INTRODUÇÃO
O Ensinador Cristão nos diz que As narrativas sobre como Deus tratou Abraão, Isaque, Jacó e José, os patriarcas ancestrais do povo de Israel estão registras nos capítulos de 12 a 50 de Gênesis. Conhecer as raízes históricas e a formação do povo judeu é simples, a partir da leitura atenta desses capítulos que formam o Gênesis.
A história de Abraão inicia com a narrativa da família do patriarca, a caminho de Canaã (Gn 11.27- 32), acrescentada de uma citação especial sobre a esterilidade de Sara, a esposa do pai da fé (Gn 11.30). Mas os momentos principais nas narrativas sobre a vida de Abraão estão em Gênesis 12.1-9, em que Deus chama Abraão para sair da terra de Harã, após a morte do seu pai Terá, e ser enviado a uma terra estranha (v.1), prometendo fazer dele "uma grande nação", e abençoando, assim, por intermédio dele, "todas as famílias da terra" (vv.2,3).
Após viajar para a terra que o Senhor lhe falou, Abraão percorreu obedientemente a terra inteira. Em seguida, recebeu a promessa de Deus: "E apareceu o SENHOR a Abrão e disse: À tua semente darei esta terra" (Gn 12.7). Qual foi a reação de Abraão? Ora, edificar um altar ao Senhor e invocar o seu nome (vv.8,9). Ao longo da narrativa sobre o patriarca Abraão, expressões como "terra prometida", "descendência prometida", "uma grande nação", "bênçãos para as nações" vão ganhando corpo e materialidade. E verbos como "adorar" e "confiar" em Deus, como único e verdadeiro, vão se constituindo como símbolo para uma adoração e uma fé adequadas ao único Deus do povo de Israel.
Para subsidiar a lição começaremos com a seguinte pergunta:
QUEM FOI MELQUISEDEQUE?
O Pastor Hafner, Historiador e Pastor em Chavannes-près-Renens - Suíça, nos diz em seu artigo sobre o assunto que a pergunta "QUEM FOI MELQUISEDEQUE?"
divide opiniões.
Há Algumas hipóteses, como a de alguns teólogos cristãos, que acreditam ter sido Melquisedeque uma aparição do próprio Senhor Jesus Cristo antes de Seu nascimento. Outros defendem que Melquisedeque foi, na verdade, Sem, um dos filhos de Noé. Vejamos algumas teses sobre quem foi Melquisedeque.
"E
Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote
do Deus Altíssimo. E abençoou e disse: Bendito seja Abrão do Deus
Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus
Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E deu-lhe o
dízimo de tudo" (Gn 14.18-20).
ENCICLOPÉDIA DE DIFICULDADES BÍBLICAS
Melquisedeque foi uma pessoa histórica, real, ou uma figura mitológica?
O
relato de Gn 14.18-20 parece um episódio eminentemente histórico, da
mesma forma que é real o resto do capítulo. A passagem nos fala da
existência de um rei-sacerdote de Salém (i.e., Jerusalém, com toda
probabilidade) chamado Melquisedeque, o qual se achou na obrigação de
saudar Abraão que voltava da guerra do morticínio dos reis da
Mesopotâmia, invasores entre Dã e Hobá (v.15) e suprir-lhe as provisões
para seus soldados fatigados da guerra. Deu-lhe os parabéns pela
vitória heróica e derramou uma bênção sobre ele, em nome do Deus
Altíssimo (El Elyon) – título jamais aplicado nas Escrituras Sagradas a
alguém, exceto ao próprio Iavé. É óbvio que Melquisedeque era um
verdadeiro crente que havia permanecido fiel ao culto ao autêntico e
único Deus (da mesma forma que Jó e seus conselheiros do norte da
Arábia; Jetro, o sogro de Moisés; e Balaão, vindo de Petor no vale do
Eufrates). O testemunho de Noé e de seus filhos evidentemente fora
mantido em outras partes do Oriente Médio, além de Ur e Harã.
Houve,
todavia, um aspecto de grande importância a respeito da maneira como
Melquisedeque foi colocado dentro desta narrativa: seus pais não são
mencionados, não havendo declaração alguma a respeito de seu nascimento e
morte. A razão desta falta de informações se torna clara em Hebreus
7.3: “sem pai, sem mãe, sem genealogia; que não teve princípio de dias,
nem fim de existência, entretanto, feito à semelhança do Filho de
Deus, permanece sacerdote para sempre”. O contexto esclarece que
Melquisedeque entrou em cena como um tipo do Messias, o Senhor Jesus. A
fim de salientar esta característica típica deste sumo sacerdote, o
registro bíblico de propósito omite a menção de seu nascimento,
filiação, parentesco e linha genealógica. Isso não quer dizer que ele não
teve pai (pois até o antítipo, Jesus de Nazaré, teve o Espírito Santo
como seu Pai – e é certo que sua mãe, Maria, é mencionada nos
Evangelhos), nem que ele jamais nascera (pois até Cristo, em sua forma
humana, teve seu natal). É que o aparecimento dramático e repentino de
Melquisedeque ficou mais saliente quando ele foi apresentado como
porta-voz do Senhor a Abraão, servindo como arquétipo do futuro Cristo,
que derramaria bênçãos sobre o povo de Deus.
Melquisedeque
apresentou-se como precursor ou tipo do grande Sumo Sacerdote, Jesus
Cristo, que desempenharia uma função sacerdotal muito mais elevada e
eficaz do que Arão e os levitas. Isso foi ensinado nos dias de Davi, no
salmo 110.4, referindo-se ao futuro Libertador de Israel: “O Senhor
jurou e não se arrependerá: Tu és sacerdote para sempre, segundo a
ordem de Melquisedeque”. Hebreus 7.1,2 salienta as características de
Melquisedeque como tipo de Cristo:
1. Melchi-sedeq de fato significa “Rei de Justiça”.
2. Ele era rei de Salém, que vem da mesma raiz de shalom, “paz”.
3.
É apresentado sem menção, filiação e genealogia, como convém ao tipo
do Verbo, o Deus Eterno, que não tem começo nem fim de dias, que se
encarnou em Jesus de Nazaré.
4.
Como o Sumo Sacerdote eterno, segundo a “ordem de Melquisedeque” (Sl
110.4), Cristo desempenharia um sacerdócio que substituiria de modo
total o de Arão, estabelecido sob a Lei de Moisés, o qual duraria para
sempre por causa da eternidade do Sumo Sacerdote divino, e por isso
imperecível (Hb 7.22-24).
A
despeito das tradições fantasiosas mantidas e ensinadas por alguns
rabinos (que aparecem bem cedo, ao surgir a seita de Qumran – cf.
Fragmento de Melquisedeque da caverna 11), segundo a qual Melquisedeque
teria sido uma espécie de anjo ou ser sobrenatural, os dados da própria
Escritura apontam com clareza para a historicidade desse homem como
sendo o rei de Jerusalém, nos dias de Abraão. Sua descrição em Hebreus
7.3 como apator, ametor, agenealogetos (“sem pai, sem mãe, sem
genealogia”) não pode significar que Melquisedeque jamais teve pais,
nem linha de ancestrais, visto que era um tipo de Jesus Cristo, a
respeito de quem nenhuma destas palavras é literalmente verdadeira.
Antes, esse versículo simplesmente significa que nenhum desses itens de
informação foi incluído no registro de Gênesis 14, e foram omitidos,
de propósito, a fim de enfatizar a natureza divina e a impossibilidade
de o Messias, o antítipo, vir a perecer.
TODOS OS PERSONAGENS DA BÍBLIA DE A a Z
MELQUISEDEQUE
Este homem é
um tanto enigmático, já que alguns estudiosos questionam que tenha sido
um personagem histórico, alegórico ou ambos. Ele é identificado como o
rei de Salém no tempo de Abraão. Salém significa Jerusalém, que naquela
época era uma cidade pagã chamada Sião. Ela recebeu o nome de Jerusalém
quando foi governada pelos jebusitas, um pouco antes do rei Saul.
Quando Abraão derrotou a coalizão dos cinco reis que havia capturado Ló (Gn 14.13 em diante), Melquisedeque veio ao seu encontro carregando presentes, como pão e vinho. Ele é chamado de "sacerdote do Deus Altíssimo", presumivelmente Jeová, abençoando Abraão no nome de Deus (Gn 14.18 em diante). Abraão submeteu-se a Melquisedeque, pagando o tributo de um décimo de todos os espólios resultantes da sua guerra contra os cinco reis.
O fato de Melquisedeque ser chamado "sacerdote do Deus Altíssimo" suscita um dilema, porque antes da conquista de Canaã pelos judeus, Jerusalém era uma cidade cananéia e todos os cananeus eram pagãos. Além disso, Deus mal tinha começado a se revelar a Abraão, e nenhum sacerdócio de Jeová ainda havia sido estabelecido, o que aconteceria somente muitos séculos depois, ao tempo de Moisés e Arão. Desse modo, a fim de lidar com esse anacronismo, alguns estudiosos antigos identificaram Melquisedeque com o filho de Noé, Sem, que os eruditos acreditavam ainda estar vivo no tempo de Abraão.
É provável que haja uma raiz histórica entre Abraão e Melquisedeque, mas há lendas que podem ter se misturado com essa ligação. Alguns estudiosos acreditam que ele tenha sido um sacerdote do principal deus dos cananeus. Por conseqüência, ele podia ser amplamente reconhecido como um homem justo e bom, sendo que, ao longo dos anos, o preconceito de que somente seguidores de Jeová podiam ser justos teria provocado a adaptação dessa história para a forma atual.
Existe outra possibilidade. Entre os períodos vividos por Abraão e Moisés, o faraó egípcio Akhenaton pregou uma religião monoteísta que, por conseguinte, prestava culto somente a um deus, ou seja, o deus-sol Aton. Essa religião ensinou praticamente a mesma moralidade e o mesmo padrão de justiça que era defendido pelos antigos israelitas. Nesse caso, Deus não teria se revelado apenas a Abraão, ainda que a única revelação que sobreviveu e cresceu tenha sido essa. Se Deus revelou-se ao faraó Akhenaton, ele também pode ter se revelado a Melquisedeque.
Embora Melquisedeque apareça somente em três versículos de Gênesis (14.18-20), a reputação envolvendo o nome de Melquisedeque deve ter causado um grande impacto nas pessoas por meio da tradição oral ao longo dos séculos.
Melquisedeque, o rei-sacerdote, é lembrado em um salmo de Davi, que exalta o seu reinado e os aspectos santos de seu domínio pelo direito divino: "O Senhor estenderá o cetro de seu poder sobre os teus inimigos [...] O Senhor jurou e não se arrependerá: 'Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque'" (Salmo 110.2, 4).
Da mesma maneira, o escritor da epístola aos Hebreus faz inúmeras menções a ele, enfatizando, uma vez mais, que Jesus é o Rei-Sacerdote, governando com justiça por meio e para Deus (Hb 6.20). Ele também recapitula a história de Gênesis, indo de Melquisedeque a Abraão, indicando que o verdadeiro sacerdócio justo não é uma questão de hereditariedade, mas provém de uma "vida indestrutível" (Hb 7.15-16).
O nome de Melquisedeque aparece em muitos dos rolos encontrados no mar Morto, sendo que alguns documentos o equiparam ao arcanjo Miguel, o campeão universal da retidão. Tais documentos devem ter estabelecido o caminho para identificação de Melquisedeque com o papel de Jesus, como rei e sacerdote, feita pelos cristão primitivos. O próprio nome significa "justo governador" ou "rei da justiça".
Quando Abraão derrotou a coalizão dos cinco reis que havia capturado Ló (Gn 14.13 em diante), Melquisedeque veio ao seu encontro carregando presentes, como pão e vinho. Ele é chamado de "sacerdote do Deus Altíssimo", presumivelmente Jeová, abençoando Abraão no nome de Deus (Gn 14.18 em diante). Abraão submeteu-se a Melquisedeque, pagando o tributo de um décimo de todos os espólios resultantes da sua guerra contra os cinco reis.
O fato de Melquisedeque ser chamado "sacerdote do Deus Altíssimo" suscita um dilema, porque antes da conquista de Canaã pelos judeus, Jerusalém era uma cidade cananéia e todos os cananeus eram pagãos. Além disso, Deus mal tinha começado a se revelar a Abraão, e nenhum sacerdócio de Jeová ainda havia sido estabelecido, o que aconteceria somente muitos séculos depois, ao tempo de Moisés e Arão. Desse modo, a fim de lidar com esse anacronismo, alguns estudiosos antigos identificaram Melquisedeque com o filho de Noé, Sem, que os eruditos acreditavam ainda estar vivo no tempo de Abraão.
É provável que haja uma raiz histórica entre Abraão e Melquisedeque, mas há lendas que podem ter se misturado com essa ligação. Alguns estudiosos acreditam que ele tenha sido um sacerdote do principal deus dos cananeus. Por conseqüência, ele podia ser amplamente reconhecido como um homem justo e bom, sendo que, ao longo dos anos, o preconceito de que somente seguidores de Jeová podiam ser justos teria provocado a adaptação dessa história para a forma atual.
Existe outra possibilidade. Entre os períodos vividos por Abraão e Moisés, o faraó egípcio Akhenaton pregou uma religião monoteísta que, por conseguinte, prestava culto somente a um deus, ou seja, o deus-sol Aton. Essa religião ensinou praticamente a mesma moralidade e o mesmo padrão de justiça que era defendido pelos antigos israelitas. Nesse caso, Deus não teria se revelado apenas a Abraão, ainda que a única revelação que sobreviveu e cresceu tenha sido essa. Se Deus revelou-se ao faraó Akhenaton, ele também pode ter se revelado a Melquisedeque.
Embora Melquisedeque apareça somente em três versículos de Gênesis (14.18-20), a reputação envolvendo o nome de Melquisedeque deve ter causado um grande impacto nas pessoas por meio da tradição oral ao longo dos séculos.
Melquisedeque, o rei-sacerdote, é lembrado em um salmo de Davi, que exalta o seu reinado e os aspectos santos de seu domínio pelo direito divino: "O Senhor estenderá o cetro de seu poder sobre os teus inimigos [...] O Senhor jurou e não se arrependerá: 'Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque'" (Salmo 110.2, 4).
Da mesma maneira, o escritor da epístola aos Hebreus faz inúmeras menções a ele, enfatizando, uma vez mais, que Jesus é o Rei-Sacerdote, governando com justiça por meio e para Deus (Hb 6.20). Ele também recapitula a história de Gênesis, indo de Melquisedeque a Abraão, indicando que o verdadeiro sacerdócio justo não é uma questão de hereditariedade, mas provém de uma "vida indestrutível" (Hb 7.15-16).
O nome de Melquisedeque aparece em muitos dos rolos encontrados no mar Morto, sendo que alguns documentos o equiparam ao arcanjo Miguel, o campeão universal da retidão. Tais documentos devem ter estabelecido o caminho para identificação de Melquisedeque com o papel de Jesus, como rei e sacerdote, feita pelos cristão primitivos. O próprio nome significa "justo governador" ou "rei da justiça".
COMENTÁRIO BÍBLICO BEACON
Melquisedeque
(Gn 14.18), o honorável sacerdote-rei de Salém (Jerusalém), deu comida e
bebida aos vencedores e pronunciou uma bênção a Abrão (Gn 14.19). O
nome Deus Altíssimo (Gn 14.18) era, naqueles dias,
designação comum da divindade no país da Palestina. Em atenção aos atos
do sacerdote-rei, Abrão deu o dízimo de tudo (Gn 14.20) a Melquisedeque. O rei de Sodoma
(Gn 14.21) tinha menos inclinação religiosa. Pediu seu povo de volta,
contudo foi bastante generoso em oferecer a Abrão todo saque procedente
do combate. Abrão tinha pouco respeito por este homem e respondeu que
fizera o voto de não ficar com nenhum bem que pertencesse ao rei de Sodoma,
para que, depois, isso não fosse usado contra ele por aquele indivíduo
repulsivo. Abrão também deixou claro que o seu Deus tinha o título de SENHOR
(Gn 14.22) e não era apenas outra deidade cananéia. A única coisa que
Abrão pediu foi que os soldados fossem recompensados pelos serviços
prestados e que seus aliados, Aner, Escol e Manre (Gn 14.24), tivessem participação no saque.
O caráter robusto de Melquisedeque e seu status
como respeitado sacerdote-rei tornaram-se significativo em posteriores
pronunciamentos sobre o esperado Messias. O Salmo 110.4 relaciona o
Messias na "ordem de Melquisedeque" e o escritor da Epístola aos
Hebreus cita esta porção dos Salmos para mostrar que Cristo é este tipo
de ordem sacerdotal no lugar da ordem arônica (Hb 5.6,10; 6.20; 7.1-21).
O escritor de Hebreus enfatiza o significado do nome e status
de Melquisedeque para sinalar que ele e Cristo eram homens de justiça e
paz (Hb 7.1,2). A próxima correlação é um destaque na força e valor
pessoal e não na linhagem. Seu ofício não passou automaticamente a
outro. Cristo é o Sumo Sacerdote e não somente sacerdote, e em vez de
dar somente uma bênção, Cristo salva "perfeitamente" (Hb 7.25,26).
BÍBLIA DE ESTUDO APLICAÇÃO PESSOAL
Nota (Gn 14.18) -
Quem foi Melquisedeque? Certamente tratava-se de um homem temente a
Deus, pois seu nome significa "rei justo", e "rei de Salém" significa
"rei da paz". Melquisedeque foi chamado de "sacerdote do Deus Altíssimo"
(Hb 7.1,2). Ele reconhecia que Deus era o Criador dos céus e da terra. O
que mais se sabe sobre ele? Quatro principais teorias foram sugeridas:
(1) Melquisedeque era respeitado como rei da região. Abrão apenas
demonstrou-lhe o respeito devido; (2) O nome Melquisedeque poderia ser
um título dado a todos os reis de Salém; (3) Melquisedeque era um tipo
de Cristo (Hb 7.13). Um tipo é um acontecimento ou ensinamento do Antigo
Testamento tão proximamente relacionado às realizações de Jesus que
ilustra uma lição sobre Cristo; (4) Melquisedeque era o aspecto terreno
da pré-encarnação de Cristo em uma forma corpórea temporária.
(...)
Certo dia [Melquisedeque] apareceu na vida de Abrão e depois nunca mais
se ouviu falar dele. Entretanto, o que ocorreu naquele dia seria
lembrado por toda a história e viria a tornar-se um assunto de uma das
cartas do Novo Testamento (Hebreus).
Este encontro entre Abrão e Melquisedeque foi muito incomum. Embora os dois homens não se conhecessem e fossem estranho um ao outro, ambos partilhavam uma característica essencial: adoravam e serviam ao Deus que fez os céus e a terra. Este foi um grande momento de triunfo para Abrão. Ele acabara de derrotar um exército e recobrar a liberdade de um grande número de cativos. Se houve em sua mente qualquer dúvida sobre o responsável pela vitória, Melquisedeque fez claro: "... bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos" (Gn 14.20). Abrão reconheceu que ele e Melquisedeque adoravam ao mesmo Deus.
Melquisedeque fazia parte de um pequeno grupo de pessoas no Antigo Testamento que adoravam a Deus, tinham contato com os judeus (israelitas), porém não eram judias. Isto mostra que o requisito para seguir a Deus não é genético, mas está baseado na obediência fiel aos seus ensinamentos e no reconhecimento da sua grandeza.
Pontos fortes e êxitos:
(a) Primeiro sacerdote/rei das Escrituras - um líder com o coração
voltado para Deus;
(b) Hábil para encorajar as pessoas a servir a Deus
de todo o coração;
(c) Um homem cujo caráter refletia seu amor por Deus;
e
(d) Uma pessoa no Antigo Testamento que nos lembra Jesus, e a qual
alguns realmente acreditam que era Jesus.
WIKIPÉDIA - A ENCICLOPÉDIA LIVRE
A hipótese de Sem ter sido apresentado
com o nome de Melquisedeque
Falando
das gerações de Noé, a Bíblia relata em Gênesis 6:9-10 que o patriarca
gerou três filhos varões chamados: Sem, Cam e Jafé. Se esta ordem
respeitar a cronologia dos nascimentos, teremos que Sem foi o filho mais
velho.
Sabe-se que Sem era mais velho que Jafé, conforme está descrito em Gn 10:21, e que Cam era o filho caçula de Noé (Gênesis 9:24), sendo que, nos países orientais, principalmente nos tempos antigos, a primogenitura era um posição altamente valorizada e, portanto, Sem já era de fato aquele que receberia a bênção de seu pai (Gn 9:26-27).
Como se não bastasse, Sem foi contado como merecedor desta bênção também por sua atitude bem aprovada por seu pai, quando seu respeito foi mostrado na ocasião em que Noé havia se embriagado com vinho e tinha ficado nu em sua tenda.
Tem-se que Sem foi quem deu continuidade à liderança de Noé, na Terra. Todo o povo conhecido seria então liderado por Sem, segundo a Bíblia relata: Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo (Gn 9:27).
Sabe-se que Sem era mais velho que Jafé, conforme está descrito em Gn 10:21, e que Cam era o filho caçula de Noé (Gênesis 9:24), sendo que, nos países orientais, principalmente nos tempos antigos, a primogenitura era um posição altamente valorizada e, portanto, Sem já era de fato aquele que receberia a bênção de seu pai (Gn 9:26-27).
Como se não bastasse, Sem foi contado como merecedor desta bênção também por sua atitude bem aprovada por seu pai, quando seu respeito foi mostrado na ocasião em que Noé havia se embriagado com vinho e tinha ficado nu em sua tenda.
Tem-se que Sem foi quem deu continuidade à liderança de Noé, na Terra. Todo o povo conhecido seria então liderado por Sem, segundo a Bíblia relata: Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo (Gn 9:27).
Sem foi quem mais teria vivido dentre seus irmãos. Diz a Bíblia em Gn 11:10-11 que Sem era da idade de cem anos quando gerou Arfaxade e depois viveu ainda outros quinhentos anos que totalizam uns impressionantes seiscentos anos. Isto significaria tempo de vida suficiente para ver os filhos de seus filhos até a 12ª geração, de modo que Sem pode ter visto Jacó, filho de Isaque e neto de Abraão, que segundo sua própria antecedência, seriam filhos de Sem. Assim, no mundo da época de Abraão, ainda restaria um homem que teria vivido no Mundo Antigo, antes do dilúvio, e este homem e Abraão teriam vivido simultaneamente durante cinquenta e oito anos.
Abraão recebeu um chamado de Deus, para sair do meio de sua parentela e ir para uma terra que Deus o mostraria. Abraão habitava em meio de um terra idólatra que não conhecia o Deus de Noé. Contudo, Abraão obedeceu como quem conhecia a este Deus. Indaga-se assim quem teria ensinado Abraão acerca de Deus e quem seria o homem mais velho e supostamente sábio da terra. Deste modo, só poderia ter sido Sem.
Segundo Gênesis 14:18, há evidências de que Abraão conhecia Melquisedeque, que era o rei de Salém e o sacerdote do Deus Altíssimo (...).
A tese de que Melquisedeque teria sido Sem, busca respaldo no fato de que Abrão não teria sido o primeiro homem na Terra a ter o seu nome mudado por Deus. Indaga-se por que os pais de Melquisedeque teriam antevisto o seu futuro como rei e puseram seu nome de Melquisedeque que significa "Rei de Justiça". Pois se Deus escolheu um homem preparado para liderar um povo remanescente, que não como os outros que estavam arraigados no paganismo, continuava a crer no Deus Altíssimo, logo Melquisedeque seria Sem, por se tratar de um homem experimentado, sábio, conhecedor e acima de tudo líder desde a geração que prosseguiu ao dilúvio.
Genêsis 9:26 - "E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem..."
Assim, esta tese acredita que Sem, possivelmente, teve o seu nome mudado para Melquisedeque, pois seria um Rei de Justiça, assim como Abrão teve o seu nome modoficado para Abraão, para ser mais condizente com aquilo que ele seria: pai de muitas nações.
Paul Hoff, no seu livro "O Pentateuco", nos diz que: Trata-se de uma das figuras proféticas mais extraordinárias de Cristo, por seu nome e posição como rei-sacerdote (Hebreus 7:1-3). Seu nome significa "Rei de Justiça" e era rei de Salém (paz), isto é, que também era "Rei de Paz". Considerando que a Bíblia não menciona sua genealogia, seu sacerdócio era singular em sua ordem. Não dependia de sua genealogia mas de sua nomeação direta por Deus (Salmo 110:4; Hebreus 7:1-3, 11, 15-18) e simboliza um sacerdócio perpétuo. Assim,
Melquisedeque prefigurava o Rei-sacerdote eterno. "E de tudo lhe deu Abrão o dízimo" (14:20b, Edição Revista e Atualizada).
Melquisedeque prefigurava o Rei-sacerdote eterno. "E de tudo lhe deu Abrão o dízimo" (14:20b, Edição Revista e Atualizada).
Apesar das raras referências a ele na Bíblia, o Livro Sagrado
refere-se a Melquisedeque como um sábio rei de uma terra chamada Salém e
"sacerdote do Deus Altíssimo." (Gênesis 14:18). No Novo Testamento, ele é comparado a Jesus, de que é dito ser "segundo a ordem de Melquisedeque" (Epístola aos Hebreus).
Segundo o texto do Pentateuco,
Melquisedeque foi o rei da cidade de Salém (que significa "paz"), a
qual se acredita ter sido a cidade posteriormente conhecida por Jerusalém.
Melquisedeque teria tido importância no direcionamento de Abrãao - o
primeiro registro bíblico da doação de dízimos decorre desta ocasião.
Abrãao e Melquisedeque seriam, portanto, contemporâneos, de acordo com
as narrações bíblicas.
Destaca-se na sua história a ausência de menções (comuns nos
registros bíblicos) a seus antepassados. Como se pode interpretar de
alguns versos (Hebreus 7:3), Melquisedeque fora um homem sem genealogia,
sem filhos ou parentes conhecidos. O lugar onde seu corpo jaz também é
ignorado. Estas características, para a teologia, significam que
Melquisedeque seria uma figura do próprio Cristo, contudo, não se sabe
se isto seria uma espécie de tipologia ou, até mesmo, "teofania", que é
um termo teológico para quando Deus assume uma forma humana.
Ao nome Melquisedeque pode ainda ser atribuído o significado "Rei de
Justiça" em função de ser uma possível junção de mais de uma palavra do
idioma hebraico.
Seu nome já foi usado nas denominadas "Índias", que se referiam à atual Etiópia, Índia e Himalaia. Nessas 3 culturas havia referências a um "Rei da Terra", que seria o próprio Melquisedeque.
Cristofania
Alguns teólogos cristãos acreditam que Melquisedeque teria sido uma aparição do Messias antes de seu nascimento carnal, humano.
No Antigo Testamento há várias menções ao Anjo do SENHOR que muitos acreditam terem sido aparições de Cristo
antes de encarnar. No entanto, Melquisedeque poderia ter sido o aspecto
terreno da pré-encarnação de Cristo em uma forma corpórea temporária.
Outros teólogos, no entanto, acreditam que Melquisedeque teria sido
apenas uma tipologia de Cristo, tratando-se, pois, de um acontecimento
ou de um ensinamento que se relaciona com as realizações de Jesus.
Na epístola aos Hebreus, o autor leciona que Melquisedeque não teve nem pai e nem mãe, nem ascendência e nem descendência:
Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém e sacerdote do
Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava
da matança dos reis, e o abençoou; a quem Abraão deu o dízimo de tudo, e
primeiramente é, por interpretação, rei de justiça e depois também é
rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe, sem genealogia, não
tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo semelhante ao filho
de Deus, permanece sacerdote para sempre. (Hebreus 7:1-3)
Na Biblia, Melquisedeque é referido como sacerdote do Deus Altíssimo
em Genesis 14:18.19, quando traz pão e vinho e recebe de Abrão o dizimo
do conquistado, e, abençoando-o, disse: "Bendito sejas Abraão, do Deus
Altissimo, o Possuidor dos céus e da terra e bendito seja o Deus
Altissimo que entregou teus inimigos em tuas mãos". Referenciado também
em Salmos 110.4: "Jurou o Senhor e não se arrependerá: Tu és um
Sacerdote Eterno segundo a Ordem de Melquisedeque." Em Hebreus, além do
já citado, temos 7:4: "Considerai, pois, quão grande era este a quem até
o patriarca Abrão deu os dizimos dos despojos", havendo outras citações
e explicações, havendo no 5:11 "Do qual muito temos que dizer, de
dificil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para ouvir." o
que abre um leque de possibilidades que em principio, considerando-se a
afirmação de Paulo, não devem ser consideradas cristofanias.
A hipótese de Sem ter sido apresentado com o nome de Melquisedeque
Falando das gerações de Noé, a Bíblia relata em Gênesis 6:9-10 que o patriarca gerou três filhos varões chamados: Sem, Cam e Jafé. Se esta ordem respeitar a cronologia dos nascimentos, teremos que Sem foi o filho mais velho.
Sabe-se que Sem era mais velho que Jafé como está descrito em
Gen10:21 e que Cam era o filho caçula de Noé (Gênesis 9:24), sendo que,
nos países orientais, principalmente nos tempos antigos, a primogenitura
era uma posição altamente valorizada e, portanto, Sem já era de facto
aquele que receberia a bênção de seu pai.(Gen. 9:26-27)
Como se não bastasse, Sem foi contado por merecedor desta bênção
também por sua atitude bem aprovada por seu pai, quando seu respeito foi
mostrado na ocasião em que Noé havia se embriagado com vinho e tinha
ficado nu em sua tenda.
Tem-se que Sem foi quem deu continuidade à liderança de Noé, na
Terra. Todo o povo conhecido seria então liderado por Sem, segundo a
Bíblia relata:
Alargue Deus a Jafé, e habite nas tendas de Sem; e seja-lhe Canaã por servo.(Gen. 9:27)
Sem foi quem mais teria vivido dentre seus irmãos. Diz a Bíblia em Gen. 11:10-11 que Sem era da idade de cem anos quando gerou Arpachade
e depois viveu ainda outros quinhentos anos que totalizam uns
impressionantes seiscentos anos. Isto significaria tempo de vida
suficiente para ver os filhos de seus filhos até a 12ª geração, de modo
que Sem pôde ter visto Jacó, filho de Isaque
e neto de Abraão, que segundo sua própria antecedência, seriam filhos
de Sem. Assim, no mundo da época de Abraão, ainda restaria um homem que
teria vivido no Mundo Antigo, antes do Dilúvio, e este homem e Abraão teriam vivido simultaneamente durante cinquenta e oito anos.
Abraão recebeu um chamado de Deus, para sair do meio de sua parentela
e ir para uma terra que Deus o mostraria. Abraão habitava em meio de
uma terra idólatra que não conhecia o Deus de Noé. Contudo, Abraão
obedeceu como quem conhecia a este Deus. Indaga-se assim quem teria
ensinado Abraão acerca de Deus e quem seria o homem mais velho e
supostamente sábio da Terra. Deste modo, só poderia ter sido Sem.
Segundo Gen 14:18, há evidências de que Abraão conhecia
Melquisedeque, que era o rei de Salém e o sacerdote do Deus Altíssimo.
(Gen. 14:18)
A tese de que Melquisedeque teria sido Sem, busca respaldo no fato de
que Abrão não teria sido o primeiro homem na Terra a ter o seu nome
mudado por Deus. Indaga-se por que os pais de Melquisedeque teriam
antevisto o seu futuro como rei e puseram seu nome de Melquisedeque que
significa "Rei de Justiça". Pois se Deus escolheu um homem preparado
para liderar um povo remanescente, que não como os outros que novamente
estavam arraigados no paganismo, continuava a crer no Deus Altíssimo,
logo Melquisedeque seria Sem, por se tratar de um homem experimentado,
sábio, conhecedor e acima de tudo líder desde a geração que prosseguiu
ao Dilúvio.
Gen 9:26 - "E disse: Bendito seja o Senhor Deus de Sem…"
Desde sua mocidade, Sem mostrava temor pelo Deus de seu pai - O Deus Altíssimo.
Assim, esta tese acredita que Sem, possivelmente, teve o seu nome mudado para Melquisedeque, pois seria um Rei de Justiça, assim como Abrão teve o seu nome modificado para Abraão, para ser mais condizente com aquilo que ele seria: Pai de muitas nações.
A história de Melquisedeque é tão breve que o autor sagrado pôde narrá-la em apenas três versículos (Gn 14.18-20). Aliás, nem biografia possui o misterioso homem. Sabemos apenas que ele era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo.
Se a história é pequena, a teologia é grande. A importância de Melquisedeque faz-se plena com a encarnação de Cristo que, desde o Calvário, exerce o seu sacerdócio junto ao Pai.
O rei de Salém entra em cena, quando sai ao encontro de Abraão, que vinha de uma renhida batalha para libertar a Ló, seu sobrinho. E ali na antiga Jerusalém, abençoa no patriarca toda a nação israelita. Nesta bênção, você também foi incluído.
PONTO CENTRAL
O Senhor Jesus como sacerdote pertencia à ordem de Melquisedeque.
I. MELQUISEDEQUE, REI DE SALÉM
Uma história sem biografia. Assim podemos definir a aparição de Melquisedeque no relato do Gênesis.
1. Rei de Jerusalém. A antiga Salém, cujo nome em hebraico significa paz, é identificada com a Jerusalém atual. O objetivo deste reino era promover a paz através da justiça divina, já que o nome de Melquisedeque traz este glorioso significado: rei de justiça (Hb 7.2).
Portanto, sua função era difundir o conhecimento divino em toda aquela região, pois Israel ainda não existia como o povo sacerdotal e profético do Senhor.
2. Sacerdote do Deus Altíssimo. Melquisedeque foi o primeiro personagem da História Sagrada a receber o título de sacerdote. É claro que, desde o princípio, houve ações sacerdotais. Haja vista o oferecimento que Abel fez ao Senhor (Gn 4.4).
No texto bíblico, ele é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18). Ao contrário do ofício de Arão, cuja continuidade era assegurada hereditariamente, o de Melquisedeque é eterno. Com um único sacrifício, o seu ministério plenificou-se. Sim, com a morte de Cristo foi-nos garantida eterna redenção perante Deus (Hb 7.23-28).
3. Figura de Jesus. Filho do homem, Jesus tem uma genealogia que, em Mateus, remonta a Abraão (Mt 1.1,2), e, em Lucas, vai até ao próprio Deus (Lc 3.38). Mas, como Filho de Deus, Ele é eterno: não possui genealogia (Jo 1.1-3). Nesse sentido, Melquisedeque é uma figura perfeita de Cristo (Hb 7.1-6).
Isso não significa que Melquisedeque fosse eterno, ou uma pré-encarnação de Jesus Cristo. O que o autor sagrado diz é que este personagem, apesar de sua importância, não possui uma biografia escrita. Moisés foi inspirado a não registrar-lhe o nome dos pais, a idade, a procedência, nem o dia de sua morte.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
"Em hebraico malkisedeq ou 'rei da justiça', é mencionado em Gênesis 14.18; Salmo 110.4; Hebreus 5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um rei-sacerdote cananeu de Salém (Jerusalém) que abençoou Abraão quando este retornou depois de salvar Ló, e a quem Abraão pagou o dízimo do espólio da batalha. Devido ao mistério que cerca seu repentino aparecimento no cenário da história, e seu igualmente repentino desaparecimento, ele tem sido identificado com um anjo, com o Espírito Santo, com o Senhor Jesus Cristo, com Enoque. Quanto à religião, ele era 'sacerdote do Deus Altíssimo'"(Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247).
II. ABRAÃO, O GENTIO
A história de Melquisedeque é tão breve que o autor sagrado pôde narrá-la em apenas três versículos (Gn 14.18-20). Aliás, nem biografia possui o misterioso homem. Sabemos apenas que ele era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo.
Se a história é pequena, a teologia é grande. A importância de Melquisedeque faz-se plena com a encarnação de Cristo que, desde o Calvário, exerce o seu sacerdócio junto ao Pai.
O rei de Salém entra em cena, quando sai ao encontro de Abraão, que vinha de uma renhida batalha para libertar a Ló, seu sobrinho. E ali na antiga Jerusalém, abençoa no patriarca toda a nação israelita. Nesta bênção, você também foi incluído.
PONTO CENTRAL
O Senhor Jesus como sacerdote pertencia à ordem de Melquisedeque.
I. MELQUISEDEQUE, REI DE SALÉM
Uma história sem biografia. Assim podemos definir a aparição de Melquisedeque no relato do Gênesis.
1. Rei de Jerusalém. A antiga Salém, cujo nome em hebraico significa paz, é identificada com a Jerusalém atual. O objetivo deste reino era promover a paz através da justiça divina, já que o nome de Melquisedeque traz este glorioso significado: rei de justiça (Hb 7.2).
Portanto, sua função era difundir o conhecimento divino em toda aquela região, pois Israel ainda não existia como o povo sacerdotal e profético do Senhor.
2. Sacerdote do Deus Altíssimo. Melquisedeque foi o primeiro personagem da História Sagrada a receber o título de sacerdote. É claro que, desde o princípio, houve ações sacerdotais. Haja vista o oferecimento que Abel fez ao Senhor (Gn 4.4).
No texto bíblico, ele é identificado como sacerdote do Deus Altíssimo (Gn 14.18). Ao contrário do ofício de Arão, cuja continuidade era assegurada hereditariamente, o de Melquisedeque é eterno. Com um único sacrifício, o seu ministério plenificou-se. Sim, com a morte de Cristo foi-nos garantida eterna redenção perante Deus (Hb 7.23-28).
3. Figura de Jesus. Filho do homem, Jesus tem uma genealogia que, em Mateus, remonta a Abraão (Mt 1.1,2), e, em Lucas, vai até ao próprio Deus (Lc 3.38). Mas, como Filho de Deus, Ele é eterno: não possui genealogia (Jo 1.1-3). Nesse sentido, Melquisedeque é uma figura perfeita de Cristo (Hb 7.1-6).
Isso não significa que Melquisedeque fosse eterno, ou uma pré-encarnação de Jesus Cristo. O que o autor sagrado diz é que este personagem, apesar de sua importância, não possui uma biografia escrita. Moisés foi inspirado a não registrar-lhe o nome dos pais, a idade, a procedência, nem o dia de sua morte.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
"Em hebraico malkisedeq ou 'rei da justiça', é mencionado em Gênesis 14.18; Salmo 110.4; Hebreus 5.6,10; 6.20; 7.1,10,11,15,17. No livro de Gênesis ele é um rei-sacerdote cananeu de Salém (Jerusalém) que abençoou Abraão quando este retornou depois de salvar Ló, e a quem Abraão pagou o dízimo do espólio da batalha. Devido ao mistério que cerca seu repentino aparecimento no cenário da história, e seu igualmente repentino desaparecimento, ele tem sido identificado com um anjo, com o Espírito Santo, com o Senhor Jesus Cristo, com Enoque. Quanto à religião, ele era 'sacerdote do Deus Altíssimo'"(Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247).
Abraão era tão gentio quanto eu e você, quando Deus o chamou a formar o povo escolhido (Dt 26.5). No entanto, pela fé, tornou-se pai da nação hebreia e de todos os que creem.
1. O pai da nação hebraica. Deus precisava de uma nação, através da qual pudesse redimir a humanidade, segundo anunciara a Adão e Eva (Gn 3.15). Esta nação teria de vir da linhagem de Sem, o filho mais velho de Noé (Gn 9.26,27). E, como todos sabemos, Abraão era semita. Sua escolha evidenciou-se por uma fé inabalável em Deus (Rm 4.3).
Nele seriam abençoadas todas as nações da terra, com a proclamação do Evangelho de Cristo (Gn 12.3). Afinal, Jesus, segundo a carne, veio da descendência de Abraão (Mt 1.1). A missão da família hebreia, portanto, era testemunhar ao mundo acerca do amor, da justiça e da Palavra de Deus (Rm 9.4,5). Apesar da aparente falha de Israel, sua missão foi plenamente cumprida, pois a salvação chegou-nos por intermédio dos judeus (Jo 4.22).
2. O pai dos crentes. Quando chamado por Deus, o gentio Abraão creu e, sem demora, aceitou-lhe a ordem. Imediatamente foi justificado (Gn 15.6). A partir daquele momento, passou a ser visto pelo Senhor como se jamais tivesse cometido qualquer falha: um homem justo e perfeito. Enfim, um amigo de Deus (Is 41.8).
Por esse motivo, todos os que creem em Deus, à semelhança de Abraão, são tidos como seus filhos na fé (Gl 3.7).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
"Melquisedeque e seu sacerdócio são exemplo de Cristo e de seu sacerdócio. O sacerdócio de Melquisedeque não estava limitado a raça humana ou a tribo, sendo, portanto, universal. Sua realeza não foi herdada de seus pais. E essa realeza também não foi transmitida a um descendente; e assim ela era eterna. Portanto, Melquisedeque é uma tipologia de Cristo e de seu sacerdócio eterno e universal' "(Dicionário Bíblico Wycliffe. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p. 1247).
III. A OCASIÃO DA BÊNÇÃO
Por causa da captura de Ló por Quedorlaomer, rei de Elão, o patriarca viu-se obrigado a formar um exército para libertar o sobrinho (Gn 14.14). Na volta, já vitorioso, é recebido por Melquisedeque.
1. Objetivo da visita. Depois de uma vitória tão decisiva, Abraão, já nas imediações de Salém, agradece a Deus ao ser recepcionado por Melquisedeque. O maior recebe o menor (Hb 7.7). O patriarca sabia muito bem que estava diante do sacerdote do Deus Altíssimo. Por isso, reverencia-o com os dízimos de seus bens pessoais e não dos despojos de guerra, já que se recusou a recebê-los (Gn 14.20). Verdadeira adoração e serviço a Deus. Que exemplo para nós.
2. A autoridade de Melquisedeque. Por intermédio de Abraão, toda a nação hebreia reverenciou Melquisedeque, até mesmo os sacerdotes da tribo de Levi, que sequer haviam nascido (Hb 7.9). Ora, se o sacerdócio levítico era temporário, o de Melquisedeque não podia ser interrompido pela morte, pois é eterno. Um sacerdócio, aliás, que haveria de ser exercido por Cristo (Sl 110.4).
3. A simbologia da visita. Melquisedeque, ao trazer pão e vinho a Abraão, abençoa-o: "Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; e bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos" (Gn 14.19,20). O que poderia redundar numa derrota ao patriarca transforma-se num momento de triunfo. Seu pequenino exército dispersou as poderosas forças de Quedorlaomer.
No pão e vinho que Melquisedeque trouxera a Abraão estava a simbologia da morte de Jesus Cristo, o Cordeiro Imaculado. Mais tarde, o Filho de Deus servirá uma refeição semelhante aos seus discípulos (Mt 26.26-30). Com a morte do Filho de Deus cumpria-se o sacerdócio de Melquisedeque.
CONCLUSÃO
Em Abraão, todos os que cremos em Cristo fomos alcançados com a bênção de Melquisedeque. Hoje, temos o Senhor Jesus que, junto ao Pai, intercede por nós, conforme escreve o apóstolo João: "Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo para que não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o Justo. E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo" (1 Jo 2.1,2).
RIVALDO NASCIMENTO
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