terça-feira, 27 de outubro de 2015

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 5 - CAIM ERA DO MALIGNO






TEXTO ÁUREO

"[...] Que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão [...]."
(1 Jo 3.11,12)




VERDADE PRÁTICA

Quem ama de verdade não se
deixa dominar nem pela inveja 
nem pelo ódio.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 4.1-10

1 - E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. 
2 - E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. 
3 - E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 
4 - E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. 
5 - Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante. 
6 - E o SENHOR  disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 
7 - Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás. 
8 - E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou. 
9 - E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? 
10 - E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. 


OBJETIVO GERAL

Conscientizar dos perigos de se deixar dominar pela inveja e pelo ódio.


PONTO CENTRAL

O coração de Caim era mau, por isso, Deus rejeitou a sua oferta.  



INTRODUÇÃO:

Qual o caminho que você deseja trilhar: o de Caim ou o de Jesus? 

O Ensinador Cristão nos diz que o capítulo 4 do livro do Gênesis apresenta a consumação do pecado e sua história de implicações práticas para o gênero humano. O assassinato de Abel por seu irmão, Caim, é o símbolo do alcance do mal quando este domina o coração humano. E o consequente banimento de Caim da presença de Deus mostra o quanto o homem se afasta da presença do Altíssimo quando decide em seu coração fazer o mal. 

O caminho de Caim se torna o caminho de todos nós, quando desejamos em nosso coração a vingança, o "dar o troco", o revide, ou seja, tudo o que passa na contramão do filtro de Jesus Cristo: ame o vosso inimigo. 
Tudo começa bem na vida do ser humano. Assim, Caim nasceu e cresceu numa família que devotava a vida a Deus, tanto que a sua mãe, Eva, devotou a Deus ação de graças: "Alcancei do Senhor um varão" (Gn 4.1). A vida de Caim para os seus pais era uma bênção de Deus. Um presente. 
Adulto, Caim tornara-se um agricultor, pois trabalhava a terra, administrava-a e assim cumpria o plano de Deus estabelecido para a humanidade (Gn 1.26-28). Fazendo assim, Caim obedecia a Deus. Até que, num belo dia, o ciúme, a inveja e o desejo egoístico tomaram o coração de Caim. Seu sacrifício fora rejeitado por Deus e o de seu irmão, aprovado e aceito por Ele. A razão de o Senhor aceitar o sacrifício de Abel e rejeitar o de Caim, embora não esteja totalmente claro nas Escrituras, pelo menos deixa claro que o Senhor olhava e olha com atenção e justiça para o interior do ser humano, de modo que nada lhe escapa o olhar divino. 
Caim não se achou aprovado, muito menos aceito, pelo olhar de Deus. Entretanto, essa reprovação de Deus não significava que Caim seria banido de sua presença, pois bastava outro sacrifício com a motivação correta, espontânea e voluntária que o Senhor não haveria de rejeitá-lo. Mas Caim não escolheu o caminho do bem. Ele matou o seu irmão covardemente. O resultado: Caim foi banido da presença de Deus. 
O caminho de Caim é muito fácil de trilhar. Basta dar vazão ao ódio, à inveja, ao rancor, à raiva e a tudo que não esteja de acordo com o nosso interesse. O caminho de Caim está a cada dia próximo de nós, quando rejeitamos considerar o nosso próximo superior a nós mesmos. O caminho de Caim está mais próximo das nossas vidas, quando procuramos fugir da realidade inventando desculpas para não fazermos a nossa parte com retidão. 


Champlin diz que nada havia no meio ambiente de caim que o tenha levado a matar seu irmão. O ato originou-se da maldade do íntimo. muito se erra na criminologia quando busca a causa dos crimes no meio ambiente adversos das pessoas, mas não a busca no íntimo pervertido do ser humano.

1. O sacrifício
Adão e Eva cultivavam o solo; Abel era pastor de olhe. Caim também cultivava o solo. Os irmão trouxeram suas ofertas a Deus. Caim as trouxe do fruto do seu trabalho do solo; e elas foram rejeitadas. Abel trouxe suas ofertas do rebanho; e elas foram aceitas por Deus. 
A maioria dos intérpretes vê nisso um prenúncio dos sacrifícios  de Cristo. De conformidade com isto o sacrifício de Caim representa o auto-esforço, o mérito humano, que parece bom aos nossos olhos, mais não é aceitável  diante de Deus. Isso dá a entender a necessidade da justiça mediante a fé, com base na expiação de Cristo. Não estão em foco apenas as ofertas de Caim e Abel, as próprias pessoas deles, pois lemos: "Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e sua oferta não se agradou" (Gn 4.4,5). Portanto, Deus, que lê os corações, viu as atitudes deles: a de Abel de auto-desistências e confiança na expiação de outrem; a de Caim de auto-suficiência e de confiança própria.   

2. A Ira de Caim.

A ira de Caim impeliu-o a matar. A enormidade de o seu crime se vê no fato de que matou a seu irmão. A ira é um dos pecados cardeais. Aparece na lista das obras da carne, na lista de Paulo, em Gl 5.20. A ira encontra-se na raiz de muitos atos irracionais, e quase sempre tem o egoísmo como sua base, e o ódio como sua motivação.

3. O Crime de Caim.

Embora repreendido por Deus, Caim resolveu dar vazão à sua maldade mediante um ato irracional de homicídio. Desde então, os homens têm satisfeito à sua vontade tirando a vida do próximo, o que mostra a extensão da queda. Quando Deus perguntou de Caim onde estava seu irmão, Abel, Caim indagou: "Não sei; acaso sou eu tutor de meu irmão?" (Gn 4.9). Pois, a lei do amor leva-nos a cuidar uns dos outros, como cuidamos, cada um, de nós mesmos. Negar que eu sou guardador de meu irmão é negar a essência da lei do amor.

4. O Castigo de Caim.

De certo modo, Caim recebeu a primeira sentença perpétua. Ele seria objeto de ódio, e outros haveriam de querer tirar-lhe a vida. Porém, ele escaparia. Em lugar disso, foi pronunciada contra ele uma maldição divina. Ele tornar-se-ia vagabundo e fugitivo à face da terra, pelo resto de seus dias, caçado e odiado pelos outros seres humanos.

5. A Marca de Caim.

Caim seria caçado pelos outros homens. Correria o risco permanente de ser morto. Deus, entretanto, não permitiria que ele fosse executado. Para garantir isso, foi posto uma marca em Caim. Alguns supõem que Deus lhe deu uma coloração negra à pele, porém, essa interpretação, além de ser mera especulação, só serve para fomentar preconceitos raciais. Outros dizem que poderia ser uma marca tribal, outros compreendem que o sinal era a promessa de Deus de que ele não seria morto. Não há como determinar a questão, por ausência de maiores informes bíblicos.

Veremos o que Paul Hoff nos fala sobre o desenvolvimento do pecado, promovido por Caim:

O desenvolvimento do pecado

Capítulo 4. O primeiro ato de violência relaciona-se com o culto religioso. Infelizmente, a história da humanidade está repleta de lutas, brutalidades e guerras motivadas pelo zelo religioso. O que deve unir os homens, tergiversa (Fugir do assunto principal, Enrolar) e os separa. 

Nota-se aqui que Satanás emprega o pecado para envenenar as próprias fontes de Deus. Por que Deus rejeitou a Caim e sua oferta e olhou com agrado para Abel e sua oferta? Havia pecado no coração de Caim: "Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas" (I João 3:12). 

Deus olha a atitude do ofertante, a qual é mais importante do que sua oferta. "Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício" (Hebreus 11:4), não de sua própria ideia, como Caim, mas um animal degolado, que cumpria o requisito de Deus. O culto de Caim era uma forma religiosa sem fé, mas Abel ofereceu a Deus seu coração, trazendo-se a si mesmo. Deus, não obstante, tratou a Caim com ternura, rogando-lhe que deixasse sua petulância infantil. 

A Bíblia de Jerusalém dá o sentido da advertência divina: "Mas se não estiveres bem disposto, não jaz o pecado à porta, um animal acuado que te espreita, podes acaso dominá-lo?" (4:7).

Caim tem de escolher entre dominar sua inveja, ou ser dominado e consumido por ela. Nega-se a defrontar-se com o pecado e é levado pela violência. Vê-se o desenvolvimento do mal. Atrás do fratricídio está o ódio, atrás do ódio a inveja, e atrás da inveja o orgulho ferido. 
A reação divina ante o primeiro homicídio demonstra que Deus inexoravelmente castiga o pecado, mas ao mesmo tempo é misericordioso. Figurativamente, o sangue de Abel clama por justiça Embora Deus dê a Caim a oportunidade de confessar sua falta, ele não o faz. Portanto, o Senhor o sentencia a sofrer uma maldição. 
Tem de ausentar-se de sua casa, seus trabalhos aumentam, e é condenado a perambular sem cessar. Apesar do coração impenitente de Caim, Deus lhe mostra misericórdia respondendo a seus rogos e dando-lhe um sinal para sua proteção. 

Um escritor do Novo Testamento adverte quanto a falsos irmãos: "Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim" (Judas 11). Parece que o "caminho de Caim" inclui prestar culto segundo as inclinações do homem natural, perseguir os crentes verdadeiros, recusar arrepender-se, e excluir a Deus de sua própria vida.10 O castigo de tais pessoas se traduz em habitar espiritualmente na terra de Node (errante), sem paz nem sossego, como o mar, cujas "águas lançam de si lama e lodo" (Isaías 57:20). 6. A primeira civilização: Capítulo 4:17-26. 

Os descendentes de Caim (desenvolveram a primeira civilização: Jabal adquiriu gado e é chamado pai da agricultura. Jubal inventou instrumentos de música, e é considerado o fundador das belas artes; Tubalcaim inventou ferramentas e armas, começando assim a indústria em embrião. Não obstante, era uma civilização que excluía a Deus. Lameque foi o primeiro polígamo, manchando a instituição divina do casamento. Sua impiedade chegou ao auge quando se vangloriou de sua violência no cântico da espada (4:23, 24). 
É evidente a ferocidade crescente da linhagem de Caim. Com isto, desaparecem da Bíblia todos os seus descendentes, pois já não ocupam lugar no plano divino. Parece que Satanás estava prestes a vencer pela força bruta, mas Deus levantou a Sete em lugar de Abel, para perpetuar a linhagem da mulher. Depois disto os homens invocavam publicamente o nome do Senhor.


Apresentaremos a seguir alguns perguntas e dúvidas que muitas vezes o ser humano faz, e veremos o que Norman Geisler - Thomas Howe explicam sobre estas perguntas:

1- Deus faz acepção de certas pessoas?

2- Por que Caim não sofreu a pena capital (de morte) pelo assassinato que cometeu?

3- Como foi que Caim conseguiu uma esposa?

4- Como Caim pôde casar-se com uma mulher de seu parentesco, sem cometer incesto?


1- GÊNESIS 4:5 - Deus faz acepção de certas pessoas?
PROBLEMA: Nas Escrituras, Deus é apresentado como alguém para quem "não há acepção de pessoas" (Rm 2:11), e como quem "não faz acepção de pessoas" (Dt 10:17). Contudo, a Bíblia nos diz que "de Caim e de sua oferta [Deus] não se agradou" (Gn 4:5), o que parece uma contradição.
SOLUÇÃO: Antes de mais nada, Deus não faz acepção alguma de quem quer que seja, respeitando cada um pelo que é, por ser uma criatura feita à sua imagem e semelhança (Gn 1:27). Não fosse assim, ele estaria desrespeitando a si próprio. Quando a Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas, ela quer dizer que ele não demonstra parcialidade alguma na aplicação da sua justiça. Como diz Deuteronômio 10, Deus "não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno" (v. 1.7). Em outras palavras, Deus é completamente justo e imparcial em seus procedimentos.
            Entretanto, há um sentido em que Deus discrimina algumas pessoas, por causa de seus atos perversos. Ele não se agradou de Caim e de sua oferta (Gn 4:5) porque ela não foi oferecida com fé (Hb 11:4). A Bíblia fala ainda que Deus aborreceu Esaú (Ml 1:3) e odiou a obra dos nicolaítas (Ap 2:6), não por causa da pessoa ou das pessoas, mas por causa dos atos delas. Como João disse aos crentes de Éfeso, eles deveriam odiar "as obras dos nicolaítas"(Ap 2:6). Deus ama o pecador, mas odeia o pecado.


2- GÊNESIS 4:12-13 - Por que Caim não sofreu a pena capital (de morte) pelo assassinato que cometeu?
PROBLEMA: No AT, os assassinos recebiam a pena capital pelo seu crime (Gn 9:6; Êx 21:12). Contudo, Caim não somente saiu livre, depois de matar seu irmão, como também foi protegido de qualquer vingança (Gn4:15).
SOLUÇÃO: Há várias razões pelas quais Caim não foi executado pelo seu crime capital. Primeiro, Deus não havia ainda estabelecido a pena de morte como instrumento do governo humano (cf. Rm 13:1-4). Somente depois de a violência ter enchido toda a terra, nos dias anteriores ao dilúvio, foi que Deus determinou: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem" (Gn 9:6).
            Segundo, quem seria o executor de Caim? Ele acabara de matar Abel. A essa altura, apenas Adão e Eva tinham restado. Certamente Deus não iria apelar aos pais para que matassem o filho remanescente. Em face disso, Deus, que é soberano sobre a vida e a morte, como somente ele é (Dt 32:39), pessoalmente comutou a pena de morte de Caim. Entretanto, ao agir assim, Deus demonstrou a gravidade do pecado de Caim e deu-nos a entender que ele era digno de morte, ao declarar: "A voz do sangue de teu irmão clama [por vingança] da terra a mim" (v. 10). Não obstante, até mesmo Caim parece ter reconhecido que ele era merecedor da morte, e pediu proteção a Deus (v. 14).
            Finalmente, a promessa de Deus para proteger Caim da vingança incluía a pena capital para quem quer que tomasse a vida dele (cf. v. 15). Dessa forma, o caso de Caim é uma exceção que prova a regra, e que de forma alguma vai de encontro à pena de morte, tal como estabelecida por Deus (veja os comentários de João 8:3-11).


3- GÊNESIS 4:17 - Como foi que Caim conseguiu uma esposa?
PROBLEMA: Não havia mulheres com quem Caim se casasse. Havia apenas Adão, Eva (4:1) e seu irmão morto, Abel (4:8). Contudo, a Bíblia diz que Caim casou-se e teve filhos.
SOLUÇÃO: Caim casou-se com uma irmã (ou talvez com uma sobrinha). A Bíblia diz que Adão "teve filhos e filhas" (Gn 5:4). Com efeito, como Adão viveu 930 anos (Gn 5:5), ele teve muito tempo para ter muitos filhos e filhas! Caim pode ter se casado com uma de suas muitas irmãs ou, quem sabe, com uma sobrinha, se quando se casou seus irmãos e irmãs já tivessem filhas crescidas. Neste caso, obviamente, um de seus irmãos teria se casado com uma irmã.


4- GÊNESIS 4:17- Como Caim pôde casar-se com uma mulher de seu parentesco, sem cometer incesto?
PROBLEMA: Se Caim casou-se com uma irmã, isso é incesto, o que a Bíblia condena (Lv 18:6). Além disso, casamentos incestuosos com freqüência geram filhos geneticamente defeituosos.
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, não havia imperfeições genéticas no começo da raça humana. Deus criou um homem (Adão) geneticamente perfeito (Gn 1:27). Os defeitos genéticos resultaram da queda e somente ocorreram com o passar de longos períodos de tempo.
            Em segundo lugar, nos dias de Caim não havia mandamento de Deus para que não se casassem com um parente próximo. Este mandamento (Lv 18) veio milhares de anos depois, nos dias de Moisés (cerca de 1500 a.C).
            Finalmente, já que a raça humana começou com um casal único (Adão e Eva), Caim não teria com quem se casar, a não ser com alguém de parentesco bem próximo, do sexo feminino (uma irmã ou sobrinha). 




I - CAIM, SEGUIDOR DE SATANÁS

1. A semente da mulher. O nascimento de Caim foi acolhido com ações de graças a Deus. Ao contemplar o filhinho, exclamou Eva: "Alcancei do Senhor um varão" (Gn 4.1). Eva considerou que seu primeiro filho foi um presente de Deus. A seguir, nasceu Abel, o segundo filho, e a partir daí a narrativa bíblica vai apresentar as profissões de cada um dos irmãos: Caim se tornou um lavrador, e Abel, um pastor.
Satanás, pelo que inferimos dos fatos, não teve muito esforço em aliciar o primeiro filho de Adão. Dessa forma, Caim entra para a História Sagrada como o primeiro discípulo declarado do Diabo, cuja lista seria longa e enfadonha: Faraó, Herodes, Stalin, e alguns contemporâneos nossos.  
  
2. O agricultor. Já homem feito, pôs-se Caim a trabalhar a terra, conforme o Senhor havia ordenado (Gn 1.26-28). E, pelo que depreendemos, ele foi muito bem-sucedido como agricultor. A Terra, embora amaldiçoada pela transgressão de seu pai, não lhe negou colheita alguma. Solo arável não lhe faltava naquele mundo sem fronteira. 

3. A apostasia de Caim. Apesar de seu sucesso profissional, Caim não se voltou a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.23). Antes, deixou-se cooptar pelo Diabo. Este, sempre oportunista, fez daquele jovem o seu principal aliado, objetivando frustrar a redenção da humanidade.
Mas Satanás estava enganado. Embora sagaz, pouco sabia dos reais planos de Deus para a nossa salvação. Enquanto isso, ia o jovem Abel tangendo o seu gado na graça divina.


SÍNTESE DO TÓPICO I

Caim entrou para a história de uma maneira triste, ele se tornou o primeiro homicida da humanidade. 



SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

 "A história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva realça as repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Caim e Abel, tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com plantas. Abel gostava de estar com animais. Ambos tinham uma disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram sacrifícios ao Senhor, o primeiro incidente sacrificial registrado na Bíblia. Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura não quer dizer necessariamente que animais são superiores a plantas para propósitos sacrificiais. Por que atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta fica evidente à medida que a história se desenrola. A primeira pista aparece quase imediatamente. Caim não suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o 'número um'.
O Senhor não estava ausente na hora da adoração. Ele abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou diretamente, mas por meio de um jogo de palavras informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação é, literalmente, levantamento, e está em contraste com descaiu. Um olhar abatido não é companhia adequada de uma consciência pura ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à introspecção e ao arrependimento" (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol I.  Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 43).



II - O CULTO DE CAIM

A Escritura diz que, passado algum tempo, Caim e Abel trouxeram, do fruto do seu trabalho, uma oferenda ao Senhor.  


1. O sacrifício rejeitado. "E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor" (Gn 4.3). É provável que ele tenha aprendido a cultuar a Deus com o seu pai, Adão, pelo menos, exteriormente. Do fruto de sua colheita, separou uma oferta ao Criador. Podem ter sido frutas, legumes ou cereais, oferendas válidas (Lv 23.10).
Abel também pôs-se a cultuar o Senhor, oferecendo-lhe as primícias do rebanho (Gn 4.4). Diz o texto sagrado que Deus atentou para o sacrifício de Abel, mas rejeitou o de Caim (Gn 4.5). O problema não estava na oferta, mas no ofertante. Tanto a oferta de animais, como a de frutos da terra, eram igualmente aceitáveis no culto divino. Não nos esqueçamos de que o Senhor viria a reprovar até mesmo a oferta animal ao tornar-se esta formal e impiedosa (Jr 6.20). 


2. A atitude interior reprovada. Por que o Senhor reprovou o sacrifício de Caim? Porque o seu culto não passava de uma mera formalidade. Como se não bastasse, apresentava-se a Deus com a alma tomada pelo ódio. Naquele instante, indaga-lhe o Senhor: "Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?" (Gn 4.6). Por esse motivo, recomenda-nos Paulo: "Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda" (1 Tm 2.8). 
Na Igreja de Deus não pode haver espaço para homens iracundos e contenciosos, que farão da obra do Senhor uma causa de ganho pessoal. Deus não se agrada de pessoas que agem dessa forma  


3. O pecado sempre presente. Se Caim o quisesse, poderia reverter aquela situação, dominando o seu coração homicida. Eis o que lhe aconselha o amoroso Deus: "Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás" (Gn 4.7).
Caim racionaliza o seu pecado. Recusando-se a fazer o bem, permitiu que Satanás lhe tornasse mal o coração. Neste, o homicídio foi um processo que, germinado pela inveja, frutificou numa ira assassina (Tg 1.13-15). Se não quisermos pecar contra Deus, não permitamos que o pecado nos germine na alma. Arranquemos, pois, as ervas daninhas que Satanás nos lança no íntimo.


SÍNTESE DO TÓPICO II

O coração de Caim era mau, por isso, sua oferta foi rejeitada pelo Senhor. 


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"'E irou-se Caim fortemente' (4.5). A ira de Caim mostra quão decidido ele estava em agir por conta própria, sem se submeter a Deus. A ira é uma emoção destruidora. Nunca poderemos nos desculpar por ter ofendido alguém dizendo: 'Tenho um temperamento agressivo'. Precisamos considerar a ira como pecado e conscientemente nos submeter à vontade de Deus" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p 28).



III -CAIM NÃO GUARDOU O SEU IRMÃO

O crime de Caim foi doloso. Além de mover um ódio doentio contra o irmão, dissimuladamente levou-o até a cena do crime, onde veio a matá-lo.

1. O crime. Narra o autor sagrado que, estando ambos no campo, longe dos olhos dos pais, Caim insurgiu-se contra Abel e o matou (Gn 4.8). Assassino dissimulado e cruel,  aproveitou-se da confiança de seu irmão para matá-lo. Esse fato deve nos servir de aviso: até que ponto estamos nutrindo sentimentos perniciosos contra nossos irmãos a ponto de planejar contra eles o mal ou coisa pior? Que Deus nos faça refletir sobre nossas atitudes e não nos deixe ser pessoas como Caim. 

2. O álibi. Quando inquirido por Deus acerca do paradeiro do irmão, Caim desculpa-se, como se estivesse noutro lugar, quando da morte de Abel: "Não sei; sou eu guardador do meu irmão?" (Gn 4.9). O seu álibi é energicamente destruído pelo justo Senhor: "Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra" (Gn 4.10).
Há muito sangue clamando no mundo. A pergunta não haverá de ser emudecida: "Onde está Abel, teu irmão?" (Gn 4.9). O que responderemos? De fato, somos chamados a demonstrar amor e respeito uns pelos outros, pois somos guardadores de nossos irmãos.  

3. A marca do crime. Como a administração da justiça ainda não havia sido delegada à comunidade humana, o Senhor põe um sinal em Caim, para que ninguém viesse reivindicar-lhe o sangue de Abel (Gn 4.15).
Caim, de fato, não foi penalizado com a morte, mas ficou marcado para o resto de seus dias, dando início a uma geração de assassinos, devassos e inimigos de Deus.  



SÍNTESE DO TÓPICO III

O ódio e a inveja levaram Caim a matar o seu irmão. 



SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

 "Caim foi amaldiçoado por Deus no sentido de Deus já não abençoar seus esforços para extrair da terra o seu sustento (vv. 2,3). Caim não se humilhou com tristeza e arrependimento diante de Deus, pois afastou-se do Senhor e procurou viver sem a sua ajuda (v. 16). 
O sinal na testa de Caim (4.15) talvez deva ser entendido como posto em Caim para assegurá-lo da promessa de Deus. Caim não sofreu pena de morte nesse tempo. Posteriormente, quando a iniquidade e a violência da raça humana tornou-se extrema na terra, a pena de morte foi instituída (9.5,6).
Caim e seus descendentes foram os cabeças da civilização humana até hoje desviada de Deus. A motivação básica de todas as sociedades humanistas está em superar a maldição, buscar o prazer e reconquistar o 'paraíso', sem submissão a Deus. Noutras palavras, o sistema mundial fundamenta-se no princípio da autorredenção da raça humana na sua rebelião contra Deus" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 39).


CONCLUSÃO

O exemplo de Caim deve nos fazer lembrar de que precisamos ter uma vida íntegra diante de Deus e demonstrar amor e respeito para com o nosso próximo. 
Abel foi o primeiro crente a ser arrolado entre os heróis da fé. Quanto a Caim, foi o primeiro ser humano a ter o nome riscado do Livro da Vida.   
O que lhe faltava? Uma vida que agradasse a Deus e o exercício do amor fraternal. Quando não se ama como Jesus amou, o homicídio torna-se corriqueiro na vida do homem. Por isso, há tantos homicídios em nosso meio. Homicídios espirituais, morais e emocionais. Lembremo-nos das palavras de João: "Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas" (1 Jo 3.11,12).


Rivaldo Nascimento

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Comentário da Lição 4 - A Queda da Raça Humana - 25 de Outubro de 2015


















OBJETIVO GERAL


Compreender que o pecado de Adão trouxe a morte, mas a morte de Jesus trouxe a vida.



PONTO CENTRAL


O homem pecou desobedecendo a Deus, porém o Senhor já havia providenciado um Redentor. 


INTRODUÇÃO

O Ensinador Cristão nos diz que em sua clássica obra "Conhecendo as Doutrinas da Bíblia", o teólogo pentecostal Myer Pearlman destaca quatro pontos fundamentais que marcam a história espiritual do homem. Veja o esquema abaixo: 

Segundo Myer Pearlman, a Tentação, desde o início, destaca ao ser humano que o caminho de obediência a Deus não é fácil. Isso quer dizer que o ser humano terá escolhas a fazer nos termos de Deuteronômio 30.15: "Vês aqui, hoje te tenho proposto a vida e o bem, a morte e o mal". A Tentação está prevista na perspectiva da impossibilidade de conter a ansiedade de entrar em contato com o que foi proibido. Por isso, ela é sutil, pois, pela sua sutileza, a natureza humana será envolvida em seus desejos e vontades: nisto consiste a tentação. 
Ao dizer "sim!" para a tentação e colocá-la em prática, se estabelece no ser humano o estado de Pecado. Em seguida, a culpa toma conta da sua consciência, ao ponto de o ser humano viver num estado de cauterização em sua consciência, de modo que ele não mais atende aos apelos do Espírito Santo: nisto consiste o estado da culpa. 
Uma vez praticado o pecado, por intermédio da tentação, e estabelecido o sentimento de culpa, instala-se, na realidade humana, o Juízo. 
No Éden, o Juízo se deu sobre a serpente (de formosa e honrada, a um animal degradado e maldito), sobre a mulher (multiplicação das dores de parto) e sobre o homem (comer com o suor do rosto), constituindo, porém, o maior de todos os juízos: a morte física e a morte eterna. 
Entretanto, a história da humanidade não seria para sempre condenada à terrível realidade de viver para sempre longe de Deus. O Pai, por intermédio do Seu Filho, proveria um escape para redimir a vida do ser humano: "Porque, se, pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, Jesus Cristo. Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, como, pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos" (Rm 5.17-19). 


SÍNTESE DO TÓPICO I

Deus criou e preparou o jardim do Éden para abrigar o homem.

O homem no Éden: Capítulo 2:4-25. Podemos ver a solicitude de Deus pelo homem nos seguintes fatos:
Colocou-o no jardim do Éden (delícia ou paraíso), um ambiente agradável, protegido e bem regado. O jardim estava situado entre os rios Hidéquel (Tigre) e Eufrates, numa área que provavelmente corresponde à região de
Babilônia, próxima do Golfo Pérsico. Deus deu a Adão trabalho para fazer, a fim de que não se entediasse. Há quem pense que o trabalho é parte da maldição, porém a Bíblia não ensina tal coisa; ensina, sim, que a maldição transformou o trabalho bom em algo infrutuoso e com fadiga.








SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

 "O jardim do Éden estava localizado perto da planície aluvial do rio Tigre e do rio Eufrastes. Alguns acreditam que estava localizado na região correspondente ao atual sul do Iraque; outros sustentam que não há dados suficientes no relato bíblico.
Duas árvores do jardim do Éden tinham importância especial. (1) A 'árvore da vida' provavelmente tinha por fim impedir a morte física. É relacionada com a vida perpétua, em 3.22. O povo de Deus terá acesso à árvore da vida no novo céu e na nova terra (Ap 2.7; 22.2). (2) A 'árvore da ciência do bem e do mal' tinha a finalidade de testar a fé de Adão e sua obediência e à sua palavra. Deus criou o ser humano como ente moral capaz de optar livremente por amar e obedecer ao seu Criador, ou desobedecer-lhe e rebelar-se contra a sua vontade" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro:CPAD, 1991, pp. 34,35).





SÍNTESE DO TÓPICO II


Adão e Eva foram tentados por Satanás e cederam à tentação. 







O tentador e a tentação: 

Capítulo 3:1-6. Embora Moisés não diga aqui que o tentador foi Satanás, tal fato acha-se indicado no Novo Testamento (João 8:44; Apocalipse 12:9; 20:2). A atual forma repulsiva da serpente e seu veneno faz dela um bom símbolo do inimigo do homem. Também seus movimentos sinuosos sugerem as insinuações insidiosas que o maligno empregou para tentar a mulher. Parece que Satanás se apossou da serpente e falou por meio dela realizando um milagre diabólico. Geralmente ele opera por meio de outros (Mateus 16:22, 23), e é mais perigoso quando aparece como anjo de luz (II Coríntios 11:14). 

A tentação observou o seguinte processo: 

    a) Começou com a insinuação de que Deus era demasiado severo. "E assim que" (3:1) é uma frase que indica surpresa ante o fato de que um Deus solícito lhes tivesse proibido desfrutar do produto de qualquer das árvores do jardim. 

b) A seguir, Satanás levou a mulher para o terreno da incredulidade negando  planamente  que  houvesse  perigo  em  comer  do  fruto. Quando alguém duvida de que a desobediência produz conseqüências funestas, já está no caminho da derrota. 

c) Finalmente, o tentador acusou a Deus de motivos egoístas. Insinuou que Deus os privava de algo bom, isto é, de serem sábios como ele. Dessa maneira, caluniou ao Senhor. Enquanto Eva não duvidava da palavra de Deus e de sua bondade, não sentia fascinação pelo proibido. Foi a incredulidade que lhe tirou suas defesas. Então viu que "aquela árvore era boa. . . agradável. . . desejável", e "comeu". 

Observando uma matéria de John Wesley, publicada por George Lyons, para Wesley Center for Applied Theology,  "Sobre a Queda do Homem", Wesley nos explica que a serpente era mais astuta', ou inteligente', 'que todas as alimárias do campo que o Senhor Deus tinha feito'. (Gênesis 3:1) – dotada com mais entendimento, do que qualquer outro animal, na criação bruta. Realmente, existe nenhuma improbabilidade, na conjuntura de um homem engenhoso [o recente Dr. Nicholas Robinson] de que a serpente era privilegiada com a razão, que é agora, propriedade do homem. E isto considera a circunstância que, sobre nenhuma outra suposição, seria totalmente incompreensível. 
 

Como foi que Eva não ficou surpresa; sim, chocada e aterrorizada, ao ouvir a serpente falar e raciocinar; a não ser pelo fato de que ela sabia que aquela razão, e discurso, em conseqüência dela, eram propriedades originais da serpente? Por esta razão, sem mostrar qualquer surpresa, Eva imediatamente iniciou uma conversa com ela. "E ela disse à mulher: 'Não comereis de toda a árvore do jardim?'". Veja como ela que era uma mentirosa, desde o inicio, misturou verdade e falsidade juntas! Talvez, de propósito, para que ela pudesse estar mais inclinada a falar, com o objetivo de imputar a Deus a responsabilidade injusta. Conseqüentemente, a mulher disse à serpente: (Gênesis 3:2-3) "Nós poderemos comer do fruto das árvores do jardim: Mas da árvore, no meio do jardim, Deus disse:'Você não deve comer dela, nem deverá tocá-la, a fim de que não morra'". 
Assim sendo, ela parece ter sido isenta da culpa. Mas, por quanto tempo, ela continuou assim? "E a serpente disse à mulher: 'você certamente morrerá: Porque Deus sabe, que no dia em que dele você comer, seus olhos se abrirão, e você será como Deus, sabendo o bem e o mal'" (Gênesis 3:4-5). Aqui o pecado começa, ou seja, a descrença. 'A mulher estava iludida', diz o Apóstolo. Ela acreditou na mentira: Ela deu mais crédito à palavra do diabo do que à palavra de Deus. A descrença produziu o pecado efetivo: Mas 'o homem', como o Apóstolo observa, 'não foi ludibriado'. Como, então, ele veio a se unir com a transgressão? 'Ela deu ao seu marido, e ele comeu'. Ele pecou com seus olhos abertos. Ele se rebelou contra seu Criador, como é altamente provável, que:



"Através de nenhuma razão foi movido,

a não ser afetuosamente dominado

pelo encanto feminino"


E, se este foi o caso, não existe absurdo na afirmação daquele grande homem, 'Que Adão pecou no seu coração, antes de pecar exteriormente; antes que ele comesse o fruto proibido'; ou seja, através da idolatria interior; por amar a criatura mais do que o Criador.




SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

 "A raça humana está ligada a Deus mediante a fé na sua palavra como a verdade absoluta. Satanás, porque sabia disso, procurou destruir a fé que Eva tinha no que Deus dissera, causando dúvidas contra a palavra divina. Satanás insinuou que Deus não estava falando sério no que dissera ao casal. Noutras palavras, a primeira mentira proposta por Satanás foi uma forma de antinominianismo, negando o castigo da morte pelo pecado e apostasia. Um dos pecados capitais da humanidade é a falta de fé na Palavra de Deus. É admitir que, de certo modo, Deus não fala sério sobre o que Ele diz da salvação, da justiça, do pecado, do julgamento e da morte. A mentira mais persistente de Satanás é que o pecado proposital e a rebelião contra Deus, sem arrependimento, não causarão, em absoluto, a separação de Deus e a condenação eterna.
Satanás, desde o princípio da raça humana, tenta os seres humanos a crer que podem ser semelhantes a Deus, inclusive decidindo por conta própria o que é bom e o que é mau. Os seres humanos, na sua tentativa de serem 'como Deus', abandonam o Deus onipotente e daí surgem os falsos deuses. O ser humano procura, hoje, obter conhecimento moral e discernimento ético partindo de sua própria mente e desejos, e não da Palavra de Deus. Porém, só Deus tem o direito de determinar aquilo que é bom ou mau" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, p. 36). 





SÍNTESE DO TÓPICO III


O juízo de Deus veio sobre Adão, Eva e a serpente. 


Conseqüências do primeiro pecado:

Capítulo 3:7-24. Seguiram--se ao pecado resultados desastrosos, como um rio impetuoso. Não foram desproporcionalmente severos em comparação com o delito? Evidentemente, Deus havia provido tudo para o bem do homem e havia proibido uma única coisa. Ao ceder à voz de Satanás, o homem escolhia agradar-se a si mesmo, desobedecendo deliberadamente a Deus. Era um ato de egoísmo e rebelião inescusável. Em realidade, era atribuir a si o lugar de Deus.   



São as seguintes as conseqüências teológicas da queda:
 a) Adão e Eva conheceram pessoalmente o mal: seus olhos "foram abertos". As mentiras de Satanás estavam entrelaçadas com um fio de verdade. Adão e Eva chegaram a assemelhar-se a Deus, distinguindo entre o bem e o mal, porém seu conhecimento se diferencia do conhecimento de Deus em que o conhecimento deles foi o da experiência pecaminosa e contaminada. Deus, ao contrário, conhece o mal como um médico conhece o câncer, porém o homem caído conhece o mal como o paciente conhece sua enfermidade. A consciência deles despertou para um sentimento de culpa e vergonha. 

b)  Interrompeu-se a comunhão com Deus, e então fugiram de sua presença. O pecado sempre despoja a alma da pureza e do gozo da comunhão com Deus. Essa é a morte espiritual e cumpre, num sentido mais profundo, a advertência de que o homem morreria no dia em que comesse do fruto proibido (2:17). 

c) A natureza humana corrompeu-se e o homem adquiriu a tendência para pecar. Já não era inocente como uma criança, mas sua mente se havia sujado e ele sentia vergonha de seu corpo. Outra prova foi que lançou a culpa sobre outros; pois Adão chegou a insinuar que Deus era o culpado: "A mulher que me deste. . . me deu da árvore. . ." Este é o pecado original ou a natureza decaída do homem. 





E a mulher respondeu, cruamente declarando a coisa como ela era: 'A serpente me enganou, e eu comi'". "Ao que o Senhor Deus disse à serpente", para testificar Sua completa abominação ao pecado, através de um monumento permanente de seu desprazer, ao punir a criatura que fora meramente o instrumento dele: 'Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó, tu comerás todos os dias da tua vida – E eu colocarei inimizade entre ti e a mulher; e entre tua semente a semente da mulher: E esta te ferirá a cabeça, e tu feriras seu calcanhar'. Assim, no meio do julgamento Deus conservou a misericórdia, desde o começo do mundo; ligando a grande promessa da salvação com a mesma sentença da condenação! (Jonh Wesley)
  


Deus castigou o pecado com dor, sujeição e sofrimento. Um Deus santo não pode passar por alto a rebelião de suas criaturas. 

A mulher sofreria dores no parto e estaria sujeita a seu marido. Mas, estar sujeita a seu esposo é maldição? Não deve ter a família uma cabeça? Além do mais, não está aí uma figura da relação entre Cristo e a Igreja? (Efésios 5:22, 23). O mal consiste em que a natureza decaída do homem torna-o propenso a abusar de sua autoridade sobre a mulher; do mesmo modo que a autoridade do marido sobre a mulher pode trazer sofrimento, o desejo feminino a respeito de seu esposo pode ser motivo de angústia. O desejo da mulher não se limita à esfera física, mas abrange todas as suas aspirações de esposa, mãe e dona-de-casa. Se o casamento fracassa, a mulher fica desolada. Toda a raça e a própria natureza ainda continuam sofrendo como conseqüência do juízo pronunciado sobre o primeiro pecado. O apóstolo Paulo fala poeticamente de uma criação que "geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Romanos 8:22).



Tal era o homem, com respeito à sua parte corpórea, quando ele saiu das mãos de seu Criador. Mas, desde que ele pecou, ele não é apenas pó, mas um pó mortal, corruptível. E, através da triste experiência, nós nos certificamos que este 'corpo corruptível pressiona a sua alma para baixo'. 
'E ao pó, tu retornarás'. Quão admiravelmente bem, o sábio Criador assegurou a execução de sua sentença sobre toda a descendência de Adão! É verdade que Ele se agradou de fazer uma exceção a regra geral, no mesmo início dos tempos, em favor de um homem eminentemente religioso. Então nós lemos em (Gênesis 5:23-24) 'E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos. E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou'; depois de Enoque ter 'caminhado com Deus', trezentos e sessenta e cinco anos, 'ele não se foi; porque Deus o arrebatou': Ele o isentou da sentença passada a toda carne, e o levou vivo ao céu. 
Muitas décadas depois, Ele se agradou de fazer a segunda exceção; ordenando ao Profeta Elias para ser levado ao céu, em uma carruagem de fogo,  muito provavelmente, por um comboio de anjos, assumindo aquela aparência. 

 Mas o Criador pode menosprezar a obra de suas próprias mãos? Certamente que é impossível! Ele pode, então, providenciar um remédio para todos esses males, vendo que tão somente Ele é capaz disto? Sim, verdadeiramente Ele pode! E um medicamento suficientemente adequado, em todos os sentidos, para a enfermidade. 

Ele tem cumprido sua palavra: tem permitido 'à semente da mulher, pisotear a cabeça da serpente'. -- 'Deus amou tanto o mundo, que Ele deu seu Unigênito, para que todo aquele que Nele cresse, não perecesse, mas tivesse a vida eterna'. Aqui está um remédio preparado para todas as nossas culpas: Ele 'carregou todos os nossos pecados em seu corpo no madeiro'. E 'se alguém pecou, nós temos um Advogado com o Pai, Jesus Cristo, o justo'. E aqui está o remédio, para todas as nossas enfermidades, toda a corrupção de nossa natureza. Porque Deus também, pela intercessão de seu Filho, nos deu seu Espírito Santo, para nos renovar 'no conhecimento', em sua imagem natural; -- abrindo os olhos de nosso entendimento, e nos iluminando com tal conhecimento, já que é requisito necessário para nosso Deus amável; -- e também em sua imagem moral, ou seja, 'retidão e santidade verdadeira'. E, supondo que isto seja feito, nós entendemos que 'todas as coisas' irão 'trabalhar juntas para nosso bem'. Nós sabemos, através de experiência, bem sucedida, que todas as maldades inatas mudam sua natureza, e voltam-se para o bem; que a tristeza, enfermidade, dor, todas provarão ser medicamentos, para curar nossa enfermidade espiritual. Todas serão para nosso proveito; todas irão tender para nossa vantagem inexprimível, fazendo com que sejamos mais amplamente 'parceiros de Sua santidade', enquanto permanecermos na terra; acrescentando tantas estrelas para aquela coroa que está reservada no céu para nós. (Jonh Wesley)



A primeira promessa de redenção: 

Capítulo 3:15. Uma vez decaído o homem, foi Deus quem o buscou antes que ele buscasse a Deus. Sempre tem sido assim: o Bom Pastor busca os perdidos. Gênesis 3:15 é o primeiro lampejo de salvação. Em Gênesis 3:14 encontramos a maldição sobre a serpente. Deus começa por amaldiçoá-la, mas em 3:15 é evidente que se dirige ao próprio diabo. Provocaria inimizade entre a semente da serpente (os que rejeitam a Deus através dos séculos, João 8:44), e a semente da mulher (a descendência piedosa de Eva). Esta inimizade tem sido e será perpétua, desde a época de Abel até à segunda vinda de Cristo. Um dos descendentes piedosos daria um golpe mortal ao inimigo, porém sairia ferido (considera-se que um ferimento na cabeça é fatal, porém no calcanhar não o é). E uma promessa messiânica que se cumpriu no Calvário (Hebreus 2:14, 15). 
A redenção prometida em Gênesis 3:15 chegou a ser o assunto da Bíblia. Foram Adão e Eva salvos espiritualmente? A Bíblia parece indicá-lo de maneira afirmativa. Adão creu na promessa de redenção, pois deu à sua esposa o nome de "Eva" (vida). Provavelmente, confiou que, por meio dela, viria o Libertador prometido. Parece que ela também tinha fé, pois deu a seu primeiro filho o nome de "Caim" (adquirir ou possessão). E provável que Eva tenha pensado que Caim seria o Redentor prometido por Deus. O Senhor respondeu à fé do casal, provendo-os de túnicas de pele para cobrir-lhes a nudez. Pode ser que isso indique a origem divina do sacrifício, e prefigure o manto de iustiça provido mediante a morte de Jesus? Podemos concluir deste relato que a fé nas promessas de Deus é, desde o princípio, o único meio de sermos aceitos pelo Senhor. (Paul Hoff)



 "Os pecados estão refletidos nas punições, as quais foram aplicadas em partes. A serpente foi amaldiçoada. A serpente posou como supremamente sábia, mas sua maneira de se locomover sempre seria símbolo de tal humilhação. A frase 'sobre o teu ventre' não significa que a serpente tinha originalmente pernas e a perdeu no momento em que a maldição foi imposta, mas que seu modo habitual de locomoção tipificava seu castigo. A frase 'pó comerás' é idiomaticamente equivalente a 'tu serás humilhado' (cf. Sl 72.9; Is 49.23), onde a frase 'lamberão o pó' tem claramente este significado. O castigo envolveria inimizade, hostilidade entre as pessoas. A semente da serpente, que Jesus relaciona aos ímpios (Mt 13.38,39; Jo 8.44), e a semente da mulher, têm ambas sentido fortemente pessoal. 
O castigo da mulher seria o oposto do 'prazer' que ela procurou no versículo 6. Ela conheceria a dor no parto, que é bem diferente do novo tipo de vida que ela tentou alcançar pela desobediência. Igualmente, a futura ligação do seu desejo ao seu marido era repreensão à sua decisão de buscar independência.
Deus pôs uma maldição diretamente na terra em vez de colocá-la no homem. Adão foi comissionado a trabalhar com a terra, mas não seria por puro prazer "(Comentário Bíblico Beacon. Vol. 1. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 40).



CONCLUSÃO

Deus não foi apanhado de surpresa pela Queda de Adão, pois o Cordeiro, em sua presciência, já havia sido morto desde a fundação do mundo (Ap 13.8). Nossos primeiros pais, de fato, pecaram, mas Deus prometeu redimir toda a humanidade pelo sangue de Cristo, pois Jesus morreu por todos (Jo 1.29). Na genealogia de Jesus, registrada por Lucas, Adão é chamado de filho de Deus (Lc 3.38). Maravilhosa graça!

Portanto, apesar da aparente vitória do pecado, o Senhor Jesus, o segundo Adão, veio para resgatar-nos das mãos de Satanás: "Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo" (1 Co 15.22).  Somente Jesus Cristo pode-nos resgatar do pecado.



Rivaldo Nascimento.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 3 - E DEUS OS CRIOU HOMEM E MULHER - EBD - 4º Trimestre de 2015







TEXTO ÁUREO

E de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando 

os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação.
(Atos 17.26)


VERDADE PRÁTICA

Deus nos criou à sua imagem e semelhança, para que o amemos e vivamos para a sua glória.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Gênesis 2.7,18-24

7 - E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
18 - E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
19 - Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
20 - E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.
21 - Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22 - E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23 - E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

24 - Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.


OBJETIVO GERAL

Evidenciar o fato de que Deus criou o homem e a mulher.



PONTO CENTRAL

Homem e mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus.


INTRODUÇÃO:

Usaremos como introdução o comentário do Ensinador Cristão, que começa com a seguinte pergunta:



Qual a origem do homem? 



É a grande pergunta da filosofia, da ciência e da religião. É a pergunta que nenhum postulado chegou a responder satisfatoriamente esta perguntra, no que diz respeito aos seus mínimos detalhes. A Teologia, a partir dos seus postulados sistemáticos, tenta dar conta da origem da vida em seus detalhes. A filosofia, com suas divagações e argumentações lógicas e complexas, realiza uma das mais bem elaboradas respostas, dentro da capacidade humana, para se chegar a bom termo sobre o início da vida humana, mas igualmente insatisfatória. A ciência, com a tecnologia, experiências em laboratórios e grandes postulados de seus teóricos, procura perscrutar ao máximo o mistério da vida. 

Entretanto, no fim de todas as coisas, a palavra aos Hebreus é definitiva para quem crê: "Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11.3). Imaginemos se fosse possível explicar adequadamente a origem da vida, como se deu e se desenvolveu? Ainda assim, o "start" (início) de todas as coisas ficaria sem explicação para os cientistas, pois a ciência apenas tem a possibilidade de explorar o mundo material; o que é transcendental, e até mesmo o quântico, ela não consegue prescrutar. A fé, como expõe o escritor aos Hebreus, afirma que "os mundos" foram criados por Deus; isto é, tudo - não só a terra, mas o que está completamente fora do alcance do olhar humano - foi criado por Deus. 
Por isso, não podemos ter uma posição excludente entre a fé e a ciência. Gênesis não é um livro de ciência, mas de fé. Ali Deus revelou ao ser humano o início de todas as coisas. O que cabe à ciência? Pesquisar e explorar o aspecto material dessa criação divina, e reconhecendo os seus próprios limites, como os primeiros grandes cientistas da humanidade, que foram cristãos e, ao mesmo tempo, grandes cientistas. 


SÍNTESE DO TÓPICO I

O homem foi criado do pó da Terra e recebeu de Deus o fôlego da vida. 




Vejamos o que o livro "A Bíblia Responde" publicada pela CPAD, em 1983 nos ensina sobre a criação do homem:


IMAGEM E SEMELHANÇA
"Como explicar a expressão "imagem e semelhança de Deus, em Gn 1.27?"
Inicialmente, temos de entender que se trata da parte imaterial, e não material. "Imagem e semelhança" se manifesta no ser imaterial (espiritual), através da parte material. Lembremos o seguinte: a repre­sentação da parte imaterial do homem representa a parte espiritual.
A Bíblia declara que o corpo (parte ma­terial) do homem foi feito pelo ato direto e imediato de Deus, como o próprio texto alude em Gênesis 2.7: "então Deus formou o homem do pó da terra". Entretanto, no texto anterior (Gn 1.26,27), a Bíblia diz que Deus o criou "à sua imagem e seme­lhança; à imagem de Deus o criou". Este texto não declara que a parte imaterial foi criada, pois a parte espiritual foi outorga­da ao homem através do sopro divino, tor­nando a parte criada em "alma vivente". A parte imaterial se originou do homem mediante um "ato de transmissão", e não, por um "ato de criação".
É esta parte imaterial que dignifica o homem e o torna superior no universo. Quando a Bíblia declara: "Façamos o ho­mem à nossa imagem e semelhança", a colocação plural do verbo indica o nome do Criador, que no original hebraico aparece como "Elohim" e significa literalmente "deuses". Mas como a Trindade celestial não se apresenta no plural, mas no singu­lar, entendemos que "Elohim'' indica a Trindade em ação, isto é, os três em um só. As três pessoas da Trindade não são três deuses, mas um só Deus em três pes­soas. As três pessoas da Trindade toma­ram parte da criação do homem, e cada uma das pessoas, suficientemente em si mesma, deu a sua parte nessa criação. Por isso, Deus Pai é "Elohim" e Deus Espírito Santo é "Elohim" e Deus Filho (Jesus) é "Elohim".
A criação do homem é o apogeu da obra criadora. É a Trindade quem declara, sem qualquer intervenção ou consulta feita aos anjos: "a nossa imagem, conforme a nossa semelhança: v.26. São sinônimos os subs­tantivos, e se compreendem em face do pa­ralelismo da poesia hebraica. Trata-se de uma semelhança natural e moral, "e domine...", v.26. É desta semelhança com Deus que deriva todo o domínio do homem sobre as criaturas.
O pecado manchou essa imagem no ho­mem. Somente a obra expiatória de Cristo pode recuperá-la mediante arrependimen­to dos pecados e a aceitação da obra expia­tória de Cristo. Assim, quando o homem se torna "uma nova criatura em Cristo", pelo arrependimento (2 Co 5.7), essa "imagem e semelhança divina", que estava manchada pelo pecado (1 Jo 1.7), é recuperada integralmente em Cristo Jesus, mediante a obra remidora do Calvário.



Vamos ver algumas coisas dignas de nota com relação a criação do homem, conforme comentários de alguns comentaristas:

1) Do pó da terra – O corpo do homem foi criado do pó da terra (v 7). É interessante que o homem foi criado do mesmo material usado para se fazer vasos. Isso porque a intenção de Deus era que o homem deveria ser o vaso onde ele iria depositar Sua presença e Suas riquezas (2 Co 4.7).

2) O Espírito Humano - Ao soprar o fôlego de vida nas narinas do homem (v 7), Deus estava pondo dentro dele aquilo que nenhum outro ser vivo tem, o espírito humano. Por ser algo soprado pelo próprio Deus e ser uma parte dEste, o espírito humano capacita o homem a ter comunhão com Deus, pois Deus é espírito (Jo 4.24). O homem é composto de espírito, alma e corpo (I Ts 5.23).

3) Um Lugar de Prazer – Para o homem viver, Deus criou um jardim na região chamada Éden. Esta palavra quer dizer “prazer”. Creio que este jardim representa o centro a vontade de Deus. Neste jardim havia toda sorte de árvores frutíferas e um rio para regá-lo. Sempre que estamos no centro da vontade de Deus podemos contar com frutos, pois Deus não gosta de esterilidade (Sl 1.3). Também contaremos com o rio do Espírito que jorrará através de nós (Jo 7.38) e nos tornaremos uma bênção para os outros. O centro da vontade de Deus é um lugar de “prazer”, de satisfação. E isso mesmo com lutas e provações.

4) As Duas Árvores - Duas árvores foram postas no meio do paraíso, a árvore da vida e a árvore da ciência do bem e do mal (v 9, 10). Uma trazia vida e a outra trazia morte. Elas foram colocadas ali para mostrar que o homem foi criado com livre arbítrio e não como um robô. Deus avisou das conseqüências de se comer cada uma delas, mas cabia ao homem escolher o caminho que deveria seguir. Deus quer uma obediência movida pelo amor e pela confiança. Por isso deu ao homem a liberdade de escolher entre a vida e a morte (Dt 30.19).
Estas duas árvores também nos falam de dois tipos de conduta: um guiado pela vida de Deus (fazer o que Deus manda), o outro guiado pelo conhecimento (fazer algo guiado pela noção do certo e do errado). O primeiro traz vida enquanto o segundo traz morte.

5) Proteger e guardar – Deus deu ao homem o trabalho de cultivar e guardar o jardim no qual ele foi colocado. Cultivar diz respeito a trabalhar nele para que ele sempre estivesse produzindo e multiplicando seus frutos. Vigiar dizia respeito a estar atento para que o inimigo não penetrasse nele. É o mesmo que Deus espera de nós em relação a tudo o que ele nos dá. Ele quer que zelemos para que o que ele nos dá se multiplique. Ele exige de nós muita vigilância para que o nosso inimigo não ache brecha em nós e venha a nos roubar.

6) Sua Outra metade – Deus disse que não era bom que o homem vivesse só. Por isso resolveu criar-lhe uma companheira. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduz assim o versículo 18: “Depois o SENHOR disse: —Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade”. A não ser que o homem tenha o dom de ficar solteiro, Deus quer lhe dar sua outra metade. Mas para que Ele possa fazer isso, primeiro o homem tem que fazer o que Adão fez: “ele caiu num sono profundo” (Gn 2.21). Isso fala de descansarmos em Deus. Quando o homem começa a sentir o peso da solidão e ao invés de descansar em Deus ele se afoba, ele pode até encontrar alguém, mas não alguém segundo o propósito de Deus. A outra metade só vem quando o homem está no descanso de Deus (Sl 37.4).
7) Cristo e a Igreja - Mais uma coisa digna de nota é o fato de Eva ter sido criada a partir de Adão (v 21, 22). Ela foi tirada dele. Isso faz dela um tipo da igreja. Igreja não é algo que sai da vontade do homem, nem da vontade da carne. Só é igreja aquilo que sai de Cristo, que nasce do seu coração.

Veremos também, o que o autor do Livro O Pentateuco, Paul Hoff, nos fala sobre a criação e imagem de Deus:

O homem foi feito à imagem de Deus, portanto tem grande dignidade. Que significa "a imagem de Deus" no homem? Não se refere a seu aspecto físico, já que Deus é espírito, e não tem corpo. A imagem de Deus no homem tem quatro aspectos: 
a) somente o homem recebeu o sopro de Deus, e portanto tem um espírito imortal, por meio do qual pode ter comunhão com Deus; 

b) é um ser moral, não obrigado a obedecer a seus instintos, como os animais, porém possui livre-arbítrio e consciência; 

c) é um ser racional, com capacidade para pensar no abstrato e formar idéias;

d) à semelhança de Deus, tem domínio sobre a natureza e sobre os seres vivos. "Havia de ser o representante de Deus, investido de autoridade e domínio, como visível monarca e cabeça do mundo."

Alguém observou que o homem tem espírito para ter comunhão com Deus; vontade para a ele obedecer, e corpo para servi-lo. O Novo Testamento acentua os aspectos espirituais e morais da imagem de Deus no homem, tais como conhecimento espiritual, justiça e santidade. O grande propósito que Deus deseja realizar mediante a redenção é restaurar esta imagem no homem, até que seja perfeita, como se observa em Cristo (Romanos 8:29; Colossenses 3:10; 1  João 3:2). Deus descansou no sétimo dia, não no sentido de terminar toda a atividade, mas no de terminar a atividade criadora (João 5:17). Observando o dia de repouso, os homens lembram-se de que Deus é o Criador, e reservam tempo para prestar-lhe culto.


Conforme Uma Análise de Gênesis a Apocalipse diz que 'Adão' é uma palavra hebraica, o nome do primeiro homem, mas também é o termo bíblico para humanidade. O homem sozinho foi direta e indiretamente formado pelo Senhor, que lhes deu o fôlego da vida (2.7); criado à imagem e semelhança de Deus (1.26,27); dado a ele o direito de governar a criação como representante de Deus (1.26, 28-30); moralmente responsável para obedecer às ordens de Deus; e dado uma natureza que requer intimidade, relacionamento com Deus e as pessoas" (RICAHRDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 26).





SÍNTESE DO TÓPICO II

A mulher foi criada a partir da costela de Adão o que mostrar que ambos têm a mesma origem, o pó da Terra. 

Paul Hoff, nos fala sobre a criação da mulher que Deus proveu a Adão de uma companheira idônea, instituindo assim o matrimônio. Neste capítulo encontra-se, em forma embrionária, o ensino mais avançado dessa relação. O propósito primordial do matrimônio é proporcionar companheirismo e ajuda mútua: "Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea [semelhante ou adequada] " (2:18). 
O comentarista Matthew Henry observa que a mulher não foi formada da cabeça do homem, para que não exerça domínio sobre ele; nem de seus pés, para que não seja pisada, mas de seu lado, para ser igual a ele, para ter a mesma natureza e origem, e de perto de seu coração, para ser amada por ele. A mulher deve ser uma companheira que compartilhe a responsabilidade de seu marido, reaja com compreensão e amor à natureza dele, e colabore com ele para levar a cabo os planos de Deus. 

 No Comentário Bíblico Beacon, CPAD, p. 38, com relação a costela diz que pode significar o osso e a carne que a envolve. É a parte do corpo mais próximo do coração, que para os hebreus era o lugar dos afetos. A mulher não foi feita de substância inferior.

Para acentuar a singularidade deste ato, ele nos mostra que é usado um verbo  hebraico diferente (yiben), que significa "construir", detalhe completamente perdido na palavra traduzido por formou.

De imediato, Adão viu a conveniência desta ajudante. Ela era parte íntima dele, ossos dos meus ossos e carne da minha carne e, desta forma, adequada para ele. Mas ele também demonstrou sua posição de autoridade ao lhe dar um nome.

Com efeito, esta foi a instituição da relação matrimonial. Deste o princípio, Deus quis que o casamento fosse exclusivo e íntimo. Não era simplesmente para a mulher agarrar-se ao homem como um apêndice. Para deixar clara a responsabilidade do homem, Deus ordenou que o homem se apegasse à sua mulher no compromisso mútuo da verdadeira união. 

O casamento tem de permanecer irrompível ao longo da vida, pois foi dito: E serão ambos uma carne, ou seja, uma identificação completa entre si. E nisto eles  não se envergonhavam.


Conforme Uma Análise de Gênesis a Apocalipse diz que: "1."Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de Deus, não um produto da evolução. O homem e a mulher, igualmente foram criados à 'imagem' e 'semelhança' de Deus. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso conhecendo a Deus e obedecendo-o. Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência moral e plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, sua semelhança moral com Deus foi desvirtuada. Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original. Adão e Eva possuíam semelhança natural com Deus. Foram criados como seres pessoais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e livre-arbítrio. Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher retrata a imagem de Deus, o que não ocorre no reino animal. Deus pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visualmente a eles e a forma que seu Filho um dia viria a ter. O fato dos seres humanos terem sido feitos à imagem de Deus não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e dependente de Deus. Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, p. 33). 
2. "Uma linda tradição judaica observa que Deus não tirou Eva do pé de Adão, para que ele não tentasse dominá-la; ou da sua cabeça, para que ela se visse acima. Em vez disso, Deus tirou Eva da costela de Adão, para que os dois pudessem caminhar ao longo da vida" (RICAHRDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 26).



SÍNTESE DO TÓPICO III

Deus instituiu o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel. 


Mais uma vez Paul Hoff diz que a união do homem com a mulher deve ser monógamo, pois Deus criou uma só mulher para o homem; deve ser exclusivista, ou seja, um relacionamento heterossexual, porque "deixará o varão o seu pai e a sua mãe"; deve ser uma união estreita e indissolúvel: "apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne". Deus, em sua infinita sabedoria, instituiu o lar para formar um ambiente ideal em que os filhos possam ser criados cabalmente em todos os aspectos: física, social e espiritualmente. Ensina-se a igualdade e dependência mútua dos sexos. "Nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão" (I Coríntios 11:11). Um não é completo sem o outro. 

E a célebre pergunta sobre as 300 princesas e 700 concubinas do Rei Salomão?


É digno de nota o comentário do Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia / Norman Geisler, Thomas Howe; traduzido por Milton Azevedo Andrade. — São Paulo: Mundo Cristão, 1999.


1 REIS 11:1 - Por que Deus permitiu que Salomão tivesse tantas mulheres, se ele condena a poligamia?
PROBLEMA: Em 1 Reis 11:3, lemos que Salomão tinha 700 mulheres e 300 concubinas. Mas as Escrituras repetidamente nos advertem contra manter mais de uma mulher (Dt 17:17) e violar o princípio da monogamia - um homem para uma mulher (cf. 1 Co 7:2).
SOLUÇÃO: A monogamia é o padrão de Deus para os homens. Isso está claro nos seguintes fatos: 

(1) Desde o princípio Deus estabeleceu este padrão ao criar o relacionamento monogâmico de um homem com uma mulher, Adão e Eva (Gn 1:27; 2:21-25). 

(2) Esta ficou sendo a prática geral da raça humana (Gn 4:1), seguindo o exemplo estabelecido por Deus, até que o pecado a interrompeu (Gn 4:23). 

(3) A Lei de Moisés claramente ordena: "Tampouco para si multiplicará mulheres" (Dt 17:17). 

(4) A advertência contra a poligamia é repetida na própria passagem que dá o número das muitas mulheres de Salomão (1 Reis 11:2): "Não caseis com elas, nem casem elas convosco".

(5) Jesus reafirmou a intenção original de Deus ao citar esta passagem (Mt 19:4) e ao observar que Deus "os fez homem e mulher" e os juntou em casamento. 

(6) O NT enfatiza que "cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido" (1 Co 7:2). 

(7) De igual forma, Paulo insistiu que o líder da igreja deveria ser "esposo de uma só mulher" (1 Tm 3:2; 12). 

(8) Na verdade, o casamento monogâmico é uma prefiguração do relacionamento entre Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32).

A poligamia nunca foi estabelecida por Deus para nenhum povo, sob circunstância alguma. De fato, a Bíblia revela que Deus puniu severamente aqueles que a praticaram, como se pode ver pelo seguinte: 

(1) A primeira referência à poligamia ocorreu no contexto de uma sociedade pecadora em rebelião contra Deus, na qual o assassino “Lameque tomou para si duas esposas" (GN 4:19,23). 

(2) Deus repetidamente advertiu ou polígamos quanto às conseqüências de seus atos: “para que o seu coração se não desvie" de Deus (Dt 17:17; cf. 1 Rs 11:2). 

(3) Deus nunca ordenou a poligamia - como o divórcio, ele somente a permitiu por causa da dureza do coração do homem (Dt 24:1; Mt 19:8). 

(4) Todo praticante da poligamia na Bíblia, incluindo Davi e Salomão (1 Crônicas 14:3), pagou um alto preço por seu pecado. 

(5) Deus odeia a poligamia, assim como o divórcio, porque ela destrói o seu ideal para a família (cf. Ml 2:16).

Em resumo, a monogamia é ensinada na Bíblia de várias maneiras: 
(1) pelo exemplo precedente, já que Deus deu ao primeiro homem apenas uma mulher; 
(2) pela proporção, já que as quantidades de homens e mulheres que Deus traz ao mundo são praticamente iguais; 
(3) por preceito, já que tanto o AT como o NT a ordenam (veja os versículos acima); 
(4) pela punição, já que Deus puniu aqueles que violaram o seu padrão (1 Rs 11:2); e 
(5) por prefiguração, já que o casamento de um homem com uma mulher é uma tipologia de Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32). Apenas porque a Bíblia relata o pecado de poligamia praticado por Salomão, não significa que Deus a aprove.


Estatísticas dos países que são favor a poligamia e a monogamia


https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a8/Legality_of_polygamy.png


  Poligamia permitida e praticada   Poligamia proibida, mas a prática não é totalmente ilegal   Poligamia completamente proibida   Estado legal desconhecido




10 motivos para ser a favor da monogamia 

Na medida que estávamos pesquisando sobre o casamento, verificamos que na prática, no dia a dia, a monogamia só trás benefício para a humanidade, motivo este que o Deus poderoso assim o quis e fez. veremos pelo menos 10 motivos para cumprir a vontade de Deus:  

1- Propriedade privada

Os cientistas dizem que o ser humano não é biológicamente monogâmico, eles não entendem que após o pecado e a corrupção do gênero humano, em virtude da desobediência, é que o homem passou a ser infiel. Por isso Deus criou mecanismos para ensinar o casal a serem fiéis, como é o caso do casamento. Se compararmos sociedades monogâmicas com outras, veremos que evidentemente têm menos filhos, criando condições para uma maior concentração dos bens. Na Roma Antiga, escravos eram ensinados a participar de orgias; escravas ficavam grávidas de desconhecidos; não havia como repassar os bens dos escravos, não tendo eles filhos legítimos para a herança.
Com a chegada do cristianismo, a liberalidade sexual foi condenada e os escravos puderam casar como seus donos, podendo assim repassar seus bens a suas proles. O que extraímos disso é que o relacionamento monogâmico protege o direito de propriedade privada.
Um homem com várias mulheres terá sua chance de ter muitos filhos. Logo, um homem com muitos filhos não terá como criar e educar muitos filhos como faria com poucos. Famílias com poucos filhos darão mais atenção as suas proles e terão mais recursos para educá-los melhor.

2- Egoísmo

Relações abertas são para uma pequena elite. É raro que pessoas altamente evoluídas não tenham o gene do ciúme para assim conseguirem navegar nas águas complicadas das relações com uma política de portas abertas. Geralmente, uma pessoa só propõe uma relação aberta se tem uma capacidade de ser fiel muito inferior ao amor que possui a sua satisfação sexual. A fidelidade é um sentimento nobre e não deve ser relativizado em virtude da busca incansável do prazer sexual gratuito.

3- Ânimo

Um rato quando colocado apenas com uma fêmea se torna lento e entediado; mas, quanto exposto a duas, seu ânimo é revigorado e seu vigor sexual aumenta. Da mesma forma, com o ser humano, a monogamia tem o fim de não nos fazer ser escravos de nós mesmo, uma vez que, com uma mulher só, teremos líbido reduzida e poderemos investir nosso tempo e esforços em outras atividades.
Já as mulheres tendem a ser menos propensas a poligamia que os homens devido a natureza dura e custosa que o parto tem para elas. Elas se veem obrigadas a escolher o parceiro mais cuidadosamente. Por isso a poliginia (estado de um homem casado simultaneamente com várias mulheres) é mais comum que a poliandria (estado de uma mulher casada simultaneamente com vários homens). Óvulos são mais caros que esperma.

4- Amor

É impossível amar duas, três, quatro pessoas da mesma forma que se ama uma. Há quem creia que seja impossível até mesmo amar verdadeiramente mais de uma pessoa. Logo, a relação monogâmica é a melhor relação para valorizar o amor. Além do mais, o amor é um estranho sentimento, que, além de nos diferenciar dos animais, faz com que muitos de nós concebamos a fidelidade. A monogamia é a expressão de uma união eterna entre duas pessoas que se amam, mesmo que sintam desejo por outrem. A monogamia está intrinsecamente ligada ou desejo de posse, no que poderíamos chamar de privatização sexual. Por isso existe o ciúme.

5- Responsabilidade

Monogamia não é fácil e não é para qualquer um. É preciso saber dizer não. Nem todos conseguem ter responsabilidade para um compromisso. Numa sociedade sem monogamia não há traição da mesma forma que numa sociedade sem lei não há crime. O fato do crime não ser punido não significa que ele não vai gerar consequências. A incidência de um erro não justifica a abolição de uma regra.

6– Riscos

A multiplicidade de parceiros aumenta a chance de disseminação de doenças venéreas. Numa sociedade monogâmica, cônjuges fiéis de maridos fiéis dificilmente serão contaminados por alguma doença venérias, enquanto que numa sociedade poligâmica as chances de infidelidade são multiplicadas pelo número de pessoas que estão nas famílias.

7- Normalidade

Sexo é um ato de cumplicidade que só deve ser feito por quem tem responsabilidade para arcar com suas consequências. Podemos perceber que as civilizações mais avançadas foram as que largaram a poligamia. O ideal é que o homem viva com uma mulher, construindo com ela seu patrimônio e cuidando dela e da prole. Isso é anatômico, lógico, normal, moral, instintivo e bom para a sociedade; ainda que não seja genético.

8- Matemática

Numa sociedade onde não existe monogamia, para cada homem rico com 10 mulheres, existem 9 com mulher alguma. Para cada homem com duas mulheres haveria um sem nenhuma. Por pior que possa ser, a monogamia colabora para que todos tenhamos chance de viver com uma mulher, só nossa, até a morte. Logo, monogamia é uma monotonia necessária.

9- Intimidade

A intimidade é algo importantíssimo numa relação. Melhor é ser muito íntimo de uma pessoa do que ser pouco íntimo de várias. Sexo pode melhorar com o tempo. A monogamia não é apenas sobre o casamento antes de tudo começa a ceder. A idade também pode significar que você começa a conhecer melhor o seu corpo, você se torna mais confortável em sua própria pele, deixar as inseguranças de menina para trás, e seu parceiro aprende seu corpo tão bem que poderia conduzi-lo com os olhos vendados. Com o tempo, você e seu parceiro podem descobrir rotas incalculáveis ​​para o seu lugar feliz. Por que você iria querer manter começar do zero e ter que quebrar o manual de instruções tudo de novo?

10- Desvantagens

Um mundo poligâmico um homem com 2 mulheres terá necessariamente 2 sogras e ai por diante. Além do número proporcional de sogras, o monoteísmo dá estabilidade a sociedade. Você realmente acha que as pessoas com total liberdade iriam fazer o que é melhor para a coletividade. Um terceiro fator é que numa sociedade sem fidelidade, existe uma imensa probabilidade do homem carregar e cuidar de uma mulher grávida sem saber se o filho é ou não dele. 


Lawrence Richards nos diz que: 'A frase 'adjutora' tem sido frequentemente mal-entendida e usada para manter uma visão distorcida do casamento. A palavra no original, ezer, significa 'um apoio', 'uma ajudadora', ou 'uma assistente'. Isso não implica subordinação, pois a mesma palavra é usada para descrever Deus como auxílio do homem. O conceito decididamente sustenta as características da mulher como ajudadora.  Somente uma que é 'osso dos meus ossos e carne da minha carne' poderia, de fato, ir ao encontro da mais profunda necessidade de outro. Na sua original concepção, então, o casamento era a união de um homem e uma mulher, iguais perante Deus, que se completavam por meio do respeito de um para com o outro, comprometidos com a ajuda mútua" (RICAHRDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 26).

CONCLUSÃO


Em meio a tantas mentiras e falsas teorias, apregoemos com urgência que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Não somos produto de nenhum processo evolutivo, mas de um ato criativo de Deus. O ser humano, criado no sexto dia, tem a obrigação de glorificar o Autor e Preservador da vida.

Rivaldo Nascimento