segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Lição 1 - Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas - 3 de Janeiro de 2016






TEXTO ÁUREO

"Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos." 
(2 Tm 3.1)


VERDADE PRÁTICA

O estudo da Escatologia bíblica traz ao coração dos salvos a esperança de um dia estarem para sempre com o Senhor Jesus Cristo.



LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 24.4, 5, 11-13; 1 Tessalonicenses 1.10

Mt 24.4 -  E Jesus, respondendo, disse-lhes: Acautelai-vos, que ninguém vos engane,
5 - porque muitos virão em meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo; e enganarão a muitos.
11 - E surgirão muitos falsos profetas e enganarão a muitos.
12 - E, por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos se esfriará.
13  - Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.
1 Ts 1.10 -  e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.



OBJETIVO GERAL



Explicar o real significado da Escatologia Bíblica.



PONTO CENTRAL

O estudo da Escatologia Bíblica traz esperança para os salvos em Jesus Cristo.


INTRODUÇÃO:

O Pastor Marcos Tuler, em seu livro "Sumário de ESCATOLOGIA E Soteriologia", publicado em 2013 pela 3D editora, usa para a introdução à Escatologia o texto do profeta Isaías no capítulo 44 e versículo 6, que nos diz: 

"Assim diz o Senhor(...) Eu sou o primeiro e o último..."

Em seguida ele nos diz que Deus já escreveu, tanto o primeiro como o último capítulo da história da humanidade. No livro de Gênesis lemos acerca da origem de todas as coisa: do universo, da vida, do homem, da sociedade humana, do pecado e da morte. Nos livros proféticos, especialmente no Apocalipse, Deus revelou como todas as coisas alcançarão seu objetivos máximo e sua consumação. Muitos como Daniel estão perguntando:

"Qual será o fim dessas coisas?" 

Só Deus pode responder e a resposta se encontra nas Escrituras.

O Ensinador Cristão nos diz que: “O único motivo por que a promessa da nossa ressurreição, do nosso corpo glorificado, do nosso reinar com Cristo, e do nosso futuro eterno é chamada ‘esperança’ é porque ainda não os alcançamos (Rm 8.24,25)” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal, CPAD, p.610). De fato, não alcançamos a plena redenção do nosso corpo; a nova realidade de uma transformação radical nos termos que o apóstolo Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (4.16,17). Ao anunciar esta promessa, o apóstolo conclui: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (v.18).

  A sentença acima, pronunciada pelo apóstolo dos gentios, demonstra que a “esperança” é o grande tema da verdadeira Escatologia Bíblica. E que, por isso, devemos reforçar tal esperança consolando uns aos outros com a memória dessa promessa. A razão de aguardarmos algo que ainda não ocorreu é porque “anelamos e esperamos a realidade última da manifestação do Reino de Deus no mundo”. Por isso, essa esperança se inicia e permanece em nós por intermédio de Jesus Cristo (Ef 2.12). Éramos um povo sem esperança, já condenado como filhos da ira, com uma natureza essencialmente alienada de Deus e do seu plano de salvação. Mas, “estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5). Aqui, está a razão da nossa esperança! Se o Pai, por intermédio de Jesus, o seu Filho, nos vivificou em Cristo, significa que Ele completará essa boa obra iniciada em nós. Por isso, a “esperança” é o fundamento primeiro da Escatologia Bíblica.

Enfatize a esperança cristã

        Antes de abordar o conceito da Escatologia, a preocupação com os fins dos tempos e as linhas de interpretações do livro de Apocalipse, dê ênfase ao tema da “esperança”. A doutrina das últimas coisas não pode ser ensinada com o objetivo de trazer medo às pessoas. À luz da Palavra de Deus, sempre que os autores bíblicos trataram do assunto, eles tinham como alvo de consolar, confortar e animar o povo de Deus.




I - O ESTUDO DA ESCATOLOGIA



1. Definição. A palavra escatologia tem origem em dois termos gregos: escathos, "último", e logos, "estudo", "mensagem", "palavra". O termo grego cognato é éschata, que significa "últimas coisas". Daí vem à expressão "estudo", ou "doutrina" das "últimas coisas". Portanto, escatologia é o estudo sistemático das coisas que acontecerão nos últimos dias ou a "doutrina das últimas coisas". A escatologia estuda os seguintes temas: Estado Intermediário, Arrebatamento da Igreja, Grande Tribulação, Milênio, Julgamento Final e o Estado Perfeito Eterno.


Como vimos acima Escatologia é a Doutrina das Últimas Coisas;
o que seria doutrina das últimas coisas?

A palavra doutrina é usada por 51 vezes nas Escrituras. Mas, o que é doutrina? Doutrina significa ensino ou instrução acerca de qualquer assunto: "E perseveravam na doutrina dos apóstolos" (At 2.42).

Há três classes distintas de Doutrinas:

a) Doutrinas da salvação (regeneração, expiação, redenção, justificação, adoção, graça, santificação e glorificação);

b) Doutrina da fé cristã (Grandes doutrinas: Pecado, Homem, Deus, Jesus, Espírito Santo, Anjos, Escrituras, Igreja etc); e

c) Doutrinas das coisas futuras.

A Doutrina das Últimas Coisas são as verdades das Sagradas Escrituras referentes aos últimos dias da história da humanidade.

É o estudo sistemático e lógico das doutrinas concernentes às últimas coisas.

"...o Espírito Santo...vos anunciará as coisas que hão de vir" (Jo 16.13).

A Bíblia usa várias outras expressões para se referir ao tempo do fim: "os últimos dias", "os últimos tempos", "a última hora".
Ela provém das Escrituras Sagradas e é estudada na Teologia Sistemática com o nome de Escatologia.

Lembrai-vos das coisas passadas desde a antiguidade; que eu sou Deus, e não há outro Deus, não há outro semelhante a mim.

Que anuncio o fim desde o princípio, e desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam; que digo: O meu conselho será firme, e farei toda a minha vontade.

Isaías 46:9,10



E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões.
(Joel 2:28; At 2.17)

"Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé..."
1 Timóteo 4:1

Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.
2 Timóteo 3:1

 Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho,
Hebreus 1.1

"Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores..."
2 Pedro 3:3

As Doutrinas Escatológicas classificam-se pelo menos em 8 doutrinas:

1. Doutrina da morte e do estado intermediário;

2. Doutrina dos juízos:

a) O juízo dos pecados da humanidade;
b) O juízo do crente pelo crente;
c) O juízo das obras do crente;
d) O juízo de Israel durante a Grande Tribulação;
e) O juízo das nações viventes;
f) O juízo do Diabo e seus anjos;
g) O juízo dos ímpios falecidos.

3. Doutrina das ressurreições;
(Há duas ressurreições: a dos justos e a dos injustos).

4. Doutrina da vinda de Jesus, Abrange:
a) Arrebatamento;
b) Grande Tribulação;
c) Tribunal de Cristo;
e) Bodas do Cordeiro;
f) Volta de Jesus em Glória; e
g) Julgamento das Nações.

5. Doutrina do Milênio;

6. Doutrina da revolta de Satanás;

7. Doutrina do Eterno e Perfeito Estado (Ap 21 e 22); e

8. Doutrina das Dispensações e Alianças da Bíblia
(7 dispensações e 8 alianças).


POR QUE O ESTUDO DA DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS É NECESSÁRIO E URGENTE?

1. Poque muitos já perderam a esperança de vida eterna.

E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.

2 Pedro 3:4



Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.
2 Pedro 3:8


O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.
2 Pedro 3:9

2. Poque muitos seguem a ensinos de homens ou possuem pontos de vista equivocados acerca dos eventos futuros.

Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade.
2 Pedro 1:16

3. Por que há diferentes correntes de interpretação das profecias bíblicas.
a) Diferentes conceitos sobre o arrebatamento da igreja:
- Mid-tribulacionista - Arrebatamento no meio da Grande Tribulação;
- Pós-tribulacionista - Arrebatamentos será no final da Grande Tribulação; e
- Pré-tribulacionista - Arrebatamento antes da Grande Tribulação.

b) Diferentes conceitos sobre o Milênio:
- Amilenismo - Nega o milênio na terra;
- Pós-milenismo - É a era da igreja, já estaria acontecendo sem Cristo fisicamente presente; e
- Pré-milenismo - Diz que Jesus voltará pessoalmente no fim da era da Igreja e estabelecerá seu reino na terra durante mil anos. Enfatiza a interpretação literal da Bíblia.

PRINCIPAIS ASSUNTOS ABORDADOS PELA ESCATOLOGIA:

1. No Antigo Testamento.

- A restauração completa do remanescente fiel do povo judeu (Sf 3.13.

- O aparecimento glorioso e visível do Messias, que levará Israel à conversão nacional.



"Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito".
Zacarias 12:10

- O julgamento das nações (Jr 46.10).
- O estabelecimento do Reino de Deus na terra (Is 11.1-16).
- A ressurreição e o Juízo Final (Dn 12.2)
- O aparecimento dos novos céus e de nova terra (Is 65.17).

2. No Novo Testamento.

- A Morte e o Estado Intermediário ( a imortalidade da alma);
- A Ressurreição;

      Primeira ressurreição: os santos do Antigo Testamento e a Igreja no Arrebatamento (Ceifa); os santos da Grande Tribulação (respiga), Ap 6.9-11; 20.4,5.

     Segunda ressurreição: os santos que morrerem durante o Milênio e os injustos mortos de todos os tempos, Ap 20.11-15.

-  O Arrebatamento da Igreja, 1 Ts 4.14-18 (rapto X revelação);

- O aparecimento do Anticristo;

- A Grande Tribulação, Septuagésima Semana de Daniel - Dn 9.24-27 (Tribunal de Cristo, as Bodas do Cordeiro);

- A Segunda Vinda de Cristo (Revelação - Jesus pisará o monte das oliveiras Zc 14.4 - Armagedom, julgamento das nações);

- O Milênio (Satanás será amarrado por mil anos Ap 20. 2,3);

- Satanás será solto por "pouco tempo" (julgamento final das nações);
- Satanás será lançado no lago de fogo (Ap 20.10);

- O Julgamento Final (Ressurreição somente dos ímpios - Grande Trono Branco - Ap 20.11-15);

- A terra será renovada pelo fogo (Ap 21.1; 2 Pe 3.10-13);

- O Estado perfeito e Eterno.

John E Walvoord, no prefácio do Manual de Escatologia, escrito por J. Dwight Pentecost, Th.D. e traduzido por Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Th.M. nos diz queA escatologia bíblica é o ponto culminante da teologia sistemática

Não é apenas o clímax, o desfecho e a consumação do estudo teológico, mas a apresentação da escatologia é também a suprema demonstração de habilidade teológica. Aqui, mais que em qualquer outro campo, exceto talvez na doutrina da pessoa de Cristo, estão expostas as importantes ferramentas da exegese, da síntese, da hermenêutica e do sistema teológico. Exige-se um julgamento refinado para discernir o que deve ser interpretado à letra em contraposição ao que deve ser interpretado de forma espiritual e alegórica. A coerência da revelação de Deus como um todo no Antigo e no Novo Testamento deve ser mantida.

A escatologia, mais que qualquer outro campo da teologia, tem sofrido muito nas mãos dos intérpretes. Mesmo entre aqueles cuja confiança na Palavra inspirada de Deus é inquestionável, existem escolas de interpretação amplamente divergentes. Por essa razão, alguns teólogos se contentam com a apresentação de alguns poucos acontecimentos da escatologia, como a ressurreição dos mortos, a segunda vinda e o julgamento final, negligenciando vastas partes das Escrituras que tratam  de outras questões proféticas. 



2. A escatologia e a volta de Jesus. O estudo da escatologia bíblica mostra que o crente tem de estar sempre alerta, vigilante, pois a volta de Jesus pode acontecer a qualquer momento: "Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais" (Lc 12.40). Muitos desprezam e desdenham das verdades bíblicas, mas Deus vela pela sua Palavra e em breve Jesus voltará e julgará a todos aqueles que amam a prática do pecado.

SINAIS DO FIM DOS TEMPOS

1. Condições antediluvianas e sodomitas.


E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.

Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos.
Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam;
Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos.
Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar.
Lucas 17:26-30


2. Apostasia generalizada.


Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios;

1 Timóteo 4:1


Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências;
E desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.
2 Timóteo 4:3,4

E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos.
Mateus 24:11

3. Piedade fingida, assinalada pelo aumento do pecado e da iniquidade.


Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.

Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos,
Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons,
Traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus,
Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.
2 Timóteo 3:1-5



4. O aparecimento de zombadores.


Sabendo primeiro isto, que nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as suas próprias concupiscências,

E dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.
2 Pedro 3:3,4



5. Perseguição generalizada.



Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome.
Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão.
Mateus 24:9,10


6. Evangelismo de âmbito mundial.


Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as nações.

Marcos 13:10

7. Indiferentismo Espiritual. (2 Timóteo 3:1-5)

8. Multiplicação de Falsas Religiões. (2 Timóteo 3:1-5)

9. Fomes, pestes, terremotos e gerras (Mt 24.6-8)


E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, porque é mister que isso tudo aconteça, mas ainda não é o fim.

Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares.
Mas todas estas coisas são o princípio de dores.
Mateus 24:6-8


A fim de que essas catástrofes sirvam de sinal da chegada do tempo do fim, é necessário que todas ocorram aproximadamente ao mesmo tempo, e de forma intensificada.

10. Angústia e temor entre as nações (Lc 21.25,26).

11. Conferência de paz (1 Ts 5.2,3).

12. A volta dos judeus à Palestina.

Deus compara a nação judaica a uma figueira. Quando a figueira começar a florescer é que se aproxima o período do fim dos tempos.


"E eu mesmo recolherei o restante das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos... e habitarão na sua terra"

Jeremias 23:3-8


"Eis que eu os congregarei o restante das minhas ovelhas, para onde os lacei...tornarei a trazê-los a este lugar, e farei que nele habitem seguramente" (Jr 32.37,41)


E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles reedificarão as cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto.
E plantá-los-ei na sua terra, e não serão mais arrancados da sua terra que lhes dei, diz o Senhor teu Deus.
Amós 9:14,15


- O cativeiro babilônico (70 anos);

- A volta de Jerusalém (Rei Artaxerxes) por Zorobabel. Reconstrução do Templo.

- Nova dispersão nos anos 70 sob ordens do General Tito;

- Movimento sionista 1897. O povo começou a voltar;

- Tomada de Jerusalém 1917. Gen. britânico Allemby;

- Em 1923 a pedido da Iglaterra a liga das nações aprovou mandato para retornarem à terra;

- Em 1939 limitado o retorno pelas guerras árabes;

- Fundação do Estado de Israel em 1948;

- Em 1967 onze nações árabes tentaram expulsar os judeus da palestina (Guerras dos seis dias).


SUBSÍDIO TEOLÓGICO

"Embora lide com eventos futuros, a escatologia tem suas raízes tanto na vida, morte e ressurreição históricas de Cristo como em seu futuro retorno. Como afirma Berkouwer: 'Não é o desconhecimento do futuro, mas sim seu conhecimento que é fundamental na reflexão escatológica'. A verdadeira questão é 'se as expectativas bíblicas são certas ou incertas, duvidosas ou inevitáveis'.  
Eis uma verdade com a qual quase todos os teólogos evangélicos concordam: Jesus voltará. Os cristãos fundamentam sua esperança nesta promessa, que foi claramente firmada por Cristo (Mt 24.27-31). Nas parábolas dos dois servos (Mt 24.45-51), das dez virgens (Mt 25.1-13) e dos talentos (Mt 25.14-30), Jesus assegurou que voltaria. Ele virá sobre as nuvens (Mt 26.64; Ap 1.7), à vista de todos (Mt 24.30), chegará ao mesmo lugar do qual partiu (Zc 14.4; At 1.11) e em um momento que apenas o Pai conhece (Mc 13.32).
Embora os estudiosos normalmente concordem que Jesus voltará, existem diferentes opiniões sobre os detalhes das circunstâncias que levarão ou se seguirão ao retorno de Cristo. Estas diferentes opiniões estão relacionadas à sequência dos eventos do fim, à Grande Tribulação, ao Milênio e ao futuro de Israel" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 168).



II - A PREOCUPAÇÃO COM OS FINS DOS TEMPOS



1. Os discípulos de Jesus. 

Certa vez, os discípulos de Jesus fizeram a seguinte indagação ao Mestre: "[...] Dize-nos quando serão essas coisas e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo? (Mt 24.3). Tanto os discípulos quanto os cristãos do primeiro século desejavam saber a respeito do fim dos tempos, pois este é um assunto que chama a atenção de crentes e não crentes. Já no primeiro século algumas pessoas não acreditavam mais na segunda vinda de Jesus, pois Pedro fala sobre os "escarnecedores" que dizem: "Onde está a promessa da sua vinda?" Infelizmente, hoje muitos também continuam achando que a Palavra de Deus não se cumprirá e que o fim não virá (2 Pe 3.3,4).



2. As previsões falsas sobre o futuro. 

O homem sempre se preocupou com o fim dos tempos, por isso, o grande número de falsos profetas e falsas previsões quanto ao futuro da humanidade. São inúmeras seitas e falsos profetas que já marcaram a data da segunda vinda de Jesus e o fim de todas as coisas, pois todos erram.



3. Falsos profetas.  

Certo pastor, marcou o arrebatamento da Igreja para o ano de 1993, e o início da Grande Tribulação, considerando que o ano 2000 seria o fim do sexto milênio. Outro "profeta", baseado em cálculos matemáticos, somando ou subtraindo referências bíblicas e utilizando a contagem bíblica dos tempos, assegurou que o Anticristo seria revelado em 13 de novembro de 1986 às 17 horas em Jerusalém! Marcou o "fim do mundo" para março de 1987. Mais um falso profeta foi desmoralizado.





SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

"Marcos 13.32 assinala que apenas o Pai conhece o momento do retorno de Cristo. Mateus 24.42 alerta: 'Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor'. Paulo escreve: 'porque vós mesmos sabeis muito bem que o Dia do Senhor virá como o ladrão de noite' (1 Ts 5.2). Estas passagens indicam que Jesus pode retornar a qualquer momento advertindo-nos para estarmos prontos.
Já outras passagens trazem sinais que precederão a volta de Cristo. O próprio Jesus mencionou sinais que marcariam o fim dos tempos como lemos em Mateus 24.1-14)" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 169).


III - INTERPRETAÇÕES ESCATOLÓGICAS

Existem diferentes interpretações escatológicas a respeito do fim. Não podemos estudar todas em uma única lição, porém  estudaremos algumas:



1.Futurista. 

Essa interpretação considera que a maior parte das profecias ainda vai se cumprir, começando com o arrebatamento da Igreja e demais fatos subsequentes. Sem dúvida, é a mais adequada à realidade das profecias sobre os últimos tempos.  Essa corrente, porém, subdivide-se em:

a) Pré-tribulacionista. Esta corrente afirma que o Senhor Jesus arrebatará sua Igreja antes da Tribulação de sete anos (Jo 14.1-3; 1 Ts 4-5). Segundo Tim Lahaye, aqueles que "interpretam a Bíblia literalmente encontram razões fortes para crer que o arrebatamento será pré-tribulacional". O ensino a respeito do arrebatamento é uma doutrina fundamental, porém, o povo de Deus não precisa estar dividido quanto a tal assunto. O importante é que Jesus voltará para buscar a sua Igreja.
É importante ressaltar que a corrente pré-tribulacionista está mais de acordo com o livro de Apocalipse (Ap 4.1-2). Para os pré-tribulacionistas os crentes serão guardados da Tribulação. Segundo esta corrente o propósito da Tribulação não é preparar a Igreja para estar com Cristo, mas, preparar Israel para a restauração do plano de Deus.

 b) Pré-milenista. 

Essa corrente conclui que a Vinda de Cristo ocorrerá antes do milênio, quando Cristo virá reinar sobre a Terra. 
Grande parte dos cristãos do primeiro século, eram pré-milenistas. Segundo o pastor Claudionor de Andrade  "tal posicionamento foi duramente combatido por Orígenes que, influenciado pela filosofia grega, passou a   ensinar que o Milênio nada mais era que uma referência alegórica à ação do Evangelho na vida das nações".

c) Midi-tribulacionistas 

Os midi-tribulacionistas entendem que a Igreja será arrebatada no meio da Tribulação.

d) Pós-tribulacionistas. 

Os pós-tribulacionistas pregam que a Igreja vai passar pela Grande Tribulação. No entanto, esse ensino não tem base sólida na Palavra de Deus. Jesus disse à igreja de Filadélfia, que representa a igreja fiel, que iria guardá-la "da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra" (Ap 3.10). A Igreja não estará mais na Terra quando começar a Grande Tribulação. Paulo ensina que devemos "[...] esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dos mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura" (1 Ts 1.10).




2. Histórica. 

Considera que o Apocalipse é um livro histórico, cujos fatos já se cumpriram na sua maior parte. Mas tal entendimento não corresponde à realidade bíblica.



3.Preterista 

Os preteristas entendem que o Apocalipse já se cumpriu totalmente na época do Império Romano, incluindo a destruição de Jerusalém, no ano 70 a.C. Entretanto, as profecias bíblicas sobre os fins dos tempos indicam que diversos eventos escatológicos ainda não se cumpriram, como o Arrebatamento da Igreja (1 Ts 4.17), a Grande Tribulação ou "a hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo" (Ap 3.10),  a Vinda de Cristo em glória (Mt 16.27) e o milênio (Ap 20.2-5).



4. Simbolista. 

É também chamada de interpretação idealista ou espiritualista. Tudo é "espiritualizado", simbólico; nada é histórico, mas apenas uma alegoria da luta entre o bem e o mal.  Nessa linha de pensamento, há o ensino amilenista, segundo o qual não haverá um período literal de mil anos para o reinado de Cristo. Ensinam que a Igreja está vivendo um milênio simbólico, mas as referências que indicam que o milênio será literal são muitas (Ap 20.2-5; Hc 2.14). Há os pós-milenistas que pregam que Jesus só voltará depois do milênio. Os textos bíblicos, porém, indicam uma ordem diferente dos acontecimentos escatológicos. A ressurreição dos mortos salvos ocorrerá na vinda de Cristo (1 Ts 4.13-17). A volta de Jesus é tão literal quanto o foi a sua Ascensão (cf. At 1.9,11).


SUBSÍDIO TEOLÓGICO

 "Os termos pré-milenismo, amilenialismo e pós-milenialismo existem porque Apocalipse 20 fala sobre um reinado milenial de Cristo, que terá lugar logo após o seu retorno (retratado em Apocalipse 19). Uma teologia sólida deve ser desenvolvida a partir da própria Bíblia e as Escrituras ensinam apenas um ponto de vista. O amilenialismo e o pós-milenialismo não são encontrados em nenhuma parte, mas o pré-milenialismo é percebido ao longo de toda a Bíblia. A força do pré-milenialismo está no texto das Escrituras"
O pré-milenialismo é a opinião escatológica de que Jesus Cristo voltará literalmente para estabelecer o seu reino na terra por mil anos. Isso ocorrerá após o período da Tribulação e antes do estabelecimento de um novo céu e uma nova terra (Ap 20).
Ryrie observa: 'Todas as formas de pré-milenialismo entendem que o Milênio segue à segunda vinda de Cristo. A sua duração será de mil anos; a sua localização será na terra; o seu governo será teocrático com a presença pessoal de Cristo reinando como Rei'.
Dentro do pré-milenialismo, em geral, existe uma variedade de pontos de vista acerca do arrebatamento da Igreja, os quais incluem o pré-milenialismo pré-tribulacional, e pós-tribulacional. Em outras palavras, os pré-milenialistas estão divididos quanto as suas opiniões de quando o arrebatamento ocorrerá em relação à Tribulação e ao Milênio" (LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de Profecia Bíblica. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 208, p. 348).




CONCLUSÃO

Defendemos a interpretação futurista, que se revela como a que melhor ajusta-se à boa hermenêutica sagrada, segundo a qual a Bíblia interpreta-se a si mesma.
Nos livros escatológicos, podemos identificar algumas profecias que já se cumpriram e também entendemos que há linguagem simbólica nos livros escatológicos. Mas, em relação aos fins dos tempos, face à volta de Jesus, cremos que esta se dará antes da Grande Tribulação.


 RIVALDO NASCIMENTO

Ensinador Cristão Nº 65 do 1º trimestre de 2016. Marcelo Oliveira de Oliveira.

- Tuler, Marcos - Sumário de Escatologia e Soteriologia/Marcos Tuler - Rio de Janeiro: 3D Editora, maio 2013, 3ª edição.

- J. Dwight Pentecost, Th.D. - Manual de Escatologia, e traduzido por Carlos Osvaldo Cardoso Pinto, Th.M. - Editora Vida.

- O texto bíblico aqui empregado é o da "Bíblia de Estudos", tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Revista e Corrigida, publicada por Editora Vida,
 
- Imagens: www.escola-dominical.com.br   



sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

1º trimestre de 2016 da Escola Bíblica Dominical






O currículo de Escola Dominical CPAD é um aprendizado que acompanha toda a família. A cada trimestre, um reforço espiritual para aqueles que desejam edificar suas vidas na Palavra de Deus. Neste 1º trimestre de 2016, estudaremos: O Final de Todas as Coisas - Esperança e Glória para os Salvos 
Comentário: Pr. Elinaldo Renovato de Lima

Sumário 
Lição 1 - Escatologia, o Estudo das Últimas Coisas 
Lição 2 - Sinais que Antecedem a Volta de Cristo 
Lição 3 - Esperando a Volta de Jesus 
Lição 4 - Esteja Alerta e Vigilante, Jesus Voltará 
Lição 5 - O Arrebatamento da Igreja 
Lição 6 - O Tribunal de Cristo e os Galardões 
Lição 7 - As Bodas do Cordeiro 
Lição 8 - A Grande Tribulação 
Lição 9 - A Vinda de Jesus em Glória 
Lição 10 - Milênio - Um Tempo Glorioso para a Terra 
Lição 11 - O Juízo Final 
Lição 12 - Novos Céus e Nova Terra 
Lição 13 - O Destino Final dos Mortos


COMENTARISTA DA LIÇÃO


Pr. CPr. Elinado Renovato de Lima 

É Ministro do Evangelho, membro da Convenção Estadual de Ministros da Igreja Evangélica Assembleia de Deus no Rio Grande do Norte (CEMADERN), e membro da Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) comentarista das revistas Lições Bíblicas, professor universitário e bacharel em ciências econômicas. É também autor dos livros abaixo editados pela CPAD:


O Final de Todas as Coisas  (livro tema do 1º trimestre de 2016)

Ética Cristã

Colossenses

1 e 2 Tessalonicenses

Células-Tronco

Teologia Sistemática Pentecostal

Deus e a Bíblia

Salvação e Milagres - O Poder do Nome de Jesus

Neemias - Integridade e Coragem em Tempos de Crise

A Família Cristã e os ataques do inimigo

As Ordenanças de Cristo nas Cartas Pastorais

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Lição 13 - José, a Realidade de um Sonho - 27 de dezembro de 2015















 
INTRODUÇÃO:

O Ensinador Cristão nos diz que a história de José é uma das histórias mais belas e famosas de toda a Bíblia. É a última história de família da narrativa dos patriarcas de Israel (Gn 37.2-50.26). José é a pessoa que Deus usou para resgatar a nação de Israel da fome intensa daquela época e, assim, preservar a descendência prometida para herdar a terra de Canaã. 
Se você lê os capítulos 37.2 a 50.26, perceberá que se trata da narrativa mais longa de todo o livro e, principalmente, do gênero literário narrativo de toda a Bíblia. Nesta grande seção narrativa, é possível verificar três interrupções na história: a história de Judá (Gn 38); a genealogia dos  filhos de Israel que foram ao Egito com Jacó (Gn 46.8-27); e a bênção de Jacó (Gn 49). São três interrupções que suspenderam momentaneamente a sequência da narrativa, o que é um recurso comum no gênero literário narrativo. 
Nesta narrativa da vida de José, visando a preservar o povo judeu, chama atenção a ação interventora de Deus: Ele desfaz o mal maquinado pelos irmãos contra José, permitindo que o filho de Jacó ficasse preso por não pecar deliberadamente, mas, logo depois, o salva e o coloca entre os administradores do Egito por intermédio da habilidade de desvendar sonhos. O capítulo 39, versículos 2, 3, 21 e 23, chama a nossa atenção para a repetição dessa expressão: "O Senhor estava com José". 
A história de José tem uma importância enorme quando levamos em conta a história da salvação presente na Bíblia, por intermédio do advento do Senhor Jesus Cristo. Em José, a nação de Israel foi preservada da fome e sobreviveu, garantindo a existência do povo de Deus. O único Deus, o Deus de Israel, guiou a história do Seu povo para preservá-lo de todo o mal, a fim de deixar o caminho livre para o advento do Cristo. 
Sobre a conclusão da história de José, podemos constatar que o livro do Gênesis inicia a história bíblica com Deus como o Criador de todas as coisas; os seres humanos como a glória da criação divina, mas caídos por causa do pecado que demonstrou o quanto o mal se internalizou no homem; mas, por meio da eleição de um povo, o Senhor iniciou o Seu projeto de criação redentora que, apesar das falhas do povo, foi adiante e culminou na pessoa bendita de Jesus Cristo (Gl 4.4). O livro de Gênesis é o início de uma história de todos aqueles que creem no Senhor como o Salvador sonham e anelam em ver a consumação de todas as coisas. Que o Senhor nos permita viver nesta esperança até a Sua gloriosa vinda. Amém! 



 1. Filho da afeição. José era filho de Raquel, a esposa amada de Jacó (Gn 29.18-20,30). Seu nascimento foi celebrado por sua mãe (Gn 30.22-24). Em hebraico, José significa Jeová acrescenta. 


José é um dos mais atraentes personagens da Bíblia. Ross observa que era um "idealista prático", que no início de sua vida teve sonhos que o animaram e guiaram pelo resto de sua existência. Ele manifestou, talvez, o caráter mais cristão de todas as pessoas descritas no Antigo Testamento. Nota-se a importância de José no fato de que a ele é dedicado quase tanto espaço no Gênesis quanto a Abraão. José é importante porque foi o elo entre a vida nômade dos hebreus em Canaã e sua vida sedentária no Egito.
Deus havia revelado a Abraão que sua descendência passaria quatro séculos em terra alheia (Gênesis 15:13-16). A paciência de Deus esperaria até que a maldade do amorreu chegasse ao ponto máximo antes de destruí-lo e entregar Canaã aos hebreus. É evidente também a necessidade de que Israel fosse para o Egito. 

Vemos aqui dois pontos importantes do motivo de Deus ter permitido seu povo passar 4 séculos no egito:
1- A aliança matrimonial de Judá com uma cananéia e sua conduta vergonhosa descrita no capítulo 38 indicam-nos o perigo que havia em Canaã de que os hebreus se corrompessem por completo e perdessem seu caráter essencial.  
No Egito os hebreus não seriam tentados a casar-se com mulheres egípcias nem a misturar-se com os egípcios, pois estes desprezavam os povos pastores (Gênesis 46:34).
2- Tão logo os cananeus reconhecessem os planos dos israelitas de estabelecer-se permanentemente em Canaã e assenhorear-se da terra, tê-los-iam exterminado.  
Tal coisa não sucederia em Gósen. Ali, sob a proteção do poderoso Egito, os hebreus poderiam multiplicar-se e desenvolver-se até chegar a ser uma nação numerosa.
Deus usou a José como instrumento para levar a cabo o plano de transferir seu povo para o Egito. 
Em toda a vida de José destaca-se a providência divina. A palavra providência deriva do latim—providere: videre significa "ver" e pro, "antes". De modo que quer dizer "ver com antecedência" ou "prever". Deus prevê, e com isso também prepara os passos necessários para realizar tudo aquilo que ele prevê. 
O dicionário de Aulete define providência como "A suprema sabedoria atribuída a Deus com que ele governa todas as coisas", e mais adiante: "O próprio Deus, considerado como supremo árbitro do universo." 
O dicionário de Aurélio diz: "A suprema sabedoria com que Deus conduz todas as coisas." E por extensão: "O próprio Deus." 
Em nenhum outro relato da Bíblia brilha mais a providência de Deus do que nesta história. Ele lança mão dos desígnios distorcidos dos homens e os converte em meios para efetuar seus planos (Gênesis 50:20). Dispõe todas as coisas para o bem dos que o amam (Romanos 8:28).
























2. Filho da decisão. Talvez o seu nascimento tenha levado Jacó a munir-se de uma firme atitude diante de Labão, seu sogro: "Deixa-me ir; que me vá ao meu lugar e à minha terra" (Gn 30.25). O filho do coração mexeu com a alma do patriarca que, por longos anos, achava-se exilado em Padã-Arã. Enfim, chegara a hora de retornar à casa de Isaque, seu pai. 
Nas famílias de Abraão e de Isaque somente uma pessoa foi herdeira das promessas em cada família. Mas não houve eliminação de pessoas na de Jacó. Todos os filhos eram herdeiros da promessa e vieram a ser pais das doze tribos.

A escolha de Jacó exemplifica magnificamente a graça de Deus. A eleição de Jacó narra continuar a linhagem messiânica e o concerto abrâmico não dependiam do mérito humano mas da vontade de Deus (Romanos 9:10-12). Era filho mais novo e tinha graves falhas de caráter. Deus operou na vida de Jacó revelando-se a ele, guiando-o na casa de Labão (Gênesis 31:13), protegendo-o de Labão (31:24), e por fim transformando-o em Peniel. Tudo foi feito por graça, para que em José Ele cumprir os seus propósitos.



3. Filho dos sonhos. Já deixando a adolescência, José teve dois sonhos. Assim ele relata o primeiro deles aos irmãos: "Eis que estávamos atando molhos no meio do campo, e eis que o meu molho se levantava e também ficava em pé; e eis que os vossos molhos o rodeavam e se inclinavam ao meu molho" (Gn 37.7). Embora campesinos e rudes, eles não tiveram dificuldades em interpretar-lhe o sonho: "Tu deveras terás domínio sobre nós?" (Gn 37.8).



Nem sempre nossos sonhos são compreendidos. Mas, se procedem de Deus, certamente se cumprirão no tempo da oportunidade.


O segundo sonho foi ainda mais significativo: "E eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim" (Gn 37.9). Ao ouvir o relato, indagou-lhe o pai: "Porventura viremos eu, e tua mãe, e teus irmãos a inclinar-nos perante ti em terra?" (Gn 37.10). Por causa disso, seus irmãos vieram a odiá-lo. Jacó, entretanto, tudo guardava no coração. Na qualidade de profeta e sacerdote de Deus, sabia que algo grandioso estava para acontecer com o filho sonhador.  
A vida de José está dividida em dois pontos: antes de um sonho e depois do sonho! 
Antes do sonho era um menino, querido pelo pai e pela mãe. Dividia a casa com muitos irmãos. E que, antes do sonho, era por todos amado e respeitado. 
A situação mudou de­pois do sonho, pois os seus irmãos sentiram uma inveja mortal devida a profundeza da revelação do sonho que Deus lhe dera. A história é conhecida, porque de­pois do sonho ele sofreu as piores lu­tas da sua tenra existência: 
1) Foi lançado dentro de uma cova, pelos seus irmãos; 
2) Foi vendido como escravo; 
3) Foi revendido como escravo no Egito, para um certo Potifar; 
4) Foi acusado de atentado ao pu­dor, contra a mulher de seu se­nhor; 
5) Foi lançado dentro da masmorra do palácio real. 
Vale a pena sonhar, mas dura coisa é pagar o preço pelo sonho. Você está preparado para ser lançado den­tro da cova pelos seus próprios irmãos? Cova cheia de insetos peçonhentos, sanguessugas, cova profunda e mal­cheirosa? E, de lá mesmo, clamar pelo Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, e este Deus responder assim: Psiuuuuu! Silêncio!...


1. O preço de um jovem

Os irmãos de José venderam-no a uns mercadores ismaelitas por vinte siclos de prata (Gn 37.28).

Avaliaram-no abaixo da cotação do mercado para a compra de um escravo (Êx 21.32). 

      Muito antes do tempo de Jesus, já se usava 30 moedas como o preço de um escravo.

Era comum usar unidades de peso como medida de valor. Entretanto, pela falta de medidas oficiais universais – como acontece hoje no caso do dólar ou do quilo, por exemplo –, uma moeda poderia valer X em uma cidade e 2X em outra. Impossível ser preciso. 
 
De acordo com os historiadores, um siclo valia entre 11 e 15 gramas. Ou seja, tendo Judas sido subornado por 30 siclos, ele aceitou entre 330 e 450 gramas de prata. 
 
Hoje em dia, cada grama de prata vale cerca de R$ 1,60. Então, em números frios, as 30 moedas de Judas valeriam entre 528 e 720 reais.
 


As pessoas socialmente aviltantes não tinham muito valor. 

O valor de José, entretanto, excedia ao do próprio ouro. Tinha um valor incalculávelpara Deus.


José vendido por seus irmãos: 

O primeiro passo para situar José no Egito foi ser ele vendido como escravo por seus irmãos invejosos (Capítulo 37). Seus irmãos odiavam-no por vários motivos:

a) José comunicou a seu pai o mal que se propalava a respeito de seus irmãos. Aos dezessete anos foi enviado a seus irmãos para aprender a pastorear ovelhas. 
A irreverência e a baixa moralidade deles escandalizaram-no. Os filhos mais velhos de Jacó haviam cedido a certas práticas pagas, fato que se vê na conduta de Judá relatada no capítulo 38. Parece que entre os filhos de Jacó somente José manteve em alta conta as elevadas normas da no Senhor. Se José tivesse participado das conversações imundas e da conduta mundana, eles o teriam aceitado como um deles.

b) Jacó amava-o mais do que a seus outros filhos, pois José nasceu na velhice de Jacó e era o primogênito de sua esposa predileta, Raquel. Expressou abertamente seu favoritismo presenteando a José com uma túnica de cores que
lhe chegava até aos calcanhares e margas que iam até às palmas das mãos. Este tipo de vestimenta era usado pelos governantes, sacerdotes e outras pessoas de distinção que não tinham de trabalhar manualmente. 

A túnica dos operários e Pastores não tinha mangas e mal chegava até ao joelho. Os irmãos teriam perguntado entre si: 

"Não se dará o caso de que nosso pai entregue a primogenitura a José, fazendo-o nosso chefe no culto e na guerra?" Jacó provocou, pois, a inveja de seus filhos mais velhos.
 

 c) Ingenuamente José contou os sonhos que profetizavam que o restante de sua família se inclinaria diante dele da mesma forma que as pessoas prestavam homenagem aos reis naquele tempo. Em geral, não convém contar tais revelações até que se veja de que forma Deus as executará ou até que Deus mostre que devem ser contadas (ver Mateus 7:6). 

Qual foi o propósito de Deus ao dar-lhe esses sonhos? Os sonhos deram a José a convicção de que Deus tinha algum alto propósito para a sua vida e mais tarde esses sonhos o sustentariam em seus longos anos de prova.


Ao enviar José a fim de obter informação acerca do bem-estar de seus irmãos, Jacó deu a estes a oportunidade que esperavam. Percebe-se, porém, que a mão de Deus o guiava mesmo no meio das más paixões de seus irmãos.

Haviam-se transferido de Siquém até Dota, situada dezoito quilômetros ao norte. Dota é uma palavra que significa "poços gêmeos" e existe até hoje em Dota excelente abastecimento de água. A importância da transferência deles reside em que Dota estava na rota das caravanas que se dirigiam ao Egito. Rúben se interpôs com a intenção de salvar a José dos planos assassinos de seus irmãos. Como filho mais velho era responsável pela vida de José e parece haver tido maior consideração por seu pai do que os demais. Não obstante, por contemporizar com seus irmãos, Rúben perdeu a oportunidade de salvar a José. Os ismaelitas chegaram no momento oportuno. Desta forma Deus operou usando homens maus para levar José ao Egito.

A forma pela qual os irmãos atuaram mostra como a inveja e o ódio podem endurecer a consciência humana. Passaram por alto a angústia e os rogos do jovem (42:21), sentaram-se tranqüilamente para comer pão depois de lançar José na cisterna. Depois de vendê-lo, felicitavam a si mesmos, sem dúvida, por sua misericórdia e bom tino para negócios. 

Mais tarde enganaram cruelmente a seu velho pai. Ao apresentar a túnica manchada de sangue, disseram-lhe insensivel-mente: "Conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho", como se José não fosse irmão deles. O fato de que as Escrituras relatem com franqueza os detalhes feios dos fundadores das tribos de Israel é evidência de sua autenticidade e inspiração. 
As lendas de outros povos sempre atribuem a seus fundadores características heróicas, porém não reconhecem falhas neles.

A angústia inconsolável do velho pai não está à altura de um homem que havia lutado com Deus e havia prevalecido. Embora não seja errado expressar o pesar, pois o próprio Jesus chorou (João 11:35), a recusa de ser consolado revela falta de submissão à providência de Deus. Parece que Jacó se esqueceu dos sonhos de José

o buscou o consolo divino. Pelo contrário, Jacó sentiu a perda do único filho que havia prezado o espiritual e que o havia consolado com sua presença e amor após a trágica morte de sua querida esposa Raquel.
 

 



2. A pureza de um jovem. Quem serve a Deus prospera até mesmo na servidão. Não sabemos o preço que Potifar ofereceu por José. Mas logo descobriria ter adquirido um bem mui valioso, pois tudo o que o jovem hebreu punha-se a fazer prosperava (Gn 39.6,7). Quem serve a Deus prospera em qualquer circunstância (Sl 1.3).

Por ser um jovem formoso, não demorou a ser cobiçado pela esposa de seu amo (Gn 37.7). José, porém, temia a Deus, e guiava-se por uma ética superior. Por isso, respondeu à sua senhora: "Como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?" (Gn 39.9). Os Dez Mandamentos ainda não haviam sido decretados, mas a lei de Deus já estava gravada em seu coração (Rm 2.14). 
José na casa de Potifar: Capítulo 39:1-20. Os midianitas não venderam José a uma pessoa desconhecida que vivia em um lugar obscuro e distante da civilização. Ao invés disso, levaram-no à própria capital do Egito e o venderam a Potifar, capitão da guarda real, pessoa de influência na corte de Faraó. Assim José foi colocado onde se lhe ofereciam as melhores oportunidades de conhecer os costumes dos egípcios, de ser iniciado na arte de governar e, sobretudo, de ser introduzido na presença de Faraó.
 
A sorte que um escravo corria era muito dura, pois uma vez feito escravo, permanecia escravo para sempre. À
parte disto, José teria sofrido dolorosamente a saudade da casa e a falta do carinho de seu pai. Não obstante, uma vez levado, não deu sinais de protesto. Consagrou-se de boa vontade a cumprir seus deveres de escravo. Destacou-se como jovem consciencioso, industrioso e digno de confiança. 
Quatro vezes se diz no capítulo 39: "o Senhor estava com José." F. B. Meyer observa: "O sentido da presença e proteção do Deus de seu pai penetrava em sua alma e a tranqüilizava, e o guardava em perfeita paz." Reconhecendo que Deus fazia José prosperar, Potifar fê-lo administrador de sua casa.
A integridade que José manteve diante da tentação apresentada pela esposa de Potifar contrasta notavelmente com a conduta de Judá registrada no capítulo anterior. Judá era livre e de sua própria vontade incorreu no pecado em um lugar que ele pensava ser um santuário cananeu. (Por sua parte, escravo, longe do lar, José tinha todo o pretexto para ceder à tentação, porém lançou mão de duas armas: a divina e a humana. "Como pois faria eu este tamanho mal, e pecaria contra Deus?" Considerou esse ato de imoralidade como pecado contra seu senhor, contra a senhora, contra seu próprio corpo e, sobretudo, contra seu Deus. Também usou a arma humana ao afastar-se dela e por fim fugiu quando a tentação se tornou forte. Ao ser caluniado, não reagiu acusando a mulher, nem ainda defendendo-se a si próprio. Parece que Potifar havia duvidado da verdade da acusação e se irou principalmente porque havia perdido um escravo tão bom. Em vez de matá-lo, que seria o castigo correspondente ao delito, Potifar impôs a José a pena mais leve possível em tais circunstâncias.
 
 3. A prisão de um jovem. Embora muito o assediasse, a mulher de Potifar não conseguiu arrastá-lo ao pecado. Certo dia, porém, estando apenas os dois em casa, ela o agarrou pelas roupas. Ele, desvencilhando-se, deixou-lhes as vestes nas mãos, e fugiu nu (Gn 39.10-12). Só um homem revestido da graça de Deus é capaz de semelhante reação.

Vendo-se rejeitada, a mulher acusa-o de querer forçá-la. Quanto a Potifar, a fim de salvar as aparências, manda-o à prisão, onde eram apenados os oficiais do rei (Gn 39.20). O egípcio poderia ter executado o hebreu. Todavia, apesar de sua ira, preferiu não matá-lo.
Apesar do cárcere, José é bem-sucedido. Por isso, o carcereiro-mor entrega-lhe o cuidado dos outros presos, pois "tudo o que ele fazia o Senhor prosperava" (Gn 39.23).
Capítulos 39:2—40:23. Depois de haver trabalhado com tanto afinco, sem queixas, e de haver chegado a um lugar de Prestígio incomparável, José foi objeto de calúnias e caiu ao ponto mais baixo e com menos esperança que a de um escravo. Mas José guardou silêncio confiando sua causa às mãos de Deus e trabalhando serena e diligentemente. 
Por que Deus permitiu que José fosse encarcerado? 
Ali aprenderia muito dos altos personagens que compartilhavam a prisão com ele. Também o pesar e a privação, o jugo levado na juventude, tudo contribuiu para formar um caráter firme, paciente e maduro a fim de que José prestasse grandes serviços a Deus e aos homens quando chegasse o momento oportuno. Por último, sua estada no cárcere e sua faculdade de interpretar sonhos puseram-no em seu devido tempo em contato com Faraó.
 
Como deve ter brilhado o caráter de José no meio dos presos ressentidos e desanimados! 
Ele tinha consciência de que Deus o acompanhava e este era o segredo de seu êxito. O chefe da prisão notou sua industriosidade e sua responsabilidade e o encarregou do cuidado de toda a prisão e dos presos. No caso dos dois funcionários do rei, presos, vemos que José não permitiu que sua triste situação pessoal despojasse seu coração de solicitude por outros ou o cegasse para as necessidades deles. Por sua comunhão com um Deus amoroso, estava cheio de compaixão. Interrogou o copeiro e o padeiro, que estavam perturbados, e então lhes afirmou que Deus tinha a interpretação de seus sonhos.
Embora as interpretações divinamente dadas a José se cumprissem ao pé da letra, viu ele frustradas as suas esperanças de que o copeiro intercedesse por ele perante Faraó. A demora é, com freqüência, parte da disciplina divina. Por isso Deus demorou também a libertação de José para proporcionar-lhe um cumprimento maior dos sonhos que lhe dera muitos anos antes.

José não se limitava a sonhar; também interpretava sonhos. O seu ministério era parecido com o de Daniel.



1. O intérprete de sonhos. Na prisão, José foi designado a cuidar pessoalmente de dois assessores de Faraó (Gn 40.4). E, certa manhã, ao ouvir-lhes os sonhos, interpretou-os fidedignamente. De acordo com as suas palavras, o copeiro-mor foi restituído ao cargo; o padeiro-mor, enforcado (Gn 40.6-22).



 Quem sonha não despreza os sonhos alheios. José, porém, atribuía este poder não a si, mas ao Senhor: "Não são de Deus as interpretações?" (Gn 40.8). Quando atribuímos a glória a Deus, não nos tornamos arrogantes e jamais seremos esquecidos.
José chega ao posto de primeiro-ministro: Capítulo 41. Ao contar trinta anos de idade e depois de treze anos de disciplina e preparação (37:2 e 41:46), Deus permitiu que José chegasse ao lugar onde podia honrá-lo. 
O Senhor deu a Faraó sonhos tais que nem os magos, nem os sábios versados na antiqüíssima sabedoria egípcia podiam interpretar. Então o principal copeiro lembrou-se de que José havia interpretado seu sonho na prisão. Faraó mandou chamar a José. E de notar que José se negou a atribuir-se mérito algum na interpretação de sonhos; pelo contrário, testificou abertamente acerca de Deus perante Faraó. Apesar de José não ter visto ainda o cumprimento de seus próprios sonhos e de haver passado longos e difíceis anos como escravo e preso, não havia perdido sua confiança em Deus. Interpretou o sonho de Faraó como uma predição de sete anos de boas colheitas seguidos de sete anos de fome. 
2. Um economista de excelência. Passados dois anos completos, Faraó teve dois sonhos bem agropecuários. No primeiro, viu que sete vacas gordas eram devoradas por outras sete magras e feias. E, no segundo, observou que sete espigas boas e graúdas eram igualmente devoradas por outras sete mirradas e queimadas pelo vento oriental (Gn 41.2-7).


Ao interpretar o sonho ao rei, entregou-lhe também um plano econômico que, embora simples, se mostraria eficaz para salvar não somente o Egito, mas os povos vizinhos, entre os quais, os hebreus (Gn 41.32-36). O plano era bastante prático: a fartura dos primeiros sete anos deveria ser armazenada para socorrer a penúria dos sete anos seguintes. Ao ouvi-lo, Faraó constitui imediatamente José como governador do Egito: "Acharíamos um varão como este, em quem haja o Espírito de Deus?" (Gn 41.38). Seria muito bom se nossos ministros tomassem algum conselho com José. 

Aconselhou também que se escolhesse uma pessoa prudente para fazer os preparativos necessários a enfrentar a fome, mas não sugeriu que fosse ele o escolhido; provavelmente não suspeitava que o designado seria ele.
De imediato Faraó nomeou a José como vizir ou primeiro-ministro do Egito. Apoiava-o com a plena autoridade real colocando em seu dedo seu próprio anel de selo com o qual todos os decretos e documentos oficiais eram legalizados e entravam em vigor. 
Ordenou que todos se ajoelhassem diante de José como se tratasse do Próprio Faraó. Para que José tivesse posição social, Faraó concedeu-Ihe um nome egípcio e lhe deu por esposa a filha do sacerdote de On (Heliópolis), o centro do culto ao Sol, cujo sacerdócio tinha grande importância política, para se cumprir: O segundo sonho: "E eis que o sol, e a lua, e onze estrelas se inclinavam a mim" (Gn 37.9). Foi assim que José se aparentou com a mais alta nobreza do Egito.
3. O salvador de seu povo. Foi como primeiro-ministro do Egito que José acolheu a família. Não somente perdoou as ofensas aos seus irmãos, como proveu-lhes toda a subsistência. Ele soube como interpretar as adversidades pelas quais passara. Diante da perplexidade de seus irmãos, declarou-lhes: "Deus me enviou diante da vossa face, para conservar vossa sucessão na terra e para guardar-vos em vida por um grande livramento" (Gn 45.7).



Após encontrar-se com o velho pai, Jacó, instala seus familiares na terra de Gósen, onde os sustenta. E, ali, distante da influência dos cananeus e dos egípcios, os hebreus puderam desenvolver-se até se tornarem uma grande e poderosa nação (Êx 1.6,7). Aquele isolamento seria benéfico a Israel. 
José não se envaideceu de sua posição nem se aproveitou pessoalmente de sua autoridade; antes, reconheceu que foi levado para desempenhar um trabalho em benefício de outros, trabalho que ele empreendeu imediatamente. Pensava mais em sua responsabilidade do que em sua dignidade. Primeiro percorreu toda a terra do Egito para inspecionar seus recursos e organizar o trabalho. Depois cumpriu de
maneira sistemática as instruções prudentes que Deus lhe havia dado.

Os nomes que José deu a seus filhos indicavam que Deus lhe havia mostrado seu favor. O nome Manasses (o que faz esquecer) demonstra que José havia vencido a amargura. Era um testemunho de que Deus o havia feito esquecer-se de todo o trabalho dos longos anos de provação e de saudade de seu lar em Canaã. Foi, talvez, a maior vitória de sua vida. Depois chamou a seu segundo filho "Efraim" (fértil). Deus faz que frutifiquem os que sabem perdoar e esquecer. Anos mais tarde Jacó declarou que José era como um ramo frutífero junto a uma fonte (49:22). José podia frutificar porque tinha suas raízes em Deus, mantendo-se mediante a comunhão com ele.
CURIOSIDADE: 
Os críticos liberais têm duvidado do fato que Faraó elevasse ao posto de primeiro-ministro do Egito um escravo estrangeiro, sob condenação e sem prestígio algum. Mas o relato deixa claro que Faraó e seus servos foram de grande maneira impressionados pelo fato de que o Espírito de Deus residia em José, de modo que a sabedoria do jovem hebreu não era humana mas uma operação sobrenatural de Deus (41:38).
Supõe-se que a ascensão de José foi facilitada porque também nesse período ocupava o trono do Egito uma dinastia de reis asiáticos, os hicsos ou reis-pastores. Os hicsos invasores tomaram o trono do Egito em 1720 a. C. e reinaram aproximadamente 140 anos. Eram semitas e às vezes nomeavam semitas para ocupar postos importantes. Seria natural que um rei dos conquistadores do Egito acolhesse os hebreus e os colocasse no melhor da terra. 
Não há que estranhar que não se encontre menção alguma de José nos monumentos existentes no Egito, pois os egípcios odiavam aos hicsos. Ao expulsá-los do Egito, os egípcios procuraram erradicar toda marca de ocupação estrangeira de seu país, a tal ponto que os arqueólogos têm tido dificuldade para reconstruir os detalhes dos hicsos. Contudo, a Arqueologia confirma que muitos pormenores mencionados no relato acerca de José concordam com os costumes daquele tempo. Por exemplo, encontraram-se os títulos de "chefe dos copeiros" e "chefe dos padeiros" (40:2) em escritos egípcios. Outro dado confirmado é que se conheceram tempos de fome no Egito. 
Um Faraó, segundo um escrito da época ptolomaica (2700 a. C.) disse: "Estou desolado porque o rio Nilo não transborda em um período de sete anos, faltarão, os campos estão secos e o alimento escasseia." Desde a antigüidade era o celeiro de Canaã em tempo de escassez. 
Na pedra Roseta há um escrito que indica que Faraó tinha o costume de Dôr em liberdade alguns presos no dia de seu aniversário, tal como o fez no caso do copeiro-mor (40:20). Outro dado é fornecido pelas figuras egípcias nos monumentos antigos porque indicam que os homens não usavam barba e assim explicam a razão pela qual José se barbeou antes de comparecer perante Faraó (41:14). A cena da investidura de José é nitidamente egípcia. Faraó deu a José seu anel de selo, fê-lo vestir-se com roupa de linho finíssimo e pôs um colar de ouro em seu pescoço (41:42), as três coisas mencionadas nas inscrições egípcias que descrevem investiduras. Além disso, os nomes Zafnate-Paneá, Asenate (pertencentes à deusa Neit) e Potífera (presente do deus Sol, Rá), são nomes egípcios.
Se fizermos a vontade de Deus, até as adversidades redundarão em bênçãos e livramentos aos que nos cercam. Todavia, não nos impacientemos se os sonhos que nos dá o Senhor demoram a se cumprir. Para tudo há um tempo determinado. Há tempo para sonhar e também para que cada sonho se realize. Que tudo ocorra, pois, de acordo com a vontade de Deus.

 RIVALDO NASCIMENTO
- Ensinador Cristão, 4º Trimestre - 2015. Marcelo Oliveira de Oliveira.

Hoff, Paul B. Gênesis : manual de estudo independente / Paul B. Hoff ; desenvolvido em colaboração com a Global University Staff ; Especialista de desenvolvimento de instrução L. Jeter Walker ; ilustrações Rick Allen, Jarry McCollough e Faith McCollough ; tradução Gordon Chown. - Campinas, SP : FAETAD, 2005.
Hoff, Paul B. - O Pentateuco - Editora Vida, Deerfield, Florida 33442 - 8134 — E. U. A.
O texto bíblico aqui empregado é o da "Bíblia de Estudos", tradução de João Ferreira de Almeida. Edição Revista e Corrigida, publicada por Editora Vida,
 
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