quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Três coisas que não mudam na Interpretação Bíblica






Três esclarecimentos que dizem respeito ao relacionamento entre o AT e o NT. Relacionam-se com o meio da salvação, o nível da inspiração do AT e a natureza de Deus. Nenhuma destas coisas é diferente entre um Testamento e outro. 

A salvação sempre se baseava na morte de Cristo e vem somente pela fé. Só que o conteúdo daquela fé mudou entre o AT e NT. O crente do AT nunca foi salvo mediante a oferta de sacrifícios. Hebreus nos informa que nenhum único pecado foi removido ou coberto por esses sacrifícios (Hb 10.4). Eram meras sombras que preparavam o caminho para o único sacrifício eficaz – Cristo (Hb 10.10). O crente do AT expressava a sua fé através desses sacrifícios simbólicos, mas certamente não era salvo por eles. Assim como participar da Santa Ceia é um ato dos fiéis, para lhes relembrar o sacrifício passado de Cristo, assim também os sacrifícios antigos eram atos dos fiéis para lembrar-lhes do sacrifício futuro de Cristo. 

Em segundo lugar, o fato de que boa parte do AT já se cumpriu e que algumas leis já não se aplicam aos cristãos, não subentende que o AT é menos inspirado ou menos importante do que o NT. Nem subentende que já não é proveitoso para o crente contemporâneo. Uma boa compreensão do AT não somente é necessária para ver o plano global de Deus através dos século, mas também para sabermos que “toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra” (2Tm 3.16,17). Para você saber mais sobre a inspiração da Bíblia, leia o Segundo Credo das Assembleia de Deus, publicado neste blog. 

Certo estudioso ilustrou o relacionamento entre o AT e o NT como se fossem os primeiro e segundo atos de uma peça de teatro. O primeiro ato é tão importante quanto o segundo para compreender a totalidade. Sem o II Ato o I Ato é incompleto e não satisfaz; mas, sem o I Ato o segundo fica incompreensível e inviável. Da mesma forma, os eventos no I Ato prenunciam o II Ato e assumem relevância à luz deste; e os eventos do II Ato relembram eventos no I Ato e são esclarecidos por este. Mas no fim, a peça inteira deve ser finalmente entendida à luz da sua conclusão (Bright 1986, 202). 

Em terceiro lugar, devemos lembrar que Deus não passou por uma mudança desde o período do AT até àquele do NT. Deus não é mais gracioso agora do que o era no AT, nem é menos justo ou menos santo. A vinda de Cristo, simplesmente, permitiu uma manifestação mais plena da graça de Deus. Deus não muda de geração em geração, nem de um Testamento para outro; ele é o mesmo ontem, hoje e para sempre (Hb 13.8).

RIVALDO NASCIMENTO.

Nenhum comentário:

Postar um comentário