quinta-feira, 15 de outubro de 2015

COMENTÁRIO DA LIÇÃO 3 - E DEUS OS CRIOU HOMEM E MULHER - EBD - 4º Trimestre de 2015







TEXTO ÁUREO

E de um só fez toda a geração dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando 

os tempos já dantes ordenados e os limites da sua habitação.
(Atos 17.26)


VERDADE PRÁTICA

Deus nos criou à sua imagem e semelhança, para que o amemos e vivamos para a sua glória.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE


Gênesis 2.7,18-24

7 - E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.
18 - E disse o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como diante dele.
19 - Havendo, pois, o Senhor Deus formado da terra todo animal do campo e toda ave dos céus, os trouxe a Adão, para este ver como lhes chamaria; e tudo o que Adão chamou a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.
20 - E Adão pôs os nomes a todo o gado, e às aves dos céus, e a todo animal do campo; mas para o homem não se achava adjutora que estivesse como diante dele.
21 - Então, o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas e cerrou a carne em seu lugar.
22 - E da costela que o Senhor Deus tomou do homem formou uma mulher; e trouxe-a a Adão.
23 - E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada.

24 - Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.


OBJETIVO GERAL

Evidenciar o fato de que Deus criou o homem e a mulher.



PONTO CENTRAL

Homem e mulher foram criados à imagem e semelhança de Deus.


INTRODUÇÃO:

Usaremos como introdução o comentário do Ensinador Cristão, que começa com a seguinte pergunta:



Qual a origem do homem? 



É a grande pergunta da filosofia, da ciência e da religião. É a pergunta que nenhum postulado chegou a responder satisfatoriamente esta perguntra, no que diz respeito aos seus mínimos detalhes. A Teologia, a partir dos seus postulados sistemáticos, tenta dar conta da origem da vida em seus detalhes. A filosofia, com suas divagações e argumentações lógicas e complexas, realiza uma das mais bem elaboradas respostas, dentro da capacidade humana, para se chegar a bom termo sobre o início da vida humana, mas igualmente insatisfatória. A ciência, com a tecnologia, experiências em laboratórios e grandes postulados de seus teóricos, procura perscrutar ao máximo o mistério da vida. 

Entretanto, no fim de todas as coisas, a palavra aos Hebreus é definitiva para quem crê: "Pela fé, entendemos que os mundos, pela Palavra de Deus, foram criados; de maneira que aquilo que se vê não foi feito do que é aparente" (Hb 11.3). Imaginemos se fosse possível explicar adequadamente a origem da vida, como se deu e se desenvolveu? Ainda assim, o "start" (início) de todas as coisas ficaria sem explicação para os cientistas, pois a ciência apenas tem a possibilidade de explorar o mundo material; o que é transcendental, e até mesmo o quântico, ela não consegue prescrutar. A fé, como expõe o escritor aos Hebreus, afirma que "os mundos" foram criados por Deus; isto é, tudo - não só a terra, mas o que está completamente fora do alcance do olhar humano - foi criado por Deus. 
Por isso, não podemos ter uma posição excludente entre a fé e a ciência. Gênesis não é um livro de ciência, mas de fé. Ali Deus revelou ao ser humano o início de todas as coisas. O que cabe à ciência? Pesquisar e explorar o aspecto material dessa criação divina, e reconhecendo os seus próprios limites, como os primeiros grandes cientistas da humanidade, que foram cristãos e, ao mesmo tempo, grandes cientistas. 


SÍNTESE DO TÓPICO I

O homem foi criado do pó da Terra e recebeu de Deus o fôlego da vida. 




Vejamos o que o livro "A Bíblia Responde" publicada pela CPAD, em 1983 nos ensina sobre a criação do homem:


IMAGEM E SEMELHANÇA
"Como explicar a expressão "imagem e semelhança de Deus, em Gn 1.27?"
Inicialmente, temos de entender que se trata da parte imaterial, e não material. "Imagem e semelhança" se manifesta no ser imaterial (espiritual), através da parte material. Lembremos o seguinte: a repre­sentação da parte imaterial do homem representa a parte espiritual.
A Bíblia declara que o corpo (parte ma­terial) do homem foi feito pelo ato direto e imediato de Deus, como o próprio texto alude em Gênesis 2.7: "então Deus formou o homem do pó da terra". Entretanto, no texto anterior (Gn 1.26,27), a Bíblia diz que Deus o criou "à sua imagem e seme­lhança; à imagem de Deus o criou". Este texto não declara que a parte imaterial foi criada, pois a parte espiritual foi outorga­da ao homem através do sopro divino, tor­nando a parte criada em "alma vivente". A parte imaterial se originou do homem mediante um "ato de transmissão", e não, por um "ato de criação".
É esta parte imaterial que dignifica o homem e o torna superior no universo. Quando a Bíblia declara: "Façamos o ho­mem à nossa imagem e semelhança", a colocação plural do verbo indica o nome do Criador, que no original hebraico aparece como "Elohim" e significa literalmente "deuses". Mas como a Trindade celestial não se apresenta no plural, mas no singu­lar, entendemos que "Elohim'' indica a Trindade em ação, isto é, os três em um só. As três pessoas da Trindade não são três deuses, mas um só Deus em três pes­soas. As três pessoas da Trindade toma­ram parte da criação do homem, e cada uma das pessoas, suficientemente em si mesma, deu a sua parte nessa criação. Por isso, Deus Pai é "Elohim" e Deus Espírito Santo é "Elohim" e Deus Filho (Jesus) é "Elohim".
A criação do homem é o apogeu da obra criadora. É a Trindade quem declara, sem qualquer intervenção ou consulta feita aos anjos: "a nossa imagem, conforme a nossa semelhança: v.26. São sinônimos os subs­tantivos, e se compreendem em face do pa­ralelismo da poesia hebraica. Trata-se de uma semelhança natural e moral, "e domine...", v.26. É desta semelhança com Deus que deriva todo o domínio do homem sobre as criaturas.
O pecado manchou essa imagem no ho­mem. Somente a obra expiatória de Cristo pode recuperá-la mediante arrependimen­to dos pecados e a aceitação da obra expia­tória de Cristo. Assim, quando o homem se torna "uma nova criatura em Cristo", pelo arrependimento (2 Co 5.7), essa "imagem e semelhança divina", que estava manchada pelo pecado (1 Jo 1.7), é recuperada integralmente em Cristo Jesus, mediante a obra remidora do Calvário.



Vamos ver algumas coisas dignas de nota com relação a criação do homem, conforme comentários de alguns comentaristas:

1) Do pó da terra – O corpo do homem foi criado do pó da terra (v 7). É interessante que o homem foi criado do mesmo material usado para se fazer vasos. Isso porque a intenção de Deus era que o homem deveria ser o vaso onde ele iria depositar Sua presença e Suas riquezas (2 Co 4.7).

2) O Espírito Humano - Ao soprar o fôlego de vida nas narinas do homem (v 7), Deus estava pondo dentro dele aquilo que nenhum outro ser vivo tem, o espírito humano. Por ser algo soprado pelo próprio Deus e ser uma parte dEste, o espírito humano capacita o homem a ter comunhão com Deus, pois Deus é espírito (Jo 4.24). O homem é composto de espírito, alma e corpo (I Ts 5.23).

3) Um Lugar de Prazer – Para o homem viver, Deus criou um jardim na região chamada Éden. Esta palavra quer dizer “prazer”. Creio que este jardim representa o centro a vontade de Deus. Neste jardim havia toda sorte de árvores frutíferas e um rio para regá-lo. Sempre que estamos no centro da vontade de Deus podemos contar com frutos, pois Deus não gosta de esterilidade (Sl 1.3). Também contaremos com o rio do Espírito que jorrará através de nós (Jo 7.38) e nos tornaremos uma bênção para os outros. O centro da vontade de Deus é um lugar de “prazer”, de satisfação. E isso mesmo com lutas e provações.

4) As Duas Árvores - Duas árvores foram postas no meio do paraíso, a árvore da vida e a árvore da ciência do bem e do mal (v 9, 10). Uma trazia vida e a outra trazia morte. Elas foram colocadas ali para mostrar que o homem foi criado com livre arbítrio e não como um robô. Deus avisou das conseqüências de se comer cada uma delas, mas cabia ao homem escolher o caminho que deveria seguir. Deus quer uma obediência movida pelo amor e pela confiança. Por isso deu ao homem a liberdade de escolher entre a vida e a morte (Dt 30.19).
Estas duas árvores também nos falam de dois tipos de conduta: um guiado pela vida de Deus (fazer o que Deus manda), o outro guiado pelo conhecimento (fazer algo guiado pela noção do certo e do errado). O primeiro traz vida enquanto o segundo traz morte.

5) Proteger e guardar – Deus deu ao homem o trabalho de cultivar e guardar o jardim no qual ele foi colocado. Cultivar diz respeito a trabalhar nele para que ele sempre estivesse produzindo e multiplicando seus frutos. Vigiar dizia respeito a estar atento para que o inimigo não penetrasse nele. É o mesmo que Deus espera de nós em relação a tudo o que ele nos dá. Ele quer que zelemos para que o que ele nos dá se multiplique. Ele exige de nós muita vigilância para que o nosso inimigo não ache brecha em nós e venha a nos roubar.

6) Sua Outra metade – Deus disse que não era bom que o homem vivesse só. Por isso resolveu criar-lhe uma companheira. A Nova Tradução na Linguagem de Hoje traduz assim o versículo 18: “Depois o SENHOR disse: —Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade”. A não ser que o homem tenha o dom de ficar solteiro, Deus quer lhe dar sua outra metade. Mas para que Ele possa fazer isso, primeiro o homem tem que fazer o que Adão fez: “ele caiu num sono profundo” (Gn 2.21). Isso fala de descansarmos em Deus. Quando o homem começa a sentir o peso da solidão e ao invés de descansar em Deus ele se afoba, ele pode até encontrar alguém, mas não alguém segundo o propósito de Deus. A outra metade só vem quando o homem está no descanso de Deus (Sl 37.4).
7) Cristo e a Igreja - Mais uma coisa digna de nota é o fato de Eva ter sido criada a partir de Adão (v 21, 22). Ela foi tirada dele. Isso faz dela um tipo da igreja. Igreja não é algo que sai da vontade do homem, nem da vontade da carne. Só é igreja aquilo que sai de Cristo, que nasce do seu coração.

Veremos também, o que o autor do Livro O Pentateuco, Paul Hoff, nos fala sobre a criação e imagem de Deus:

O homem foi feito à imagem de Deus, portanto tem grande dignidade. Que significa "a imagem de Deus" no homem? Não se refere a seu aspecto físico, já que Deus é espírito, e não tem corpo. A imagem de Deus no homem tem quatro aspectos: 
a) somente o homem recebeu o sopro de Deus, e portanto tem um espírito imortal, por meio do qual pode ter comunhão com Deus; 

b) é um ser moral, não obrigado a obedecer a seus instintos, como os animais, porém possui livre-arbítrio e consciência; 

c) é um ser racional, com capacidade para pensar no abstrato e formar idéias;

d) à semelhança de Deus, tem domínio sobre a natureza e sobre os seres vivos. "Havia de ser o representante de Deus, investido de autoridade e domínio, como visível monarca e cabeça do mundo."

Alguém observou que o homem tem espírito para ter comunhão com Deus; vontade para a ele obedecer, e corpo para servi-lo. O Novo Testamento acentua os aspectos espirituais e morais da imagem de Deus no homem, tais como conhecimento espiritual, justiça e santidade. O grande propósito que Deus deseja realizar mediante a redenção é restaurar esta imagem no homem, até que seja perfeita, como se observa em Cristo (Romanos 8:29; Colossenses 3:10; 1  João 3:2). Deus descansou no sétimo dia, não no sentido de terminar toda a atividade, mas no de terminar a atividade criadora (João 5:17). Observando o dia de repouso, os homens lembram-se de que Deus é o Criador, e reservam tempo para prestar-lhe culto.


Conforme Uma Análise de Gênesis a Apocalipse diz que 'Adão' é uma palavra hebraica, o nome do primeiro homem, mas também é o termo bíblico para humanidade. O homem sozinho foi direta e indiretamente formado pelo Senhor, que lhes deu o fôlego da vida (2.7); criado à imagem e semelhança de Deus (1.26,27); dado a ele o direito de governar a criação como representante de Deus (1.26, 28-30); moralmente responsável para obedecer às ordens de Deus; e dado uma natureza que requer intimidade, relacionamento com Deus e as pessoas" (RICAHRDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 26).





SÍNTESE DO TÓPICO II

A mulher foi criada a partir da costela de Adão o que mostrar que ambos têm a mesma origem, o pó da Terra. 

Paul Hoff, nos fala sobre a criação da mulher que Deus proveu a Adão de uma companheira idônea, instituindo assim o matrimônio. Neste capítulo encontra-se, em forma embrionária, o ensino mais avançado dessa relação. O propósito primordial do matrimônio é proporcionar companheirismo e ajuda mútua: "Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea [semelhante ou adequada] " (2:18). 
O comentarista Matthew Henry observa que a mulher não foi formada da cabeça do homem, para que não exerça domínio sobre ele; nem de seus pés, para que não seja pisada, mas de seu lado, para ser igual a ele, para ter a mesma natureza e origem, e de perto de seu coração, para ser amada por ele. A mulher deve ser uma companheira que compartilhe a responsabilidade de seu marido, reaja com compreensão e amor à natureza dele, e colabore com ele para levar a cabo os planos de Deus. 

 No Comentário Bíblico Beacon, CPAD, p. 38, com relação a costela diz que pode significar o osso e a carne que a envolve. É a parte do corpo mais próximo do coração, que para os hebreus era o lugar dos afetos. A mulher não foi feita de substância inferior.

Para acentuar a singularidade deste ato, ele nos mostra que é usado um verbo  hebraico diferente (yiben), que significa "construir", detalhe completamente perdido na palavra traduzido por formou.

De imediato, Adão viu a conveniência desta ajudante. Ela era parte íntima dele, ossos dos meus ossos e carne da minha carne e, desta forma, adequada para ele. Mas ele também demonstrou sua posição de autoridade ao lhe dar um nome.

Com efeito, esta foi a instituição da relação matrimonial. Deste o princípio, Deus quis que o casamento fosse exclusivo e íntimo. Não era simplesmente para a mulher agarrar-se ao homem como um apêndice. Para deixar clara a responsabilidade do homem, Deus ordenou que o homem se apegasse à sua mulher no compromisso mútuo da verdadeira união. 

O casamento tem de permanecer irrompível ao longo da vida, pois foi dito: E serão ambos uma carne, ou seja, uma identificação completa entre si. E nisto eles  não se envergonhavam.


Conforme Uma Análise de Gênesis a Apocalipse diz que: "1."Tanto o homem quanto a mulher foi uma criação especial de Deus, não um produto da evolução. O homem e a mulher, igualmente foram criados à 'imagem' e 'semelhança' de Deus. À base dessa imagem, podiam comunicar-se com Deus, ter comunhão com Ele e expressar de modo incomparável o seu amor, glória e santidade. Eles fariam isso conhecendo a Deus e obedecendo-o. Eles tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos, tinham sabedoria, um coração amoroso e o poder de decisão para fazer o certo (Ef 4.24). Viviam em comunhão pessoal com Deus, que abrangia obediência moral e plena comunhão. Quando Adão e Eva pecaram, sua semelhança moral com Deus foi desvirtuada. Na redenção, os crentes devem ser renovados segundo a semelhança moral original. Adão e Eva possuíam semelhança natural com Deus. Foram criados como seres pessoais tendo espírito, mente, emoções, autoconsciência e livre-arbítrio. Em certo sentido, a constituição física do homem e da mulher retrata a imagem de Deus, o que não ocorre no reino animal. Deus pôs nos seres humanos a imagem pela qual Ele apareceria visualmente a eles e a forma que seu Filho um dia viria a ter. O fato dos seres humanos terem sido feitos à imagem de Deus não significa que são divinos. Foram criados segundo uma ordem inferior e dependente de Deus. Toda a vida humana provém inicialmente de Adão e Eva" (Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1991, p. 33). 
2. "Uma linda tradição judaica observa que Deus não tirou Eva do pé de Adão, para que ele não tentasse dominá-la; ou da sua cabeça, para que ela se visse acima. Em vez disso, Deus tirou Eva da costela de Adão, para que os dois pudessem caminhar ao longo da vida" (RICAHRDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 26).



SÍNTESE DO TÓPICO III

Deus instituiu o casamento monogâmico, heterossexual e indissolúvel. 


Mais uma vez Paul Hoff diz que a união do homem com a mulher deve ser monógamo, pois Deus criou uma só mulher para o homem; deve ser exclusivista, ou seja, um relacionamento heterossexual, porque "deixará o varão o seu pai e a sua mãe"; deve ser uma união estreita e indissolúvel: "apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne". Deus, em sua infinita sabedoria, instituiu o lar para formar um ambiente ideal em que os filhos possam ser criados cabalmente em todos os aspectos: física, social e espiritualmente. Ensina-se a igualdade e dependência mútua dos sexos. "Nem o varão é sem a mulher, nem a mulher sem o varão" (I Coríntios 11:11). Um não é completo sem o outro. 

E a célebre pergunta sobre as 300 princesas e 700 concubinas do Rei Salomão?


É digno de nota o comentário do Manual popular de dúvidas, enigmas e “contradições” da Bíblia / Norman Geisler, Thomas Howe; traduzido por Milton Azevedo Andrade. — São Paulo: Mundo Cristão, 1999.


1 REIS 11:1 - Por que Deus permitiu que Salomão tivesse tantas mulheres, se ele condena a poligamia?
PROBLEMA: Em 1 Reis 11:3, lemos que Salomão tinha 700 mulheres e 300 concubinas. Mas as Escrituras repetidamente nos advertem contra manter mais de uma mulher (Dt 17:17) e violar o princípio da monogamia - um homem para uma mulher (cf. 1 Co 7:2).
SOLUÇÃO: A monogamia é o padrão de Deus para os homens. Isso está claro nos seguintes fatos: 

(1) Desde o princípio Deus estabeleceu este padrão ao criar o relacionamento monogâmico de um homem com uma mulher, Adão e Eva (Gn 1:27; 2:21-25). 

(2) Esta ficou sendo a prática geral da raça humana (Gn 4:1), seguindo o exemplo estabelecido por Deus, até que o pecado a interrompeu (Gn 4:23). 

(3) A Lei de Moisés claramente ordena: "Tampouco para si multiplicará mulheres" (Dt 17:17). 

(4) A advertência contra a poligamia é repetida na própria passagem que dá o número das muitas mulheres de Salomão (1 Reis 11:2): "Não caseis com elas, nem casem elas convosco".

(5) Jesus reafirmou a intenção original de Deus ao citar esta passagem (Mt 19:4) e ao observar que Deus "os fez homem e mulher" e os juntou em casamento. 

(6) O NT enfatiza que "cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio marido" (1 Co 7:2). 

(7) De igual forma, Paulo insistiu que o líder da igreja deveria ser "esposo de uma só mulher" (1 Tm 3:2; 12). 

(8) Na verdade, o casamento monogâmico é uma prefiguração do relacionamento entre Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32).

A poligamia nunca foi estabelecida por Deus para nenhum povo, sob circunstância alguma. De fato, a Bíblia revela que Deus puniu severamente aqueles que a praticaram, como se pode ver pelo seguinte: 

(1) A primeira referência à poligamia ocorreu no contexto de uma sociedade pecadora em rebelião contra Deus, na qual o assassino “Lameque tomou para si duas esposas" (GN 4:19,23). 

(2) Deus repetidamente advertiu ou polígamos quanto às conseqüências de seus atos: “para que o seu coração se não desvie" de Deus (Dt 17:17; cf. 1 Rs 11:2). 

(3) Deus nunca ordenou a poligamia - como o divórcio, ele somente a permitiu por causa da dureza do coração do homem (Dt 24:1; Mt 19:8). 

(4) Todo praticante da poligamia na Bíblia, incluindo Davi e Salomão (1 Crônicas 14:3), pagou um alto preço por seu pecado. 

(5) Deus odeia a poligamia, assim como o divórcio, porque ela destrói o seu ideal para a família (cf. Ml 2:16).

Em resumo, a monogamia é ensinada na Bíblia de várias maneiras: 
(1) pelo exemplo precedente, já que Deus deu ao primeiro homem apenas uma mulher; 
(2) pela proporção, já que as quantidades de homens e mulheres que Deus traz ao mundo são praticamente iguais; 
(3) por preceito, já que tanto o AT como o NT a ordenam (veja os versículos acima); 
(4) pela punição, já que Deus puniu aqueles que violaram o seu padrão (1 Rs 11:2); e 
(5) por prefiguração, já que o casamento de um homem com uma mulher é uma tipologia de Cristo e sua noiva, a Igreja (Ef 5:31-32). Apenas porque a Bíblia relata o pecado de poligamia praticado por Salomão, não significa que Deus a aprove.


Estatísticas dos países que são favor a poligamia e a monogamia


https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/a8/Legality_of_polygamy.png


  Poligamia permitida e praticada   Poligamia proibida, mas a prática não é totalmente ilegal   Poligamia completamente proibida   Estado legal desconhecido




10 motivos para ser a favor da monogamia 

Na medida que estávamos pesquisando sobre o casamento, verificamos que na prática, no dia a dia, a monogamia só trás benefício para a humanidade, motivo este que o Deus poderoso assim o quis e fez. veremos pelo menos 10 motivos para cumprir a vontade de Deus:  

1- Propriedade privada

Os cientistas dizem que o ser humano não é biológicamente monogâmico, eles não entendem que após o pecado e a corrupção do gênero humano, em virtude da desobediência, é que o homem passou a ser infiel. Por isso Deus criou mecanismos para ensinar o casal a serem fiéis, como é o caso do casamento. Se compararmos sociedades monogâmicas com outras, veremos que evidentemente têm menos filhos, criando condições para uma maior concentração dos bens. Na Roma Antiga, escravos eram ensinados a participar de orgias; escravas ficavam grávidas de desconhecidos; não havia como repassar os bens dos escravos, não tendo eles filhos legítimos para a herança.
Com a chegada do cristianismo, a liberalidade sexual foi condenada e os escravos puderam casar como seus donos, podendo assim repassar seus bens a suas proles. O que extraímos disso é que o relacionamento monogâmico protege o direito de propriedade privada.
Um homem com várias mulheres terá sua chance de ter muitos filhos. Logo, um homem com muitos filhos não terá como criar e educar muitos filhos como faria com poucos. Famílias com poucos filhos darão mais atenção as suas proles e terão mais recursos para educá-los melhor.

2- Egoísmo

Relações abertas são para uma pequena elite. É raro que pessoas altamente evoluídas não tenham o gene do ciúme para assim conseguirem navegar nas águas complicadas das relações com uma política de portas abertas. Geralmente, uma pessoa só propõe uma relação aberta se tem uma capacidade de ser fiel muito inferior ao amor que possui a sua satisfação sexual. A fidelidade é um sentimento nobre e não deve ser relativizado em virtude da busca incansável do prazer sexual gratuito.

3- Ânimo

Um rato quando colocado apenas com uma fêmea se torna lento e entediado; mas, quanto exposto a duas, seu ânimo é revigorado e seu vigor sexual aumenta. Da mesma forma, com o ser humano, a monogamia tem o fim de não nos fazer ser escravos de nós mesmo, uma vez que, com uma mulher só, teremos líbido reduzida e poderemos investir nosso tempo e esforços em outras atividades.
Já as mulheres tendem a ser menos propensas a poligamia que os homens devido a natureza dura e custosa que o parto tem para elas. Elas se veem obrigadas a escolher o parceiro mais cuidadosamente. Por isso a poliginia (estado de um homem casado simultaneamente com várias mulheres) é mais comum que a poliandria (estado de uma mulher casada simultaneamente com vários homens). Óvulos são mais caros que esperma.

4- Amor

É impossível amar duas, três, quatro pessoas da mesma forma que se ama uma. Há quem creia que seja impossível até mesmo amar verdadeiramente mais de uma pessoa. Logo, a relação monogâmica é a melhor relação para valorizar o amor. Além do mais, o amor é um estranho sentimento, que, além de nos diferenciar dos animais, faz com que muitos de nós concebamos a fidelidade. A monogamia é a expressão de uma união eterna entre duas pessoas que se amam, mesmo que sintam desejo por outrem. A monogamia está intrinsecamente ligada ou desejo de posse, no que poderíamos chamar de privatização sexual. Por isso existe o ciúme.

5- Responsabilidade

Monogamia não é fácil e não é para qualquer um. É preciso saber dizer não. Nem todos conseguem ter responsabilidade para um compromisso. Numa sociedade sem monogamia não há traição da mesma forma que numa sociedade sem lei não há crime. O fato do crime não ser punido não significa que ele não vai gerar consequências. A incidência de um erro não justifica a abolição de uma regra.

6– Riscos

A multiplicidade de parceiros aumenta a chance de disseminação de doenças venéreas. Numa sociedade monogâmica, cônjuges fiéis de maridos fiéis dificilmente serão contaminados por alguma doença venérias, enquanto que numa sociedade poligâmica as chances de infidelidade são multiplicadas pelo número de pessoas que estão nas famílias.

7- Normalidade

Sexo é um ato de cumplicidade que só deve ser feito por quem tem responsabilidade para arcar com suas consequências. Podemos perceber que as civilizações mais avançadas foram as que largaram a poligamia. O ideal é que o homem viva com uma mulher, construindo com ela seu patrimônio e cuidando dela e da prole. Isso é anatômico, lógico, normal, moral, instintivo e bom para a sociedade; ainda que não seja genético.

8- Matemática

Numa sociedade onde não existe monogamia, para cada homem rico com 10 mulheres, existem 9 com mulher alguma. Para cada homem com duas mulheres haveria um sem nenhuma. Por pior que possa ser, a monogamia colabora para que todos tenhamos chance de viver com uma mulher, só nossa, até a morte. Logo, monogamia é uma monotonia necessária.

9- Intimidade

A intimidade é algo importantíssimo numa relação. Melhor é ser muito íntimo de uma pessoa do que ser pouco íntimo de várias. Sexo pode melhorar com o tempo. A monogamia não é apenas sobre o casamento antes de tudo começa a ceder. A idade também pode significar que você começa a conhecer melhor o seu corpo, você se torna mais confortável em sua própria pele, deixar as inseguranças de menina para trás, e seu parceiro aprende seu corpo tão bem que poderia conduzi-lo com os olhos vendados. Com o tempo, você e seu parceiro podem descobrir rotas incalculáveis ​​para o seu lugar feliz. Por que você iria querer manter começar do zero e ter que quebrar o manual de instruções tudo de novo?

10- Desvantagens

Um mundo poligâmico um homem com 2 mulheres terá necessariamente 2 sogras e ai por diante. Além do número proporcional de sogras, o monoteísmo dá estabilidade a sociedade. Você realmente acha que as pessoas com total liberdade iriam fazer o que é melhor para a coletividade. Um terceiro fator é que numa sociedade sem fidelidade, existe uma imensa probabilidade do homem carregar e cuidar de uma mulher grávida sem saber se o filho é ou não dele. 


Lawrence Richards nos diz que: 'A frase 'adjutora' tem sido frequentemente mal-entendida e usada para manter uma visão distorcida do casamento. A palavra no original, ezer, significa 'um apoio', 'uma ajudadora', ou 'uma assistente'. Isso não implica subordinação, pois a mesma palavra é usada para descrever Deus como auxílio do homem. O conceito decididamente sustenta as características da mulher como ajudadora.  Somente uma que é 'osso dos meus ossos e carne da minha carne' poderia, de fato, ir ao encontro da mais profunda necessidade de outro. Na sua original concepção, então, o casamento era a união de um homem e uma mulher, iguais perante Deus, que se completavam por meio do respeito de um para com o outro, comprometidos com a ajuda mútua" (RICAHRDS, Lawrence. Guia do Leitor da Bíblia: Uma Análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 10.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p. 26).

CONCLUSÃO


Em meio a tantas mentiras e falsas teorias, apregoemos com urgência que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança. Não somos produto de nenhum processo evolutivo, mas de um ato criativo de Deus. O ser humano, criado no sexto dia, tem a obrigação de glorificar o Autor e Preservador da vida.

Rivaldo Nascimento



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