sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Lição 9 - Bênção e Maldição na Família de Noé - 29 de Novembro de 2015
















OBJETIVO GERAL

Mostrar que, por não respeitar seu pai, Cam perdeu parte de sua herança.



OBJETIVOS ESPECÍFICOS


1- Saber a respeito da vinha que Noé plantou;
2- Analisar o juízo de Noé sobre a irreverência de Cam;   
3- Mostrar que a maldição de Canaã se cumpriu.


PONTO CENTRAL



A atitude desrespeitosa de Cam para com o seu pai, Noé, resultou em maldição e a atitude reverente de Sem e Jafé para com o pai resultou em bênçãos.


INTRODUÇÃO

A história de Noé e de sua família não se encerra com sua saída da Arca. Houve um fato triste que trouxe julgamento a um de seus descendentes, e a futura divisão das terras do novo mundo. 
Esta lição nos mostra o quanto devemos ensinar nossos filhos sobre o respeito para conosco, e o preço que se paga por não se ter o devido cuidado no tocante à  embriaguez, mesmo para aqueles que já nasceram de novo.
Se por um lado a Bíblia nos adverte sobre o mau uso do vinho, do qual o crente deve se abster, por outro lado nos é dito sobre a consequência da bebida e do deboche no lar de pessoas que conhecem a Deus. Portanto, eduquemos a nós mesmos e aos nossos filhos.  

O Ensinador Cristão nos diz que o capítulo 9 de Gênesis, infelizmente, e por muito tempo, foi usado para amaldiçoar outros povos e raças. A "maldição contra Cam", mais especificamente em relação a Canaã, seu filho, muitas vezes tem sido relacionada às pessoas de raças não-brancas, especialmente às pessoas negras. Logo, essa interpretação tem sido empregada para apoiar a suposta superioridade da raça branca, bem como a justificativa para a escravidão, que era muito comum entre alguns protestantes do passado na região sul dos EUA, na África do Sul no regime do apartheid e em muitos tipos de discriminação. 
É importante ressaltar esse fato, pois, no Brasil, recentemente, um conhecido pastor midiático trouxe à tona essa interpretação, trazendo grandes problemas e contundentes acusações de preconceito para os que pensam segundo essa corrente equivocada de interpretação bíblica. 
Por que não se pode usar a "maldição de Canaã" para justificar, por exemplo, a miséria presente num continente como a África? Ora, em primeiro lugar, é difícil definir os "cananeus" como grupo racial específico, e ao que tudo indica, suas origens foram profundamente diversificadas. Segundo os estudiosos, possivelmente, os cananeus rumaram para a Arábia meridional e central, ao Egito, ao litoral do Mediterrâneo e à costa leste da África. Não se pode falar de um povo cananeu somente, mas de vários povos com cultura específica, língua própria etc: os jebuseus, os amorreus, os girgaseus, os heveus, os arqueus, os sineus, os arvadeus, os zemareus, os hamateus e a diversificação das famílias dos cananeus (Gn 10.15-18; cf. 15.18-21). 
Nas Escrituras, o relato de Canaã foi exposto para explicar as implicações da conquista da terra de Israel no livro de Josué. De fato, a terra de Canaã, sua cultura e costumes, confrontavam diretamente a vontade e o plano de Deus. Entretanto, a maldição de Noé em relação a Cam, e especificamente ao seu neto Canaã, nada têm a ver com a África e, muito menos, com um recorte racial. Isso precisa ficar bem claro a seus alunos na classe!  










I - A VINHA DE NOÉ



Adaptando-se já à nova realidade, Noé faz-se lavrador e planta uma vinha (Gn 9.20). Do fruto desta, fermenta um vinho tão inebriante que o levou a escandalizar toda a família. O episódio serve-nos de grave advertência.
1. A destemperança do patriarca. Embriagado, o patriarca desnuda-se em sua tenda, indiferente à censura que poderia sofrer da esposa, filhos e netos (Gn 9.21). 
Se não vigiarmos, o mesmo ocorrerá conosco. Eis por que, devemos agir com sobriedade em todas as instâncias da vida. Não foi sem razão que Paulo recomendou aos obreiros a abstinência de bebidas alcoólicas (1 Tm 3.3). Um bêbado, ainda que nascido de novo, age sempre de forma inconsequente.


Arqueólogos descobrem fábrica de vinho de Noé.


Arqueólogos descobrem fábrica de vinho em área próxima onde Noé cultivou uvas após o Dilúvio

Figura 1. Primeiro centro de vinificação conhecido, situado em uma caverna na Armênia, próximo à fronteira sul com o Irã (Fonte: BibArch).
Em um recente artigo no Journal of Archaeological Science, arqueólogos, a partir de uma expedição conjunta entre armenios, americanos e irlandeses, anunciaram a descoberta do primeiro centro de operação de vinificação conhecido em uma caverna perto da fronteira sul da Armênia com o Irã. Este sítio encontra-se bem preservado graças a temperatura seca e a uma cama de fezes de ovelhas que acabou protegendo os artefatos. O mais interessante é que este achado fica a apenas 97 km de distância do Monte Ararat na Turquia, local onde o relato histórico-bíblico da vida de Noé relata que seu barco repousou quando as águas daquela catástrofe global baixaram.
É possível supor, portanto, que Noé foi o primeiro fabricante de vinho na era pós-diluviana.
“Sendo Noé lavrador, passou a plantar uma vinha” (Gênesis 9:20).

A palavra hebraica utilizada no verso acima é כּרם (kerem) que significa literalmente atividade de campo com videiras. O relato acima, infelizmente, levou a uma história triste que demonstra a realidade do ser humano quando, mesmo num simples descuido, se afasta de Deus, a famosa nudez de Noé quando estava embrigado.
“Bebendo vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda” (Gênesis 9:21).

A palavra original utilizada para vinho acima dá a entender que não era simplesmente o suco da uva, mas o suco da uva acrescentado de um processo de fermentação, tornando-o alcoólico. Tanto que, a palavra embriagado (heb: shâkar) remete a uma pessoa que saciou-se com bebida estimulante e a consumiu em abundância permitindo sua influência.
E embora muitos acadêmicos possam ser tentados a negar a historicidade das vinhas de Noé, a descoberta de evidências arqueológicas nas proximidades da mesma área onde a Bíblia registra que Noé também exerceu as mesmas atividades pode não ser tanta coincidência assim.


A mais antiga unidade de produção de vinho jamais encontrada tem cerca de 6 mil anos. Ela foi desvendada na Armênia segundo noticiou o diário de Paris “Le Monde”.

Os arqueólogos até identificaram a safra de vinho tinto seco ali produzida, utilizando técnicas bioquímicas. A descoberta foi publicada na revista científica Journal of Archaeological Science.

O estudo foi realizado em conjunto por órgãos acadêmicos e científicos dos Estados Unidos, Irlanda e Armênia.

“Essa é a mais antiga instalação para fabricação de vinho já conhecida no mundo”, explicou Gregory Areshian, responsável pelos trabalhos e vice-diretor do Instituto de Arqueologia Cotsen, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA).

Cavernas de Areni, Armênia, local da descoberta


As escavações foram feitas num complexo de cavernas, conhecido como Areni-1, na província armênia de Vayots Dzor, Pequeno Cáucaso, perto da fronteira da Armênia com o Irã. O vinho se destinava para o culto.

Perto de uma prensa de vinho foi também identificada uma videira desidratada, cultivada em torno de 4.000 a.C.

A mais antiga produção vinícola até então conhecida era a encontrada no túmulo do rei egípcio Scorpion I, antiga de 5.100 anos.

Na mesma caverna da Armênia, a equipe desenterrou em 2009 o sapato de couro mais antigo do mundo, com aproximadamente 5.500 anos.

As uvas eram esmagadas numa bacia de argila rasa com cerca de 1 metro de diâmetro. Em volta dela foram recolhidas sementes e uvas secas. O suco era obtido pisando descalço sobre as frutas, disse Areshian.

Foram recolhidos equipamentos de cobre para processar o vinho, vasos impregnados do vinho e até uma taça e um bol.

“Essa foi uma instalação relativamente pequena, relacionada a um ritual dentro da caverna. Para o consumo diário, os moradores teriam prensas muito maiores em estabelecimentos normais”, acrescentou Areshian, que também foi primeiro-ministro adjunto do primeiro governo da República da Armênia independente, em 1991.

Na região dessas cavernas a cultura do vinho é muito antiga e são produzidos bons vinhos tintos das cepas Merlot e Cabernet Sauvignon.

Patrick McGovern, diretor científico do Laboratório de Arqueologia Biomolecular do Museu da Universidade de Pensilvânia, e autor de livros sobre a origem do vinho, mostrou que o tipo de semente recolhida —Vitis vinifera vinifera — continua sendo aproveitada na região.

McGovern lembrou que “até nas regiões baixas como o antigo Egito onde reinava a cerveja, se exigia vinhos especiais nos oferecimentos funerários; e grandes volumes de vinho eram consumidos nas maiores festas religiosas e reais”.

Num livro, McGovern defende que a “cultura do vinho” se desenvolveu primeiro nas regiões montanhosas da Armênia, a partir das quais se espalhou para as planícies do sul, e posteriormente para o mundo todo.

A descoberta arqueológica sugere uma interessante aproximação.
Provavelmente, ali também teria acontecido o fato descrito na Bíblia em que Noé bebeu do vinho e perdeu os sentidos.

Esta nova descoberta fornece um apoio científico colateral ao relato bíblico.

Aproximação ou apoio colateral não é prova linear, mas ajuda a compor o quadro do acontecimento histórico. E, nesse sentido, fala em favor dos fatos narrados na Bíblia.

O fato de a outra fábrica de vinho mais antiga se encontrar no Egito, mil anos mais nova, nos leva a perguntar se nesse milênio ‒ quer dizer entre o ano 6.000 a.C. da fábrica de vinho armênia e 5.100 a.C. da egípcia ‒ não teria acontecido a dispersão dos povos.

Após a dispersão dos povos, estes teriam partido levando os conhecimentos que eram comuns a todos eles. O fabrico e consumo do vinho, entre eles.

Entretanto, a datação do dilúvio, referência histórica anterior a Babel, e a dispersão apresentam dificuldades que tomariam o espaço de outro post. A existência e as características do dilúvio são as mais universais das tradições recolhidas nos povos mais afastados, inclusive entre os índios do Brasil.



2. A irreverência de Cam. O destempero de Noé é flagrado por seu filho, Cam. Ao invés de calar-se e, discretamente, resguardar a honra do pai, saiu a depreciar-lhe a imagem (Gn 9.22). Ao que parece, ele não era muito diferente daqueles que pereceram no dilúvio. Mais tarde, atitudes como as de Cam seriam arroladas como faltas graves pela Lei de Moisés (Lv 18.7).
Não entreguemos o faltoso ao vitupério. Se agirmos com amor, poderemos recuperá-lo plenamente (Tg 5.20). Doutra forma, perderemos almas mui preciosas aos olhos de Deus. Lembremo-nos da recomendação de nosso Senhor, de buscar a reconciliação  (Mt 18.15-18).



3. O respeitoso gesto de Sem e Jafé. Diante da atitude irreverente e maldosa do irmão mais novo, Sem e Jafé tomaram "uma capa, puseram-na sobre ambos os seus ombros e, indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai; e os seus rostos eram virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai" (Gn 9.23).
Ajamos como Sem e Jafé, e muitos escândalos serão evitados no arraial dos santos. Isso não significa que os pecados serão acobertados. Todavia, o pecador tem de ser tratado com dignidade, a fim de que venha a experimentar plena restauração. Como gostaríamos de ser tratados em semelhantes circunstâncias? Sem e Jafé agiram amorosa e nobremente.



SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Noé era um lavrador da terra, como fora Caim. Cuidar de plantas se tornou sua grande paixão e entre elas estava a videira. Esta é a primeira vez que a produção de vinho é aludida na Bíblia, e é significativo que esteja ligada a uma situação de desgraça.
Noé pode ter sido inocente, não conhecendo o efeito que a fermentação causa no suco de uva nem o efeito que o vinho fermentado exerce no cérebro humano. Isto não impediu que a vergonha entrasse no círculo familiar. Perdendo os sentidos, Noé tirou a roupa e se deitou nu. A nudez era detestada pelos primitivos povos semíticos, sobretudo pelos hebreus que a associavam com a libertinagem sexual (cf. Lv 18.5-19; 20.17-21; 1 Sm 20.30)" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1ed.  Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 42).


Paulo Hoff nos fala a respeito das bênção e da maldição que Noé proferiu:
Noé abençoa a Sem e a Jafé: Capítulo 9:18-29. Noé, o homem justo perante o mundo, caiu no pecado de embriaguez em seu próprio lar. Os longos anos de fidelidade não garantem que o homem seja imune a tentações novas. As diferentes reações dos filhos deram--Ihe ocasião de amaldiçoar a Canaã (pode ser que estivesse seguindo os passos de seu pai, zombando dele) e abençoar a Jafé e a Sem. 
Nota-se que a maldição se aplica a Canaã e aos cananeus somente e não aos outros filhos de Cão. Aparentemente, Canaã era o único filho que compartilhava a atitude desrespeitosa de seu pai. A maldição, portanto, não pode aplicar-se aos egípcios ou a outros camitas africanos. 
Além do mais, é provável que os cananeus tenham sido amaldiçoados não tanto pelo pecado de Cão e de seu filho Canaã, mas pela notória impureza que caracterizaria os cananeus nos séculos vindouros. Os descendentes de Canaã radicaram-se na Palestina e na Fenícia (10:15-19), e eram notoriamente imorais. Olhando adiante, Deus viu o caráter que teriam e inspirou Noé a pronunciar seu castigo. Deus empregou uma nação semita, os hebreus, para retribuir-lhes a sua maldade mediante a conquista de Canaã por Josué. Em referências posteriores aos juízos divinos sobre os cananeus, Moisés o relaciona com a extrema impiedade deles (Gênesis 15:16; 19:5; Levítico 20:2; Deuteronômio 9:5). 

A bênção sobre Sem, traduzida literalmente é: "Bendito seja o Senhor, o Deus de Sem" (9:26a) e implica que o Senhor seria o Deus dos semitas. Cumpriu-se notavelmente no povo hebreu, uma raça semita. Os descendentes de Jafé (os indo-europeus) seriam os hóspedes dos semitas, dando-lhes estes proteção e unindo-se, inclusive, com eles no serviço a Deus. Isto é, a promessa messiânica passaria aos semitas, e se vê o primeiro anúncio da entrada dos gentios (Jafé) na comunidade cristã que nasceu dos hebreus (Sem). 


*O pecado de Cam
O pecado é muito debatido, pois a frase 'viu a nudez de' é usada em relações sexuais ilícitas (cf. Lv 18). Aqui o texto sugere que o pecado de Cam foi o de ridicularizar o pai a quem deveria honrar (cf. Êx 20.12). As falhas de Noé e de Cam nos advertem que, embora vivamos num lar aparentemente perfeito, a raiz do pecado está plantada profundamente em cada pessoa individualmente. A causa de nossos fracassos está em nós mesmos."
Para conhecer mais leia Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p. 30



II - O JUÍZO DE NOÉ SOBRE A IRREVERÊNCIA DE CAM

Já passada a embriaguez, Noé toma conhecimento do que lhe fizera o filho mais novo. Todavia, sendo um homem justo, não poderia deixá-lo sem disciplina.



1. A maldição de Canaã. O patriarca castiga indiretamente a Cam, lançando sobre o filho deste uma pesada maldição: "Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos" (Gn 9.25). 
À primeira vista, parece que o patriarca condena os cananeus à servidão. Mas o caso era bem mais grave. Eles seriam punidos com a perda de suas terras aos filhos de Abraão, o mais notável descendente de Sem, depois de Jesus Cristo.
Quanto aos demais filhos de Cam, haveriam de construir grandes e admiráveis civilizações como a egípcia e a etiópica (Gn 10.6). Aliás, o Egito foi um poderoso e culto império, acerca do qual há uma profecia maravilhosa (Is 19.18-25).



2. A bênção de Sem e Jafé. Ao galardoar a atitude respeitosa e reverente de Sem e Jafé, o patriarca concede-lhes uma bênção eterna: "Bendito seja o Senhor, Deus de Sem; e seja-lhe Canaã por servo. Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo" (Gn 9.26,27).
A irreverência e o deboche vêm destruindo muitos jovens promissores. A sociedade atual caracteriza-se pela insolência e por uma irreverência sem limites. Que tais coisas não nos invadam as igrejas, pois santidade convém à casa de Deus (Sl 93.5). 
Eduquemos nossos filhos e netos, para que não sejam amaldiçoados e venham a perder a herança que lhes reservou o Senhor. Quem ama instrui, educa e disciplina. 

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Recuperando os sentidos, Noé ficou sabendo do que aconteceu e falou com seus filhos. Ele deixou Cam sem bênção e concentrou sua reprimenda em Canaã, cujos os descendentes historicamente se tornaram um povo marcado por moralidades sórdidas e principalmente fonte de corrupção para os israelitas. A adoração Cananéia de Baal desceu às mais baixas profundezas da degradação moral. Embora os cananeus obtivessem certo poder, como os fenícios, pelo tráfico marítimo no Mediterrâneo, eles nunca conseguiram se tornar grande nação. Quase sempre foram dominados por outros povos" (Comentário Bíblico Beacon. Vol 1. 1.ed.  Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 52).


III - CUMPRE-SE A MALDIÇÃO DE CANAÃ

Noé não se limitou a abençoar a Sem e a Jafé, nem a amaldiçoar a Cam. O patriarca, na verdade, definiu o futuro messiânico de seus filhos. Passados aproximadamente 700 anos, sua profecia começa a cumprir-se.



1. Canaã perde a sua herança. Cam, através de seu caçula, Canaã, não demorou a ocupar toda a terra que, no tempo de Josué, seria conquistada pelos hebreus. As possessões cananitas iam de Sidom, passando por Gerar e Gaza, até Sodoma e Gomorra (Gn 10.19). Sim, os sodomitas também eram descendentes de Cam. Tratava-se, de fato, de uma gente tão vil e tão debochada quanto seu patriarca; não demonstrava nenhum temor a Deus. 
Tendo em vista a degradação moral dos descendentes de Canaã, promete o Senhor ao semita Abraão: "À tua semente tenho dado esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates, e o queneu, e o quenezeu, e o cadmoneu, e o heteu, e o ferezeu, e os refains, e o amorreu, e o cananeu, e o girgaseu, e o jebuseu" (Gn 15.18-21). Todas essas nações eram da linhagem de Canaã.



2. A bênção de Sem na pessoa de Israel. Depois de uma peregrinação de quarenta anos pelo Sinai, Israel, o ramo messiânico da grande família de Sem, desapossa Canaã daquela terra tão formosa (Js 6.21). Os que lhe escapam à espada, são submetidos a trabalhados forçados (Js 17.13).



3. Jafé participa da bênção de Sem. O Evangelho veio-nos através de Cristo, o mais ilustre dos semitas. Logo após a morte dos apóstolos, porém, foram os filhos de Jafé  que se encarregariam de proclamar o Evangelho até os confins da Terra. 
Jafé teve suas possessões alargadas desde a Europa às Américas. E, pela fé em Cristo, habitamos nas tendas de Sem (Gn 9.27). A profecia de Noé cumpriu-se rigorosamente.

SUBSÍDIO DIDÁTICO

"Maldito seja Canaã
Quando Noé ficou sabendo do ato desrespeitoso de Cam, pronunciou uma maldição sobre Canaã, filho de Cam (não sobre o próprio Cam). (1) Talvez Canaã tivesse de alguma maneira envolvido no pecado de Cam, ou tivesse os mesmos defeitos de caráter do seu pai. A maldição prescrevia que os descendentes de Canaã (os quais não eram negros) seriam oprimidos e controlados por outras nações. Por outro lado, os descendentes de Sem e Jafé teriam a bênção de Deus (vv. 26,27). (2) Essa profecia de Noé era condicional a todas as pessoas a quem ela foi dirigida. Qualquer descendente de Canaã que se voltasse para Deus receberia, também, a bênção de Sem (Js 6.22-25; Hb 11.310; mas também quaisquer descendentes de Sem e de Jafé que desviassem de Deus teriam a maldição de Canaã (Jr 18.7-10)" (Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal. 1.ed.  Rio de Janeiro: CPAD, 2005, p. 42).


CONCLUSÃO

A grande lição que podemos extrair do texto que ora estudamos é que devemos agir com amor e cuidado ante nossos irmãos surpreendidos em faltas e pecados. Ajamos com amor, a fim de que sejam recuperados. Assim faria Jesus. Que em nossos arraiais não haja lugar para irreverências nem desrespeitos. Além disso, cuidemos da educação de nossos filhos e netos. Somos responsáveis por suas almas.


RIVALDO NASCIMENTO


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Arqueólogos descobrem fábrica de vinho de Noé.


Arqueólogos descobrem fábrica de vinho em área próxima onde Noé cultivou uvas após o Dilúvio

Figura 1. Primeiro centro de vinificação conhecido, situado em uma caverna na Armênia, próximo à fronteira sul com o Irã (Fonte: BibArch).
Em um recente artigo no Journal of Archaeological Science, arqueólogos, a partir de uma expedição conjunta entre armenios, americanos e irlandeses, anunciaram a descoberta do primeiro centro de operação de vinificação conhecido em uma caverna perto da fronteira sul da Armênia com o Irã. Este sítio encontra-se bem preservado graças a temperatura seca e a uma cama de fezes de ovelhas que acabou protegendo os artefatos. O mais interessante é que este achado fica a apenas 97 km de distância do Monte Ararat na Turquia, local onde o relato histórico-bíblico da vida de Noé relata que seu barco repousou quando as águas daquela catástrofe global baixaram.
É possível supor, portanto, que Noé foi o primeiro fabricante de vinho na era pós-diluviana.
“Sendo Noé lavrador, passou a plantar uma vinha” (Gênesis 9:20).

A palavra hebraica utilizada no verso acima é כּרם (kerem) que significa literalmente atividade de campo com videiras. O relato acima, infelizmente, levou a uma história triste que demonstra a realidade do ser humano quando, mesmo num simples descuido, se afasta de Deus, a famosa nudez de Noé quando estava embrigado.
“Bebendo vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda” (Gênesis 9:21).

A palavra original utilizada para vinho acima dá a entender que não era simplesmente o suco da uva, mas o suco da uva acrescentado de um processo de fermentação, tornando-o alcoólico. Tanto que, a palavra embriagado (heb: shâkar) remete a uma pessoa que saciou-se com bebida estimulante e a consumiu em abundância permitindo sua influência.
E embora muitos acadêmicos possam ser tentados a negar a historicidade das vinhas de Noé, a descoberta de evidências arqueológicas nas proximidades da mesma área onde a Bíblia registra que Noé também exerceu as mesmas atividades pode não ser tanta coincidência assim.


A mais antiga unidade de produção de vinho jamais encontrada tem cerca de 6 mil anos. Ela foi desvendada na Armênia segundo noticiou o diário de Paris “Le Monde”.

Os arqueólogos até identificaram a safra de vinho tinto seco ali produzida, utilizando técnicas bioquímicas. A descoberta foi publicada na revista científica Journal of Archaeological Science.

O estudo foi realizado em conjunto por órgãos acadêmicos e científicos dos Estados Unidos, Irlanda e Armênia.

“Essa é a mais antiga instalação para fabricação de vinho já conhecida no mundo”, explicou Gregory Areshian, responsável pelos trabalhos e vice-diretor do Instituto de Arqueologia Cotsen, da Universidade da Califórnia em Los Angeles (EUA).

Cavernas de Areni, Armênia, local da descoberta


As escavações foram feitas num complexo de cavernas, conhecido como Areni-1, na província armênia de Vayots Dzor, Pequeno Cáucaso, perto da fronteira da Armênia com o Irã. O vinho se destinava para o culto.

Perto de uma prensa de vinho foi também identificada uma videira desidratada, cultivada em torno de 4.000 a.C.

A mais antiga produção vinícola até então conhecida era a encontrada no túmulo do rei egípcio Scorpion I, antiga de 5.100 anos.

Na mesma caverna da Armênia, a equipe desenterrou em 2009 o sapato de couro mais antigo do mundo, com aproximadamente 5.500 anos.

As uvas eram esmagadas numa bacia de argila rasa com cerca de 1 metro de diâmetro. Em volta dela foram recolhidas sementes e uvas secas. O suco era obtido pisando descalço sobre as frutas, disse Areshian.

Foram recolhidos equipamentos de cobre para processar o vinho, vasos impregnados do vinho e até uma taça e um bol.

“Essa foi uma instalação relativamente pequena, relacionada a um ritual dentro da caverna. Para o consumo diário, os moradores teriam prensas muito maiores em estabelecimentos normais”, acrescentou Areshian, que também foi primeiro-ministro adjunto do primeiro governo da República da Armênia independente, em 1991.

Na região dessas cavernas a cultura do vinho é muito antiga e são produzidos bons vinhos tintos das cepas Merlot e Cabernet Sauvignon.

Patrick McGovern, diretor científico do Laboratório de Arqueologia Biomolecular do Museu da Universidade de Pensilvânia, e autor de livros sobre a origem do vinho, mostrou que o tipo de semente recolhida —Vitis vinifera vinifera — continua sendo aproveitada na região.

McGovern lembrou que “até nas regiões baixas como o antigo Egito onde reinava a cerveja, se exigia vinhos especiais nos oferecimentos funerários; e grandes volumes de vinho eram consumidos nas maiores festas religiosas e reais”.

Num livro, McGovern defende que a “cultura do vinho” se desenvolveu primeiro nas regiões montanhosas da Armênia, a partir das quais se espalhou para as planícies do sul, e posteriormente para o mundo todo.

A descoberta arqueológica sugere uma interessante aproximação.
Provavelmente, ali também teria acontecido o fato descrito na Bíblia em que Noé bebeu do vinho e perdeu os sentidos.

Esta nova descoberta fornece um apoio científico colateral ao relato bíblico.

Aproximação ou apoio colateral não é prova linear, mas ajuda a compor o quadro do acontecimento histórico. E, nesse sentido, fala em favor dos fatos narrados na Bíblia.

O fato de a outra fábrica de vinho mais antiga se encontrar no Egito, mil anos mais nova, nos leva a perguntar se nesse milênio ‒ quer dizer entre o ano 6.000 a.C. da fábrica de vinho armênia e 5.100 a.C. da egípcia ‒ não teria acontecido a dispersão dos povos.

Após a dispersão dos povos, estes teriam partido levando os conhecimentos que eram comuns a todos eles. O fabrico e consumo do vinho, entre eles.

Entretanto, a datação do dilúvio, referência histórica anterior a Babel, e a dispersão apresentam dificuldades que tomariam o espaço de outro post. A existência e as características do dilúvio são as mais universais das tradições recolhidas nos povos mais afastados, inclusive entre os índios do Brasil.


Rivaldo Nascimento


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Lição 8 - O Início do Governo Humano - 22 de Novembro de 2015






TEXTO ÁUREO

"Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus."
(Rm 13.1)


VERDADE PRÁTICA

Deus instituiu autoridades e leis, a fim de preservar a sociedade humana de uma depravação total e irreversível.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Gênesis 9.1-13

1 - E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra. 
2 - E será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues. 
3 - Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a erva verde. 
4 - A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis. 
5 - E certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; da mão de todo animal o requererei, como também da mão do homem e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem. 
6 - Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem. 
7 - Mas vós, frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra e multiplicai-vos nela. 
8 - E falou Deus a Noé e a seus filhos com ele, dizendo: 
9 - E eu, eis que estabeleço o meu concerto convosco, e com a vossa semente depois de vós, 
10 - e com toda alma vivente, que convosco está, de aves, de reses, e de todo animal da terra convosco; desde todos que saíram da arca, até todo animal da terra. 
11 - E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra. 
12 - E disse Deus: Este é o sinal do concerto que ponho entre mim e vós e entre toda alma vivente, que está convosco, por gerações eternas. 
13 - O meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra.



OBJETIVO GERAL

Compreender que Deus instituiu autoridades e leis para preservar a humanidade. 

1- Mostrar que Deus estabeleceu um novo começo a partir da família de Noé;
2- Analisar o arco de Deus como símbolo do seu novo pacto com a humanidade;   
3- Explicar o princípio do governo humano.


PONTO CENTRAL

Deus estabeleceu o governo humano.




Introdução:

O Ensinador Cristão nos diz que "A democracia é a pior forma de governo, exceto todas as outras que têm sido tentadas de tempos em tempos" - frase atribuída a Winston Churchill. 

Winston Leonard Spencer-Churchill foi

um político conservador estadista 

britânico, famoso  principalmente por 

sua atuação como primeiro-ministro do 

Reino Unido durante a Segunda 

Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro britânico por duas vezes. 
Dizem alguns filósofos que a história da humanidade pode se resumir na luta pelo poder. Ou como disse Karl Marx: "A história de toda a sociedade até aos nossos dias nada mais é do que a história da luta de classes". 

Karl Marx foi um filósofo, economista

sociólogo, jornalista e revolucionário 

socialista. Nascido na Prússia, ele 

mais tarde se tornou apátrida e passou 

grande parte de sua vida em Londres, 

no Reino Unido.


Se Churchil e Marx estão certos, esta não é a discussão que desejamos levantar aqui - é bom lembrar que Churchil e Marx são cosmovisões completamente distintas uma da outra, conservadorismo x socialismo. 

Entretanto, desde Noé e sua descendência, quando se começou a estabelecer um governo humano, até os dias contemporâneos, muita coisa aconteceu. Reinos se levantaram e reinos foram abatidos. Imperadores chegaram ao poder e imperadores foram retirados do poder. Os governos deixaram de ser uma pessoa para ser uma Carta Magna, com o advento das constituições federais. O Estado não é mais o indivíduo, como disse Luis XV da França ("O Estado sou eu").
 Tudo isso faz parte do plano de Deus para o governo humano. Nosso Senhor disse: "Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado" (Jo 19.11a). Nosso Senhor deixa claro que todo poder que existe no mundo foi estabelecido por Deus. O apóstolo Paulo escreveu: "Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus" (Rm 13.1). 
A ideia bíblica de que a autoridade foi ordenada por Deus para garantir a ordem e o bom funcionamento para a sociedade é apresentada nas Escrituras desde a família de Noé, quando do novo começo da humanidade, passando pela história de toda civilização humana. 
Essa é uma boa oportunidade para refletirmos sobre os governos atuais que flertam com a ditadura, com a falta de interesse de desenvolver a educação da nação e a prioridade de proteger o cidadão com estratégias de segurança pública. São questões atuais e necessárias para serem refletidas. Ainda em Romanos, o apóstolo Paulo diz: "Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela" (13.3). Neste texto, está implícito que o governo, segundo a perspectiva de Deus e das Escrituras, é para fazer o bem, proteger as pessoas de bem e fazer justiça a quem for vítima de um algoz que praticar o mal. 
Todo poder estabelecido no mundo provém de Deus e prestará contas a Ele! 


I ­- UM NOVO COMEÇO

Noé e sua família permanecem a bordo da arca por quase um ano (Gn 7.11; 8.13). Ao deixarem a embarcação, conscientizam-se de que, de agora em diante, terão de se deparar com uma realidade inteiramente nova.


1. Um novo relacionamento com a natureza. Se até aquele momento o homem havia convivido harmonicamente com a criação, a partir de agora, esse relacionamento será bastante traumático. Alerta o Senhor que os animais, por exemplo, terão medo e pavor do ser humano (Gn 9.2). Para combatê-los, haveriam de surgir grandes caçadores como Ninrode (Gn 10.9).

A natureza deveria ser domada a duras penas, a fim de que o habitat dos filhos de Noé se fizesse sustentável. Sobre o assunto, declara o apóstolo Paulo: "Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora" (Rm 8.22 - ARA). 

No Milênio, porém, tal situação será revertida (Is 11.6). Por enquanto, todos jazemos sob um pesado cativeiro.




2. Uma nova dieta. Se antes do Dilúvio todos dispunham de uma dieta vegetal rica e farta, agora teriam de complementá-la com nutrientes animais. Todavia, deveriam abster-se do sangue (Gn 9.4). Semelhante recomendação fariam os apóstolos em Jerusalém (At 15.19,20).



3. A bênção divina. Reconstruir a sociedade humana era tarefa nada fácil. Noé e sua família teriam de recomeçar um processo civilizatório que, por causa da grande inundação, perdera quase dois mil anos de invenções, descobertas e avanços tecnológicos. 
Nessa empreitada, o patriarca e seus filhos necessitariam da plenitude da bênção divina. Bem-aventurando-os, ordena-lhes o Senhor: "Mas vós, frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra e multiplicai-vos nela" (Gn 9.7). Não demoraria muito, conforme veremos nas próximas lições, para que o homem voltasse a progredir e a ocupar os mais remotos continentes. 

Paul Hoff nos fala sobre estabelecer a nova ordem do mundo no Capítulos 8:15—9:17, de Gênesis. Ao sair da arca, Noé entrou em um mundo purificado pelo juízo de Deus; figurativamente era uma nova criação e a humanidade começaria de novo. 

A primeira coisa que Noé fez foi oferecer um grande sacrifício a Deus como sinal de sua gratidão pelo grande livramento passado e como consagração de sua vida a Deus para o futuro. Deus estabeleceu a nova ordem dando provisões básicas pelas quais a vida do homem se regeria na terra depois do dilúvio: 

a) Para dar segurança ao homem prometeu que as estações ficariam restabelecidas para sempre. 
b)  Reiterou o mandamento de que o homem se multiplicasse.
c)  Confirmou o domínio sobre os animais dando-lhe permissão para comer sua carne porém não o seu sangue. 
d)  Estabeleceu a pena capital. 
e)  Fez aliança com o homem prometendo-lhe que jamais voltaria a destruir a terra por meio de um dilúvio. 

Por que foi proibido comer o sangue? Alguns estudiosos creem que o sangue é o símbolo da vida, a qual só Deus pode dar; portanto, o sangue pertence a Deus e o homem não deve tomá-lo. Há, porém, uma explicação mais bíblica. 
A proibição preparou o caminho para ensinar a importância do sangue como meio de expiação (Levítico 17:1014). O sangue representa uma vida entregue na morte. Deus estabeleceu a pena capital para restringir a violência. 

O homem é de grande valor e a vida é sagrada, pois "Deus fez o homem conforme a sua imagem". Martinho Lutero viu neste mandamento a base do governo humano. Se o homem recebe autoridade de outros em certas circunstâncias, também tem autoridade sobre coisas menores, tais como propriedades e impostos. 

O apóstolo Paulo confirma que tal poder é de Deus, e que a pena capital está em vigor (Romanos 13:1-7). O magistrado não traz debalde sua espada (instrumento de execução). 

Deus fez um pacto com Noé e com toda a humanidade prometendo não mais destruir o mundo por um dilúvio. Ao presenciar a terrível destruição pelo juízo de Deus, o homem poderia perguntar-se: "Valerá a pena edificar e semear? Pode ser que haja outro dilúvio e arrase tudo." Mas, para dar-lhe segurança de que a raça continuaria e homem teria um futuro garantido. 

Deus fez aliança com ele. Deixou arCo-íris como sinal de sua fidelidade. E provável que o arco-íris já existisse, mas agora reveste-se de novo significado. Ao ver o arco-íris nas nuvens de tormenta, o homem se lembraria da promessa misericordiosa de Deus. A aliança com Noé é a primeira que se encontra na Bíblia. A relação de Deus com seu povo mediante alianças veio a ser assunto importantíssimo. Deus estabeleceu sua aliança sucessivamente com Noé, com Abraão, com Israel (por meio de Moisés) e com Davi. 

Sergio Baruch, em seu Seminário Apostólico nos acrescenta uma boa exposição sistemática a respeito do Governo humano:



A DISPENSAÇÃO DO GOVERNO HUMANO
“Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda se não viam, temeu e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé”. Hb 11.7


A terceira Dispensação do Governo Humano. Nas duas primeiras dispensações inocência e consciência, o homem fracassou inteiramente, e o julgamento do Dilúvio marca o fim da segunda dispensação e o começo da terceira.


A declaração da aliança com Noé sujeita a humanidade a uma prova. Sua feição distintiva é a instituição, pela primeira vez, do governo humano – o governo do homem pelo homem. O homem é responsável para governar o mundo de acordo com a vontade de Deus.


- A DURAÇÃO


Para compreendermos a época e a duração desta dispensação
observe os quadros abaixo que faz parte da Plenitude do Reino de Deus, Entendemos Reino de Deus como: “O domínio de Deus sobre todos e sobre todas as coisas”. 












Esta dispensação durou 427 anos, desde o tempo do Dilúvio até à Dispersão dos homens sobre a superfície da terra (Gn 10.25; 11.10-19).
Noé, o sobrevivente do Dilúvio, era o pai do Século Pós-diluviano e do mundo presente. Embora sendo da décima geração depois de Adão, ele nasceu apenas 14 anos depois da morte de Sete, o filho de Adão que deu nome à linhagem piedosa. Durante essas oito gerações e por mais de 350 anos em que ele viveu entre os homens depois do Dilúvio, Noé era homem perfeito, um justo que andava com Deus, tornando-se herdeiro da justiça, que é pela fé.

• As condições do mundo no início desse período.


- O novo mundo, portanto, teve um pai piedoso.
- Durante os 600 anos antes do Dilúvio, Noé foi contemporâneo de Matusalém, seu avô.
- Matusalém, por sua vez, contava 243 anos de idade quando Adão morreu.
- Assim, Noé era conhecedor de todos os grandes acontecimentos do período antediluviano e dos primeiros tempos no Jardim do Éden, ou pela experiência própria ou por ouvir do seu avô, Matusalém.
- Por meio de Noé toda tradição do velho mundo transferiu-se para o novo.
- Esse novo mundo foi povoado pelos filhos do grande e justo Noé. Durante 350 anos seus filhos conviveram com o piedoso patriarca, sob a influencia do seu santo testemunho.
- Além de ser um “pregador da justiça”, em razão de sua integridade moral e comunhão com Deus, ele era a grande testemunha do juízo de Deus sobre o mundo ímpio que acabara de perecer, podendo apontar esse fato como prova e ilustração nas suas asserções.
- Seus três filhos, Sem, Cão e Jafé, também foram considerados dignos de escapar a essa catástrofe e testemunharam do juízo que sobreveio ao mundo.
- É natural concluir a existência de fortes influencias no mundo novo para induzir os homens a uma vida de santidade perante o Senhor.

A Aliança de Deus com Noé (Gn 8.20-22; 9.9-17).

- Logo após sair da arca que o salvou das águas, Noé se aproximou de Deus levantando o altar, com sacrifício de sangue (Gn 8.20).

“E edificou Noé um altar ao Senhor; e tomou de todo animal limpo e de toda ave limpa e ofereceu holocaustos sobre o altar. E o SENHOR cheirou o suave cheiro e disse o SENHOR em seu coração: Não tornarei mais a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque a imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice; nem tornarei mais a ferir todo vivente, como fiz”. Gn 8.20,21
- Deus atendeu ao seu servo, concedendo-lhe os termos duma nova aliança com o homem.

A INSTITUIÇÃO DO GOVERNO HUMANO.
- Durante séculos os homens haviam abusado do amor e da graça de Deus, e gastaram seu tempo entregues a toda qualidade de pecado e vício.

- Após o Dilúvio, o caminho, o único Caminho para a vida eterna, ainda permanecia aberto diante deles, e cabia-lhes o direito de aceitar ou rejeita-lo.

- Mas se o rejeitassem, continuando desobedientes às leis divinas, eram passíveis de punição imediata por parte dos seus contemporâneos, pois Deus instituiu um governo terrestre que serviria de freio sobre os delitos dos ímpios.

O pacto que Deus fez com Noé.

- Por causa do apelo à violência e ao derramamento de sangue que surge no coração humano (Gn 6.11; 8.21), Deus procurou salvaguardar a intocabilidade da vida humana, reprimindo o homicídio na sociedade.

1 E abençoou Deus a Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a terra.
2 E será o vosso temor e o vosso pavor sobre todo animal da terra e sobre toda ave dos céus; tudo o que se move sobre a terra e todos os peixes do mar na vossa mão são entregues.
3 Tudo quanto se move, que é vivente, será para vosso mantimento; tudo vos tenho dado, como a erva verde.
4 A carne, porém, com sua vida, isto é, com seu sangue, não comereis.
5 E certamente requererei o vosso sangue, o sangue da vossa vida; da mão de todo animal o requererei, como também da mão do homem e da mão do irmão de cada um requererei a vida do homem.
6 Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem.
7 Mas vós, frutificai e multiplicai-vos; povoai abundantemente a terra e multiplicai-vos nela.
8 E falou Deus a Noé e a seus filhos com ele, dizendo:
9 E eu, eis que estabeleço o meu concerto convosco, e com a vossa semente depois de vós,
10 e com toda alma vivente, que convosco está, de aves, de reses, e de todo animal da terra convosco; desde todos que saíram da arca, até todo animal da terra.
11 E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra.
12 E disse Deus: Este é o sinal do concerto que ponho entre mim e vós e entre toda alma vivente, que está convosco, por gerações eternas.
13 O meu marco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra. Gn 9.6

A DURAÇÃO DESTA ALIANÇA.
- É notável que desde o tempo de Noé, nunca mais Deus tratou com alguém que represente a raça humana em sua totalidade, entregando-lhe NOVOS TERMOS duma aliança que afete toda a humanidade. Por isso, desde os dias de Noé e até que chegasse o tempo de Deus dar novas leis à humanidade, essa aliança (com Noé) continuaria em vigor. Só no Milênio, sob o governo de Cristo, haverá outra aliança que substituirá a de Noé.

ORIGEM DAS NAÇÕES. 


• Os descendentes de Sem.
- Povoaram as regiões asiáticas, desde as praias do Mediterrâneo até o oceano Índico, ocupando a maior parte do território entre Jafé e Cam. Foi dentre eles que Deus escolheu o seu povo, cuja história constitui o tema central das Sagradas Escrituras.

- Sem, nascido 120 anos antes do Dilúvio, conheceu a seu pai, Noé, seu avô Lameque e seu bisavô, Matusalém, antes do Dilúvio.
- Lameque, por sua vez, conheceu a Adão por mais de 50 anos, e Matusalém o conheceu por mais de 250 anos.
- Esses fatos demonstram a maneira pela qual os conhecimentos históricos do princípio da raça foram comunicados às gerações posteriores.
- Noé viveu até o tempo de Abraão.
- Sem chegou a alcançar o tempo de Isaque e Jacó, filho e neto de Abraão.


- Sem foi pai de cinco filhos que se tornaram em cinco grandes raças e numerosas tribos menores.
- Arfaxade foi pai dos caldeus, que povoaram a região marginal do Golfo Pérsico. Foi progenitor de Abraão, oito gerações anteriores.

• Os descendentes de Cão.
- Foram notavelmente poderosos no principio da história do mundo antigo. Constituíam a base dos povos que mais relações travaram com os hebreus, seja como amigos, seja como inimigos. Eles estabeleceram-se na África, no litoral mediterrâneo da Arábia e na Mesopotâmia.
- Cão foi pai de quatro filhos Cuxe (Etiópia), Pute (Líbia), Canaã (Palestina) e Misraim (Egito) que se tornaram as raças turanianas e negras.
- Cuxe (Etiópia) gerou seis filhos (Sebá, Havilá, Sabtá, Raamá, Sabtecá e Ninrode).
- Ninrode (filho de Cuxe), rei da Babilônia, foi o fundador do antigo Império Babilônico. Foi o falso “Messias” e fundador de toda religião falsa e idólatra do mundo.
- Misraim (filho de Cuxe), é Menes I, o primeiro rei do Egito.


• Os descendentes de Jafé.
- Foram os povos indo-europeus, ou arianos. Embora não tivessem sobressaído na história antiga, tornaram-se nas raças dominantes do mundo moderno.
- Jafé foi pai de sete filhos Magogue (Russos), Java (Gregos, Latinos e Franceses), Tubal (Turquia), Gomer (Alemães, Celtas, Eslavos, Escandinavos-suecos, dinamarqueses e noruegueses, Goters, Teutões, Saxões, Holandeses, Suíços, Belgas, e os Anglo-persas).

A GRANDE FALHA.
• A construção da Torre de Babel.
- O coração corrupto do homem não somente rejeitou o caminho da redenção, como também deliberadamente desobedeceu ao mandamento especial de que os homens se espalhassem sobre a terra. Antes começaram a construir cidades e agregar-se nelas.


- Ninrode neto de Cão por Cuxe, começou (foi o primeiro) a ser poderoso na terra. O principio do seu reino foi Babel, mas construiu mais sete cidades (Gn 10.10,11).

8 E Cuxe gerou a Ninrode; este começou a ser poderoso na terra.
9 E este foi poderoso caçador diante da face do SENHOR; pelo que se diz: Como Ninrode, poderoso caçador diante do SENHOR.
10 E o princípio do seu reino foi Babel, e Ereque, e Acade, e Calné, na terra de Sinar.
11 Desta mesma terra saiu ele à Assíria e edificou a Nínive, e Reobote-Ir, e Calá,
12 e Resém, entre Nínive e Calá (esta é a grande cidade).
Gn 10.8-12

- O governo humano foi instituído por ordem divina, mas o IMPERALISMO de Ninrode e de outros daquele tempo já era diferente, sendo um plano de Satanás que visa unir o mundo e fazer guerra contra o Senhor Jesus Cristo.

- Mesmo em tempos remotos, os homens uniram-se para fazer planos de não se espalharem (Gn 11.4), planos pelos quais poderiam fazer para si um nome (Gn 4.17).

- O ponto alto desses planos para engrandecer o nome do homem foi a construção da Torre de Babel nas planícies de Sinear (Mesopotâmia), torre que imaginavam chegaria até o céu (Gn 11.4; 2 Tm 3.1-4; Sl 49.11-13).

1 E era toda a terra de uma mesma língua e de uma mesma fala.
2 E aconteceu que, partindo eles do Oriente, acharam um vale na terra de Sinar; e habitaram ali.
3 E disseram uns aos outros: Eia, façamos tijolos e queimemo-los bem. E foi-lhes o tijolo por pedra, e o betume, por cal.
4 E disseram: Eia, edifiquemos nós uma cidade e uma torre cujo cume toque nos céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face de toda a terra.
5 Então, desceu o SENHOR para ver a cidade e a torre que os filhos dos homens edificavam;
6 e o SENHOR disse: Eis que o povo é um, e todos têm uma mesma língua; e isto é o que começam a fazer; e, agora, não haverá restrição para tudo o que eles intentarem fazer.
Gn 11.1-6


- Sinar (Gn 11.2) é o nome que o AT dá ao território da antiga Suméria e, posteriormente, chamado Babilônia ou o termo geral Mesopotâmia. ( )

- O pecado do povo na terra de Sinar foi a ambição de dominar o mundo e dirigir o seu próprio destino, à parte de Deus, através da união política centralizada, poder e grandes conquistas. Esse desígnio era fruto do orgulho e rebeldia contra Deus. 


Deus frustrou o propósito deles, multiplicando idiomas em seu meio, de tal maneira que não podiam comunicar-se entre si (Gn 11.7,8). Isso deu origem à diversidade de raças e idiomas no mundo. Nesse tempo, a raça humana deixando a Deus, voltou-se para a idolatria, a feitiçaria e a astrologia (Is 47.12; Ex 22.18; Dt 18.10).
- As funestas conseqüências deste estado espiritual nos seres humanos é descrita em Rm 1.21-28. Deus os entregou à impureza dos seus próprios corações (Rm 1.24,26,28), e, com Abrão, Ele prosseguiu dando cumprimento ao propósito da salvação da raça humana (Gn 11. 31).



II -O ARCO DE DEUS

Antes do Dilúvio, não havia chuva. Um vapor regava a terra. A partir de agora, porém, haveria de cair regularmente sobre a terra, como sinal da bênção divina (Mt 5.45). A pergunta, todavia, era inevitável: "E se viesse outro dilúvio?".



1. Um novo pacto com a humanidade. Visando acalmar-lhes o espírito, promete-lhes o Senhor: o mundo não voltará a ser destruído por uma nova inundação. Sem essa promessa, a descendência de Noé teria desperdiçado seus esforços na construção de arcas, torres e barragens.  
Em sua misericórdia, o Senhor promete: "E eu convosco estabeleço o meu concerto, que não será mais destruída toda carne pelas águas do dilúvio e que não haverá mais dilúvio para destruir a terra" (Gn 9.11).



2. O sinal do pacto noético. A fim de que a humanidade se lembrasse da misericórdia de Deus, após cada chuva, o Senhor torna-lhes bem visível o seu pacto: "O meu arco tenho posto na nuvem; este será por sinal do concerto entre mim e a terra. E acontecerá que, quando eu trouxer nuvens sobre a terra, aparecerá o arco nas nuvens" (Gn 9.13,14).
O arco de Deus, seria um fenômeno tão novo como a chuva regular. Vendo-o a cada chuvarada, os descendentes de Noé poderiam repousar nos cuidados divinos. 


III - O PRINCÍPIO DO GOVERNO HUMANO

Uma nova civilização estava prestes a recomeçar. Mas, para que alcançasse plenamente os seus objetivos, era imperioso que ela se formasse sob o império das leis. Por esse motivo, Deus institui o governo humano.


1. O governo humano. Teologicamente, o governo humano é a instituição estabelecida por Deus, logo após o Dilúvio, através da qual o Senhor delega ao homem não somente a governança do planeta, como também a administração da justiça (Rm 13.1). Essa instituição, sem a qual a civilização humana seria inviável, pode ser sumariada nesta única sentença divina: "Quem derramar o sangue do homem, pelo homem o seu sangue será derramado; porque Deus fez o homem conforme a sua imagem" (Gn 9.6). 
O Senhor Jesus, ao ratificar esse princípio, foi enfático ao realçar o lado benevolente e amoroso que deveria reger o governo humano: "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas" (Mt 7.12).



2. O aperfeiçoamento do governo humano. Israel teve em vários períodos de sua história, alguns governos que chegaram a ser perfeitos. Haja vista o reinado de Ezequias (2 Cr 29.1,2). Aliás, esses homens procuraram cumprir a Lei de Moisés, porque sabiam que nenhum reino poderá ser construído anarquicamente.
Dessa forma, Noé e seus descendentes, sob as novas regras baixadas pelo Senhor, puderam dar continuidade a história humana, apesar das lacunas deixadas pelo Dilúvio.

De acordo com um governo perfeito, após a queda só existirá um governo perfeito que será o Governo de Milenial de Cristo, também conhecida como Era Messiânica, e será caracterizada por um reino de paz (Is 2.4; 11.5-9). As profecias de Isaías revelam muitas outras características, incluindo:

- Alegria (Is 9.3-4)
- Glória (Is 24.23)
- Justiça (Is 9.7)
- Conhecimento pleno (Is 11.1-2)
- Instruções e orientações (Is 2.2-3)
- Fim da maldição sobre a terra e a eliminação de toda enfermidade (Is 11.6-9; 33.24)
- Maio expectativa de vida (Is 65.20)
- Prosperidade (Is 4.1; 35.1-2; 62.8-9)
- Harmonia no reino animal (Is 11.6-9; 62.25).


Rivaldo Nascimento