o verbo no singular, o que nos indica que Deus é uno. No idioma hebraico, a forma plural às vezes expressa intensidade ou plenitude. Por isso, a palavra Elohim indica sua majestade, poder infinito e excelência. Ele possui completamente todas as perfeições divinas. 

A segunda parte do relato da criação (2:4-25) insiste no fato de que Deus é um ser pessoal, pois essa seção mostra o homem como seu objetivo. Emprega-se o título Yahvéh-Elohim (Jeová Deus). Muito embora o nome Yahvéh, signifique que Deus é eterno e tem existência ilimitada em si mesmo (Êxodo 3:14), também seu uso indica que é o Deus do pacto, da graça e misericórdia. 

Sua obra criadora diz claramente que ele é Deus de ordem, desígnio e progresso. Deriva ordem do caos primitivo; todos os seus passos são ordenados e progressivos, e o resultado demonstra admirável desígnio. Por isso o Gênesis ensina, desde o começo, que Deus é único, transcendente, pessoal e criador. 


III - O CONTEÚDO DO GÊNESIS


SÍNTESE DO TÓPICO III


Podemos encontrar no livro de Gênesis temas como a Criação; Queda e a degradação humana; o dilúvio; o recomeço da civilização e a origem da nação de Israel . 

A queda e suas conseqüências. 

Capítulos 3 e 4 O capítulo 2 do Gênesis apresenta-nos um belo quadro da vida do homem no Éden. Tudo era bom; não obstante, a cena se altera radicalmente no capítulo 4, pois agora os homens conhecem a inveja, o ódio e a violência. Como começou a maldade e todo o sofrimento no mundo? A única resposta satisfatória da origem do mal encontra-se no capítulo 3 do Gênesis. Relata como o pecado entrou no mundo e como tem produzido conseqüências trágicas e universais. 

1. O tentador e a tentação: 

Capítulo 3:1-6. Embora Moisés não diga aqui que o tentador foi Satanás, tal fato acha-se indicado no Novo Testamento (João 8:44; Apocalipse 12:9; 20:2). A atual forma repulsiva da serpente e seu veneno faz dela um bom símbolo do inimigo do homem. Também seus movimentos sinuosos sugerem as insinuações insidiosas que o maligno empregou para tentar a mulher. Parece que Satanás se apossou da serpente e falou por meio dela realizando um milagre diabólico. Geralmente ele opera por meio de outros (Mateus 16:22, 23), e é mais perigoso quando aparece como anjo de luz (II Coríntios 11:14). A tentação observou o seguinte processo:

 a) Começou com a insinuação de que Deus era demasiado severo. "E assim que" (3:1) é uma frase que indica surpresa ante o fato de que um Deus solícito lhes tivesse proibido desfrutar do produto de qualquer das árvores do jardim. 

b)A seguir, Satanás levou a mulher para o terreno da incredulidade negando  planamente  que  houvesse  perigo  em  comer  do  fruto. Quando alguém duvida de que a desobediência produz conseqüências funestas, já está no caminho da derrota.

c) Finalmente, o tentador acusou a Deus de motivos egoístas. Insinuou que Deus os privava de algo bom, isto é, de serem sábios como ele. Dessa maneira, caluniou ao Senhor. Enquanto Eva não duvidava da palavra de Deus e de sua bondade, não sentia fascinação pelo proibido. Foi a incredulidade que lhe tirou suas defesas. Então viu que "aquela árvore era boa. . . agradável. . . desejável", e "comeu". 

2. Conseqüências do primeiro pecado: 

Capítulo 3:7-24. Seguiram--se ao pecado resultados desastrosos, como um rio impetuoso. Não foram desproporcionalmente severos em comparação com o delito? Evidentemente, Deus havia provido tudo para o bem do homem e havia proibido uma única coisa. Ao ceder à voz de Satanás, o homem escolhia agradar-se a si mesmo, desobedecendo deliberadamente a Deus. Era um ato de egoísmo e rebelião inescusável. Em realidade, era atribuir a si o lugar de Deus. São as seguintes as conseqüências teológicas da queda:

a) Adão e Eva conheceram pessoalmente o mal: seus olhos "foram abertos". As mentiras de Satanás estavam entrelaçadas com um fio de verdade. Adão e Eva chegaram a assemelhar-se a Deus, distinguindo entre o bem e o mal, porém seu conhecimento se diferencia do conhecimento de Deus em que o conhecimento deles foi o da experiência pecaminosa e contaminada. Deus, ao contrário, conhece o mal como um médico conhece o câncer, porém o homem caído conhece o mal como o paciente conhece sua enfermidade. A consciência deles despertou para um sentimento de culpa e vergonha.
b)  Interrompeu-se a comunhão com Deus, e então fugiram de sua presença. O pecado sempre despoja a alma da pureza e do gozo da comunhão com Deus. Essa é a morte espiritual e cumpre, num sentido mais profundo, a advertência de que o homem morreria no dia em que comesse do fruto proibido (2:17).
c)   A natureza humana corrompeu-se e o homem adquiriu a tendência para pecar. Já não era inocente como uma criança, mas sua mente se havia sujado e ele sentia vergonha de seu corpo. Outra prova foi que lançou a culpa sobre outros; pois Adão chegou a insinuar que Deus era o culpado: "A mulher que me deste. . . me deu da árvore. . ." Este é o pecado original ou a natureza decaída do homem.
d)  Deus castigou o pecado com dor, sujeição e sofrimento. Um Deus santo não pode passar por alto a rebelião de suas criaturas. A mulher sofreria dores no parto e estaria sujeita a seu marido. Mas, estar sujeita a seu esposo é maldição? Não deve ter a família uma cabeça? Além do mais, não está aí uma figura da relação entre Cristo e a Igreja? (Efésios 5:22, 23). O mal consiste em que a natureza decaída do homem torna-o propenso a abusar de sua autoridade sobre a mulher; do mesmo modo que a autoridade do marido sobre a mulher pode trazer sofrimento, o desejo feminino a respeito de seu esposo pode ser motivo de angústia. O desejo da mulher não se limita à esfera física, mas abrange todas as suas aspirações de esposa, mãe e dona-de-casa. Se o casamento fracassa, a mulher fica desolada. Toda a raça e a própria natureza ainda continuam sofrendo como conseqüência do juízo pronunciado sobre o primeiro pecado. O apóstolo Paulo fala poeticamente de uma criação que "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Romanos 8:22). Surge a pergunta: Era imortal o homem antes de cair? A Bíblia não o diz. Mas parece insinuar que o homem teria recebido vida eterna se houvesse vencido a prova com êxito. A "árvore da vida" era uma árvore literal, mas pode ser que também fosse um símbolo visível da recompensa por sua obediência. Reaparece em Apocalipse 2:7 e 22:2, e seu fruto é para os que vencem o mal. Simboliza a Cristo, o único que dá vida eterna. 

3. A primeira promessa de redenção: 

Capítulo 3:15. Uma vez decaído o homem, foi Deus quem o buscou antes que ele buscasse a Deus. Sempre tem sido assim: o Bom Pastor busca os perdidos. Gênesis 3:15 é o primeiro lampejo de salvação. Em Gênesis 3:14 encontramos a maldição sobre a serpente. Deus começa por amaldiçoá-la, mas em 3:15 é evidente que se dirige ao próprio diabo. Provocaria inimizade entre a semente da serpente (os que rejeitam a Deus através dos séculos, João 8:44), e a semente da mulher (a descendência piedosa de Eva). Esta inimizade tem sido e será perpétua, desde a época de Abel até à segunda vinda de Cristo. Um dos descendentes piedosos daria um golpe mortal ao inimigo, porém sairia ferido (considera-se que um ferimento na cabeça é fatal, porém no calcanhar não o é). E uma promessa messiânica que se cumpriu no Calvário (Hebreus 2:14, 15). 

A redenção prometida em Gênesis 3:15 chegou a ser o assunto da Bíblia. Foram Adão e Eva salvos espiritualmente? A Bíblia parece indicá-lo de maneira afirmativa. Adão creu na promessa de redenção, pois deu à sua esposa o nome de "Eva" (vida). Provavelmente, confiou que, por meio dela, viria o Libertador prometido. Parece que ela também tinha fé, pois deu a seu primeiro filho o nome de "Caim" (adquirir ou possessão). E provável que Eva tenha pensado que Caim seria o Redentor prometido por Deus. O Senhor respondeu à fé do casal, provendo-os de túnicas de pele para cobrir-lhes a nudez. Pode ser que isso indique a origem divina do sacrifício, e prefigure o manto de justiça provido mediante a morte de Jesus? Podemos concluir deste relato que a fé nas promessas de Deus é, desde o princípio, o único meio de sermos aceitos pelo Senhor. 

Deus limpa a terra com o dilúvio: 

Capítulos 7:1—8:14. Sete dias antes de começar o dilúvio, Deus mandou que Noé, sua família e os animais entrassem na arca. Possivelmente Deus tenha feito que os animais pressentissem a iminente catástrofe e se tornassem mansos. Noé devia levar na arca um casal de animais de cada espécie (6:19) e sete casais dos animais limpos (7:2); os adicionais provavelmente eram para fornecer carne e animais para o sacrifício. Supõe-se que grande parte dos animais estavam invernando enquanto permaneciam na arca. "O Senhor fechou a porta" (7:16, Edição Revista e Atualizada), significa que o período de graça já havia terminado; isto nos fala de salvação e juízo. Noé ficou dentro, protegido, e os pecadores impenitentes fora, expostos ao juízo. "Romperam-se todas as fontes do grande abismo" (7:11, E.R.A.); parece indicar que se produziram terremotos e estes fizeram que subissem impetuosamente as águas subterrâneas enquanto caíam chuvas torrenciais. Pensa-se que a terra, ao fender-se, produziu alterações na sua superfície. Alguns crêem que estes verdadeiros cataclismos tenham sido acompanhados de gigantescos maremotos que atravessaram os oceanos e continentes até que nada restou da civilização daquele tempo. 
Foi um juízo cabal contra o mundo pecaminoso. Depois, Deus enviou um vento para fazer baixar as águas. Cinco meses após o começo do dilúvio, a arca pousou sobre o monte Ararate, porém Noé não saiu em seguida porque obediente- mente esperou até receber a permissão divina. Ele e sua família permaneceram na arca aproximadamente um ano solar. 

Qual foi a extensão do dilúvio? Foi universal ou limitado à área do Oriente Médio? O Gênesis diz que as águas cobriram as montanhas mais altas e destruíram toda a criatura (fora da arca), sob os céus (7:19-23). Não obstante, há diferença de opiniões entre eruditos evangélicos Alguns pensam que se refere somente à terra habitada daquele tempo, pois o propósito divino era destruir a humanidade pecaminosa Dizem que o uso bíblico da expressão "toda a terra" amiúde significa a terra conhecida pelo autor (Gênesis 41:57; Deuteronômio 2:25; Romanos 10:18). Por outro lado, os que crêem que o dilúvio foi universal notam que o relato bíblico emprega expressões fortes e as repete dando a impressão de um dilúvio universal. Perguntam: Qual era a extensão da população humana? Parece lhes possível que esta se houvesse estendido até à Europa e África. Além do mais, certos estudiosos crêem que as grandes mudanças na crosta terrestre e repentinas e drásticas alterações no clima de áreas geográficas, como Alasca e Sibéria, podem ser atribuídas ao dilúvio. Talvez, com o transcurso do tempo, os geólogos encontrem evidências conclusivas para determinar qual seja a interpretação correta. Têm sido encontradas em diferentes continentes tradições que aludem a um grande dilúvio, inclusive detalhes da destruição de toda a humanidade, exceto uma única família e a escapatória em um barco. A famosa epopéia de Gilgames, poema babilônico, contém muitas semelhanças com o relato bíblico, embora seja politeísta em seu enfoque. 


Parece que o dilúvio deixou uma impressão indelével na memória da raça, e que as tradições, por mais corrompidas que estejam, testificam do fato que houve um dilúvio. 

Uso neotestamentário do dilúvio: A referência ao dilúvio encontrada no Novo Testamento serve de advertência de que Deus é o justo Juiz de todo o mundo e castigará inexoravelmente o pecado e livrará da prova os piedosos (II Pedro 2:5-9). No tempo de Noé, Deus destruiu o mundo com água, mas no futuro vai fazê-lo com fogo (II Pedro 3:4-14). Será o prelúdio para estabelecer uma nova ordem, na qual habitará a justiça. O caráter repentino e inesperado do dilúvio exemplifica a maneira pela qual ocorrerá a segunda vinda de Cristo e mostra que o crente deve estar preparado em todos os momentos para aquele dia (Mateus 24:36-42). Também o apóstolo Pedro viu um paralelo entre o batismo em água e a salvação de Noé e sua família no meio das águas (I Pedro 3:20-22). A água simboliza tanto o juízo de Deus sobre o pecado como seu resultado (o do pecado), a morte. O batismo significa que o crente se une espiritualmente a Jesus em sua morte e ressurreição. À semelhança de Noé na arca, o crente em Cristo passa ileso pelas águas do juízo e morte a fim de habitar em uma nova criação. No Calvário todas as fontes do grande abismo foram rompidas, e as águas do juízo subiram sobre Cristo, porém nenhuma gota alcança o crente porque Deus fechou a porta. 

Estabelece-se a nova ordem do mundo: Capítulos 8:15—9:17. Ao sair da arca, Noé entrou em um mundo purificado pelo juízo de Deus; figurativamente era uma nova criação e a humanidade começaria de novo. A primeira coisa que Noé fez foi oferecer um grande sacrifício a Deus como sinal de sua gratidão pelo grande livramento passado e como consagração de sua vida a Deus para o futuro. Deus estabeleceu a nova ordem dando provisões básicas pelas quais a vida do homem se regeria na terra depois do dilúvio: 

a) Para dar segurança ao homem prometeu que as estações ficariam restabelecidas para sempre. 
b)  Reiterou o mandamento de que o homem se multiplicasse. 
c)  Confirmou o domínio sobre os animais dando-lhe permissão para comer sua carne porém não o seu sangue. 
d)  Estabeleceu a pena capital. 
e)  Fez aliança com o homem prometendo-lhe que jamais voltaria a destruir a terra por meio de um dilúvio. 
Por que foi proibido comer o sangue? Alguns estudiosos crêem que o sangue é o símbolo da vida, a qual só Deus pode dar; portanto, o sangue pertence a Deus e o homem não deve tomá-lo. 
Há, porém, uma explicação mais bíblica. A proibição preparou o caminho para ensinar a importância do sangue como meio de expiação (Levítico 17:1014). 
O sangue representa uma vida entregue na morte. Deus estabeleceu a pena capital para restringir a violência. O homem é de grande valor e a vida é sagrada, pois "Deus fez o homem conforme a sua imagem". Martinho Lutero viu neste mandamento a base do governo humano. Se o homem recebe autoridade de outros em certas circunstâncias, também tem autoridade sobre coisas menores, tais como propriedades e impostos. O apóstolo Paulo confirma que tal poder é de Deus, e que a pena capital está em vigor (Romanos 13:1-7). O magistrado não traz debalde sua espada (instrumento de execução). Deus fez um pacto com Noé e com toda a humanidade prometendo não mais destruir o mundo por um dilúvio. Ao presenciar a terrível destruição pelo juízo de Deus, o homem poderia perguntar-se: "Valerá a pena edificar e semear? Pode ser que haja outro dilúvio e arrase tudo." Mas, para dar-lhe segurança de que a raça continuaria e homem teria um futuro garantido, Deus fez aliança com ele. Deixou arCo-íris como sinal de sua fidelidade. 
E provável que o arco-íris já existisse, mas agora reveste-se de novo significado. Ao ver o arco-íris nas nuvens de tormenta, o homem se lembraria da promessa misericordiosa de Deus. 

A aliança com Noé é a primeira que se encontra na Bíblia. A relação de Deus com seu povo mediante alianças veio a ser assunto importantíssimo. Deus estabeleceu sua aliança sucessivamente com Noé, com Abraão, com Israel (por meio de Moisés) e com Davi. Que é uma aliança? Uma aliança humana é, em geral, um acordo mútuo entre duas partes com igual capacidade de firmá-lo; porém não é assim quanto às alianças divinas, porque Deus é quem toma a iniciativa, estipula as condições e faz uma solene promessa pela qual se prende voluntariamente em benefício do homem. Embora na aliança com Noé Deus se impôs a si mesmo a obrigação de guardar a aliança apesar dos fracassos do homem, em geral não é assim. Deus exige como contrapartida a fidelidade de seu povo. A desobediência de Israel podia romper o vínculo da aliança, pelo menos temporariamente. As alianças se relacionam entre si e cada uma se enriqueceu progressivamente em sua promessa até que Cristo veio e inaugurou a nova aliança. 

Noé abençoa a Sem e a Jafé: 
Capítulo 9:18-29. Noé, o homem justo perante o mundo, caiu no pecado de embriaguez em seu próprio lar. Os longos anos de fidelidade não garantem que o homem seja imune a tentações novas. As diferentes reações dos filhos deram--Ihe ocasião de amaldiçoar a Canaã (pode ser que estivesse seguindo os passos de seu pai, zombando dele) e abençoar a Jafé e a Sem. 

Nota-se que a maldição se aplica a Canaã e aos cananeus somente e não aos outros filhos de Cão. Aparentemente, Canaã era o único filho que compartilhava a atitude desrespeitosa de seu pai. A maldição, portanto, não pode aplicar-se aos egípcios ou a outros camitas africanos. Além do mais, é provável que os cananeus tenham sido amaldiçoados não tanto pelo pecado de Cão e de seu filho Canaã, mas pela notória impureza que caracterizaria os cananeus nos séculos vindouros. Os descendentes de Canaã radicaram-se na Palestina e na Fenícia (10:15-19), e eram notoriamente imorais. Olhando adiante, Deus viu o caráter que teriam e inspirou Noé a pronunciar seu castigo. Deus empregou uma nação semita, os hebreus, para retribuir-lhes a sua maldade mediante a conquista de Canaã por Josué. Em referências posteriores aos juízos divinos sobre os cananeus, Moisés o relaciona com a extrema impiedade deles (Gênesis 15:16; 19:5; Levítico 20:2; Deuteronômio 9:5). 

A bênção sobre Sem, traduzida literalmente é: "Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem" (9:26a) e implica que o Senhor seria o Deus dos semitas. Cumpriu-se notavelmente no povo hebreu, uma raça semita. Os descendentes de Jafé (os indo-europeus) seriam os hóspedes dos semitas, dando-lhes estes proteção e unindo-se, inclusive, com eles no serviço a Deus. Isto é, a promessa messiânica passaria aos semitas, e se vê o primeiro anúncio da entrada dos gentios (Jafé) na comunidade cristã que nasceu dos hebreus (Sem).

Aspectos da história patriarcal: Ao começar a história de Abraão, o escritor inspirado deixa para trás a história primitiva da raça em geral para relatar a de uma família. Reúne as lembranças que se conservam dos grandes antepassados de Israel: Abraão, Isaque, Jacó e José. Todos eles se destacam como homens que ouvem a voz de Deus e a ela obedecem. Todos os seus momentos estão assinalados pela intervenção divina. O grande propósito de Deus ao escolher essas pessoas é formar um povo que realize a sua vontade na terra e seja um meio de cumprir o plano da salvação. O período patriarcal começa por volta do ano 2.000 a. C. e dura mais ou menos três séculos. 

A. Abraão. Capítulos 12:1—25:18 O chamado de Abraão, segundo Alexander MacLaren, é o acontecimento mais importante do Antigo Testamento.15 Aqui tem início a obra da redenção que fora insinuada no jardim do Éden (Gênesis 3:15). Os primeiros onze capítulos do Gênesis demonstram que Deus se relacionava com a humanidade em geral, sem fazer distinção entre as raças. Tanto o mundo antediluviano como o da torre de Babel ressaltam que a despeito do progresso material e do nascimento das civilizações, o homem fracassava moral e espiritualmente. Até aqui, o Senhor havia posto os olhos sobre diferentes indivíduos, que eram os meios apropriados para conservar a "semente da mulher" e o conhecimento de Deus. Agora ele muda seus métodos. Chama a um homem para fundar a raça escolhida mediante a qual realizaria a restauração da humanidade. O espaço que o livro do Gênesis concede a esta passagem demonstra sua importância. Os primeiros onze capítulos abrangem mais tempo do que todo o restante do Antigo testamento. Trinta e nove capítulos, porém, são dedicados aos começos da nação escolhida, da qual viria o Redentor. 

Abraão é o personagem mais importante do Gênesis, e um dos mais importantes de toda a Bíblia. Moisés dedicou meramente onze capítulos ao que aconteceu antes de Abraão, enquanto treze capítulos se referem quase exclusivamente à vida pessoal do patriarca. Deus usou a Abraão para fundar tanto a família de Israel como a fé dos hebreus. As três grandes religiões monoteístas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, reverenciam-no como o pai de sua fé. Em realidade, a Bíblia declara que o "povo escolhido" não se refere somente à descendência carnal do patriarca, mas a todos quantos têm a mesma fé que Abraão tinha. Isto é, ele é o pai espiritual de todos os crentes (Romanos 4:16; Gaiatas 3:7). Somente a Abraão se chama "amigo de Deus" (II Crônicas 20:7; Isaías 41:8; Tiago 2:23). Considerando que a religião do Senhor consiste no ato de depositar a fé em um Deus pessoal, Abraão tinha de aprender a confiar nele implicitamente. Deus cultivou de três maneiras a fé que Abraão tinha: dando-lhe grandes promessas, pondo-o à prova cada vez mais, e concedendo-lhe muitas aparições divinas. Diz William Ross: "Era preciso que Abraão conhecesse a Deus, pois esse conhecimento era a base de sua fé."

 Deus chama a Abraão: primeira prova: Capítulo 12:1-9. A família de Abraão e, provavelmente, o próprio Abraão prestavam culto a vários deuses (Josué 24:2). Não obstante, as Escrituras insinuam que ainda assim tinham certo conhecimento do Senhor, pois Abraão em sua velhice enviou seu servo para buscar entre eles uma esposa para Isaque, seu filho. Seu motivo era religioso; queria ter uma nora que adorasse ao Senhor. Por isso, em meio da idolatria universal, Deus se manifestou a Abraão, chamando-o para uma vida de fé e separação. As promessas pessoais feitas a Abraão são interessantes. Abraão seria famoso e reverenciado, não por sua própria virtude, mas pelo favor de Deus, que disse: "abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome." Abraão tinha a responsabilidade de ser um canal de bênção para outros: "tu serás [deveras ser] uma bênção." (Deus nos abençoa para que sejamos bênção.) Finalmente, Deus prometeu abençoar ou amaldiçoar aos homens segundo a atitude que tivessem para com Abraão: "E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem." Assim Deus o protegeria. As transcendentais promessas feitas a Abraão e a seus descendentes são três: a)  Herdariam a terra de Canaã. b)   Chegariam a ser uma grande nação (a grandeza prometida significa muito mais do que uma população numerosa). c)  Por meio deles, todas as linhagens da terra seriam abençoadas (esta é a promessa messiânica). A primeira prova à qual Deus submeteu a Abraão foi a separação de sua pátria e de sua família. Tinha de voltar as costas para a idolatria a fim de poder ter comunhão com Deus. A vida de fé começa com a hpdiência e a separação: "Ou nossa fé nos separa do mundo, ou o indo nos separa de nossa fé." Abraão foi o Cristóvão Colombo do Antigo Testamento, pois "saiu, sem saber para onde ia" (Hebreus 11-8)  Tinha de confiar incondicionalmente no Senhor. parece que no princípio a obediência foi apenas parcial. Foi com Terá, seu pai, até Harã, centro de reunião de caravanas e também do impuro culto a Sin, a deusa da Lua. Terá havia renunciado a seu país, mas aparentemente não havia abandonado de todo sua idolatria. Em Harã radicou-se para viver o restante de sua vida, mas depois Deus guiou a Abraão a seguir rumo a Canaã, distante 650 km. Por fim, chegou à terra que Deus lhe havia indicado. Agora vivia como estrangeiro e peregrino, viajando de um lugar para outro. Nunca foi dono de um metro quadrado de terra, a não ser o local de sua sepultura. Siquém, a encruzilhada da Palestina, situada a 50 km ao norte de Jerusalém, foi sua primeira parada. Depois chegou ao carvalho de More, considerado centro de adivinhação e idolatria. Ali Deus apareceu a Abraão, assegurando-lhe de novo sua presença e confirmando-lhe que sua descendência herdaria Canaã. Assim Deus o recompensou por sua obediência. Abraão respondeu construindo um altar e oferecendo culto público ao Senhor. Aonde quer que ia, levantava sua tenda e edificava um altar. Segundo Stanley Horton, a expressão hebraica indica que Abraão invocou em alta voz o nome do Senhor; uma proclamação do nome, da natureza e do caráter de Deus. De modo que Abraão tinha comunhão com Deus, e ao mesmo tempo testificava perante o mundo.  

Deus faz aliança com Abraão: 
Capítulo 15. Por que o Senhor disse a Abraão: "Não temas"? Parece que Abraão se encontrava em um estado depressivo depois de chegar ao clímax de um testemunho intrépido. Voltariam os quatro reis para vingar-se dele? Havia sido néscio não aceitando o despojo de Sodoma, que bem lhe pertencia? Deus lhe deu confiança dizendo que ele próprio, Deus, seria seu defensor e o recompensaria grandemente. Mas Abraão se entristecia por não ter filho. Eliézer seria seu herdeiro? Naquele tempo, se um homem não tinha filhos, a herança podia recair sobre um servo fiel; Porém Deus lhe prometeu que ele teria um filho, e seus descendentes seriam inumeráveis como as estrelas do céu. Abraão reconheceu que a promessa era humanamente irrealizável, mas, "creu ele no Senhor, e foi-lhe imputado isto por justiça". Este é um dos versículos mais significativos da Bíblia. Em face da fé que Abraão possuía, Deus o aceitou como se fosse um homem justo. É a primeira indicação clara da doutrina da justificação pela fé. A frase "creu ele no Senhor" significa literalmente em hebraico "apoiou-se no Senhor". Era mais do que aceitar intelectualmente a promessa; refere-se a confiar incondicionalmente na pessoa de Deus e em sua promessa. Abraão colocou-se a si mesmo e seu futuro nas mãos de Deus. Este é o tipo de fé que salva. Gaiatas 3:6-8 ensina que Deus nos aceita em virtude de nossa fé, sem considerar as obras como no caso de Abraão. A. A seguir Deus lhe prometeu uma terra que se estenderia desde o Nilo até o Eufrates. Israel nunca ocupou toda a terra que Deus lhe prometeu, e parece que a promessa se cumprirá cabalmente no período do milênio. Não obstante, os hebreus ocuparam Canaã no tempo de Josué e sua nação chegou ao apogeu quanto à extensão territorial na época de Davi. 
Canaã está na encruzilhada entre três continentes: Europa, Ásia e África. Deus poderia ter colocado seu povo em um lugar mais protegido, porém escolheu uma terra estratégica onde os israelitas pudessem exercer maior influência no mundo. Deus confirmou sua promessa fazendo uma aliança solene com Abraão. Confirmou-se, segundo o costume da época (Jeremias 34:17-20). As partes contratantes se punham cada uma à extremidade do animal dividido e passavam por entre as metades. Assim expressavam que "se não cumprir minha parte do pacto, posso ser cortado em pedaços como este sacrifício". Neste caso, porém, somente o Senhor passou, em forma de um forno fumegante e uma tocha, pois sua aliança era unilateral, uma iniciativa divina, e somente ele poderia cumpri-la. O que cabia a Abraão era simplesmente aceitar a aliança e continuar crendo em Deus. O cumprimento da aliança não começaria até que os descendentes de Abraão tivessem vivido 400 anos em terra alheia, onde seriam oprimidos e escravizados. Seus opressores, porém, seriam julgados e os hebreus sairiam com grande riqueza. Assim Deus preparou seu povo para suportar os padecimentos antes de apossar-se de Canaã. "Por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus." O Novo Testamento também anima os crentes com a esperança de que Deus julgará os maus para livrar os seus a tempo (ver II Tessalonicenses 2:5-10; Apocalipse 13:5-10; 19:11-21). "Na vossa paciência possuí as vossas almas" (Lucas 21:19). Isto jorra luz sobre o princípio divino de juízo dos ímpios. Deus demora pacientemente até que a corrupção humana amadureça. Os amorreus não seriam destruídos ainda, pois sua maldade não havia atingido o máximo (15:16). Teriam um prazo de mais de 600 anos para arrepender-se (ver II Pedro 3:9). 

CONCLUSÃO

Veja como são contrastantes o primeiro e o último versículo de Gênesis. Na abertura do livro, um toque de indescritível alegria: "No princípio, criou Deus os céus e a terra" (Gn 1.1). No último, uma nota de condolências: "E morreu José da idade de cento e dez anos; e o embalsamaram e o puseram num caixão no Egito" (Gn 50.26). 

Apesar do luto que encerra o Gênesis, todos, judeus e gentios, somos chamados a herdar a vida eterna. Foi o que o Senhor prometeu a Abraão: "Em ti serão benditas todas as famílias da terra" (Gn 12.3). Essa promessa é disponibilizada aos que creem em Jesus e receberam o perdão de seus pecados.

Rivaldo Nascimento

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

A PRESENÇA DE DEUS NOS GARANTE FIRMEZA E PROTEÇÃO








Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.
Assim como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o Senhor está em volta do seu povo desde agora e para sempre.
Salmos 125:1,2

O Salmo 125  é considerado um dos "Cânticos dos degraus", Essas canções foram usadas no período pós-exílico pelos peregrinos que iam em direção as festas cultuais na reconstrução do Templo em Israel, a saber, as celebrações: da Páscoa (Pesach), das Semanas ou Colheita (Shavuot) e dos Tabernáculos (Sucot). Estas são as três festas de peregrinação descritas na Bíblia como mandamento. Cada Israelita deve subir a Jerusalém para ser visto ou ver a Deus no Templo. São 15 Salmos, do 120 a 134, alguns também fazem referência aos 15 degraus para subir até o templo.

O Salmista neste maravilhoso Salmo nos ensina uma verdade tremenda sobre o efeito da presença de Deus na vida do seu povo.
O Salmo começa fazendo a seguinte declaração: "Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião..." .  Para compreendermos sobre a importância do Monte Sião para Jerusalém e porque o salmista citou este monte no começo do salmo 125 fazendo uma comparação entre os que confiam no Senhor e com o inabalável Monte Sião, devemos saber alguns verdades:
Existe um porque de tantas nações desejarem e guerrearem pela posse dessa pequena e árida terra.  Em Jerusalém, ao lado da Mesquita Domo da Rocha, encontra-se outra mesquita menor chamada Domo da Corrente, esta marca o centro da terra. 

Desta forma Israel encontra-se no centro da terra, Jerusalém por sua vez, estar no centro de Israel, o Monte Sião encontra-se no centro de Jerusalém, o Templo do Senhor encontrava-se no centro do Monte Sião, o Santo dos Santos encontrava-se no centro do Templo, a Arca da Aliança encontrava-se no centro do Santo dos Santos e no centro da Arca da Aliança estava três elementos, segundo Hebreus 9.4 "...e a arca da aliança, coberta de ouro toda em redor; em que estava um vaso de ouro, que continha o maná, e a vara de Arão, que tinha florescido, e as tábuas da aliança; 

1- As tábuas dos 10 mandamentos;

Esta representava a Palavra de Deus, representando assim o próprio Deus, pois em João 1.1 nos diz que o Verbo (A palavra) era Deus, "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".

2- O Maná que caiu do céu;

Este representava o Senhor Jesus Cristo, pois o próprio Cristo nos falou que Ele era o Pão vivo que desceu do céu em João 6.51 "Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo".
No versículo 58 do mesmo capítulo, Jesus faz uma comparação e um contraste ao mesmo tempo do Maná que desceu do céu no deserto e o Pão (Jesus) vivo que desceu do céu, que o povo comeu o maná mas, morreram, porém, o Pão vivo, se referindo a Ele, quem comesse não morreria, mas viveria para sempre, "Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre".

3- O cajado de Arão que floresceu.
  O cajado de Arão que tinha florescido (Nm 17.8) simbolizava a presença do Espírito Santo, pois, em Salmos 23.4 diz "...
porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam. Jesus nos falou em João 14.16 que outro consolado estaria (presença) conosco para sempre, "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre.

Através destas informações concluímos que o Deus, Todo Poderoso, O Altíssimo, criador dos céus e terras, escolheu o Monte Sião, que é Jerusalém, para ser o local da sua habitação, sua residência aqui na terra.

E esta é a certeza do salmista que os que confiam no Senhor serão como o Monte Sião, que não se abala mas permanece para sempre.

A presença do Senhor é o que garante firmeza e proteção. Em seguida é confirmado mais uma vez no versículo dois o motivo do povo que confia não se abalar e permanecer:

"Assim como estão os montes à roda de Jerusalém, assim o Senhor está em volta do seu povo desde agora e para sempre".
Salmos 125:1,2

É a Presença do Senhor que garantia firmeza e proteção.

E com relação a presença do Senhor a palavra de Deus nos diz que:

O rei Davi no Salmos124.1-3 diz que a presença do Senhor lhe livrou dos seus inimigos, "Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, ora diga Israel;Se não fora o Senhor, que esteve ao nosso lado, quando os homens se levantaram contra nós, Eles então nos teriam engolido vivos, quando a sua ira se acendeu contra nós".

No Salmos 139.7,8 nos diz que Davi não consegui encontrar nenhum lugar que a presença de Deus não estivesse, "Para onde me irei do teu espírito, ou para onde fugirei da tua face? Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também".

O rei Davi no Salmos 16, demostra que a confiança e a felicidade do crente e a certeza da vida eterna, só é possível com a presença de Deus.  Pois, no verso 11, ele declara que na presença de Deus há abundância de alegrias. "Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há abundância de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente".  

Em 1 Crônicas 11.9 nos diz que a presença do Senhor fazia o rei aumentar (prosperar) e crescer, "E ia Davi cada vez mais aumentando e crescendo, porque o Senhor dos Exércitos era com ele".

Em Salmos 51.11 o Rei Davi certo das maravilhas da presença de Deus pede para não sair da presença do Senhor, "
Não me lances fora da tua presença, e não retires de mim o teu Espírito Santo".

Em 2 Samuel 22.13 Davi diz que a presença do Senhor era semelhante a brasas acesas, "Pelo resplendor da sua presença brasas de fogo se acenderam".

Em Levítico 6.13 nos diz que "O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará".

Em João 11.21,32 nos mostra que Marta e Maria sabiam que a presença de Deus existia milagres, "Disse, pois, Marta a Jesus: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido".
"Tendo, pois, Maria chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe: Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido".
O apóstolo Pedro em seu pregação aos Judeus em Atos 3.19, diz que os pecados do homem e os tempos dos refrigérios viriam através da presença do Senhor. "Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor".

A PRESENÇA DO SENHOR NOS GARANTE PELO MENOS 7 BÊNÇÃOS

1) Prosperidade - Gn 39.2-4 

A presença do Senhor na vida de José, fazia com que ele fosse um canal de bênçãos.

2) Coragem - Jz 6.12

A presença do Senhor na vida de Gideão, o fazia valente.

3) Proteção - Dn 3.22-26

A presença do Senhor na vida de Mizael, Ananias e Azarias, davam proteção na hora de passar pelo fogo.

4) Saúde - Jo 5.2,6

A presença do Senhor no tanque de Betesda curou o paralítico.

5) Vida - Lc 7.13,15

A presença do Senhor na cidade de Naim, resultou na ressurreição do filho da viúva.

6) Santificação - Ex 3.3-5

A presença do Senhor santificou o lugar onde moisés estava.

7) Transformação - Jo 2.1-10

A presença do Senhor na festa resultou em transformação de água em vinho. e a festa e a alegria não acabou.

Concluímos que a presença do Senhor é o único lugar aonde devemos habitar.

Rivaldo Nascimento
 

 
 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Três Aspectos Quanto ao Reino de Cristo










As parábolas e o Reino



O maior tema dos Evangelhos é o Reino de Deus (também chamado reino dos céus). Este ensino reflete na profecia da vinda do reino em Dn 2.44.



Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre, Daniel 2:44



Refere-se ao governo de Cristo e sua autoridade na terra, mas não é restrito ao domínio físico. Inclui o domínio de Cristo na coroação dos crentes, depois da sua Primeira Vinda, e seu último governo (de todas as coisas) depois da Segunda Vinda. Portanto, tem uma aplicação individual e universal.



Na figura acima, vemos vários tipos de reinos durante a história da humanidade. Porém, o Reino de Deus não é meramente uma entre muitas verdades ensinadas nas parábolas de Cristo; é a única! De alguma maneira, cada parábola deve ser interpretada no contexto da revelação do reino quanto a três aspectos distintos:



1- Um Reino que já veio



É um reino que já veio na forma de uma transformação espiritual na vida das pessoas, mediante uma experiência do novo nascimento (Jo 3.3).



Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
João 3:3



Até mesmo os publicanos e os pecadores conseguem entrar no reino de Cristo ao permitirem que Ele reine no coração deles (Lc 17.20-21; Mt 21.31).



E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior.
Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós.
Lucas 17:20,21







2- É um Reino contínuo



Cristo profetizou que a partir de uma semente (um grupo de crentes) surgiria uma árvore enorme (muitos crentes). Ele também assemelhou Seu reino a uma rede no mar da humanidade, que seria recolhida no fim dos tempos. E, em outro texto, Ele comparou Seu reino com o trigo e o joio, crescendo juntos até à ocasião da colheita final. Em outras palavras, estas parábolas tratam do reino (na forma de igreja) desde a primeira vinda de Cristo até à Sua segunda vinda.



3- É um Reino que está por vir



Finalmente, algumas parábolas indicam que o reino de Cristo ainda está para vir. Trata-se da consumação futura do reino quando, então, Cristo reinará sobre todas as nações, desde o seu trono terrestre em Jerusalém. Exemplos de tais parábolas são as Dez Virgens e dos Talentos (Mt 25).



Então o reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. Mt 25.1





Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.
E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.
Mateus 25:14,15



Em meio a tantas crises mundiais, chegamos a firme conclusão que somente o Governo Milenial de Cristo que será perfeito.

Aguardemos a Sua volta!!! Maranata!!!



Rivaldo Nascimento.