terça-feira, 27 de outubro de 2015

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 5 - CAIM ERA DO MALIGNO






TEXTO ÁUREO

"[...] Que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão [...]."
(1 Jo 3.11,12)




VERDADE PRÁTICA

Quem ama de verdade não se
deixa dominar nem pela inveja 
nem pelo ódio.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 4.1-10

1 - E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão. 
2 - E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. 
3 - E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. 
4 - E Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e para a sua oferta. 
5 - Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante. 
6 - E o SENHOR  disse a Caim: Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante? 
7 - Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás. 
8 - E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou. 
9 - E disse o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão? 
10 - E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra. 


OBJETIVO GERAL

Conscientizar dos perigos de se deixar dominar pela inveja e pelo ódio.


PONTO CENTRAL

O coração de Caim era mau, por isso, Deus rejeitou a sua oferta.  



INTRODUÇÃO:

Qual o caminho que você deseja trilhar: o de Caim ou o de Jesus? 

O Ensinador Cristão nos diz que o capítulo 4 do livro do Gênesis apresenta a consumação do pecado e sua história de implicações práticas para o gênero humano. O assassinato de Abel por seu irmão, Caim, é o símbolo do alcance do mal quando este domina o coração humano. E o consequente banimento de Caim da presença de Deus mostra o quanto o homem se afasta da presença do Altíssimo quando decide em seu coração fazer o mal. 

O caminho de Caim se torna o caminho de todos nós, quando desejamos em nosso coração a vingança, o "dar o troco", o revide, ou seja, tudo o que passa na contramão do filtro de Jesus Cristo: ame o vosso inimigo. 
Tudo começa bem na vida do ser humano. Assim, Caim nasceu e cresceu numa família que devotava a vida a Deus, tanto que a sua mãe, Eva, devotou a Deus ação de graças: "Alcancei do Senhor um varão" (Gn 4.1). A vida de Caim para os seus pais era uma bênção de Deus. Um presente. 
Adulto, Caim tornara-se um agricultor, pois trabalhava a terra, administrava-a e assim cumpria o plano de Deus estabelecido para a humanidade (Gn 1.26-28). Fazendo assim, Caim obedecia a Deus. Até que, num belo dia, o ciúme, a inveja e o desejo egoístico tomaram o coração de Caim. Seu sacrifício fora rejeitado por Deus e o de seu irmão, aprovado e aceito por Ele. A razão de o Senhor aceitar o sacrifício de Abel e rejeitar o de Caim, embora não esteja totalmente claro nas Escrituras, pelo menos deixa claro que o Senhor olhava e olha com atenção e justiça para o interior do ser humano, de modo que nada lhe escapa o olhar divino. 
Caim não se achou aprovado, muito menos aceito, pelo olhar de Deus. Entretanto, essa reprovação de Deus não significava que Caim seria banido de sua presença, pois bastava outro sacrifício com a motivação correta, espontânea e voluntária que o Senhor não haveria de rejeitá-lo. Mas Caim não escolheu o caminho do bem. Ele matou o seu irmão covardemente. O resultado: Caim foi banido da presença de Deus. 
O caminho de Caim é muito fácil de trilhar. Basta dar vazão ao ódio, à inveja, ao rancor, à raiva e a tudo que não esteja de acordo com o nosso interesse. O caminho de Caim está a cada dia próximo de nós, quando rejeitamos considerar o nosso próximo superior a nós mesmos. O caminho de Caim está mais próximo das nossas vidas, quando procuramos fugir da realidade inventando desculpas para não fazermos a nossa parte com retidão. 


Champlin diz que nada havia no meio ambiente de caim que o tenha levado a matar seu irmão. O ato originou-se da maldade do íntimo. muito se erra na criminologia quando busca a causa dos crimes no meio ambiente adversos das pessoas, mas não a busca no íntimo pervertido do ser humano.

1. O sacrifício
Adão e Eva cultivavam o solo; Abel era pastor de olhe. Caim também cultivava o solo. Os irmão trouxeram suas ofertas a Deus. Caim as trouxe do fruto do seu trabalho do solo; e elas foram rejeitadas. Abel trouxe suas ofertas do rebanho; e elas foram aceitas por Deus. 
A maioria dos intérpretes vê nisso um prenúncio dos sacrifícios  de Cristo. De conformidade com isto o sacrifício de Caim representa o auto-esforço, o mérito humano, que parece bom aos nossos olhos, mais não é aceitável  diante de Deus. Isso dá a entender a necessidade da justiça mediante a fé, com base na expiação de Cristo. Não estão em foco apenas as ofertas de Caim e Abel, as próprias pessoas deles, pois lemos: "Agradou-se o Senhor de Abel e de sua oferta; ao passo que de Caim e sua oferta não se agradou" (Gn 4.4,5). Portanto, Deus, que lê os corações, viu as atitudes deles: a de Abel de auto-desistências e confiança na expiação de outrem; a de Caim de auto-suficiência e de confiança própria.   

2. A Ira de Caim.

A ira de Caim impeliu-o a matar. A enormidade de o seu crime se vê no fato de que matou a seu irmão. A ira é um dos pecados cardeais. Aparece na lista das obras da carne, na lista de Paulo, em Gl 5.20. A ira encontra-se na raiz de muitos atos irracionais, e quase sempre tem o egoísmo como sua base, e o ódio como sua motivação.

3. O Crime de Caim.

Embora repreendido por Deus, Caim resolveu dar vazão à sua maldade mediante um ato irracional de homicídio. Desde então, os homens têm satisfeito à sua vontade tirando a vida do próximo, o que mostra a extensão da queda. Quando Deus perguntou de Caim onde estava seu irmão, Abel, Caim indagou: "Não sei; acaso sou eu tutor de meu irmão?" (Gn 4.9). Pois, a lei do amor leva-nos a cuidar uns dos outros, como cuidamos, cada um, de nós mesmos. Negar que eu sou guardador de meu irmão é negar a essência da lei do amor.

4. O Castigo de Caim.

De certo modo, Caim recebeu a primeira sentença perpétua. Ele seria objeto de ódio, e outros haveriam de querer tirar-lhe a vida. Porém, ele escaparia. Em lugar disso, foi pronunciada contra ele uma maldição divina. Ele tornar-se-ia vagabundo e fugitivo à face da terra, pelo resto de seus dias, caçado e odiado pelos outros seres humanos.

5. A Marca de Caim.

Caim seria caçado pelos outros homens. Correria o risco permanente de ser morto. Deus, entretanto, não permitiria que ele fosse executado. Para garantir isso, foi posto uma marca em Caim. Alguns supõem que Deus lhe deu uma coloração negra à pele, porém, essa interpretação, além de ser mera especulação, só serve para fomentar preconceitos raciais. Outros dizem que poderia ser uma marca tribal, outros compreendem que o sinal era a promessa de Deus de que ele não seria morto. Não há como determinar a questão, por ausência de maiores informes bíblicos.

Veremos o que Paul Hoff nos fala sobre o desenvolvimento do pecado, promovido por Caim:

O desenvolvimento do pecado

Capítulo 4. O primeiro ato de violência relaciona-se com o culto religioso. Infelizmente, a história da humanidade está repleta de lutas, brutalidades e guerras motivadas pelo zelo religioso. O que deve unir os homens, tergiversa (Fugir do assunto principal, Enrolar) e os separa. 

Nota-se aqui que Satanás emprega o pecado para envenenar as próprias fontes de Deus. Por que Deus rejeitou a Caim e sua oferta e olhou com agrado para Abel e sua oferta? Havia pecado no coração de Caim: "Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas" (I João 3:12). 

Deus olha a atitude do ofertante, a qual é mais importante do que sua oferta. "Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício" (Hebreus 11:4), não de sua própria ideia, como Caim, mas um animal degolado, que cumpria o requisito de Deus. O culto de Caim era uma forma religiosa sem fé, mas Abel ofereceu a Deus seu coração, trazendo-se a si mesmo. Deus, não obstante, tratou a Caim com ternura, rogando-lhe que deixasse sua petulância infantil. 

A Bíblia de Jerusalém dá o sentido da advertência divina: "Mas se não estiveres bem disposto, não jaz o pecado à porta, um animal acuado que te espreita, podes acaso dominá-lo?" (4:7).

Caim tem de escolher entre dominar sua inveja, ou ser dominado e consumido por ela. Nega-se a defrontar-se com o pecado e é levado pela violência. Vê-se o desenvolvimento do mal. Atrás do fratricídio está o ódio, atrás do ódio a inveja, e atrás da inveja o orgulho ferido. 
A reação divina ante o primeiro homicídio demonstra que Deus inexoravelmente castiga o pecado, mas ao mesmo tempo é misericordioso. Figurativamente, o sangue de Abel clama por justiça Embora Deus dê a Caim a oportunidade de confessar sua falta, ele não o faz. Portanto, o Senhor o sentencia a sofrer uma maldição. 
Tem de ausentar-se de sua casa, seus trabalhos aumentam, e é condenado a perambular sem cessar. Apesar do coração impenitente de Caim, Deus lhe mostra misericórdia respondendo a seus rogos e dando-lhe um sinal para sua proteção. 

Um escritor do Novo Testamento adverte quanto a falsos irmãos: "Ai deles! porque entraram pelo caminho de Caim" (Judas 11). Parece que o "caminho de Caim" inclui prestar culto segundo as inclinações do homem natural, perseguir os crentes verdadeiros, recusar arrepender-se, e excluir a Deus de sua própria vida.10 O castigo de tais pessoas se traduz em habitar espiritualmente na terra de Node (errante), sem paz nem sossego, como o mar, cujas "águas lançam de si lama e lodo" (Isaías 57:20). 6. A primeira civilização: Capítulo 4:17-26. 

Os descendentes de Caim (desenvolveram a primeira civilização: Jabal adquiriu gado e é chamado pai da agricultura. Jubal inventou instrumentos de música, e é considerado o fundador das belas artes; Tubalcaim inventou ferramentas e armas, começando assim a indústria em embrião. Não obstante, era uma civilização que excluía a Deus. Lameque foi o primeiro polígamo, manchando a instituição divina do casamento. Sua impiedade chegou ao auge quando se vangloriou de sua violência no cântico da espada (4:23, 24). 
É evidente a ferocidade crescente da linhagem de Caim. Com isto, desaparecem da Bíblia todos os seus descendentes, pois já não ocupam lugar no plano divino. Parece que Satanás estava prestes a vencer pela força bruta, mas Deus levantou a Sete em lugar de Abel, para perpetuar a linhagem da mulher. Depois disto os homens invocavam publicamente o nome do Senhor.


Apresentaremos a seguir alguns perguntas e dúvidas que muitas vezes o ser humano faz, e veremos o que Norman Geisler - Thomas Howe explicam sobre estas perguntas:

1- Deus faz acepção de certas pessoas?

2- Por que Caim não sofreu a pena capital (de morte) pelo assassinato que cometeu?

3- Como foi que Caim conseguiu uma esposa?

4- Como Caim pôde casar-se com uma mulher de seu parentesco, sem cometer incesto?


1- GÊNESIS 4:5 - Deus faz acepção de certas pessoas?
PROBLEMA: Nas Escrituras, Deus é apresentado como alguém para quem "não há acepção de pessoas" (Rm 2:11), e como quem "não faz acepção de pessoas" (Dt 10:17). Contudo, a Bíblia nos diz que "de Caim e de sua oferta [Deus] não se agradou" (Gn 4:5), o que parece uma contradição.
SOLUÇÃO: Antes de mais nada, Deus não faz acepção alguma de quem quer que seja, respeitando cada um pelo que é, por ser uma criatura feita à sua imagem e semelhança (Gn 1:27). Não fosse assim, ele estaria desrespeitando a si próprio. Quando a Bíblia diz que Deus não faz acepção de pessoas, ela quer dizer que ele não demonstra parcialidade alguma na aplicação da sua justiça. Como diz Deuteronômio 10, Deus "não faz acepção de pessoas, nem aceita suborno" (v. 1.7). Em outras palavras, Deus é completamente justo e imparcial em seus procedimentos.
            Entretanto, há um sentido em que Deus discrimina algumas pessoas, por causa de seus atos perversos. Ele não se agradou de Caim e de sua oferta (Gn 4:5) porque ela não foi oferecida com fé (Hb 11:4). A Bíblia fala ainda que Deus aborreceu Esaú (Ml 1:3) e odiou a obra dos nicolaítas (Ap 2:6), não por causa da pessoa ou das pessoas, mas por causa dos atos delas. Como João disse aos crentes de Éfeso, eles deveriam odiar "as obras dos nicolaítas"(Ap 2:6). Deus ama o pecador, mas odeia o pecado.


2- GÊNESIS 4:12-13 - Por que Caim não sofreu a pena capital (de morte) pelo assassinato que cometeu?
PROBLEMA: No AT, os assassinos recebiam a pena capital pelo seu crime (Gn 9:6; Êx 21:12). Contudo, Caim não somente saiu livre, depois de matar seu irmão, como também foi protegido de qualquer vingança (Gn4:15).
SOLUÇÃO: Há várias razões pelas quais Caim não foi executado pelo seu crime capital. Primeiro, Deus não havia ainda estabelecido a pena de morte como instrumento do governo humano (cf. Rm 13:1-4). Somente depois de a violência ter enchido toda a terra, nos dias anteriores ao dilúvio, foi que Deus determinou: "Se alguém derramar o sangue do homem, pelo homem se derramará o seu; porque Deus fez o homem segundo a sua imagem" (Gn 9:6).
            Segundo, quem seria o executor de Caim? Ele acabara de matar Abel. A essa altura, apenas Adão e Eva tinham restado. Certamente Deus não iria apelar aos pais para que matassem o filho remanescente. Em face disso, Deus, que é soberano sobre a vida e a morte, como somente ele é (Dt 32:39), pessoalmente comutou a pena de morte de Caim. Entretanto, ao agir assim, Deus demonstrou a gravidade do pecado de Caim e deu-nos a entender que ele era digno de morte, ao declarar: "A voz do sangue de teu irmão clama [por vingança] da terra a mim" (v. 10). Não obstante, até mesmo Caim parece ter reconhecido que ele era merecedor da morte, e pediu proteção a Deus (v. 14).
            Finalmente, a promessa de Deus para proteger Caim da vingança incluía a pena capital para quem quer que tomasse a vida dele (cf. v. 15). Dessa forma, o caso de Caim é uma exceção que prova a regra, e que de forma alguma vai de encontro à pena de morte, tal como estabelecida por Deus (veja os comentários de João 8:3-11).


3- GÊNESIS 4:17 - Como foi que Caim conseguiu uma esposa?
PROBLEMA: Não havia mulheres com quem Caim se casasse. Havia apenas Adão, Eva (4:1) e seu irmão morto, Abel (4:8). Contudo, a Bíblia diz que Caim casou-se e teve filhos.
SOLUÇÃO: Caim casou-se com uma irmã (ou talvez com uma sobrinha). A Bíblia diz que Adão "teve filhos e filhas" (Gn 5:4). Com efeito, como Adão viveu 930 anos (Gn 5:5), ele teve muito tempo para ter muitos filhos e filhas! Caim pode ter se casado com uma de suas muitas irmãs ou, quem sabe, com uma sobrinha, se quando se casou seus irmãos e irmãs já tivessem filhas crescidas. Neste caso, obviamente, um de seus irmãos teria se casado com uma irmã.


4- GÊNESIS 4:17- Como Caim pôde casar-se com uma mulher de seu parentesco, sem cometer incesto?
PROBLEMA: Se Caim casou-se com uma irmã, isso é incesto, o que a Bíblia condena (Lv 18:6). Além disso, casamentos incestuosos com freqüência geram filhos geneticamente defeituosos.
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar, não havia imperfeições genéticas no começo da raça humana. Deus criou um homem (Adão) geneticamente perfeito (Gn 1:27). Os defeitos genéticos resultaram da queda e somente ocorreram com o passar de longos períodos de tempo.
            Em segundo lugar, nos dias de Caim não havia mandamento de Deus para que não se casassem com um parente próximo. Este mandamento (Lv 18) veio milhares de anos depois, nos dias de Moisés (cerca de 1500 a.C).
            Finalmente, já que a raça humana começou com um casal único (Adão e Eva), Caim não teria com quem se casar, a não ser com alguém de parentesco bem próximo, do sexo feminino (uma irmã ou sobrinha). 




I - CAIM, SEGUIDOR DE SATANÁS

1. A semente da mulher. O nascimento de Caim foi acolhido com ações de graças a Deus. Ao contemplar o filhinho, exclamou Eva: "Alcancei do Senhor um varão" (Gn 4.1). Eva considerou que seu primeiro filho foi um presente de Deus. A seguir, nasceu Abel, o segundo filho, e a partir daí a narrativa bíblica vai apresentar as profissões de cada um dos irmãos: Caim se tornou um lavrador, e Abel, um pastor.
Satanás, pelo que inferimos dos fatos, não teve muito esforço em aliciar o primeiro filho de Adão. Dessa forma, Caim entra para a História Sagrada como o primeiro discípulo declarado do Diabo, cuja lista seria longa e enfadonha: Faraó, Herodes, Stalin, e alguns contemporâneos nossos.  
  
2. O agricultor. Já homem feito, pôs-se Caim a trabalhar a terra, conforme o Senhor havia ordenado (Gn 1.26-28). E, pelo que depreendemos, ele foi muito bem-sucedido como agricultor. A Terra, embora amaldiçoada pela transgressão de seu pai, não lhe negou colheita alguma. Solo arável não lhe faltava naquele mundo sem fronteira. 

3. A apostasia de Caim. Apesar de seu sucesso profissional, Caim não se voltou a Deus em espírito e em verdade (Jo 4.23). Antes, deixou-se cooptar pelo Diabo. Este, sempre oportunista, fez daquele jovem o seu principal aliado, objetivando frustrar a redenção da humanidade.
Mas Satanás estava enganado. Embora sagaz, pouco sabia dos reais planos de Deus para a nossa salvação. Enquanto isso, ia o jovem Abel tangendo o seu gado na graça divina.


SÍNTESE DO TÓPICO I

Caim entrou para a história de uma maneira triste, ele se tornou o primeiro homicida da humanidade. 



SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

 "A história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva realça as repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Caim e Abel, tinham temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com plantas. Abel gostava de estar com animais. Ambos tinham uma disposição de espírito religioso.
Os filhos de Adão levaram sacrifícios ao Senhor, o primeiro incidente sacrificial registrado na Bíblia. Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura não quer dizer necessariamente que animais são superiores a plantas para propósitos sacrificiais. Por que atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta fica evidente à medida que a história se desenrola. A primeira pista aparece quase imediatamente. Caim não suportava que algum outro ficasse em primeiro lugar. A preferência do Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só Caim podia ser o 'número um'.
O Senhor não estava ausente na hora da adoração. Ele abordou Caim e lhe deu um aviso. Deus não o condenou diretamente, mas por meio de um jogo de palavras informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação é, literalmente, levantamento, e está em contraste com descaiu. Um olhar abatido não é companhia adequada de uma consciência pura ou de uma ação correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à introspecção e ao arrependimento" (Comentário Bíblico Beacon. 1.ed. Vol I.  Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 43).



II - O CULTO DE CAIM

A Escritura diz que, passado algum tempo, Caim e Abel trouxeram, do fruto do seu trabalho, uma oferenda ao Senhor.  


1. O sacrifício rejeitado. "E aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor" (Gn 4.3). É provável que ele tenha aprendido a cultuar a Deus com o seu pai, Adão, pelo menos, exteriormente. Do fruto de sua colheita, separou uma oferta ao Criador. Podem ter sido frutas, legumes ou cereais, oferendas válidas (Lv 23.10).
Abel também pôs-se a cultuar o Senhor, oferecendo-lhe as primícias do rebanho (Gn 4.4). Diz o texto sagrado que Deus atentou para o sacrifício de Abel, mas rejeitou o de Caim (Gn 4.5). O problema não estava na oferta, mas no ofertante. Tanto a oferta de animais, como a de frutos da terra, eram igualmente aceitáveis no culto divino. Não nos esqueçamos de que o Senhor viria a reprovar até mesmo a oferta animal ao tornar-se esta formal e impiedosa (Jr 6.20). 


2. A atitude interior reprovada. Por que o Senhor reprovou o sacrifício de Caim? Porque o seu culto não passava de uma mera formalidade. Como se não bastasse, apresentava-se a Deus com a alma tomada pelo ódio. Naquele instante, indaga-lhe o Senhor: "Por que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?" (Gn 4.6). Por esse motivo, recomenda-nos Paulo: "Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda" (1 Tm 2.8). 
Na Igreja de Deus não pode haver espaço para homens iracundos e contenciosos, que farão da obra do Senhor uma causa de ganho pessoal. Deus não se agrada de pessoas que agem dessa forma  


3. O pecado sempre presente. Se Caim o quisesse, poderia reverter aquela situação, dominando o seu coração homicida. Eis o que lhe aconselha o amoroso Deus: "Se bem fizeres, não haverá aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu desejo, e sobre ele dominarás" (Gn 4.7).
Caim racionaliza o seu pecado. Recusando-se a fazer o bem, permitiu que Satanás lhe tornasse mal o coração. Neste, o homicídio foi um processo que, germinado pela inveja, frutificou numa ira assassina (Tg 1.13-15). Se não quisermos pecar contra Deus, não permitamos que o pecado nos germine na alma. Arranquemos, pois, as ervas daninhas que Satanás nos lança no íntimo.


SÍNTESE DO TÓPICO II

O coração de Caim era mau, por isso, sua oferta foi rejeitada pelo Senhor. 


SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"'E irou-se Caim fortemente' (4.5). A ira de Caim mostra quão decidido ele estava em agir por conta própria, sem se submeter a Deus. A ira é uma emoção destruidora. Nunca poderemos nos desculpar por ter ofendido alguém dizendo: 'Tenho um temperamento agressivo'. Precisamos considerar a ira como pecado e conscientemente nos submeter à vontade de Deus" (RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p 28).



III -CAIM NÃO GUARDOU O SEU IRMÃO

O crime de Caim foi doloso. Além de mover um ódio doentio contra o irmão, dissimuladamente levou-o até a cena do crime, onde veio a matá-lo.

1. O crime. Narra o autor sagrado que, estando ambos no campo, longe dos olhos dos pais, Caim insurgiu-se contra Abel e o matou (Gn 4.8). Assassino dissimulado e cruel,  aproveitou-se da confiança de seu irmão para matá-lo. Esse fato deve nos servir de aviso: até que ponto estamos nutrindo sentimentos perniciosos contra nossos irmãos a ponto de planejar contra eles o mal ou coisa pior? Que Deus nos faça refletir sobre nossas atitudes e não nos deixe ser pessoas como Caim. 

2. O álibi. Quando inquirido por Deus acerca do paradeiro do irmão, Caim desculpa-se, como se estivesse noutro lugar, quando da morte de Abel: "Não sei; sou eu guardador do meu irmão?" (Gn 4.9). O seu álibi é energicamente destruído pelo justo Senhor: "Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra" (Gn 4.10).
Há muito sangue clamando no mundo. A pergunta não haverá de ser emudecida: "Onde está Abel, teu irmão?" (Gn 4.9). O que responderemos? De fato, somos chamados a demonstrar amor e respeito uns pelos outros, pois somos guardadores de nossos irmãos.  

3. A marca do crime. Como a administração da justiça ainda não havia sido delegada à comunidade humana, o Senhor põe um sinal em Caim, para que ninguém viesse reivindicar-lhe o sangue de Abel (Gn 4.15).
Caim, de fato, não foi penalizado com a morte, mas ficou marcado para o resto de seus dias, dando início a uma geração de assassinos, devassos e inimigos de Deus.  



SÍNTESE DO TÓPICO III

O ódio e a inveja levaram Caim a matar o seu irmão. 



SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

 "Caim foi amaldiçoado por Deus no sentido de Deus já não abençoar seus esforços para extrair da terra o seu sustento (vv. 2,3). Caim não se humilhou com tristeza e arrependimento diante de Deus, pois afastou-se do Senhor e procurou viver sem a sua ajuda (v. 16). 
O sinal na testa de Caim (4.15) talvez deva ser entendido como posto em Caim para assegurá-lo da promessa de Deus. Caim não sofreu pena de morte nesse tempo. Posteriormente, quando a iniquidade e a violência da raça humana tornou-se extrema na terra, a pena de morte foi instituída (9.5,6).
Caim e seus descendentes foram os cabeças da civilização humana até hoje desviada de Deus. A motivação básica de todas as sociedades humanistas está em superar a maldição, buscar o prazer e reconquistar o 'paraíso', sem submissão a Deus. Noutras palavras, o sistema mundial fundamenta-se no princípio da autorredenção da raça humana na sua rebelião contra Deus" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, p. 39).


CONCLUSÃO

O exemplo de Caim deve nos fazer lembrar de que precisamos ter uma vida íntegra diante de Deus e demonstrar amor e respeito para com o nosso próximo. 
Abel foi o primeiro crente a ser arrolado entre os heróis da fé. Quanto a Caim, foi o primeiro ser humano a ter o nome riscado do Livro da Vida.   
O que lhe faltava? Uma vida que agradasse a Deus e o exercício do amor fraternal. Quando não se ama como Jesus amou, o homicídio torna-se corriqueiro na vida do homem. Por isso, há tantos homicídios em nosso meio. Homicídios espirituais, morais e emocionais. Lembremo-nos das palavras de João: "Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas" (1 Jo 3.11,12).


Rivaldo Nascimento

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